tag:blogger.com,1999:blog-12321093260672929692024-03-05T17:25:33.751-08:00IPCE - Instituto de Pesquisa em Ciência Espirita“O Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal.“ Allan KardecIPCEhttp://www.blogger.com/profile/06986959155375846758noreply@blogger.comBlogger30125tag:blogger.com,1999:blog-1232109326067292969.post-9128458842818757132015-06-11T02:40:00.001-07:002015-06-11T02:44:59.495-07:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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O experienciador freqüentemente encontra a si mesmo pairando vários pés sobre seu corpo físico, observando os esforços para revivê-lo. Esta mudança de consciência para fora do corpo é uma característica primária de muitas NDEs. A NDE começa tipicamente com a transição para fora do corpo, seguida de experiências imediatas no ambiente físico e termina com um retorno ao corpo. Enquanto fora do corpo, o experienciador retém as faculdades da percepção, pensamento, volição, memória, sentimentos e consciência, tal qual como uma auto-consciência, ou seja, aproximadamente todas as faculdades da experiência consciente ordinária. Em alguns casos, a NDE revelou-se ter ocorrido quando o corpo e o cérebro estavam clinicamente mortos, como na parada cardíaca, isto é, com o EEG reto, sem pulso ou respiração e ausência de reflexos pupilares e maxilares (van Lommel, van Wees, Meyers, and Elfferich, 2001). Pim van Lommel e colegas estabeleceram que pacientes com parada cardíaca estavam clinicamente mortos mas ainda tinham ricas experiências cognitivas durante o período de completa perda de atividade cortical e do tronco cerebral, incluindo tendo percepções verídicas de seus ambientes físicos imediatos que foram depois verificados.<br /><span id="fullpost"><br />Resumo: A fase fora do corpo da experiência de quase-morte (NDE), onde a sede da consciência não mais está no corpo, provê evidência de que nossa auto-consciência pode existir independente do cérebro. O fenômeno da NDE durante a parada cardíaca demonstra uma continuidade da consciência durante períodos de isoeletricidade cerebral global (EEG plano) e sugere fortemente que a consciência pode continuar sem qualquer função elétrica cerebral. O fenômeno da percepção verídica durante a experiência fora-do-corpo (OBE) da NDE, o qual poderia ter ocorrido somente se a consciência tivesse operado de uma posição e perspectiva visual distante do corpo, fortemente sugere que nossa consciência pode se separar e operar independentemente do corpo. Comparando a NDE/OBE com outras formas de OBE, tais como OBEs espontâneas ou OBEs induzidas por drogas, a mais impactante diferença é que a NDE/OBE consistentemente inclui supostas percepções verídicas onde essas estão geralmente ausentes em outros tipos de OBE. As diferenças fenomenológicas entre outros tipos de OBE e a NDE/OBE sugerem que a mesma pessoa existe fora do corpo durante a NDE, libertada dos limites do corpo e existe dentro do corpo tanto antes quanto depois da NDE. Estes fenômenos tomados juntos fortemente sugerem que nossa consciência é uma entidade interna e externa por si mesma, chamada de mente auto-consciente independente, que ordinariamente opera dentro do corpo mas que por vezes pode se separar e operar independentemente dele na NDE. Se esta visão estiver correta, deveria haver numerosos fenômenos neurológicos que sugerem que a mente auto-consciente é uma realidade, tal qual na consciência ordinária.<br /><br />PALAVRAS-CHAVE: experiência de quase morte, experiência fora-do-corpo, fenomenologia, problema mente-corpo, mente auto-consciente.