terça-feira, 29 de dezembro de 2009

MCM - Modelo Computacional da Mente


Debate ocorrido na lista espiritimo-cientifico

Mauricio:

Uma das dificuldades para qualquer um que pretenda explicar a acentuada "autonomia" entre consciente e inconsciente (que parece ser um consenso) é encontrar uma explicação razoavel de como e porque se dá esse fenomeno. Poderiamos citar: o mediunismo, o animismo, o hipnotismo, a criptmnesia, psi, etc...

Na teoria espirita boa parte dos fenomenos podem ser "resolvidos" pela
introdução de uma (ou mais) entidade exogena, enquanto na psicologia
materialista recorre-se a uma simples classificaçao, ou seja da-se a
alguns desses fenomenos o nome de dissociação da personalidade. Em alguns casos entretanto a dissociação não explica bem alguns fenomenos e muitas vezes não consegue explicar (casos classicos de mediunidade, por exemplo).

E é aí que entra o tal modelo MCM...


Ola Todos,

Sem requerer o merito do ineditismo gostaria de conversar com o grupo
sobre um modelo que chamei de computacional MCM. Penso que esse modelo, apesar de basico, creio resolver muitas das questoes que temos debatido por aqui ja faz algum tempo.

O conceito de Inconciente derivado da teoria espirita, expandido pelo
Herminio Miranda e interpretado por mim (e aqui pode ter alguns problemas).
Tem dois os pontos principais: A diferenciação entre "personalidade"
(alma) e "individualidade" (espirito); e as memórias da vida atual e das vidas pregressas. Para entender esses conceitos sugiro ler o conceito original no livro A memoria e o tempo, ou um resumo no meu trabalho A regressao de memoria ( http://groups.google.com.br/group/Espiritismo-Cientifico/files?hl=pt-BR).

Uma das dificuldades para qualquer um que pretenda explicar a acentuada "autonomia" entre consciente e inconsciente (que parece ser um consenso) é encontrar uma explicação razoavel de como e porque se dá esse fenomeno. Poderiamos citar: o mediunismo, o animismo, o hipnotismo, a criptmnesia, psi, etc...

Na teoria espirita boa parte dos fenomenos podem ser "resolvidos" pela
introdução de uma (ou mais) entidade exogena, enquanto na psicologia
materialista recorre-se a uma simples classificaçao, ou seja da-se a
alguns desses fenomenos o nome de dissociação da personalidade. Em alguns casos entretanto a dissociação não explica bem alguns fenomenos e muitas vezes não consegue explicar (casos classicos de mediunidade, por exemplo).

E é aí que entra o tal modelo MCM... Que na realidade ainda nao o
detalhei; Farei isso durante a minha exposição para o grupo. E
lembre-se de louco todos temos um pouco... eu é que só, nesse quesito,
estou acima da media. :-)


O MCM (Modelo Computacional da Mente) que pretendo apresentar tem por objetivo isolar a mente em blocos funcionais de forma que o fluxo de informação entre eles possa explicar os fenomenos normais e paranormais da psicologia humana.

Veja figura acima.

Conceitos:

Individualidade: O Ser espiritual integral.

Personalidade: A alma humana - A personalidade da vida atual.

Persona: São "pessoas" observaveis ou sentidas pelo "Eu". Normalmente a
persona é a propria personalidade, ou pode ser uma segunda pessoa (como na
mediunidade ou como em casos de dupla-personalidade).


Nos blocos (A) temos os estimulos externo de entrada.

Nos blocos (B) temos as producoes da mente, as personas. Elas podem ser
reais (de longa duração) ou efermeras - "pessoas" como são vistas por um
obervador externo ou auto-percepcao.

Memorias da vida atual.

Memorias de vidas passadas

Personalidades de vidas passadas: Cada personalidade carrega as suas
memorias preteritas associadas.

Gerador de Persona: Motor responsavel pela geração/construção dos diversos
tipos de personas de acordo com os inputs e/ou estimulos externos ou internos à mente.


Exemplo para melhor entender o MCM:

a) Para ser gerado a /persona/ personalidade da vida atual o fluxo de
acordo com MMC seria:

A partir da concepção:
1. Entradas: Instintos, Memorias, e Personalidades anteriores e Influencia ambientais
2. O /Gerador de Persona/ elabora uma complexa persona aqui chamada de
personalidade (persistente)
3. Esta personalidade tem autopercepcao e autoconsciencia - é essa personalidade que se expressa e é reconhecida como uma "pessoa" por observadores externos.

Para ser mais claro, eu - o Mauricio que vos escreve - seria tão
somente uma criação mental - Sem ser de fato a exata representação do
espirito (aqui chamado de Individualidade) - Eu poderia ser
substancialmente diferente dependendo do tamanho das influencias
sofridas por cada das entradas acima.

Vamos montar alguns cenarios:

Mauricio(1) - 10% Institos; 30% Vidas anteriores e 60% Influencias Ambiente
Mauricio(2) - 10% Institos; 40% Vidas anteriores e 50% Influencias Ambiente
Mauricio(3) - 5% Institos; 55% Vidas anteriores e 40% Influencias Ambiente
etc...

Somente,em algum momento apos a morte corporal é que haveria uma
integracao da personalidade com a Individualidade, transformando-se em
patrimonio do espirito.

Na proxima postagem vamos ver como a partir da montagem da
personalidade, explica-se por esse modelo fenomenos como hipnotismo e
animismo.

// COMENTARIOS SERÃO BENVINDOS //

Abraços Seixianos (o maluco beleza)
Mauricio Mendonça


Jorge Teixeira

Oi Maurício, como vai:

Tou achando tua exposição interessante e, até agora, aparentemente
simples. Tanto que decidi complicar um pouquinho pra você, pode ser?

Sabe o Fernando Pessoa? Aquele poeta português que falava coisas do
tipo "morrer é só não ser visto; a morte é a curva na estrada"; pois é.

Ele, como certamente saberá, dividia-se em eterónimos. Alberto
Caeeiro, Ricardo Reis, etc.

Pois bem, como você colocaria esse tipo de caso no seu MCM?

Cá pra nós, e muito a sério, já tenho pensado que Pessoa é a
reencarnação de Camões. Ambos fizeram _ cada um a seu modo _ a
apologia da pátria. Camões, poetizando a serviço do rei; Pessoa,
subtilizando a serviço da sua consciência livre... 500 anos dá pra
qualquer espírito se aplicar e evoluir, não?

Abraços modelísticos computacionantes e mentalísticopoéticos...

Jorge.



Mauricio Mendonca

Ola Jorge,
Finalmente uma alma viva (permita-me o pleonasmo) resolveu comentar os meus devaneios... :-)
Acho perfeitamente possivel tal ligação entre os dois grandes poetas lusitanos... porem eu (ao contrario do Montalvao, que é perito em todas as coisas he he he ...pura provocacao... ) não me sinto capaz de uma analise mais criteriosa.

"Pois bem, como você colocaria esse tipo de caso no seu MCM?"

Em se tratando de pseudonimo, o fluxo se daria no praticamente contexo da personalidade, com evidentemente pequenas influencias de existencias preteritas (e suas memorias)... mas, não chegaria a ser criada uma pois tais "pessoas" não tem auto-percepcao (e individualizacao)... apesar do mecanismo ser basicamente o mesmo - gerador de persona. Nesse caso a personalidade (vida atual) tem o dominio da consciencia, situando-se no tempo e no espaço.

Espero nao ter complicado demais...

Abraços Psicodelicos
Mauricio Mendonça
.

Mauricio Mendonca


complementando...

se sob hipnose, fosse sugerido ao FP que assumisse a personagem X - ai
sim, entraria o processo geraador-de-persona... e naquele momento
poderia ser criado um persona-efemera-imaginaria X. mas
momentaneamente auto-consciente.

ESTOU A FALAR BOBAGENS OU EXISTE ISSO DE FATO?

abç
Mauricio

oi, Maurício. Também não sei, com certeza, se pode aplicar_se teu MCM, PORÉM, PARECE UM ESQUEMA ÚTIL PARA EXPLICAR CONSTRUÇÃO DE PERSONALIDADE ENCARNADA EM LINGUAGEM MATEMÁTICA.Acho que você ta pegando aula lá em cima durante o sono e trazendo esse esquema pra baixo como recordação. Olha, como extenção ao dever de casa que voce ta fazendo pra essa aulinha no plano espiritual, aí vai mais um exercício: Como você aplicaria o modelo à dupla ou trípla personalidade? Abraços espiritomatemáticos!
Ps: você achava que não tinha maluco em portugal?... Ó eu aqui!!!


complementando...


Ola Jorge,
Não sei se tenho tomado tais aulas, mas se for o caso são bem vindas... :-)

Quanto aa sua pergunta, vamos lá...

Sindrome das multiplas-personalidades:
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Aqui temos que levar em conta as duas visões de mundo, a materialista (ou não-sobrevivencialista) e a espirita (ou sobrevivencialista).

Na minha opiniao parcece haver motivos suficientes para concluir que algumas dessas ocorrencias sejam puramente um fenomeno interno (psicologico) relativo aa vida atual. Nesses casos as teorias psicologicas atuais tem uma visao apropriada sobre eles. As causas dessas cisoes são basicamente traumas causadas em tenra idade, chamarei esses traumas de "coagulos mentais" que não estão disponiveis normalmelnte na consciencia da "personalidade" . Os coagulos mentais, são os gatilhos que disparam o processo de criação de uma nova "persona imaginaria", até certo ponto independende da personalidade (apresentando um alto nivel de autonomia e autoconciencia e com algum grau de persistencia). Evidentemente haveria em um grau menor influencias dos outros elementos do bloco A e demais memorias. O tratamento habitualmente atualizado, provocar cartase, como que descongela o "coagulo" através de uma rememoracao e de quebra tras o problema para a consciencia da personalidade onde pode ser racionalizado.

Parece tambem haver casos em que o modelo materialista falha ao explicar: como nos casos de mediunidade ou em alguns de regressao de memoria. Mas isso a gente vai ver nos capitulo apropriados.

Espero ter explicado a contento. Caso precise de mais algum complemento podem perguntar (ou comentar)... só nao garanto ter todas as respostas prontas... quem sabe, depois de uma dormidinha.... :-)

Abraços Fraternos
Mauricio Mendonça


Mauricio Mendonca

MCM x Hipnotismo e Animismo
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Trataremos nesse capitulo da hipnose e do anismo (quando for uma auto-hipnose)especificamente quando o fenomeno em questao seja o comando hipnotico para que um "sujeito" assuma a personalidade-aparente de alguem conhecido ou invente um de acordo com parametros passados a ele naquele momento.

Temos que considerar ainda que um comando hipnotico deve ser acolhido (aceito) pela mente do "sujeito" - mas parece que esse "de acordo" não é dado pela personalidade - e sim por algum outro nucleo consciente da individualidade (chama-se isso comumente de "inconsciente"). De qualquer forma o fenomeno acontece... e o "sujeito" passa a agir e imagina-se ser a "pessoa" sugerida.

Como aconteceria essa transformacao temporaria de acordo com o MCM?

A partir de acolhida a ordem hiponotica (ou animica) o /gerador de persona/ pega informações de /memorias atuais e de vidas passadas/ e gera uma persona-efemera-imaginaria. Essa persona dura até o final do transe hipnotico/animico, podendo ser "evocada" em momentos posteriores em novo transe.
Esse processo podem explicar alguns dos fenomenos que geralmente se atribui a fenomenos mediunicos. Em reunioes espiritas isso é chamado de animismo.


Perguntas / Duvidas / Comentarios ????

Abraços Fraternos
Mauricio Mendonça
Pessoal,

não sei se estão considerando uma variável no contexto do Animismo, em uma reunião espírita. Refiro-me ao fato de haver uma auto-hipnose, ou seja, o Medium que sofre o animismo não é hipnotizado por ninguém, a não ser por ele mesmo.

Neste caso, ou existe uma auto-hipnose realizada inconscientemente, ou então, não existe. Se não existe, o agente hipnotizador só pode ser um desencarnado.

Att.
Plínio Ventura

Ola Plinio,

Voce tem razao. Convenha-mos uma reuniao mediunica habitual é um ambiente propicio aa auto-hipnose... ou melhor dizendo aa auto-sugestao.

Mas lembrando, o animismo é a base para o fenomeno mediunico autentico, chegaremos lá, no desenvolvimento do MCM...

Abraços Fraternos
Mauricio Mendonça

Confuso Montalvao,

Já que insiste, vou fazer um resumo: Possesao é uma obsessao em grau mais elevado.

Isso não significa dizer que o espirito obssessor expulse o inquilino temporariamente. Usando o MCM para explicar, é quando as entradas do bloco A a influencia de (espiritos) seja proxima a 100%...é gerada entao uma persona-efemera-composta que é o que o obeservador pode ver durante esses fenomenos.

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quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

A Navalha de Ockham


A Navalha de Ockham não postula que adotemos a explicação mais simples. Ela é apenas um princípio de parcimônia, que se baseia na não multiplicação de entidades desnecessárias. Isso não significa, de forma alguma, que a explicação mais simples tenha algum privlégio sobre qualquer outra.



Caros Amigos,

Segue um debate ocorrido no grupo INTER-PSI, sobre um dos principios
utilizados no meio cientifico, chamado principio NAVALHA DE OCKHAM. Esse
principio é utilizado para escolhermos entre duas ou mais hipoteses
cientificas escolher a que for mais "simples".

> -----Mensagem original-----
> De: DETEC/Consult - Maurício Júnior de Mendonça
> Enviada em: sexta-feira, 13 de maio de 2005 08:27
> Para: Fórum Virtual de Pesquisa Psi (E-mail)
> Assunto: A Navalha de Ockham
>
> COMPILACAO DAS DISCURSOES ATE AQUI
> --------------------------------------------------------------------
>
#1 Mauricio:
Creio que as nossas discordancias GRAVES sao: Limites de Psi e Navalha de
Ockham. Mas isso fica pra uma outra ocasiao. rsrssrsrs

#2 Wellington:
Tá bom! Mas ofereço um trecho do texto de um colega de outra lista
(Ceticismo Aberto), Marcelo Esteves "Druyan", que comenta bem rapidamente
algo de interesse a respeito da Navalha de Ockham. Ele e outro listeiro,
Roberto, estiveram dialogando a respeito da definição de ciência e coisas
do gênero.