<br /><br />Na experiência de quase-morte (NDE), a sede da auto-consciência do experimentador muda do local normal dentro do corpo para fora do corpo. O experienciador freqüentemente encontra a si mesmo pairando vários pés sobre seu corpo físico, observando os esforços para revivê-lo. Esta mudança de consciência para fora do corpo é uma característica primária de muitas NDEs. A NDE começa tipicamente com a transição para fora do corpo, seguida de experiências imediatas no ambiente físico e termina com um retorno ao corpo. Enquanto fora do corpo, o experienciador retém as faculdades da percepção, pensamento, volição, memória, sentimentos e consciência, tal qual como uma auto-consciência, ou seja, aproximadamente todas as faculdades da experiência consciente ordinária. Em alguns casos, a NDE revelou-se ter ocorrido quando o corpo e o cérebro estavam clinicamente mortos, como na parada cardíaca, isto é, com o EEG reto, sem pulso ou respiração e ausência de reflexos pupilares e maxilares (van Lommel, van Wees, Meyers, and Elfferich, 2001). Pim van Lommel e colegas estabeleceram que pacientes com parada cardíaca estavam clinicamente mortos mas ainda tinham ricas experiências cognitivas durante o período de completa perda de atividade cortical e do tronco cerebral, incluindo tendo percepções verídicas de seus ambientes físicos imediatos que foram depois verificados.<br /><br />A operação da auto-consciência independente do funcionamento do cérebro sugere que a consciência opera de uma forma particular enquanto nós estamos em nosso estado de consciência ordinária no corpo. Na verdade, se nossa auto-consciência pode se separar do nosso corpo e operar independentemente dele por um tempo, embora sob as circunstâncias notáveis da NDE, a auto-consciência muito provavelmente opera como uma entidade independente bem como enquanto estamos no corpo, embora esteja intimamente ligada com o cérebro e o corpo.<br /><br />Assim, os fenômenos associados com o componente experiência fora-de-corpo (OBE) da NDE, onde o experienciador sente-se separado do corpo, mas ainda tem experiências verídicas do ambiente físico ordinário, pode nos dar indicações de quais aspectos da consciência são, de fato, independentes do cérebro. Por outro lado, os fenômenos da consciência que são associados com a atividade fisiológica do cérebro podem nos dar indicações de como nossa consciência opera quando unida com o cérebro.<br /><br />O enigma de consciência, portanto, pode ser desvendado ou decodificado estudando a fenomenologia destes dois aspectos da experiência consciente, a OBE associada com NDEs e o correlato neural da consciência. O presente texto examina o primeiro desses aspectos fenomenologicamente, focalizando em aspectos relevantes da NDE/OBE. Outros aspectos das NDEs, além da fase de OBE, podem fornecer reflexões adicionais, mas não são considerados no presente texto. Um artigo subseqüente (Mays e Mays, 2007) se dirige a vários fenômenos neurológicos à luz da visão presente.<br /><br />Fenomenologia<br /><br />O termo fenomenologia descreve tanto um método de estudo de fenômenos como a descrição e classificação dos fenômenos desse estudo. Há vários métodos fenomenológicos diferentes usados em ciência cognitiva (por exemplo, Blackmore, 2006, p. 265), mas o nosso é baseado no descrito por Arthur Zajonc (1999), a saber, um método de inquérito baseado nas três etapas de investigação proposto por J. W. von Goethe: (1) “fenômenos empíricos” que são as observações ordinárias que um observador atento faria, (2) “fenômenos científicos” que são examinados por experimentação sistemática, e (3) “fenômenos puros ou arquetípicos” que permitem uma intuição direta ou encontro perceptivo com as leis de natureza. O último passo não ocorre por abstração e construção de modelos, mas sim refinando-se os fenômenos para se chegar na essência ou âmago dos fenômenos.<br /><br />A forma de fenomenologia derivada da abordagem de Goethe é semelhante à fenomenologia de Edmund Husserl, mas vai além disso, pois admite mais do que relatos de consciência em primeira pessoa. É também muito semelhante à neurofenomenologia de Francisco Varela (1996) que estuda fenômenos em seus aspectos experienciais de primeira pessoa, junto com os aspectos associados neurológicos. No entanto, difere de neurofenomenologia em grau, por tratar os aspectos de primeira pessoa primariamente, com relatórios experimentais neurológicos como suporte.<br /><br />Em suas investigações, Goethe era muito relutante em prosseguir imediatamente para definir as causas de padrões observacionais em termos de mecanismos subjacentes, mas o permitia quando era sensato fazer assim. É possível permanecer em cada etapa de explicação dentro do fenômeno e ainda crescer ao nível de teoria (Zajonc, 1999). Para Goethe, os próprios fatos fenomenais são a teoria: “Não procure por nada atrás dos fenômenos; eles próprios são a teoria”. “Deixe que os fatos falem por sua teoria”. (Bortoft, 1996, p. 71)<br /><br />Assim, para explicar a consciência, precisamos procurar primeiro na própria consciência e cada maneira na qual a consciência se manifesta como fenômeno, incluindo, naturalmente, tanto experiências de quase-morte como resultados experimentais neurológicos. As experiências de primeira-pessoa de sujeitos experimentais ou pacientes são essenciais para o entendimento dos relacionamentos entre a consciência e os fenômenos neurológicos e levarão a uma teoria compreensiva de consciência.<br /><br />A Experiência de Quase-Morte<br /><br />A experiência de quase-morte tipicamente ocorre quando uma pessoa tem uma crise médica que traz a pessoa perto da morte ou quando uma pessoa experimenta perigo intenso físico ou emotivo (Greyson, 2000a). Raymond Moody (1975) descreveu 15 elementos comuns que se repetiram em relatórios de NDEs. Estes elementos incluem inefabilidade, ouvir alguém pronunciar “morto”, sentimentos de paz, experiências auditórias incomuns, tais como bipes ou zumbidos, atravessar uma região escura ou túnel, sentir-se separado do corpo físico – normalmente com percepção do ambiente físico, incluindo ver o próprio corpo, encontrar parentes ou amigos falecidos, um “ser de luz”, experimentar uma revisão panorâmica dos acontecimentos da vida, o retorno ao corpo e contar a outros sobre a experiência, inclusive corroborando acontecimentos testemunhados enquanto fora-do-corpo. Moody informou que muitas experiências individuais de quase-morte incluíram 8 ou mais destes elementos comuns, mas era raro que quaisquer duas experiências tivessem exatamente os mesmos elementos e só algumas experiências incluíam até 12 dos 15 elementos.<br /><br />NDEs são informadas ocorrer durante um vasto leque de condições médicas ameaçadores da vida, inclusive parada cardíaca em infarto do miocárdio, choque anafilático, hemorragia cerebral e assim por diante, em tentativas de suicídio, ferimentos severos devido a acidentes e quedas, e em afogamentos. NDEs também são relatadas com doenças sérias que não são imediatamente ameaçadoras à vida e com as pessoas que parecem estar ameaçadas de uma injúria severa inevitável ou morte, mas que não estão necessariamente feridas. As últimas experiências, chamadas às vezes de NDEs antecipatórias, podem ocorrer em um acidente de trânsito ou em quedas de montanhas, onde a injúria é evitada no último instante.<br /><br />Certas características das NDEs mais comumente são informadas em indivíduos que chegaram mais próximos à morte, como medido por registros médicos (Owens, Cook e Stevenson, 1990). Tais características incluem a experiência de uma luz forte (por exemplo, no fim de um túnel ou emanando de um ser de luz) e funções cognitivas aumentadas (tal como clareza aumentada de pensamento ou clareza perceptiva ou controle aumentado de cognição).