---------------------
Marcelo: Acho um grande arro agarrarmos a primeira explicação que
faça sentido, simplesmente por não haver outra melhor.

Roberto: Sem dúvida! Mas tb considero um erro assumirmos uma
explicacao por que ela aparenta ser a mais simples dentre todas as
apresentadas.

Concordo com você. Mas se você está se referindo à Navalha de
Ockham, há aí um equívoco muito comum.

A Navalha de Ockham não postula que adotemos a explicação mais
simples. Ela é apenas um princípio de parcimônia, que se baseia na
não multiplicação de entidades desnecessárias. Isso não significa, de
forma alguma, que a explicação mais simples tenha algum privlégio
sobre qualquer outra.

Vou usar um exemplo.

Hoje, a ciência conhece os fenômenos envolvidos na eclosão de um
trovão. Sabemos, por isso, que se trata de um fenômeno natural. Pois
bem, se alguém disser que é Thor, deus do trovão, quem produz os
estrondos, o princípio de parcimônia pede que esta hipótese seja
descartada a favor da primeira. Por que?

Porque Thor é uma entidade desnecessária na explicação de como
acontecem os trovões. Se os trovões podem ser explicados por causas
naturais, não há porque postular uma entidade sobrenatural como
responsável por eles. Thor sobra, é desnecessário para explicar os
trovões.

Então, ficamos com a explicação da ciência, não porque seja mais
simples, mas porque é suficiente.

Vou usar um exemplo inverso. Os espíritas afirmam que quando um
médium psicografa, há um espírito atuando sobre ele. Explicação
simples. Mas hoje, há outras explicações que respondem às lacunas e
contradições observadas em fenômenos de psicografia. É uma explicação
simples? Não. Ela envolve um entrelaçamento de psicologia,
sociologia, pesquisa psi, etc. É uma hipótese complexa, mas que dá
conta do recado, melhor que a hipótese espírita.

Quando estes fundamentos estiverem bem estabelecidos e a
psicografia puder ser explicada por causas naturais, o princípio de
parcimônia pedirá que se desconsdire a atuação de espíritos, por
desnecessária.
> --------------
/

#3 Mauricio:
Nao resistindo aa tentacao...

> "***Quando*** estes fundamentos estiverem bem estabelecidos e a
> psicografia puder ser explicada por causas naturais, o princípio de
> parcimônia pedirá que se desconsdire a atuação de espíritos, por
> desnecessária." Asteriscos meus.

Tô começando a gostar dessa navalha. Mas duvido que essa recomendacao seja
levada a seria JÁ. Ou seja "atuação de espiritos" é que deva prevalecer
por ser mais simples e AINDA nao se ter a explicação "natural".

O autor Parece querer dizer algo assim: __ O principio de parcimonia pede
que se desconsidere a "atuacao de espirito" pois a explicação das causas
naturais a tornará em breve desnecessaria" __ Ou seja, é o dogmatismo
cientifico disfarcado de bom senso... apesar de contradizer a propria
logica. Lembra o argumento de fé dos teologos medievais: creio mesmo que
absurdo!

> Achei a explicação muito boa!
/
#4 Vitor:
comentando:

"1-Vou usar um exemplo inverso. Os espíritas afirmam que quando um
médium psicografa, há um espírito atuando sobre ele. Explicação
simples. Mas hoje, há outras explicações que respondem às lacunas e
contradições observadas em fenômenos de psicografia. É uma explicação
simples? Não. Ela envolve um entrelaçamento de psicologia,
sociologia, pesquisa psi, etc. É uma hipótese complexa, mas que dá
conta do recado, melhor que a hipótese espírita." Do texto anexo.

***Há muitas diferenças entre os casos de psicografia para dizer que a
hipótese de psicologia+sociologia+pesquisapsi dá conta do recado melhor
que a espírita. Há casos extraordinários em que a letra é idêntica à do
morto, e não só isso, a forma de separar as palavras também, e não só
informações corretas e desconhecidas são transmitidas, mas mostra os
desejos do espírito de se comunicar a atitudes que comprovam sua
personalidade .Um exemplo é o caso Oscar Wilde, cuja médium foi
Travers-Smith, citada nos Proceedings. E discordo quanto ao problema de
criação de entidades desnecessárias. Mesmo a ciência recorre à criação de
entidades para exlicação de seus fenômenos. Por exemplo, quando "cria"
grávitons para explicar a gravidade (e existem hipóteses concorrentes mais
simples, e nem por isso os grávitons, apesar de não estarem tão na moda
como há 5 anos, "deixaram de existir"), ou quando "cria" táquions,
partículas que andam a velocidades superiores à da luz, se dirigindo
eternam ente para o passado. Se a física pôde trabalhar com os táquions, não entendo
porque não podemos trabalhar com espíritos, que me parecem bem menos
extraordinários do que os táquions.Espíritos seriam apenas nossa
consciência que prosseguiria após a morte (não há nada que mostre o
oposto, ao contrário de táquions, que penso violam algumas leis), pelo
menos por algum tempo, alguns podendo reencarnar e se comunicar com os
vivos atuando através do cérebro do médium.

...A fenomenologia é extremamente complexa, em muitos casos, sugerindo a
hipótese espírita.
/

#4.1 Leonardo:
"E discordo quanto ao problema de criação de entidades
desnecessárias. Mesmo a ciência recorre à criação de entidades para
exlicação de seus fenômenos. Por exemplo, quando "cria" grávitons para
explicar a gravidade." Vitor

Na realidade o gráviton é uma simplificação, já que a a transmissão da
força gravitacional se daria de forma semelhante ao que ocorre com as
demais forças. Sem o graviton, a gravidade é uma força a parte, com o
gráviton, estamos mais próximos de uma teoria unificada.
/
#4.2 Vitor:
***E a hipótese espírita não unifica diversos fenômenos psi? psicografia,
memórias espontâneas, marcas de nascença? Não seria uma simplificação? Não
teríamos uma teoria unificada? Todos os fenômenos parapsíquicos
explicam-se com o espírito e seu invólucro perispiritual. (Fonte:
Fundamentação da Ciência Espírita)
/
#4.3 Leonardo
Na teoria das supercordas, por exemplo, o gráviton, como todas as
demais particulas subatômicas, é uma vibração específica das
supercordas e emerge naturalmente das equações.
E qual seria a hipótese alternativa, neste caso ?
/
#4.4 Vitor:
.***As supercordas, com 10 dimensões. Ou as branas, que surgiram depois,
com 12 (quem disse que a ciência prefere a teoria com o menor número de
elementos?) . Escolha a sua :-)

Acesse http://www.specon.hpg.ig.com.br/artigos/artigo16.htm Caso não goste
da bibliografia, pelo menos a parte física achei bem escrita :-)
> /

#5 Wellington:
Maurício,
Você não acha que o "quando" usado pelo autor reflete humildade científica
e não o dogmatismo a que você se refere? Não estaria ele afirmando
simplesmente que há fatores naturais que *talvez* possam dar conta da
alegação?
/
#6 Mauricio:
Wellington,Essas "acusações" faziam parte da a qual introduzi
o e-mail. Com certeza tem um exagero da minha parte. Acho que a sua
interpretacao esta´ coerente. Porém...

Ele parece estar usando "dois pesos e duas medidas"... ele diz:

No caso do Trovao:
"Então, ficamos com a explicação da ciência, não porque seja mais
simples, mas porque é suficiente."

Entao ele diz que vai dar um exemplo inverso, e acaba dando um exemplo
simetrico, onde trovao==psicografia thor=espirito. E continua ...

"quando um
médium psicografa, há um espírito atuando sobre ele. Explicação
simples. Mas hoje, há outras explicações que respondem às lacunas e
contradições observadas em fenômenos de psicografia. É uma explicação
simples? Não."
>
E conclui:

"É uma hipótese complexa, mas que dá conta do recado, melhor que a hipótese espírita."
>
E depois se contradiz:

"Quando estes fundamentos estiverem bem estabelecidos e a
psicografia puder ser explicada por causas naturais, o princípio de
parcimônia pedirá que se desconsdire a atuação de espíritos, por
desnecessária."
>
Da minha parte usando apenas os seus (dele) argumentos eu diria mais ou
menos como o Wellington sugeriu, e aí sem seria humildade cientifica:

__ Pelo menos por enquanto a hipotese espirita é preferida pela sua
simplicidade (se esse fosse o principal criterio), até quando novos
conhecimentos explicarem satisfaoriamente o fenomeno da psicografia.
/
> #1.xx Wellington
Mas toda a argumentação apresentada pelo Marcelo Esteves é a de que
"simplicidade" tem outro sentido: a de menor número de entidades. A
hipótese espírita amplia o número de entidades conhecidas ou em avaliação
científica, de modo a não ser a preferida.
/
#1.XX Mauricio
Wellington,
Por isso mesmo é que ele entra em contradicao entre o principio que
estabelece e a conclusao a que chega: Veja:

"Vou usar um exemplo inverso. Os espíritas afirmam que quando um
médium psicografa, há um espírito atuando sobre ele. Explicação
simples. Mas hoje, há outras explicações que respondem às lacunas e
contradições observadas em fenômenos de psicografia. É uma explicação
simples? Não. Ela envolve um entrelaçamento de psicologia,
sociologia, pesquisa psi, etc. É uma hipótese complexa, mas que dá
conta do recado, melhor que a hipótese espírita."

> Onde: Qde de entidades
>
(H. Esp) ---> 1
(Outras explic.) --> psicologia+sociologia+pesquisa psi+ etc = 4 ou mais

e Reconhece que:

" ****Quando*** estes fundamentos estiverem bem estabelecidos e a
psicografia puder ser explicada por causas naturais, o princípio de
parcimônia pedirá que se desconsdire a atuação de espíritos, por
desnecessária."
>
Portanto,(SEGUNDO O AUTOR e nao eu ou voce) qual é a mais "simples" no
presente?
>
Claro que a H. espirita *por eqto*, a nao ser que se decrete, e aí entra o
DOGMA (nao no sentido pejorativo) de que "espirito" é uma entidade
desnecessaria. Uma avaliação puramente pessoal, diria mesmo, metafisica.
>
Obs. Estamos avaliando tao somente a psicografia. Deixamos de fora uma
infinidade de fenomenos, .onde as "entidades" tenderiam a crescer mais e
mais. Observe tambem que na ansia de abalisar sua tese o autor, inclui na
base da sua "Teoria X" (psicologia+sociologia+pesquisa psi+ etc) ainda nao
demonstrada sarisfatoriamente (cf. ele) uma outra hipotese na mesma
situacao (PSI)que nem sequer se sabe se existe.
> /


> Abraço,
> Vitor
>
> Fraternos Abracos
> Mauricio Mendonca
>
> Um fraternal abraço,
> Wellington Zangari
>
> um abraço
> Leonardo Stern
>

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sábado, 12 de dezembro de 2009

É Possivel estudar o espiritismo cientificamente?

Eduardo Lima, 2009

É comum depararmos com a idéia de que a ciência reproduz uma
verdade comprovada, irrefutável e infalível. Dar a algo a qualidade de
científico equivale a atestar a sua veracidade inquestionável. A
Matemática, por exemplo, é comumente compreendida como um
conjunto de verdades irrefutáveis. A Física, endeusada por Augusto
Comte, seria o supra-sumo das certezas inquestionáveis e da
racionalidade. Todavia, não é assim que a comunidade científica deve
ver a ciência, pois, o conhecimento científico não é irrefutável e suas
verdades são sempre provisórias, pois duram enquanto não são
retificadas por uma nova teoria ou experiência.



Agradecemos muitíssimo o honroso convite da médica e Prof. Dr. Eliane. Entendemos que nossa presença aqui, através da disciplina “Medicina e Espiritualidade”, significa que a faculdade que vocês se encontram está aberta para explorar caminhos do conhecimento parcialmente desbravados. Procuraremos demonstrar que pouca coisa é tão importante quanto esta atitude durante uma formação acadêmica.
Gostaríamos inicialmente de definir nossos termos. Por epistemologia entendemos o saber que questiona sobre as possibilidades de validade, normatividade e inteligibilidade do conhecimento. Paradigma aqui significa os conteúdos gerais de uma visão de mundo, um macro-consenso sobre uma maneira de entender e de agir a respeito da vida. Neste momento, é plausível passar ao assunto que nos trouxe a esta faculdade hoje.
O tema da palestra engendra um interdisciplinar campo de complexos problemas epistemológicos que, inclusive, podem suscitar quebras paradigmáticas nos saberes atuais. Dito isto, objetivamos três pontos. Em um primeiro momento, abordar algumas destas dificuldades teóricas. Em seguida serão apresentadas pesquisas sobre vida após a morte – entrelaçadas a estudos sobre PSI –, que parecem promissoras. Por fim, explanaremos sobre possíveis vantagens destes estudos.

Imediatamente, a pergunta geral da palestra implica necessidade de definir o que é uma pesquisa cientifica. Adjacente a esta primeira necessidade, deve-se falar que tipo de conhecimento último as pesquisas consideradas cientificas geram. Começando pelo segundo ponto Ricardo Gouvêa em Filosofia observa:

Entretanto, há muito tempo que a filosofia "desconstruiu" a noção clássica de verdade: o que temos hoje são diferentes teorias sobre a verdade, como o correspondentismo, o coerentismo, o verificacionismo, o pragmatismo de William James (1842-1910), o semanticismo (...)


Já focando as ciências duras, Rodrigo Bello afirma:

É comum depararmos com a idéia de que a ciência reproduz uma verdade comprovada, irrefutável e infalível. Dar a algo a qualidade de científico equivale a atestar a sua veracidade inquestionável. A Matemática, por exemplo, é comumente compreendida como um conjunto de verdades irrefutáveis. A Física, endeusada por Augusto Comte, seria o supra-sumo das certezas inquestionáveis e da racionalidade. Todavia, não é assim que a comunidade científica deve ver a ciência, pois, o conhecimento científico não é irrefutável e suas verdades são sempre provisórias, pois duram enquanto não são retificadas por uma nova teoria ou experiência.

No imbricamento destes dois argumentos L. Chevitarese nos apresenta esta síntese:

O desencanto que se instala na cultura é acompanhado da crise de conceitos fundamentais ao pensamento moderno, tais como “Verdade”, “Razão”, “Legitimidade”, “Universalidade”, “Sujeito”, “Progresso”, etc. O efeito da desilusão dos sonhos alimentados na modernidade se faz presente nas três esferas axiológicas por ela mesma diferenciadas: a estética, a ética e a ciência.

Pensando neste desencanto, talvez se possível defender que em nossa contemporaneidade, a época seja propicia a quebra de paradigmas. Voltaremos ao tema no final.

Neste momento, questionamos: Como são formadas estas verdades científicas provisórias? Para Thomas Kuhn uma teoria da ciência substitui outra precisamente quando “é um instrumento mais adequado para descobrir e resolver quebra-cabeças, mas também de alguma forma representa uma visão mais exata do mundo”. Com efeito, de forma geral, a cientificidade de qualquer estudo se efetiva através de uma abordagem teórico-metodológica rigorosa e reconhecida entre a comunidade cientifica. Junto a isto, se entende que uma verdade é cientifica quando seus resultados gerais e verdades provisórias são sustentáveis e utilizados nos vários planos da concretude da existência.
Partindo destas reflexões iniciais, é possível anotar que “qualquer coisa” pode ser estudada de forma cientifica, bastando cumprir o rigor e a pertinência necessários. Deste modo, a ciência – e o que conhecemos cotidianamente com pesquisa cientifica –, é de fato, uma atividade demasiado humana, como diria Nietzsche, portanto, sujeita a graves mudanças e reestruturações ao longo do tempo.
Novamente, segundo T. Kuhn, quando uma imensa mudança de paradigmas ocorre – e um possível reconhecimento cientifico da vida após a morte é uma dessas magnas mudanças –, isso acontece quando o “novo candidato deve parecer capaz de solucionar algum problema extraordinário reconhecido como tal pela comunidade [científica] e que não possa ser analisado de nenhuma outra maneira”. Ou seja, a vida após a morte somente começará a ser aceita cientificamente quando as teorias materialistas já não forem suficientes diante de novos fenômenos/aspectos observados.
Algo, portanto, pode legitimamente ser chamado de um estudo científico sobre vida após a morte se for suficientemente rigoroso e pertinente em termos teórico-metodológicos ao ponto de ser reconhecido como tal pela comunidade. Ao mesmo tempo em que resolve problemas nos vários planos das práticas acadêmicas. Nesse sentido, qualquer um que deseje demonstrar cientificamente que existe vida após a morte, precisa inexoravelmente antes, demonstrar que seus estudos podem legitimamente serem considerados científicos. Somente desta forma serão ouvidos, pois em termos simples, cientistas só dão ouvidos aos seus pares.
Não obstante, estudos sobre a vida após a morte apresentam problemas muito específicos, e problemas sérios. Trataremos disto agora.

Talvez estas dificuldades possam ser agrupadas em três campos: i. Quais tipos de pesquisas devem ser utilizadas e como torná-las realmente científicas; ii. O problema do preconceito dos estudiosos fortemente apegados aos paradigmas já estabelecidos. iii. Os estudos sobre a vida após a morte realmente estão ainda em uma fase pré-paradigmática. Silvio Chibene explica que para Kuhn:

A fase pré-paradigmática representa, por assim dizer, a pré-história de uma ciência, aquele período no qual reina ampla divergência entre os pesquisadores sobre quais fenômenos devem ser estudados e como devem sê-lo; sobre quais devem ser explicados e segundo quais princípios teóricos; sobre como os princípios teóricos se inter relacionam; sobre as regras, os métodos e os va¬lores que devem direcionar a busca, a descrição, a classificação e a explicação de novos fenômenos, ou o desenvolvimento das teorias; sobre quais técnicas e instrumentos podem ser utilizados, quais devem ser utilizados etc. Enquanto predomina tal estado de coisas, a disciplina ainda não alcançou o estado de genuína ciência.

Ou seja, não existem acordos epistemológicos no concernente a estes estudos. Não obstante, acompanhando Silvio Chibene, gostaríamos de enfatizar aqui – e é preciso deixar muitíssimo claro tal ponto –, que pesquisas não se dividem, em dois tipos: cientificas e não cientificas. Na verdade, talvez se possa falar que quando o tema pesquisado pode suscitar quebra de paradigmas da magnitude sobre a qual aqui estamos tratando, os pesquisadores sempre são considerados de alguma forma pioneiros. Isso se dá porque estas ousadias envolvem a construção de novos métodos, problemas e objetos em face de pretensões desta grandeza.
Talvez, uma das lições que o pensamento de Kuhn oferece é que nós não devamos em última instância ter compromisso com nenhuma ciência, mas antes, temos que assumir compromisso com a “verdade”. Com isso, imaginamos agora quantos de vocês, presentes nesta sala, estão abertos para ajudar pesquisadores de vida após a morte, e não somente criticar “ingenuamente” (ou amargamente) suas reais e grandes fragilidades teórico-metodológicas típicas de pesquisas incipientes. Enfatizamos, é forçoso reconhecer com pertinente acuidade teórica esforços de pioneirismo científicos.
É claro que mesmo pesquisas pioneiras devem – além de tentar apresentar todo rigor aqui já comentado –, se basear em protocolos tradicionais. Não obstante, é possível situar em favor destes pioneiros que, mesmo estas exigências são relativas, pois de fato, há um momento nas ciências de ineditismo. Sobretudo, gostaríamos de situar ainda outra vez, que isso deve correr quando o que está em jogo é uma imensa e multidisciplinar quebra de paradigmas. Esta postura mais aberta, a nosso ver, deve ser o grande norte, a incontornável pedra de toque, para quem não deseja cometer crimes de lesa ciência.
Por fim antes de passarmos para outra parte da palestra, esperamos que tenha sido esclarecido igualmente que, em ciências, não se faz necessário inexoravelmente evidências extraordinárias para alegações extraordinárias como alguns falsos céticos gostam de argumentar. Claro que resultados extraordinários são bem vindos. Em termos metafóricos, ninguém em sã consciência irá negar que o suposto animal pé-grande enjaulado é melhor do que vinte boas evidências de que ele existe. No entanto, seria anticientífico dizer que não existiria absolutamente nada por aí em face das mesmas vinte boas evidências. E se, em vez de vinte, forem trinta boas evidências, e a existência de tal animal ainda ajudar a explicar uma série de outras ocorrências misteriosas correlatas, é melhor pensar em preparar a jaula. Kuhn afirmou que às vezes, para uma mudança de paradigma faz-se necessário toda uma nova geração de estudiosos olhando para os problemas de forma mais imparcial, menos “dogmática”, portanto.
Através dos argumentos supracitados é plausível situar que as pesquisas não se dividem apenas entre as que podem apontar a existência de vida após a morte, e as que não podem sugerir a realidade da vida após o colapso da matéria. Entendemos aqui que existe ainda um terceiro tipo: pesquisas que podem ter uma explicação materialista dentro do macro-paradigma atual, ao mesmo tempo em que sugerem a possibilidade sobrevivencialista, enquanto explicação igualmente possível.
Em suma, é muito fácil criticar pesquisas realmente incipientes, mas a nosso ver, devemos ter a competência cientifica de observar os sinais dos tempos que indicam inícios de quebra de paradigmas. A própria existência de uma disciplina como esta que vocês estão fazendo é um desses sinais. É extremamente provável que agora nós estejamos diante de uma platéia intelectualmente heterogênea. E, em face da observação de Kuhn, imaginamos quantos entre vocês morreriam sem aceitar a vida após a morte, ou PSI como cientificamente demonstradas, mesmo em face de acúmulos de novas evidências realmente cientificas. Esperamos que não muitos.
E aqui avançamos para a segunda parte da problemática que cerca nossa palestra perguntando: Quais pesquisas estão sendo feitas cujas conclusões devam levar em consideração como hipótese ou mesmo melhor explicação a vida após a morte? Afinal, de onde sairão as equações ou experimentos que declararão cientificamente aceita a vida após a morte, forjando o necessário acordo acadêmico? Será a Psicologia, a Física, a Química que estarão na linha de frente das mudanças? Acreditamos que uma mudança desta magnitude, só irá ocorrer através de fortes iniciativas interdisciplinares. E que não somente uma, mas várias comunidades de cientistas deverão aceitar, portanto, o novo macro conhecimento. Quando falamos sobre estudos de vida após a morte, destacaremos três tipos e, esperamos ter deixado claro que, a nosso ver, todos se encontram em uma fase mais ou menos pré-paradigmática. 1. Os estudos sobre PSI; 2. Os estudos sobre lembranças espontâneas ou provocadas de vidas passadas; 3 Os de transcomunicação.
Tomando o primeiro recorte, sobre as fronteiras da psiquiatria e espiritualidade, Silvio Chibene afirma:

Casos típicos são as relações entre saúde mental e espiritualidade, principalmente nas situações que envolvem as chamadas “experiências anômalas” e os “estados alterados de consciência”.2 Nesses casos, há discordância sobre quase tudo, a começar pela própria realidade dos fenômenos. Admitida essa realidade, não há unidade de vistas sobre os padrões e as condições em que se apresentam e, sobretudo, sobre sua explicação. Não há, pois, nenhum enfoque teórico único direcionando a pesquisa, o que configura uma típica situação “pré-paradigmática”.

E fragilidades em quaisquer áreas do conhecimento são exatamente os pontos epistemológicos isolados e testados. E, caso não passem no teste, as áreas são quebradas ou modificadas. Pois, segundo Thomas Kuhn, de forma geral, quem desejar que seu novo paradigma seja aceito tem que demonstrar que eles “são capazes de resolver os problemas que conduziram o antigo paradigma a uma crise”. Deste modo, a psicologia parece promissora porque estes furos/ausências em seus próprios núcleos teóricos atualmente são testados através de importantes trabalhos dos estudiosos de PSI e dos investigadores de médiuns.
Com efeito, em palestras como esta, somos obrigados a situar somente dois grandes aspectos destas pesquisas sobre vida após a morte e PSI: 1. Realmente existem evidências cientificas mais do que suficientes para que estudos sobre PSI e vida após a morte seja levados muitíssimo a sério. 2. Ninguém sabe os limites de PSI, portanto, não é possível aferir fortemente se as forças anômalas são de algo interno (“mente/soma?”) ou externo (um “espírito?”, p. ex.,). Perdoem-nos por citar experiências pessoais, mas com elas, igualmente, entendemos que permeando estes dois eixos, a fragilidade de alguns conceitos como, por exemplo, o de “inconsciente”, nos parecem portas de estudo que podem levar a caminhos nunca trilhados. Tal conceito, nos parece um misterioso “deus ex machine” que tudo explica, sem explicar bem ele mesmo. Para alguns estudiosos, o inconsciente guarda as impressões de vidas passadas e não somente, aquilo que é concernente a esta vida.
Tendo em vista os meandros até aqui percorridos, gostaríamos de sugerir que os psicólogos desta área não podem deixar de fomentar estudos cujas naturezas são fortes o suficiente para quebrar ou resignificar paradigmas. Ou seja, devem focar, sobretudo, estudos que possibilitem verificar a veracidade dos eventos anômalos e da vida após a morte.
Hermínio de Miranda que, há décadas, realiza experimentos com regressão de memória e, sem dúvidas, estudou com acuidade a obra de Freud, afirma:

No conceito de inconsciente, por exemplo, falta um elemento vital ao seu entendimento: o das vidas sucessivas. Freud partiu aqui de um principio válido, aliás, inescapável, – o de que a gênese de nossos problemas emocionais está em nós mesmo ou, melhor ainda, em nosso passado. (...) a intuição de Freud passou pertíssimo, Ele até usou palavras-chave como regressão e fixação, repressão e trauma.