<br /><br />NDEs são informadas por aproximadamente 30% das pessoas que chegam perto de morte (cf. Greyson, 2000a) ou aproximadamente 4 – 5% da população total (Gallup e Proctor, 1982). Estudos prospectivos, no entanto, de pacientes cardíacos que com êxito foram reanimados depois da parada cardíaca indicam que a incidência de NDEs neste subgrupo é muita mais baixa, variando de 6% a 18% (van Lommel, van Wees, Meyers, e Elfferich, 2001; Parnia, Waller, Yeates, e Fenwick, 2001; Schwaninger, Eisenberg, Schechtman, e Weiss, 2002; Greyson, 2003). A combinação dos dados destes estudos prospectivos resulta num índice total de aproximadamente 15% para pacientes de parada cardíaca. Uma explicação da diferença é que essa reanimação cardiopulmonar prolongada pode induzir perda de memória que significativamente pode reduzir o número de NDEs informadas (Dougherty, 1994; Sauvé, Walker, Massa, Winkle, e Scheinman, 1996; van Lommel, van Wees, Meyers, e Elfferich, 2001, p. 2042).<br /><br />Várias hipóteses explanatórias tanto fisiológicas quanto psicológicas foram propostas para explicar as NDEs (Greyson, 1998). Uma hipótese psicológica é que a NDE é uma forma de despersonalização, isto é, um sentimento de separação tanto do mundo, como da própria identidade, ou sentindo que a vida é irreal ou similar ao um sonho. S despersonalização é tipicamente desagradável, com sentimentos de ansiedade, pânico e vazio, não incluem um sentido de estar “fora do corpo” e ocorre mais freqüentemente em adultos jovens e mais freqüentemente em mulheres. Em contraste, os elementos da NDE são tipicamente agradáveis com sentimentos de paz, calma, alegria e amor e o NDEr continua a ter um sentido claro de identidade pessoal durante a experiência. NDEs tipicamente envolvem clareza de pensamento e alerta aumentado, tem um componente fora-de-corpo e não possuem nenhuma faixa etária característica e uma distribuição igual de gênero.<br /><br />Outra hipótese psicológica é que a NDE é uma forma de dissociação, isto é, algum grau de separação de pensamentos, emoções, sensações ou memórias de uma consciência ordinária. Respostas dissociativas não-patológicas estão presentes até certo ponto na maioria de pessoas, tal como devaneios, absorção ao executar uma tarefa ou absorção ao assistir televisão, ao passo que sintomas patológicos da dissociação, tal como ter nenhuma memória de um acontecimento significativo de vida ou sentindo que aquele corpo não é o próprio, pode resultar de trauma severo psicológico ou físico tal como estupro, abuso sexual ou sendo refém. Muitas NDEs incluem características que são coerentes com a dissociação tal como a desconexão do corpo numa OBE e elementos da NDE podem ser desencadeados pela ameaça percebida de dano físico, mesmo quando nenhum dano físico realmente ocorre. Um estudo de NDErs usando a Escala de Experiências de Dissociativas (Greyson, 2000b) mostrou que as pessoas reportando NDEs informaram mais sintomas dissociativos que o grupo de comparação e que a “profundidade” da NDE foi positivamente correspondida com sintomas dissociativos. No entanto, o nível de sintomas exibidos por NDErs era consideravelmente mais baixo que o nível associado com desordens patológicas dissociativas. NDErs não mostram o nível de angústia ou dano que pacientes com desordens dissociativas fazem. Assim, o NDEr responde a sua experiência com um nível não-patológico de resposta dissociativa ao stress.<br /><br />As hipóteses explanatórias fisiológicas para a NDE incluem hipoxia (oxigênio insuficiente), hipercarbia (nível de dióxido de carbono excessivo), a liberação de endorfinas ou vários neurotransmissores, atividade elétrica neural no lóbulo temporal direito ou do sistema límbico, a presença de várias drogas ou equivalentes endógenos até agora não identificados, e assim por diante. Em geral, estas explicações sofrem do fato que estas condições não são presentes em todos casos de NDE. Nenhuma teoria fisiológica foi ainda proposta para explicar satisfatoriamente todos os elementos comuns de NDEs (Greyson, 1998). Pode ser possível que uma resposta fisiológica sirva para desencadear a NDE e também pode ser possível que um modelo multifacetado explanatório fisiológico possa explicar todos os aspectos da NDE (Blackmore, 1993). No entanto, tais explicações necessitariam incluir as NDEs antecipatórias, onde a NDE claramente é desencadeado por uma ameaça percebida de injúria séria ou morte, mas nenhuma ferida física de fato ocorreu.