Talvez os futuros psiquiatras aqui presentes se deparem com eventos que os façam recordar tais considerações. Se for o caso, nos estudos de fenômenos anômalos talvez seja extremamente importante testar a intencionalidade, o livre arbítrio e a capacidade erudito-intelectiva dos fenômenos, enquanto dados que podem contribuir para a solução do problema dos limites de PSI e do conceito de inconsciente.
Pensado com T. Kuhn, se alguém deseja demonstrar, que aquilo que chamamos de inconsciente possuiu “conteúdos” de outras reencarnações, estas pessoa deve argumentar e explicitar que, através desta mudança, tal conceito se adequaria melhor com todos os fenômenos observados. Igualmente, os resultados técnico-práticos desta reconceituação devem ser mais eficientes do que antes, abrindo ainda perspectivas reais para solucionar vários e, mesmo, novos problemas próximos. Entre estes problemas podemos apontar a questão da dissociação de múltiplas personalidades.
Neste momento, já é possível tocar nas pesquisas sobre lembranças espontâneas ou provocadas de vidas passadas. Quando alguém relata que possuiu lembranças de vidas passadas, sobretudo, crianças. E os pais descobrem, de forma impressionante, que estas lembranças podem ser verificadas em termos de pesquisas empíricas, a questão fundamental passa a ser qual a melhor explicação para o fenômeno, e não se o fenômeno realmente acontece. De forma geral, os céticos sérios só podem argumentar que a criança acertou os fatos narrados a partir de dois eixos: a) ela obteve as informações de algum modo; b) foi um acaso. A segunda parece estatisticamente improvável. Atenção, não dissemos impossível. Já a primeira nos parece bastante instigante, pois diante de centenas de estudos de casos realmente impressionantes, defendemos que não existem muitas razões epistemológicas (incluindo a navalha de Ockham) para não ampliar as hipóteses admitindo, – nem que seja, com menor possibilidade –, que as supostas memórias das vidas passadas são reais. Aqui, acreditamos ser fundamental que estes pesquisadores aprimorem cada vez mais suas técnicas de coletas de dados.
Enfocando, neste momento a transcomunicação instrumental, os pesquisadores que se dedicam a estes trabalhos alegam que gravam vozes de mortos e que, em tais sons, é possível aferir que eles: passam informações muitos pessoais; são vozes humanas; são vozes fisicamente/somaticamente semelhantes as dos mortos. Estas pesquisas me parecem muito promissoras, por terem uma base experimental empírica relativamente fácil de aferir. Aqui, a antiga dicotomia entre ciências duras e humanas parece favorecer os ousados pesquisadores que afirmam conseguir provar que os mortos se comunicam. Tais estudiosos alegam, pois que já existem meios técnico-científicos suficientes para demonstrar a veracidade de suas conclusões. Nesse sentido, não se tratam de persistir com a presença de hipóteses “ad hoc” inverificáveis para sustentar pontos nebulosos. Ao contrário, os supostos dados vocais anômalos podem ser testados “antes mesmo” de serem teoricamente obscuros. Em termos simples, os transcomunicadores podem tentar pericialmente sustentar que as vozes são de mortos, enquanto lidam com os outros problemas teóricos desta empreitada. Mas se isso é um fato, perguntamos a vocês: Porque estes estudos ainda são marginais? Esta pergunta fica para a reflexão dos senhores.
Em contrapartida é lícito vocês também perguntarem que, se além do amplo rigor teórico-metodológico, existe mais algum procedimento fundamental para se estudar cientificamente vida após a morte. Respondemos afirmativamente.
Estes fenômenos, enquanto objetos de estudo, gostam de dificultar certos pressupostos considerados genericamente importantes para o labor científico como a necessidade de repetição controlada em condições rigorosas. Novamente, pedimos perdão por falar sobre elas, mas diante de nossas experiências pessoais, defendemos que quem almeja estudar cientificamente a vida após a morte, deve se assemelhar aos caçadores de tornados que não esperam que tais fenômenos ocorram em seus quintais; antes ao contrário, estão epistemologicamente conscientes das peculiaridades de seu objeto de estudo. Com efeito, me parece que este raciocínio é válido para o estudo da maioria dos fenômenos anômalos. O que desejamos dizer é: Tais pesquisadores devem estar trabalhando onde os fenômenos anômalos parecem surgir mais freqüentemente.
Talvez alguns entre vocês tenham anotado que em nenhum momento falei sobre temas teológicos ou metafísicos. Obviamente, tais questões são incontornáveis quando o assunto é vida após a morte. Cedo ou tarde se unirão ao bojo das pesquisas e, parece claro, que estarão engendrados em um largo debate ético-religioso. Não obstante, gostaríamos de sustentar aqui que, em nossa contemporaneidade, é absolutamente possível estudar a vida após a morte sem tais elementos, pelos menos a priori. Estamos realmente convencidos que, diante dos avanços teórico-metodológicos das pesquisas a cerca da vida post-mortem e, sobretudo, em face da supracitada necessidade de aceitação paradigmática deste novo tema pelas comunidades cientificas, é melhor que estes elementos venham depois.
Em se aproximando do fim, gostaríamos de cumprir o que prometemos inicialmente e falar porque pesquisas após a morte nos parecem fundamentais. Para uma platéia de médicos iremos nos concentrar majoritariamente no âmbito da saúde.
Estamos convencidos que estudar a vida após a morte, obtendo resultados científicos sobre sua realidade, significa desvelar uma imensa gama de possibilidade teóricas que, irão afetar diretamente a vida humana. Sobretudo, se for verdade, que nosso tempo, realmente é propício a quebra de paradigmas como gostamos de acreditar. Claro, que é extremamente difícil estabelecer metanarrativas planetárias, mas apostaríamos todas as nossas fichas que, tal evento afetaria grandemente as idéias de todos os cidadãos não alienados do planeta. Sem falar que ter ciência da existência cientifica de uma sobrevivência além da matéria seria apenas o começo de múltiplos experimentos complementares como, p. ex., aperfeiçoar a própria comunicação entre os dois planos de vida. Mas, tentando não ir longe com a arriscada futurologia, uma coisa parece mais palpável de início. A nosso ver, as ciências, como a medicina, são meios que buscam, ou deontologicamente devem acarretar melhorias para a existência humana. Estamos fortemente convencidos que o conhecimento realmente liberta. E, ao contrário do que alguns “pós-modernos” querem pregar, gostamos de acreditar ser possível, sob vários aspectos, afirmar que o conhecimento humano de alguma forma progride e, por assim dizer, devemos promover estas mudanças. Deste modo, mesmo que todos os médicos não se tornam especialistas na vida após a morte, parece coerente prever que, neste panorama futurista, todos irão dedicar mais cuidados não apenas com corpo material, mas com todos os aspectos das existências (material/e post-mortem). Fortalecendo ainda mais os laços com outras áreas do conhecimento. Nesse sentido, focar a morte e situá-la enquanto objeto científico, no limite, implica fortalecer a belíssima e sacra missão de todos os seguidores de Hipócrates: salvar e melhorar vidas.

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Palestra apresentada para os estudantes de medicina da Universidade Federal do Ceará em Dezembro de 2009.
Cf. SUZANA, Marly da C. Magalhães. BARRETO, José Anchieta E.. O Discurso Epistemológico: modernos e pós-modernos. p. 212-213.
Consideramos que certos estudos sobre PSI estão intimamente entrelaçados aos estudos sobre vida após a morte, portanto, este tema será igualmente privilegiado. Sobre PSI deve ser esclarecido: “Os fenômenos Psi ou parapsíquicos remontam à história do próprio homem, porém, o início do seu estudo científico é atribuído às pesquisas pioneiras do eminente Químico e Físico William Crookes, em 1872. A partir de seus estudos, que deram grande evidência aos fenômenos, vários cientistas envolveram-se com o que, na época, chamava-se de Pesquisa Psíquica e, posteriormente, de Metapsíquica. Todos esses brilhantes pesquisadores foram acusados, discriminados e "excomungados" do meio científico. Como resposta a essa exclusão científica, surgiu, em Janeiro de 1882, a SPR (Society for Psychical Research - Sociedade para Pesquisa Psíquica) de Londres, que tinha como objetivo estudar o mesmerismo e o hipnotismo; as curas paranormais; a clarividência; a transmissão do pensamento; a mediunidade física e mental; as aparições e assombrações. Já em 1884, surge a filial norte-americana da SPR a ASPR (American Society for Psychical Research). O período compreendido entre 1882 e 1930, o qual ficou também conhecido como Era Heróica, é caracterizado principalmente pela pesquisa qualitativa de casos espontâneos ligados, na sua maioria, à questão da sobrevivência da alma após a morte física. Os sujeitos investigados eram Médiuns e/ou Psíquicos brilhantes que geravam fenômenos de efeitos físicos incríveis, tais como a materialização de corpos e objetos, ou a levitação de objetos e, às vezes, dos seus próprios corpos. Cientistas dos mais eminentes tentaram comprovar a existência desses fenômenos diante de uma comunidade científica que os negou terminantemente. A sua aceitação implicaria em mudanças radicais no sistema de crenças e paradigmas da época. Além disso, algumas tentativas de fraude por parte de alguns médiuns serviram para que esses fenômenos fossem genericamente desacreditados.” Cf. SILVA, Fabio Eduardo da. Contextualização da Parapsicologia: definição, fenômenos, histórico, pesquisas e tendências. p. 4.
GOVEIA, Ricardo. A Verdade na Filosofia. p. 17.
BELLO, Rodrigo. A Questão da Verdade Cientifica. p. 1.
CHEVITARESE, L. “As ‘razões’ na Pós-modernidade”. p. 1.
KUHN, Thomas S. A estrutura das revoluções cientificas. p. 253.
KUHN. Thomas S. A Estrutura das Revoluções Cientificas. p. 212.
CHIBENE, Silvio. Investigando o desconhecido: filosofia da ciência e investigação de fenômenos “anômalos” na psiquiatria. p. 3.
Sobre as afirmações deste parágrafo, Cf. KUHN, Thomas S. A Estrutura das Revoluções Cientificas. p. 190-197 e passim.

Para Alexandre Moreira: “Quando se procuram evidências a favor de uma dada hipótese, é preciso ter em mente qual grau de certeza se deseja alcançar. Importante ter em mente que não é possível encontrar a comprovação cabal e definitiva de qualquer hipótese em qualquer ciência, inclusive na física (Chalmers, 1997; Popper, 1963). Esta ingenuidade epistemológica, a busca de uma prova definitiva, tem permeado o discurso de vários pesquisadores que comentam as pesquisas de sobrevivência postmortem (Moreira-Almeida, 2006). Assim, o que se deve esperar das pesquisas científicas é o acúmulo de evidências a favor ou contrárias a uma dada hipótese.” MOREIRA-ALMEIDA, Alexandre. É possível estudar cientificamente a sobrevivência após a morte? p. 5.
Cf. KUHN. Thomas S. A Estrutura das Revoluções Cientificas. p. 215.

CHIBENE, Silvio. Investigando o desconhecido: filosofia da ciência e investigação de fenômenos “anômalos” na psiquiatria. p. 3.
KUHN, Thomas S. A Estrutura das Revoluções Cientificas. p. 193.

A parapsicologia pode ser definida “como o campo cientifico voltado a investigar certos eventos associados com experiências humanas. Essas experiências são denominadas anômalas visto que são difíceis de explicar dentro dos parâmetros de tempo, espaço e energia da ciência vigente” Cf. SILVA, Fabio Eduardo da. Contextualização da Parapsicologia: definição, fenômenos, histórico, pesquisas e tendências. p. 1.
MIRANDA, Hermínio de. A memória e o Tempo. p. 163.

Eduardo F. da Silva afirma que: “Dentre as muitas controvérsias as quais a parapsicologia esta envolvida, talvez a mais antiga, atual e importante diga respeito a se os fenômenos por estudados ela realmente existem ou não. Com base nas técnicas Meta-analíticas aplicadas aos experimentos psi podemos afirmar que tanto a ESP como a PK existem. Ou seja, a base de dados estatísticos acumulados sobre esses experimentos oferece uma evidência científica muito forte a favor da hipótese psi. Essa evidência experimental vem a confirmar muitos dos dados das pesquisas de levantamento e de campo. Isso não significa dizer que exista um consenso a esse respeito. Os intermináveis debates científicos entre os céticos e os parapsicólogos, ou mesmo entre esses últimos, revela que estamos longe de resolver essa questão. Já com relação aos fenômenos sugestivos da hipótese da sobrevivência da consciência após a morte física, as controvérsias e debates se intensificam imensamente. A dificuldade de verificar alguns desses fenômenos experimentalmente sem que se possa excluir muitas hipóteses explicativas, dificulta em muito um avanço na sua compreensão. Alguns deles inclusive, não são passíveis de verificação experimental.” SILVA, Fabio Eduardo da. Contextualização da Parapsicologia: definição, fenômenos, histórico, pesquisas e tendências. p. 3.
Cf. MIRANDA, Hermínio de. A memória e o Tempo. p. 45-46 e passim.
Estamos pensando, p. ex., nos trabalhos de Ian Stevenson que podem ser observados no site: http://www.healthsystem.virginia.edu/internet/personalitystudies/ Em língua portuguesa recomendamos:
STEVENSON, I. Metade de uma carreira com a paranormalidade. Revista de Psiquiatria clinica 34 (supl.1): 150. Disponível em: www.hoje.or.br/site/artigos
A transcomunicadora Sonia Rinaldi alega: “(...) No caso da Transcomunicação, exaustivamente essa segunda hipótese fica descartada, por uma série de fatores que não arrolaremos para não nos estendermos. Mas sumarizamos dizendo que as Vozes que gravamos falam de coisas que ninguém sabia, dão nomes de pessoas, cidades de origem, etc., que o transcomunicador nunca ouviu falar. Filhos falecidos mencionam peculiaridades que só a família sabe, etc. Não há a menor possibilidade de ser produto da mente de alguém. Necessariamente, os contatos mostram que estamos em contato com seres que já partiram”. NETO, Manoel Fernandes. Reportagem: Vida após a morte será tema de dissertação na PUC de São Paulo. p.1.
H. F. Japiassu sobre a nossa contemporaneidade e, refletindo a cerca de certas crises políticas e das categorias de racionalidade ocorridas na metade do século XX, percebe: “(...) Com a emergência dos totalitarismos, o desmoronamento das ideologias de esquerda e o declínio da mitologia do Progresso, vivemos um momento histórico caracterizado pela evanescência dos conflitos social, político e ideológico. Nosso mundo pode ser caracterizado por uma tríplice recusa: 1. da visão global da História como progresso ou emancipação, conduzindo os indivíduos a adotarem uma atitude de profundo agnosticismo político; 2. da idéia de uma razão uniforme e universal, levando os indivíduos a não saberem mais se devem ou não pensar ou a acharem que se equivalem todos os modos de pensar; 3. da diferenciação estrita das esferas culturais (arte e filosofia, por exemplo), levando os indivíduos a acreditarem que podem ser fundidas na base de um princípio único de racionalidade ou de funcionalidade. Cf. JAPIASSU, H, F. A Crise na Razão no Ocidente. p. 3.