<br /><br /><br />O componente fora-do-corpo da NDE<br /><br />O foco da presente artigo é o componente OBE da NDE. A fenomenologia da OBE, ocorrendo durante a NDE, deveria ajudar no entendimento da natureza da consciência, uma vez que a consciência do NDEr aparenta se separar do corpo físico no início da OBE e depois se reunir com o corpo. Mais ainda, durante o componente OBE, percepções do ambiente físico do NDEr são feitas tais que aparentam ser verídicas e suas veracidades podem potencialmente ser corroboradas.<br /><br />A proporção de NDErs que relatam uma OBE como parte de suas experiências tem sido variavelmente reportada como 75% (Greyson e Stevenson, 1980), 83% (Greyson, 1983) e 100% (Sabom, 1982). A diferença entre esses diferentes estudos pode ser devida a definição de OBE. A OBE é definida como a experiência da consciência de alguém ser deslocada do corpo físico. No índice de peso da experiência central (WCEI) para NDE, Kenneth Ring (1980) marcava uma pontuação de 2 se o indivíduo descrevesse uma “clara experiência fora-do-corpo” e 1 se o indivíduo tivesse a sensação de separação corporal sem isto. Em sua escala NDE, Bruce Greyson (1983) marcava 2 se o indivíduo claramente deixasse o corpo e existisse fora dele e 1 se o indivíduo perdesse consciência do corpo.<br /><br />Um impactante exemplo de clara experiência de separação do corpo é o caso de George Ritchie (Ritchie e Sherrill, 1978, p. 36; Ritchie, 1998, p. 51), que inclui uma muito elaborada NDE e uma incomum OBE com aparentes percepções verídicas. O soldado Rirchie, 20 anos, um recruta recente no Exército, morreu de pneumonia aguda dupla no hospital em Camp Barkeley, localizado próximo a Abilene, Texas, em torno das 3:00 do dia 22 de dezembro de 1943. Richie havia estado inconsciente, mas acordou e encontrou a si mesmo sentando em sua cama com outra pessoa. Ele lembrou sua urgente necessidade de ir para Richmond para o início de seu treinamento médico e percebeu que tinha perdido o trem. Richie deixou o hospital, passando diretamente através de suas pesadas portas de metal e viu-se voando rapidamente, cerca de 500 pés, sobre a fria paisagem. A noite era clara e fresca, mas ele não sentia frio. Ele viu que estava viajando para leste da posição da Estrela Polar a sua esquerda no céu noturno.<br /><br />Richie chegou a um largo rio com uma ponte comprida e alta e uma cidade relativamente grande no aterro distante. Ele sentiu que deveria parar de seguir as direções para Reymond e “pousou” em uma lanchonete 24 horas, com piso alvirrubro, numa esquina, com um sinal em neon azul escrito “CAFÉ” acima da porta e um sinal “Pabst Blue Riboonn Beer” numa grande janela frontal à direita. Na tentativa de falar com um transeunte, Richie percebeu que os outros não podiam vê-lo. Quando ele se inclinou para pegar a linha de telefone de uma cabine telefônica, sua mão passou por ela e ele percebeu que de alguma forma ele havia se separado de seu corpo e agora precisava voltar para ele. Ritchie rapidamente retornou ao hospital, mas teve dificuldade em achar seu corpo entre os 2300 leitos do hospital. Ele finalmente reconheceu seu corpo pelo anel em sua mão. Um lençol havia sido posto sobre sua cabeça e ele percebeu que havia morrido. Ainda, ele estava acordado, pensando e experimentando, só que sem um corpo. Freneticamente Richie pegou o lençol para tirá-lo, mas agarrou apenas o ar. Ritchie então encontrou um Ser de Luz que ele compreendeu ser Cristo. Ele teve uma revisão de vida e experiências extensas posteriores em outras esferas. Richie finalmente retornou ao seu corpo sob o lençol, com sua garganta em chamas e seu peito dolorido. Um assistente do hospital observou sua mão e persuadiu o médico a injetar adrenalina diretamente em sua musculatura cardíaca, um procedimento médico incomum naquela época. Ritchie reviveu e finalmente se recuperou.