Referências:
1. BELLO, Rodrigo. A Questão da Verdade Cientifica. Disponível em: http://rodrigobello.wikidot.com/a-questao-da-verdade-cientifica-bartira-santos Acesso em: 05.12.09
2. BERTRAND, S. A Razão no século XX. Tradução de Mario Pontes. Brasília: UNB, 1998.
3. CHEVITARESE, L. As ‘razões’ na Pós-modernidade. Análogos. Rio de Janeiro: Booklink, 2001.
4. CHIBENE, S. S. & Moreira-Almeida A. (2007). Investigando o desconhecido: filosofia da ciência e investigação de fenômenos “anômalos” na psiquiatria. Revista de Psiquiatria Clínica 34 (supl 1):8-16. Disponível em: www.hoje.org.br/site/artigos Acesso em: 05.12.09.
5. SILVA, Fabio Eduardo da. Contextualização da Parapsicologia: definição, fenômenos, histórico, pesquisas e tendências. p. 1. Disponível em: http://www.unibem.br/livres/arquivos/Parapsicologia.PDF Acesso em: 09.10.09.
6. JAPIASSU, H. F. A crise na razão no Ocidente. Revista Eletrônica Sinergia, 2000. Disponível em: http://www.sinergia.spe. Acesso em: 2 fev. 08
7. MIRANDA, Hermínio de. A memória e o Tempo. 4º. Edição. Publicações Lachâtre, 1994.
8. KUHN, T. S. (1970). The structure of scientific revolutions (2nd ed.). Chicago, IL: University of Chicago Press.
9. KUHN, T. S. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva, 2007.
10. MOREIRA-ALMEIDA, Alexander. É possível estudar cientificamente a sobrevivência após a morte? Capítulo publicado em: Incontri, D. & Santos, FS. A Arte de Morrer visões plurais. (pag. 36-44) Bragança Paulista, SP. Editora Comenius, 2007.
11. NETO, Manoel Fernandes. Reportagem: Vida após a morte será tema de dissertação na PUC de São Paulo. Disponível em: http://www.novae.inf.br/site/modules.php?name=Conteudo&pid=1242. Acesso em: 05.12.09.
12. STEVENSON, I. Metade de uma carreira com a paranormalidade. Revista de Psiquiatria clinica 34 (supl.1): 150. Disponível em: www.hoje.or.br/site/artigos Acesso em: 06.10.09
13. SUZANA M. C. M.; BARRETO, J. A. (Org.). O discurso epistemológico: modernos e pós-modernos. Fortaleza: Imprensa Universitária – UFC, 2003.
14. WADOMIRO, J. S.. Interpretação, razão, ceticismo. In: LUIZ, P. R.; WADOMIRO, J. S. (Org.). Razão mínima. São Paulo: Unimarco, 2004.






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terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Pesquisas sobre a sobrevivência da alma

De Mauricio Mendonça
(Publicado no Jornal da FEEC de Novembro de 2009)

O grande momento das experimentações cientificas dos fenômenos mediúnicos deu-se entre meados do século XIX e início do XX. Naquele período, encontramos grandes nomes de pioneiros, incluindo várias figuras da SPR (Society for Psychcal Research), de Londres. Os fenômenos estudados eram, basicamente, os macros, de efeito físico, tais como, materializações, moldes em parafina, voz e escrita diretas etc.
Como andam as pesquisas sobre a sobrevivência da alma, hoje em dia? Será que se confirmam os resultados atingidos por aqueles pesquisadores?


Muitos espíritas consideram que tais "repetições" não são necessárias, pois esses fenômenos já foram devidamente comprovados e repeti-las seria pura perda de tempo e esforço. Outros consideram importante que as pesquisas continuem, até que não haja mais nenhuma dúvida quanto à realidade dos fenômenos. Muitos céticos também acham perda de tempo, pois é "obvio" que não existe nada a ser demonstrado, pois fantasmas não existem.

Forçoso é reconhecer que a realidade de tais fenômenos ainda está longe de ser aceita pela comunidade científica. Quando muito, alguns toleram a idéia; a maioria ignora-a. Ha quem diga que o problema é deles, e que isso se dá por algum tipo de preconceito ou outros motivos menos nobres. Prefiro pensar que nós espíritas é que , não tivemos a devida competência para terminar uma tarefa tão bem executada, a princípio.

E agora? O que fazer? Essa situação ainda poderá ser revertida? Claro, e começa com a conscientização de que temos a responsabilidade de incentivar e produzir pesquisas genuinamente científicas. Um exemplo desse tipo de ação foi a publicação de trabalho acadêmico, que trata de aspectos espirituais, comparando transtornos psicológicos com mediunidade e demonstrando, através de uma pesquisa rigorosa, que a mediunidade, dentro de um contexto espírita, não pode ser encarada como uma psicopatologia, pois ao contrário é uma atividade saudável.

Também poderíamos facilitar que pesquisadores sérios possam ter acesso a possíveis fenômenos, que ocorram nos centros espíritas, ou com médiuns específicos (evidentemente, permitir com critérios bem avaliados). A comunidade espírita também deveria olhar para esse problema, com mais "simpatia", e promover cursos, encontros, palestras, além de espaços como este em jornal tratando sobre temas exclusivamente científicos.

Neste canto, trataremos de pesquisas contemporâneas como as do falecido professor Ian Stevenson, que conseguiu desenvolver uma valiosa pesquisa sobre a reencarnação, estudando casos de crianças no mundo todo, que alegam ter tido outra existência. Essas lembranças, na opinião do autor, sugerem a ocorrência de reencarnação. Há, ainda, as do Prof Gary Schwartz, que desenvolve um interessante trabalho sobre a comunicação mediúnica dentro da universidade, além disso estão em curso, pesquisas sobre EQM (experiência de quase morte) e TCI (transcomunicação instrumental).

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quarta-feira, 23 de setembro de 2009

O Gato de Cheshire

Por Eduardo Lima

Neste artigo, escolhemos tratar de duas questões: A atualidade das teorias espíritas em um âmbito epistemológico e dos esforços necessários à aceitação destas teorias pela comunidade acadêmica. Isto posto, percebemos que, questionar se as teorias kardecistas são epistemologicamente atuais, é o mesmo que perguntar até que ponto “qualquer” produção cientifica do século XIX é atual, assim como, antes disso, – e, ou entrelaçado a isso –, é preciso saber das reais possibilidades de se considerar o kardecismo como uma produção cientifica, assim como os caminhos necessários a esta mudança.

I. Gostaríamos de partir do principio, e consideramos isto inquestionável, que a obra de A. Kardec seguiu os rigores metodológicos de sua época. Ele, um cientista social erudito e rigoroso, dotado de grande capacidade, em sua obra doutrinária seguiu os mesmos princípios teórico-metodológicos das obras acadêmicas assinadas com seu nome de batismo. Redundante, mas sempre necessário lembrar que estes trabalhos de juventude, diga-se, alcançaram um imediato e grande reconhecimento entre seus pares.

Assim, se aceitarmos que o Espiritismo foi codificado, repetimos, dentro do padrão cientifico de sua época, já podemos dar um passo além e tentar analisar se ele envelheceu. E, se sim, em quais aspectos isso ocorreu? Antes de respondermos temos que deixar claro algumas coisas: Esta palavra: envelheceu, do modo como foi utilizada aqui, com certeza não é a mais correta, eu a repeti para fins didáticos. O que aconteceu foi que, de modo geral, ocorreu uma crescente transformação teórico-metodológico que, por critérios extremamente difíceis de se definir, podem de forma grosseira, neste artigo, serem chamados de novos (e os que foram substituídos de velhos). Para o leitor menos familiarizado com as teorias do conhecimento, pode-se colocar o mesmo raciocínio de outra forma: se formos absolutamente ortodoxos e, por assim dizer, fechados aos paradigmas já emergentes, e forçoso dizer que, sob os aspectos operacionais (metodológicos) – e, naturalmente, estritamente acadêmicos –, o Espiritismo, como tudo que foi produzido em sua época, sofreu com as novas teorias. Assim, é somente neste sentido bem especifico que entendemos estas noções.

Por outro lado, se formos “mais abertos” as mudanças, podemos com certeza, já afirmar que: o Espiritismo em seu bojo teórico, como alguns pensadores defendem brilhantemente (e nos encontramos entre estes), apresenta uma atualidade, impressionante. Voltaremos a isso mais adiante.

Aqui fazemos uma pequena lembrança à imensa “abnegação” intelectual do mestre de Lion ao deixar uma reconhecida carreira exclusivamente acadêmica para dar sua grande contribuição para a humanidade. Ficamos questionando... Quantos de nós faríamos o mesmo?

À época de Kardec (bem antes da crise dos racionalismos), o positivismo era o paradigma dominante, embora se deva dizer que, este positivismo não era praticado de forma uniforme. Acreditava-se no progresso humano, na evolução por assim dizer (mesmo antes de K. Marx), na cognição humana, pensava-se que a ciência iria solucionar todos os problemas do homem, por “fim” acreditava-se na razão. Aqui já cabe pontuar que o empirismo, aliado do positivismo da época de Kardec, é, e tem sido ou foi, repensado (não disse aceito), nos moldes atuais, com seriedade, por homens da estatura de Karl Popper, Ernest Gellner, William James e John Dewey, tomando a forma de neopositivismo para alguns filósofos. Desta forma, e voltando ao raciocínio do início do primeiro parágrafo, consideramos que seria ignorar os fatos e a brilhante biografia intelectual de Kardec não aceitar que, em sua codificação, ele aplicou os conceitos científicos da época, que, como já introduzido, estão sendo revisitados atualmente.

Devemos ainda trabalhar com o fato de que a obra kardecista, infelizmente em nossa opinião, com o passar das décadas, assumiu mais e mais um caráter de não ciência no âmbito que, nesse sentido, realmente importa: o acadêmico. Sabemos que muitos não gostam de serem lembrados disto.

Hoje, desconfiamos que o Espiritismo como ciência, tenha sido levado mais a sério à época de sua elaboração do que atualmente, apesar dos brilhantes esforços feitos em todo o mundo por uma gama de cientistas que ja trabalham com a possibilidade da existência ou, até mesmo, com os “mesmos” critérios teóricos de Kardec em sua base espistemológica.

Hoje, sabe-se que todas as áreas do conhecimento humano do século XIX “envelheceram” mais ou menos, e sobrevivem em termos teóricos pior ou melhor. Aliás, algumas áreas que detinham o estatus de ciência, hoje, encontram-se ameaçadas de perdê-lo. – Estamos pensando na Psicologia, por exemplo, e em seus “embates” com a Psiquiatria.

Sendo ainda mais abrangente, hoje, todas as disciplinas, em última instância teórica, estão frágeis e, essa crise de racionalidade, pode ser vista por vários lados. Assim, se, a obra de Kardec “já estando” reconhecida como ciência aos moldes da época de D. Pedro II, “envelheceu”; isso ocorreu porque tudo “envelheceu”.

Guardando as diferenças transparadigmáticas; como os marxistas, os kardecistas devem ter a mesma visão, ter Kardec como base, e não como fim em si mesmo, o que aliás, o magnífico codificador, deixou bem claro.

Diante de tudo o que foi dito fica outra questão fundamental até aqui apenas introduzida, que agora será observada com maior acuidade: até que ponto a obra de Kardec estava além de seu tempo?

Seria fácil afirmar, – e verdadeiro –, que devido a já supracitada crise dos racionalismos que vivemos, tudo hoje em dia pode ser estudado cientificamente, desde que haja um método academicamente aceito. No entanto, sem recorrer a essa avenida teórica, acreditamos ser possível enquadrar o Espiritismo, perfeitamente, em um modelo teórico atual. A “questão correta” a ser debatida e ampliada é essa, indo muito além da simplória afirmação de alguns antagonistas que não estudam muito: espiritismo não é ciência e sim religião. Já existem trabalhos que buscam esse enquadramento. A obra, ainda em construção de S. Chibeni, por exemplo, lança grandes luzes nesse sentido.

Esse autor, tomando como uma de sua bases, o brilhante filósofo Imre Lakatos, defende que o Espiritismo já foi codificado por Kardec com todas as características metodológicas de um atual programa de pesquisa completamente exeqüível e academicamente aceito. Em seu bojo hipotético o Espiritismo, teria linhas mestras bem delimitadas e claras, assim como Kardec, já sabia, no seu século, da necessidade de um conhecimento ser heuristicamente progressivo.

Assim, se S. Chibeni estiver correto, como nós defendemos que está, todo o corpo paradogmático espírita guarda uma certa atualidade impressionante.

II. Um pensador e poeta, disse que, nesta era de crise das racionalidades os pensadores do saber quando refletem sobre o conhecimento se assemelham a Alice (da obra: Alice no País das Maravilhas) quando se vê de frente com o gato de Cheshire e trava o seguinte diálogo:

– Podia me dizer, por favor, qual o caminho para sair daqui?
– Isso depende muito, do lugar para onde você quer ir – disse Gato.
– Não me importa muito onde... – disse Alice.
– Nesse caso não importa para onde você vá – disse o Gato.
– Contanto que eu chegue a algum lugar – acrescentou Alice como explicação.
– É claro que isso acontecerá – disse o Gato – desde que você ande durante algum tempo.

Nesta estória, nos parece que se os estudiosos espíritas se recusarem a dialogar com o mundo acadêmico, infelizmente, estarão (como os pensadores do saber) no papel de Alice. Alguns defendem que o movimento não esteja se dedicando tanto a sua parte cientifica como orientou Kardec (aqui deixo ao leitor esta questão).

Quais seriam os caminhos necessários a solução deste possível impasse?

Nós, que somos espíritas, e compreendemos seus postulados, sabemos do universo interdisciplinar e transdiciplinar que emerge solidamente de sua singular base tripartite. Sabemos da imensa necessidade de elevação moral de nossa humanidade, mas... Como traduzir isso em termos academicamente aceitos de modo que, seja possível, uma aproximação mais rápida entre um conhecimento (que luta para seu próprio reconhecimento como tal) e as outras áreas já acadêmicas?

Segundo ainda o mesmo pensador supracitado, a humanidade uma ou duas vezes se transformou. Thomas Kuhn também discorre sobre isso de um ponto de vista epistemológico em sua obra: A Estrutura das Revoluções Científicas.

Nós, espíritas, acreditamos que uma revolução moral está vindo e estamos convictos de que será acompanha por uma cientifica sendo estas, sobretudo, complementares.

Nos parece que as dificuldades inerentes a realização deste processo foram vistas com extrema clareza por Thomas Kunh quando ele afirmou que:

(...) Cientistas muitas vezes agem como se estivessem mais interessados em impedir o progresso científico do que em promovê-lo (...).

Ele se torna mais claro ainda quando escreveu que:

(...) Essa substituição não ocorre de um modo rápido; o período de crise, caracterizado pela transição de um paradigma a outro, pode ser bastante longo. É compreensível que assim seja, já que cada um dos paradigmas estabelece as condições de cientificidade do conhecimento produzido no seu âmbito, e essas condições podem ser consideradas ridículas, triviais ou insuficientes, pelos defensores do velho paradigma, ou seja, os cientistas claramente comprometidos e educados à luz do paradigma anterior, que tudo fazem para impedir a substituição (...)