<br /><br />Dez meses depois, após ser reprovado no treinamento médico, Ritchie estava dirigindo com três amigos do Exército de volta à Camp Barkeley para concluir o treinamento básico. Eles dirigiram ao sul de Cincinnati, seguindo o Rio Mississipi e vieram à Vicksburg, onde permaneceram durante a noite. Na manhã seguinte, Richie encostou o carro em frente à lanchonete. Ele reconheceu o sinal em neon (ausente no momento), o sinal Pabst na janela e a linha telefônica, exatamente como haviam aparecido antes. A lanchonete estava a 524 milhas diretamente ao leste da porta do hospital em Camp Barkeley.<br /><br />Assim, a história de George Ritchie é única pela clareza e duração do componente OBE e por suas percepções verídicas evidentes da realidade física. Esses aspectos provavelmente resultaram de circunstância incomum de ter um forte desejo (não perder o início de seu treinamento médico) no instante de sua “morte”. Esse desejo o propeliu do hospital para uma estranha cidade muitas milhas distante, quando muitas experiências OBEs/NDEs permanecem geralmente na vizinhança do corpo do NDEr.<br /><br />A fenomenologia da experiência de quase-morte tem sido documentada por um grupo de pesquisadores (p.ex., Moody, 1975; Moody e Perry, 1988; Greyson e Stevenson, 1980; Sabom, 1982; Valarino, 1997; Ring e Cooper, 1999). Se nós focarmos especificamente no componente OBE destas descrições fenomenológicas e dos relatórios gerais de NDE/OBEs na literatura, podemos desenvolver uma descrição mais elaborada da NDE que enfatiza o componente OBE. Assim, os elementos típicos do cenário da NDE que inclui uma OBE são listados aqui. Vários desses elementos não se apresentariam numa NDE que não incluísse um componente OBE.<br /><br />1 – A pessoa experimenta um trauma físico tal como um acidente ou uma doença súbita tal como uma parada cardíaca.<br />2 – A pessoa tem sentimentos de paz e ausência de dor física<br />3 – Pode ser uma sensação de tilintar ou som em que a pessoa encontra sua consciência pairando sobre seu corpo físico próximo do teto, observando a equipe médica revivê-lo(a). Após um momento, o indivíduo reconhece que está observando seu próprio corpo, mas fica indiferente com esta descoberta.<br />4 – A pessoa pode ver que tem um corpo não-material e, menos freqüentemente, pode ver um cordão ou linha unindo ao corpo físico. Seu “corpo” sente leveza e ausência de dor mesmo quando os médicos realizam procedimentos que ordinariamente seriam dolorosos.<br />5 – As percepções da pessoa estão melhoradas, podendo se mover com a vontade ou desejo, e o indivíduo “escuta” outros no recinto falando por transferência de pensamento. Pode recordar coisas de sua vida pregressa e seus eventos recentes.<br />6 – A pessoa pode experimentar aspectos posteriores de uma NDE: um túnel escuro, revisão de vida, ir em direção a uma luz, encontrar parentes falecidos, entre outros. O indivíduo pode perceber ou ser orientado a voltar ao seu corpo.<br />7 – A pessoa retorna ao corpo e pode, neste ponto, ter percepções adicionais de ambientes físicos.<br />8 – A pessoa se reúne com o corpo físico. O indivíduo volta a si, puxado de volta através do túnel, ou voltar instantaneamente ao corpo físico. Sua perspectiva é agora dentro do corpo, olhando acima. A dor física retorna. A pessoa pode perder a consciência nesse momento.<br />9 – Após a recuperação física, a pessoa relata a experiência a outros. A pessoa deseja verificar sua experiência e busca outros para confirmar que o que viu realmente aconteceu ou verifica os eventos por si só.<br />10 – A memória da experiência é vívida, duradoura e, após um tempo, a experiência é integrada com uma das experiências da vida pessoal juntamente com outros possíveis efeitos posteriores. (Greyson e Stevenson, 1980).