Nesse sentido, encontramos com precisão cirúrgica, se assumirmos que este grande pensador está correto, um dos grandes desafios do Movimento Espírita: lutar para acelerar este processo de mudança, fazendo com que o mundo científico aceite a existência do plano espiritual.

Cremos que fazer com que o Espiritismo consiga dialogar novamente com as academias seja um dos primeiros passos.

Somente é possível vislumbrar as magníficas altitudes que alcançaremos quando os estudos espíritas forem plenamente aceitos como acadêmicos. Kardec, com certeza, sabia do tamanho do impacto desta revolução, da imensa necessidade de sua realização e construiu, com extrema perfeição, a base que permitirá essas mudanças. Em nossa opinião e, como já observado (e teorizado) por S. Chibeni, essa base jamais estará superada – temos outros motivos em paralelo com os deste pensador que aqui não discorremos.

Até que ponto nós estamos lutando para que o Espiritismo seja aceito como um estudo acadêmico, e se, este processo de aceitação do Espiritismo como “saber cientificamente aceito”, está perto de seu término, é possível que os de fora do movimento que, por sua vez, se encontram dentro das academias saibam responder melhor do que nós. São eles que irão ampliar no final suas convicções.

No entanto, nos parece que ninguém está em condições de negar que, cada vez mais, a nossa pacífica luta também se encontra sendo travada dentro das academias, no território deles... E isso senhores, já diz muita coisa.

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Epistemologia é um ramo da filosofia que estuda a origem, estrutura, os métodos e a validade do conhecimento científico, enfocando mais os critérios de cientificidade e normatividade conjuntural elaboradas neste âmbito.

Sobre paradigma pensamos que, definir este conceito basicamente, seja dizer que ele representa os conteúdos de uma visão de mundo. Isso significa que as pessoas que agem de acordo com os axiomas de um paradigma estão unidas, identificadas ou simplesmente em consenso sobre uma maneira de entender e de agir a respeito de todo o mundo do conhecimento (na totalidade de seus aspectos).

Como crise dos racionalismos o leitor deverá entender: uma crise epistemológica, em que se anuncia a morte da ciência, da história e da filosofia; em que se desconstrói o sujeito, estabelece-se um vazio ético, e reduz-se toda verdade a mero discurso; quando a sombra do nada, a sombra nietzschena, a angústia e a sensação de impotência se estendem no mundo.

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Bibliografia:

CARDOSO, Ciro Flamarion. História e paradigma rivais. In: Cardoso & Vainfas, 1997.

Narrativa, sentido, história. Campinas, SP: Papiros, 1997.

EVANGELISTA. João E. Crise do marxismo e irracionalismo pós-moderno. São Paulo, editora Cortez, 1992.

KHUN, T. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva, 1975.

LIMA, Raymundo de. Educação no Brasil: o pensamento e atuação de José Mário Pires Azanha. 2005. 296f. Tese (Doutorado em Educação)–Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005.

LÖWY, M. As aventuras de Karl Marx contra o Barão de Münchausen. São Paulo: Busca Vida, 1987.

MAGEE, B. As idéias de Popper. São Paulo: Cortez, 1989.

POPPER, K. R. A lógica da Pesquisa científica. [trad. Leônidas Hegenberg e Octanny Silveira da Mota]. São Paulo: Cultrix, 1972.

_________. Lógica das Ciências Sociais. Rio de Janeiro - Brasília: Tempo Brasileiro e Ed. Universidade de Brasília, 1978.

_________. Um mundo de propensões. Lisboa: Fragmentos, 1988.

HOBSBAWN, E. Era dos extremos, o breve século XX, São Paulo, Companhia das Letras, 1995.

HOBSBAWN, E. Sobre História, São Paulo, Companhia das Letras, 1998.

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sábado, 25 de abril de 2009

Grande Mestre de Xadrez Falecido Enfrenta Victor Korchnoi



O homem na foto acima à esquerda (anexo) é, é Geza Maroczy, um enxadrista Húngaro, que já foi o terceiro no rank mundial (por volta de 1900), e que morreu em 1951. Na direita um renomado grande mestre da atualidade, Victo Korchnoi que travou disputas memoraveis com Anatoly Karpov e por muitos anos o numero 2 do Rank.

Recentemente (2006) foi publicado no Jornal da SPR britânica, um artigo de Wolfgang Eisenbeiss and Dieter Hassler titled, "An Assessment of Ostensible Communications with a Deceased Grandmaster as Evidence for Survival." ("Uma avaliação de comunicações ostensivas com um falecido grande-mestre como uma evidência para a sobrevivência"). A estória descrita, acredito, posiciona como a mais importante já registrada em 150 nos da história da pesquisa da sobrevivencia da alma humana após a morte.


Em resumo, Wolfang Eisenbeiss, Ph.D. pegou uma ideia de um conhecido. Eisenbeiss arranjou um medium, Robert Rollans, para viabilizar a competição. Rollans não sabia nada sobre xadrez e era tido por Eisenbeis como um indivíduo confiável.

Dr. Eisenbeiss, um entusiasta enxadrista amador, passou a procurar um Grande-mestre aqui do plano terreno, que aceitasse enfrentar um Grande-mestre do mundo dos espiritos. Mesmo com o risco do ridículo, Korchinoi aceitou o desafio. Então, Eisenbeiss pediu que o espirito-guia de Rollans encontrasse um Grande-mestre do mundo espiritual que se dispussesse a um confronto com um Grande-mestre do Plano-Terreno. Após uma busca, o espírito-guia de Rollans informou através de escrita automática (ou psicografia mecanica), que Maroczy havia aceitado o desafio do lado de lá.

O jogo foi realizado através de carta e começou em 1985. Devido a Korchnoi estar frequentemente viajando e competindo, a partida foi jogada em um pouco mais de 7 anos. Maroczy, que jogou num estilo "à moda antiga", abandonou após 47 jogadas. Rollans morreu 3 semanas após o termíno da partida.

Korchnoi fez o seguinte comentário sobre a qualidade dessa partida quando estava no 27o. lance:"Durante a fase de abertura Maroczy mostrou fraqueza. Ele jogou à moda antiga. Mas eu confesso que minha ultima jogada não foi muito convincente. Eu não estou certo que irei vencer. Ele compenssou as falhas da aberturas com um forte fim de jogo. No fim de jogo a habilidade de um jogador aparece e meu oponente joga muito bem."

Devido ao elemento tempo, céticos podem facilmente questionar aspectos do jogo em si. Mas Eisenbeiss também fez questionamentos a Maroczy sobre sua vida pessoal e torneios passados que forneceram muitas evidencias de comunicação do espírito.

Pelas mão de Rollans, Maroczy escreveu 38 páginas de informações biográficas em resposta à questões feitas por Eisenbeiss. Eisenbeiss então obteve os serviços de Laszlo Sebestyen, um historiador e perito em xadrez, para encontrar e verificar as informações fornecidas. Das 92 indicações feitas por Maroczy, Sebestyen, que pesquisou em registros de bibliotecas e entrevistou dois filhos e um primo de Maroczy, então pode confirmar 85 delas como factual. As 7 restantes podem ser fato, mas nenhum registro foi encontrado para confirmá-los.

Uma particular evidencia trocada entre Eisenbeiss e Maroczy (através de Rollans, claro) teve haver com um torneio em 1930. Eisenbeiss, que tinha encontrado um registro de uma partida, perguntou àMaroczy sobre um adversário que ele enfrentou, um italiano chamado Romi. Maroczy respondeu que nunca conheceu ninguem por esse nome, mas que ele enfrentou um homem chamado "Romih". Mesmo que os registro históricos mostrasse o nome como "Romi", Eisenbeiss encontrou a programação do torneio de 1930, em que o nome estava escrito como "Romih." Em algumas ocasiões as respostas eram transmitidas em idioma desconhecido do medium, por exemplo o Húngaro, lingua nativa de Maroczy.

Korchinoi em seu website observou: "O elemento humano, a falha humana e a [nobility] humana - estas são as razões pelas quais uma partida de xadrez são vencidas ou perdidas". Nesse caso, entretanto, pode ser muito bem ser dito que uma falha "fora de moda" do espirito que deu a vitória a Victor Korchinoi.

Veja a partida: http://www.winner.com.py/feparaj/PaginaNueva/Zenon/2006/20050417%20Articulo%20112/kortchnoi_maroczi.htm


Texto compilado com base nas seguintes fontes:

http://metgat.zaadz.com/blog/2007/5/the_ghost_v_viktor_the_terrible
http://jeff.zaadz.com/blog/2006/4/dead_chess_grandmaster_plays_victor_korchnoi
http://www.winner.com.py/feparaj/PaginaNueva/Zenon/2006/20050417%20Articulo%20112/Partida%20Memorable%20Kortchnoi_Maroczi.htm


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sexta-feira, 24 de abril de 2009

CUUE - Controle Universal do Ensino dos Espiritos

DEBATE DA LISTA EXISTEM-ESPIRITOS!?


KARDEC disse:

Essa verificação universal constitui uma garantia para a unidade futura do Espiritismo e anulará todas as teorias contraditórias. Aí é que, no porvir, se encontrará o critério da verdade. O que deu lugar ao êxito da doutrina exposta em O Livro dos Espíritos e em O Livro dos Médiuns foi que em toda a parte todos receberam diretamente dos Espíritos a confirmação do que esses livros contêm. Se de todos os lados tivessem vindo os Espíritos contradizê-la, já de há muito haveriam aquelas obras experimentado a sorte de todas as concepções fantásticas. Nem mesmo o apoio da imprensa as salvaria do naufrágio, ao passo que, privadas como se viram desse apoio, não deixaram elas de abrir caminho e de avançar celeremente. É que tiveram o dos Espíritos, cuja boa vontade não só compensou, como também sobrepujou o malquerer dos homens.

Os princípios acima não resultam de uma teoria pessoal: são conseqüência forçada das condições em que os Espíritos se manifestam. E evidente que, se um Espírito diz uma coisa de um lado, enquanto milhões de outros dizem o contrário algures, a presunção de verdade não pode estar com aquele que é o único ou quase o único de tal parecer.

(...) A opinião universal, eis o juiz supremo, o que se pronuncia em última instância. Formam-na todas as opiniões individuais. Se uma destas é verdadeira, apenas tem na balança o seu peso relativo. Se é falsa, não pode prevalecer sobre todas as demais. Nesse imenso concurso, as individualidades se apagam, o que constitui novo insucesso para o orgulho humano.


De: Eduardo Lima
Para: existem espíritos
Enviadas: Quinta-feira, 23 de Abril de 2009 14:27:07
Assunto: RE: Res: Res: Res: [existem-espiritos!?] Re: Espiritismo na Holanda e outras coisas

...vou escrever de novo.. : o controle nao é um controle da forma como vc deseja.. ele NAO IMPEDE NADA...e MUITO MENOS FOI CRIADO COM ESSE OBJETIVO... RESUMINDO .. ele nao funciona do modo com vc quer.. ELE É APENAS UM CONjUNTO DE "CRITERiOS SUBJETIVOS" (deontologicos) QUE PODEM SER UNIVERSALMENTE APLICADOS.. espiritos sempre irao falar o que desejaram .. fui claro? atenção VITOR: deontologico significa que DEVE ser.. NAO QUE OBRIGATORIAMENTE TEM QUE SER.. ASSIM SENDO ATENÇÃO ,.. se um espirito dizer que está vivo o que não existe reencarnação isso NAO TEM NADA a ver com o controle funcionar ou não.. NADA

grandes abraços
Eduardo


Vitor Moura escreveu:

O controle deveria filtrar/barrar mensagens espúrias. É o que chamamos "ponto fora da reta". Quanto mais mensagens iguais, mais teríamos certeza de que aquela informação é verdadeira, ou, pelo menos, de algum valor. Assim, se 1 centena de médiuns diz que Deus existe, e apenas 2, os da Holanda, dizem que não existe, então pelo Controle consideraríamos as mensagens dos médiuns da Holanda como espúrias. Faria parte da Filosofia Espírita a existência de Deus.

Qual o problema disso? Falácia ad numerum.

Mais que isso, historicamente, vemos que esse Controle não funciona. Kardec afirma ter recebido centenas de comunicações idênticas referentes à civilização marciana e jupiteriana, tanto que a Pluralidade dos Mundos Habitados faz parte da Filosofia Espírita. Hoje essas informaçãos, em vez de confirmadas, são totalmente desacreditadas.

Entendeu agora, Eduardo, porque eu critiquei você por ter colocado aquelas palavras na minha boca? Eu NUNCA diria que o Controle não contralava nada. Ele controla. Só não funciona.

Mais uma coisa: o Controle não é o único critério usado por Kardec. Ele também usa o Critério da Lógica e do Bom Senso e o Critério da Linguagem Digna e Nobre. No caso das mensagens com as civilizaçãoes marcianas e jupiterianas, Kardec considerou que tais mensagens não feriam a Lógica e o Bom Senso. E como tais mensagens vinham de Espíritos com uma Linguagem Digna e Nobre, passaram por esse filtro também.

Então todos esses Critérios não impediram a ocorrência de um falso positivo. De fato, o método criado por Kardec, composto por esses 3 critérios, nada nos garantiu sobre a realidade do mundo espiritual. Não temos uma informação fidedigna sequer. Nada foi confirmado pelas pesquisas parapsicológicas.

Há, na verdade, mais um Critério: o Tempo. Hoje essas mensagens não passariam pelo Critério da Lógica e do Bom Senso. Mas, como vimos, esse Critério pode demorar para filtrar as mensagens espúrias...

Um abraço.
Vitor

Eduardo disse:

vc foi clarissimo na exposição de suas idéias nestes 2 ultimos emails.. e foram bem argumentados com base inclusive em textos espiritas, joia.. mas.. veja bem.. A doutrina sim propõe leis universais, mas.. leis que atuam dentro da pluralidade da vida .. ou seja.. alguem pode até nao pagar um crime.. "sofrendo", mas amando mais o proximo.. as possibilidade são infinitas.. mas esta infinitude nao derroga as leis .ESSE é o entendimento espírita. . e por ai vai..
Ja sob o controle.. tenho que insistir que vc ainda não pegou o espirito da coisa (irresistivel trocadilho).. a unica coisa que posso falar.. e que vc depois de morto,, assim como eu.. e todos teremos "total liberdade" para falar o que desejar...e pensar o que quizer.. Dezenas de espiritos aqui ou na Holanda ipensam que estao vivos..pensam que nao ha reencaranção.. até tem indios que acham que estao em uma tribo piratas, antigos romanos .
E estes espiritos se manifestam diaramente nos centros espiritas e falam sobre estas ideias "equivocadas" e lhe asseguro que tudo isto esta de acordo com o controle universal.. e alias.. os doutrinadores o tendo com base.. sabem lidar com toda esta imensidade de situações.. pois isso foi explicado por Kardec..
BEM.. é isso..
em breve volto.
grandes abraços
Eduardo

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CIÊNCIA E PSEUDOCIÊNCIA

Prof. : Lúcio Jorge Hammes
1 Introdução

1.1 Objetivo

Oportunizar o debate sobre a filosofia de Imre Lakatos com o
aprofundamento de questões relacionadas ao conhecimento objetivo, um dos
enfoques predominantes na filosofia da ciência contemporânea, com ênfase
nas análises das práticas científicas para a revisão e o aprofundamento
das questões tradicionais da epistemologia e da ontologia, critérios que
presidem as mudanças cientificas para o debate entre fundacionismos e
relativismos epistemológicos.

Com esta aula proponho:

- Apresentar a posição de Imre Lakatos sobre a ciência e a
pseudociência, temática central da filosofia de Lakatos.

- Debater sobre questões que mobilizaram os filósofos da ciência no
início do séc. XX (análise lógica da linguagem, fundamentos empíricos da
ciência, critério de significação cognitiva), mostrando como suas
soluções promoveram a revisão e a revitalização da tradição
fundacionista na epistemologia.

- Analisar as objeções de Popper ao programa do empirismo lógico e o
debate que se seguiu entre o autores acerca da possibilidade de as
mudanças científicas serem presididas por decisões e critérios racionais.

- Promover a compreensão dos problemas que mobilizam as reflexões
filosóficas contemporâneas sobre a ciência (subdeterminação da teoria
pelo dados, progresso científico, incomensurabilidade etc.), que
constituem uma agenda de discussão em grande parte herdada da tradição
historicista inaugurada por Kuhn.

1.2 AUTOR

Imre Lakatos, nascido Imre Lipschitz em 1922 na Hungria, faleceu em 1974
em Londres. De família judia, conseguiu sobreviver à perseguição nazi
alterando o seu nome para Imre Molnár. Durante os anos da guerra
graduou-se na Universidade de Debrecen em matemática, física e
filosofia. Depois da guerra, alterou o apelido para Lakatos. Trabalhou
no Ministério Húngaro da Educação, mas teve problemas em acatar ordens
das autoridades russas pelo que foi preso em 1950, por três anos.
Lakatos passou a viver de traduções. Em 1956, aquando da revolução
húngara, abortada pelos Russos, fugiu para Viena e daí para Inglaterra,
onde se doutorou em Filosofia pela Universidade de Cambridge. Escreveu
diversos artigos primeiro sobre filosofia da matemática, depois sobre
filosofia da ciência, mas sempre ilustrados com estudos de casos históricos.

1.3 Ciência e pseudociência

Uma pseudociência é qualquer tipo de informação que se diz ser baseada
em fatos científicos, ou mesmo como tendo um alto padrão de
conhecimento, mas que não resulta da aplicação de métodos científicos.

Motivações para a defesa ou promoção de uma pseudociência variam de um
simples desconhecimento acerca da natureza da ciência ou do método
científico,a uma estratégia deliberada para obter benefícios financeiros
ou de outra natureza. Algumas pessoas consideram algumas ou todas as
formas de pseudociências como um entretenimento sem riscos. Outros, como
Richard Dawkins, consideram todas as formas de pseudociência perigosas,
independentemente destas resultarem ou não em danos imediatos para os
seus seguidores.

1.3.1 Classificação de Pseudociências

Tipicamente,as pseudociências falham ao não adoptar os critérios da
ciência em geral (incluindo o método científico), e podem ser
identificadas por uma combinação de uma destas características:

Ao aceitar verdades sem o suporte de uma evidência experimental;

Ao aceitar verdades que contradizem resultados experimentais estabelecidos;

Por deixar de fornecer uma possibilidade experimental de reproduzir os
seus resultados;

Ao aceitar verdades que violam falseabilidade; ou

Por violar a Razão de Occam (o princípio da escolha da explicação mais
simples quando múltiplas explicações viáveis são possíveis); quanto pior
for a escolha, maior será a possibilidade de errar.

Pseudociências são distinguíveis de revelações, teologias ou
espiritualidade pois elas dizem revelar a verdade do mundo físico por
meios científicos (ou seja, muitas normalmente de acordo com o método
científico). Sistemas de pensamento que se baseiam em pensamentos de
origem "divina" ou "inspirados" não são considerados pseudociência se
eles não afirmam serem científicos ou não vão contra a ciência.

1.3.2 O Problema da Demarcação

Depois de mais de um século de diálogo activo, a questão do que marca as
fronteiras da ciência permanece indefinida. Como consequência a
definição do que constitui uma pseudociência continua a ser controversa.
Há um consenso razoável em certos casos. O critério da demarcação é
tradicionalmente ligado a uma filosofia da ciência ou a outra. O
Positivismo lógico, por exemplo, expõe uma teoria do significado que
estabelece que apenas as assertivas sobre observações empíricas são
significativas, efectivamente definindo que assertivas que não são
derivadas desta forma (incluindo todas as assertivas metafísicas) são
sem significado. Mais tarde, Karl Popper atacou o positivismo lógico e
introduziu o seu próprio critério de demarcação falseabilidade. Este,
por sua vez, foi criticado por Thomas Kuhn, e ainda pelo seguidor de
Popper Imre Lakatos que propôs o seu próprio critério de demarcação que
distingue entre programas de pesquisa progressivos e degenerativaos.
Veja em Problema da demarcação um artigo completo.

1.3.3 Exemplos de Pseudociência

Exemplos de campos de pesquisa que muitos consideram em diferentes
graus, pseudo-científicas. Fusão fria, pseudoarqueologia, Cubo do tempo
de Gene Ray, astrologia, Homeopatia e Criacionismo .

1.4 Obra

Partindo inicialmente das idéias de Popper, mas procurando
desenvolvê-las a fim de superar as críticas de Kuhn e de Feyerabend, o
húngaro Imre Lakatos (1922- 1974), que também pode ser considerado como
um racionalista crítico, propõe sua metodologia dos programas de
pesquisa científica como uma explicação lógica do fazer científico.

Lakatos afirma que os relatos indutivistas e falsificacionistas da
ciência são falhos por não considerarem a complexidade do estudo
histórico das principais teorias científicas. Assim, ele procurou
analisar de que modo a razão e a história participaram do processo de
crescimento e desenvolvimento do conhecimento científico. Inclusive, ao
defender esta linha de pensamento, Lakatos, numa paráfrase a Kant7 ,
afirmou que “a filosofia da ciência sem a história da ciência é vazia; a
história da ciência sem a filosofia da ciência é cega” (apud SILVEIRA,
1996b, p.220).

Assim, na tentativa de melhorar o falsificacionismo de Popper e superar
as objeções a ele (CHALMERS, 2000), Lakatos afirma que a história da
ciência permite verificar que as teorias científicas não são abandonadas
mesmo quando apresentam possíveis falsificações. Ou seja, muito tempo
pode decorrer antes que possa ocorrer o falseamento de uma teoria que
apresente dados problemáticos. Lakatos cita vários exemplos históricos a
fim de validar esta idéia8. Observações da órbita da Lua, por exemplo,
apresentaram inconsistências em relação à teoria gravitacional de
Newton, e seguiram-se quase cinqüenta anos até que fosse descoberto que
o problema não era na teoria newtoniana, e sim devido a outros fatores
não previstos. Caso semelhante ocorreu em rerlação à órbita do planeta
Urano, pois observações astronômicas também estavam refutando a teoria
gravitacional de Newton. Mais uma vez, no entanto, não se refutou a
teoria de Newton, mas procurou-se atribuir as discrepâncias
observacionais a outro fator, no caso, a existência de outro planeta,
ainda desconhecido. Em 1845 foram feitos cálculos, usando a teoria
gravitacional de Newton, que permitiram prever a localização deste
suposto planeta. Novas observações resultaram na descoberta do planeta
Netuno. Outro exemplo diz respeito à teoria heliocêntrica de Copérnico,
que mesmo falsificada por argumentos, como o da torre, da Lua, da
ausência de paralaxe, de variação de tamanho dos planetas , e outros,
que pareciam incontestáveis na época, manteve-se apoiada por vários
matemáticos e filósofos naturais, incluindo celebridades como Kepler e
Galileu, que inclusive, exerceram influência inquestionável na
construção, por Newton, da dinâmica dos movimentos e da teoria
gravitacional.

Lakatos, a partir destas e outras contestações históricas, procurou
demonstrar que a não refutação imediata das teorias permitiu o progresso
da ciência. Segundo Chalmers (2000, p.112):

Está claro que a ciência avançará mais eficientemente se as teorias
forem estruturadas de maneira a conter em seu interior indícios e
receitas bastante claros quanto a como elas devem ser desenvolvidas e
estendidas. Elas devem ser estruturas abertas para que ofereçam um
programa de pesquisa.

Assim, para Lakatos, os programas de pesquisa, ao fornecerem programas
coerentes como guia de pesquisas futuras, permitiriam avaliar
objetivamente o progresso da ciência. A metodologia dos programas de
pesquisa de Lakatos estabelece que o programa de pesquisa deva possuir
um núcleo rígido, ou seja, um conjunto de leis consideradas
irrefutáveis, que são os princípios fundamentais de uma teoria.

Exemplificando: na mecânica newtoniana o núcleo rígido é composto pelas
três leis de Newton e a lei da gravitação de Newton, na astronomia
copernicana o núcleo rígido supõe que o Sol é estacionário e os
planetas, inclusive a Terra, giram em torne dele, em órbitas circulares,
no materialismo histórico de Marx, o núcleo rígido supõe que a mudança
histórica é explicada pelas lutas de classes, na teoria do flogisto, o
núcleo rígido supõe que na combustão há liberação de flogisto .

Além do núcleo rígido, o programa de pesquisa deve possuir um cinturão
de proteção, que possui um conjunto de hipóteses auxiliares e condições
iniciais passíveis de serem refutadas, protegendo assim, o núcleo contra
refutações, condição imprescindível para que as anomalias não provoquem
abandonos precipitados de teorias, o que além de evitar que os
pesquisadores fiquem confusos, permite períodos propícios ao
desenvolvimento e o progresso das pesquisas. Foi desta forma, mantendo o
núcleo rígido, e promovendo alterações no cinturão de proteção, que foi
possível, por exemplo, manter a teoria newtoniana e progredir em direção
à descoberta do planeta Netuno.

Esta regra de manter intacto o núcleo rígido, é chamada, por Lakatos, de
heurística negativa, do programa. Haveria também a heurística positiva,
que estaria relacionada com as sugestões e propostas de modificação do
cinturão de proteção, a fim de tornar as observações refutáveis em
observações concordantes com o núcleo.

A heurística positiva apresenta um programa que inclui uma cadeia de
modelos cada vez mais complicados, que simulam a realidade: a atenção do
cientista focaliza-se na construção dos modelos de acordo com as
instruções que figuram na parte positiva do programa. (LAKATOS, 1979, p.165)

Para avaliar os programas de pesquisa, Lakatos propõe critérios que
permitem classificá-los em progressivo e degenerativo. Um programa está
progredindo, ou seja, é progressivo, quando modificações no cinturão de
proteção levam à previsão de novos fatos, e um programa está regredindo,
ou ainda, é degenerativo, quando acrescenta ajustes ad hoc que não
prevêem nenhum fato novo, ou, se prevê, este fato não é corroborado. Um
exemplo, segundo Lakatos, é o caso do programa marxista, que previu
fatos novos que nunca se concretizaram, como por exemplo, o
empobrecimento absoluto das classes trabalhadoras, a ocorrência da
revolução socialista em uma sociedade industrial desenvolvida, a
ausência de revoluções em sociedades socialistas (SILVEIRA, 1996b).

Lakatos concorda, então, com Popper na crença de que a ciência procura
aumentar seu conteúdo empírico e preditivo de suas teorias, e que esse
aumento de conteúdo não deve ser ad hoc. Ao contrário de Kuhn que
considera a revolução científica como um processo irracional, resultado
da psicologia das multidões, Lakatos afirma que a passagem de um
programa de pesquisa para outro é um processo racional. A superação de
um programa de pesquisa, ocorre quando um programa rival possui maior
conteúdo progressivamente preditivo, ou seja, prediz tudo que o programa
confrontado prediz, e ainda mais. Segundo Lakatos:

Como se sucedem as revoluções científicas? Se houver dois programas de
pesquisa rivais e um deles progride, enquanto o outro degenera, os
cientistas tendem a aderir ao programa progressivo. Esta é a explicação
das revoluções científicas. (apud SILVEIRA, 1996, p.224)

Porém, a superação de um programa por outro não é um processo imediato.
Por exemplo, “oitenta e cinco anos se passaram entre a aceitação do
periélio de Mercúrio como anomalia e sua aceitação como falseamento da
teoria de Newton” e corroboração da teoria da relatividade de Einstein
(apud ALVES-Mazzotti, 2001, p.35). É comum, durante o processo de
superação, que os cientistas trabalhem em qualquer um dos programas, ou
até mesmo, nos dois programas simultaneamente, o que evidencia que a
tese da incomensurabilidade de Kuhn é insustentável.

1.5 CONCEPÇÃO MODERNA DE CIÊNCIA

Fica assim apresentada uma das concepções modernas de ciência, as quais
colocam o fazer ciência sob uma perspectiva muito mais realista: fazer
ciência e' uma atividade humana como outra qualquer, e como tal esta'
sujeita `as convicções e julgamentos dos grupos sociais que a realizam.
Enfim, volto a frisar, me parece claro que não existe uma forma segura e
objetiva de se extrair conhecimento cientifico mesmo a partir dos fatos.
A ciência e' muito mais complexa do que se poderia supor a partir das
concepções positivistas, pois tem-se que elaborar teorias cientificas
apesar de toda a subjetividade e insegurança intrínsecas ao psiquismo
humano.

Evidentemente, o estatuto científico de uma teoria não pode ser decidido
através da mera deliberação de se definir como uma "ciência". Esse
atributo é inerente à natureza intrínseca da teoria, e não à denominação
que se lhe dê. A tarefa de determinar quais as características de uma
teoria são necessárias e suficientes ao seu enquadramento na categoria
de ciência cabe à sub-área da Filosofia intitulada Filosofia da Ciência.
Essa disciplina, assim como outros ramos do saber, vem evoluindo
constantemente. Em seu caso específico, progressos essenciais ocorreram
no século XX, e , mais acentuadamente, a partir da década de 60. Os
trabalhos de vários filósofos, entre os quais Karl Popper, Willard
Quine, Thomas Kuhn, Paul Feyerabend e Imre Lakatos, evidenciaram graves
problemas na concepção de ciência que prevaleceu durante séculos, e
ainda hoje é muito freqüente encontrar-se entre os não filósofos.

Muito simplificadamente, poderíamos dizer que pelo menos desde o
surgimento da ciência moderna, por volta do século XVII, acreditava-se
que a Ciência consistia na catalogação neutra de um grande número de
"fatos", dos quais então resultariam, de maneira "espontânea", certa e
infalível, as leis gerais que o regem; a reunião de tais leis
constituiria então uma teoria científica.

Conforme mencionamos, essa visão "clássica" de ciência mostrou-se
insustentável. Percebeu-se que a descrição, busca e classificação dos
fatos necessariamente envolve pressuposições teóricas de um tipo ou de
outro; que nenhuma lei teórica pode resultar lógica e infalivelmente de
um conjunto de fatos, qualquer que ele seja; que uma teoria científica
não é um simples amontoado de leis, sendo, antes, uma estrutura dinâmica
complexa, na qual participam elementos de diversas naturezas, como
resultados observacionais, hipóteses livremente concebidas, regras para
o desenvolvimento futuro da teoria, decisões metodológicas, fragmentos
de outras teorias etc.

1.6 Leitura do texto “Popper, o falseacionismo e a ‘Tese Duhem-Quine”
(pp. 224-234)

1.7 Visão geral da obra: programa de pesquisa Lakatos

1.7.1 Considerações sobre o método

Um "programa de pesquisa" lakatosiano é uma estrutura que fornece um
guia para futuras pesquisas, tanto de uma maneira positiva, como
negativa. A "heuristica negativa" de um programa envolve a estipulação
de que as assunções básicas subjacentes ao programa, que formam o seu
"núcleo rígido", não devem ser rejeitadas ou modificadas. Esse núcleo
rígido e resguardado

contra falseaçõs por um "cinturão protetor" de hipóteses auxiliares,
condições iniciais, etc. A "heurística positiva" constitui-se de
prescrições não muito precisas que indicam como o programa deve ser
desenvolvido... Os programas de pesquisa são considerados "progressivos"
ou "degenerantes", conforme tenham sucesso, ou persistentemente
fracassem, em levar a descoberta de novos fenômenos.

1.7.2 Núcleo rígido

O núcleo rígido (hard core) de um programa é aquilo que essencialmente o
identifica e caracteriza, constituindo-se de uma ou mais hipóteses
teóricas. Eis alguns exemplos. O núcleo rígido da cosmologia
aristotélica inclui, entre outras, as hipóteses da finitude e
esfericidade do Universo, a impossibilidade do vazio, os movimentos
naturais, a incorruptibilidade dos céus. O núcleo da astronomia
copernicana consiste das assunções de que a Terra gira sobre si mesma em
um dia e em torno do Sol em um ano, e de que os demais planetas também
orbitam o Sol. O da mecânica newtoniana e formado das três leis
dinâmicas e da lei da gravitação universal. O da teoria especial da
relatividade, o principio da relatividade e a constância da velocidade
da luz; o da teoria da evolução de Darwin-Wallace, o mecanismo da
seleção natural.

1.7.3 Heurística negativa

Por "uma decisão metodológica de seus protagonistas" (Lakatos 1970, p.
133), o núcleo rígido de um programa de pesquisa e "decretado"
não-refutavel. Possíveis discrepâncias com os resultados empíricos são
eliminadas pela modificação das hipóteses do cinturão protetor. Essa
regra e' a heurística negativa do programa, e tem a função de limitar,
metodologicamente, a incerteza quanto a parte da teoria atingida pelas
"falseações". Recomendando-nos direcionar as "refutações" para as
hipóteses não-essenciais da teoria, a heurística negativa representa uma
regra de tolerância, que visa a dar uma chance para os princípios
fundamentais do núcleo mostrarem a sua potencialidade. O testemunho da
historia da ciência parece de fato corroborar essa regra, como vimos nos
exemplos que demos acima. Uma certa dose de obstinação parece ter sido
essencial para salvar nossas melhores teorias cientificas dos abundantes
problemas de ajuste empírico que apresentavam quando de seu nascimento.

Lakatos reconhece, porém, que essa atitude conservadora tem seus
limites. Quando o programa como um todo mostra-se sistematicamente
incapaz de dar conta de fatos importantes, e de levar a predição de
novos fenômenos (i.e., torna-se "degenerante"), deve ceder lugar a um
programa mais adequado, "progressivo". Como uma questão de fato
histórico, nota-se que um programa nunca e abandonado antes que um
substituto melhor esteja disponível.

1.7.4 Heurística positiva

A heurística positiva de um programa é mais vaga e difícil de
caracterizar que a heurística negativa. Segundo Lakatos, ela consiste
"de um conjunto parcialmente articulado de sugestões ou idéias de como
mudar ou desenvolver as 'variantes refutáveis' do programa de pesquisa,
de como modificar, sofisticar, o cinturão protetor 'refutável'." (op.
cit. p. 135) No caso da astronomia copernicana, por exemplo, a
heurística positiva indicava claramente a necessidade do desenvolvimento
de uma mecânica adequada a hipótese da Terra móvel, bem como de novos
instrumentos de observação astronômica, capazes de detectar as previstas
variações no tamanho aparente dos planetas e as fases de Vênus, por
exemplo. Assim, o telescópio foi construído algumas décadas após a morte
de Copérnico pelo seu ardente defensor, Galileu, que também principiou a
criação da nova mecânica. Esta, a seu turno, uma vez concebida por
Newton, apontou para um imenso campo aberto, no qual se deveria buscar
uma nova matem ática, medidas das dimensões da Terra, aparelhos para a
detecção da forca gravitacional entre pequenos objetos, etc."

Tomando o exemplo de um dos mais bem sucedidos programas de pesquisa da
Física, a Mecânica Newtoniana, vemos que possui um núcleo rígido formado
pelas três leis newtonianas do movimento e pela lei da gravitação
universal, que a heurística negativa do programa recomenda sejam
mantidas inalteradas: eventuais discrepâncias com a experiência devem
ser eliminadas através de ajustes nas hipóteses auxiliares do cinturão
protetor. Esse processo ocorreu várias vezes durante o desenvolvimento
do programa, como quando, no século XIX, se verificou que as previsões
teóricas para a trajetória do planeta Urano conflitavam com os dados da
observação astronômica; ao invés de imputar esse desvio a possível
falsidade das leis do núcleo rígido, assumiu-se que deveria existir um
corpo celeste desconhecido perturbando a trajetória do planeta; mais
tarde, foi, de fato, observada a existência desse corpo, o planeta
Netuno. Assim como nesse episódio, a conjunção das heurísticas negativa
e positiva do programa newtoniano levou à inúmeros desenvolvimentos:
novas teorias ópticas, novos aparelhos e técnicas de observação, criação
de novos ramos da Matemática etc. A partir do início de nosso século,
porém, o programa tornou-se degenerante, por motivos vários que não cabe
expor aqui, vindo a ser substituído pelos programas das Teorias da
Relatividade e da Mecânica Quântica.

1.7.5 Critérios de demarcação

Como podemos notar da citação acima, os modernos conceitos de ciência,
mais realistas, deixam transparecer o caráter claramente humano da
ciência, que passa a ser então vista como um fruto das convicções de um
grupo social (que "decreta" que o núcleo rígido de seu programa de
pesquisa é não-refutável), com todo o seu conteúdo de crenças e
des-crencas e, portanto, de subjetivismo. Enfim, assume-se claramente a
realidade de que não existe um método "objetivo e seguro" de se fazer
ciência.

"A concepção lakatosiana de ciência envolve um novo critério de
demarcação entre ciência e não-ciência. Lembremos que o critério
indutivista considerava cientificas somente as teorias provadas
empiricamente. Tal critério é, como vimos, forte demais: não haveria,
segundo ele, nenhuma teoria genuinamente cientifica, pois todo
conhecimento do mundo exterior e falível. Também o critério
falseacionista, segundo o qual só são cientificas as teorias refutáveis,
elimina demais: como nenhuma teoria pode ser rigorosamente falseada,
nenhuma poderia classificar-se como cientifica."

O critério de demarcação proposto por Lakatos, por outro lado,
adequadamente situa no campo cientifico algumas das teorias unanimemente
tidas como cientificas, como as grandes teorias da física. Esse critério
funda-se em duas exigências principais: uma teoria deve, para ser
cientifica, estar imersa em um programa de pesquisa, e este programa
deve ser progressivo. Deixemos a Lakatos a palavra (1970, pp. 175-6):

"Pode-se compreender muito pouco do desenvolvimento da ciência quando
nosso paradigma de uma porção de conhecimento cientifico e uma teoria
isolada, como 'Todo cisne e branco', solta no ar, sem estar imersa em um
grande programa de pesquisa. Minha abordagem implica um novo critério de
demarcação entre 'ciência madura', que consiste de programas de
pesquisa, e 'ciência imatura', que consiste de uma colcha de retalhos de
tentativas e erros ..."

"A ciência madura consiste de programas de pesquisa nos quais são
antecipados não apenas fatos novos, mas também novas teorias auxiliares;
a ciência madura possui 'poder heurístico', em contraste com os
processos banais de tentativa e erro." Lembremos que na heurística
positiva de um programa vigoroso há, desde o inicio, um esboço geral de
como construir os cinturões protetores: esse poder heurístico gera "a
autonomia da ciência teórica".

Essa "exigência de crescimento continuo" [progressividade do programa] e
minha reconstrução racional da exigência amplamente reconhecida de
'unidade' ou 'beleza' da ciência. Ela põe a descoberto a fraqueza de
"dois" tipos de teorização aparentemente muito diferentes entre si.
Primeiro, evidencia a fraqueza de programas que, como o marxismo ou o
freudismo, são indubitavelmente 'unificados', e fornecem um plano geral
do tipo de teorias auxiliares que irão utilizar para a absorção de
anomalias, mas que invariavelmente criam suas teorias na esteira dos
fatos, sem ao mesmo tempo anteciparem fatos novos. (que fatos novos o
marxismo "previu" desde, digamos, 1917?) Em segundo lugar, ela golpeia
seqüências remendadas de ajustes 'empíricos' rasteiros e sem imaginação,
ato freqüentes, por exemplo, na psicologia social moderna. Tais ajustes
podem, com o auxilio das chamadas 'técnicas estatísticas', produzir
algumas predições 'novas', podendo mesmo evocar alguns fragmentos
irrelevantes de verdade que encerrem. Semelhantes teorizações, todavia,
não possuem nenhuma idéia unificadora, nenhum poder heurístico, nenhuma
continuidade. Não indicam nenhum programa de pesquisa, e são, no seu
todo, inúteis."
2 CONSIDERAÇÕES FINAIS

a) Aproveitamento prático – metodologia de pesquisa (cientista de hoje)

b) Preparação de pesquisas científicas.
3 ENCAMINHAMENTOS .

- Leituras complementares

- Atenção aos métodos de pesquisa
4 REFERÊNCIAS

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Ciencias Naturais e Sociais: Pesquisa quantitativa e qualitativa. 2. ed.
São Paulo: Pioneira, 2001.

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uma psicanálise do conhecimento. Rio de Janeiro: Contraponto, 1996. 314 p.

FEYERABEND, Paul Karl. Contra o método. Rio de Janeiro: Francisco Alves,
1977. 487 p.

HUISMAN, Denis. Dicionário de obras filosóficas. São Paulo: Martins
Fontes, 2000. 610 p.

KUHN, Thomas S. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo:
Perspectiva, 1982. 257 p.

LAKATOS. Imre. "O Falseamento e a Metodologia dos Programas de Pesquisa
Científica" in Lakatos, Imre & Musgrave, A. (orgs.) A Crítica e o
Desenvolvimento do Conhecimento. São Paulo : Cultrix / EDUSP, 1979, pp.
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MARINHO, Ney Couto. Discussão da racionalidade da teoria psicanalítica a
partir da epistemologia de Karl Popper: avaliações – impasses –
alternativas. Rio de Janeiro: 2001. Dissertação (Mestrado em Filosofia)
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUCR/RJ, 2001.

MIRANDA, Antônio. A ciência da informação e a teoria do conhecimento
objetivo: um relacionamento necessário. In: AQUINO, Mirian de
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especificidade. João Pessoa: Editora Universitária/ UFPB, 2002, p. 9-24.

POPPER, Karl Raimund. Conhecimento objetivo: uma abordagem
evolucionária. Belo Horizonte: Itatiaia, 1975-1999. 394 p.

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http://200.17.161.33/~lhammes.unipampa/LucioHammes_files/Textos/LakatosTeriaCien\
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iencia.htm>

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