<br /><br />Uma fenomenologia mais detalhada especificamente do componente OBE da NDE é autorizada, a qual nós apresentamos nas seções subseqüentes: a continuidade da consciência durante a NDE/OBE, a veracidade das percepções durante a NDE/OBE, uma comparação da NDE/OBE versus outros tipos de OBE e, finalmente, a fenomenologia da NDE/OBE.<br /><br />Continuidade da Consciência com a Completa Cessação da Função Cerebral<br /><br />Para desenvolver um entendimento da relação da consciência durante uma NDE com o funcionamento do cérebro, vários pesquisadores têm focado em estudos prospectivos dos sobreviventes de parada cardíaca para prover um modelo sem ambigüidade da NDE durante o processo da morte (Parnia, Waller, Yeates, e Fenwick, 2001; Parnia e Fenwick, 2002). A NDE ocorre com razoável freqüência durante paradas cardíacas, às vezes com uma fase OBE que inclui elementos verídicos (Sabom, 1982; Sabom, 1998; van Lommel, van Wees, Meyers, and Elfferich, 2001). A fisiologia da função cardíaca, da função respiratória, da atividade elétrica cerebral e da atividade vascular cerebral seguintes a uma parada cardíaca é bem conhecida e corresponde aos critérios para determinação da morte: ausência de atividade cardíaca, ausência de respiração espontânea e pupilas dilatadas e fixas. Dentro de 10 segundos após uma parada, a corrente sanguínea, a atividade elétrica cerebral e a função do tronco cerebral rapidamente cessam e o paciente rapidamente perde a consciência. Por um período, o paciente pode ser considerado clinicamente morto, mesmo se ele é ressuscitado com sucesso subseqüentemente. Contudo, durante a parada, alguns pacientes relatam experiências fora-do-corpo vívidas e conscientes deles mesmos e de seus ambientes físicos que são característicos da NDE.<br /><br />Dentro dos primeiros 10 segundos ou próximos, a velocidade da corrente sanguínea na artéria cerebral média (Vmca) cai para zero cm/seg e a pressão sanguínea cai para menos de 20 mmHg (Gopalan, Lee, Ikeda, e Burch, 1999; de Vries, Bakker, Visser, Diephuis, e van Huffelen, 1998; Clute e Levy, 1990; Parnia e Fenwick, 2002). Vmca é uma confiável medida da corrente sanguínea cerebral geral. Também durante os iniciais 10 segundos, o eletroencefalograma (EEG) do paciente sofre primeiro por um tempo curto um aumento nas freqüências alfa, então uma queda tanto na alfa como na beta, um aumento nas freqüências delta e finalmente uma queda nas delta (Visser, Wieneke, van Huffelen, de Vries, e Bakker, 2001). O EEG então cai a zero ou isoeletricidade (plano) dentro de 10-20 segundos após a parada (de Vries, Bakker, Visser, Diephuis, e van Huffelen, 1998; Clute e Levy, 1990; Losasso, Muzzi, Meyer, e Sharbrough, 1992; Vriens, Bakker, de Vries, Wieneke, e van Huffelen, 1996). O paciente perde a consciência antes da isoeletricidade, durante a elevada atividade delta, que é cerca de 10 segundos após a parada cardíaca (Aminoff, Scheinman, Griffin e Herre, 1988; Brenner, 1997). Também logo antes da isoleletricidade, o paciente pode exibir leves espasmos e contrações musculares (Brenner, 1997). Com o declínio da atividade elétrica cortical, a atividade do tronco cerebral também declina simultaneamente à isoeletricidade. Este efeito é observado diretamente pelo monitoramento dos potencias auditivos evocados durante a parada cardíaca induzida em procedimentos de parada circulatória hipotérmica para tratamentos de aneurismas circulatórios cerebrais (Spetzler, Hadley, Rigamonti, Carter, Raudzens, Shedd, e Wilkinson, 1988). A isoeletricidade do tronco cerebral é também consistente com a observada perda de consciência e perda geral da função autônoma e reflexos associados com a atividade elétrica do tronco cerebral: não há respiração espontânea e resposta pupilar à luz, reflexos das córneas, do maxilar ou de tosse. Uma vez que a atividade elétrica do tronco cerebral espelha a atividade elétrica cortical como um resultado do nível da circulação cerebral, é razoável inferir que toda a atividade elétrica cerebral cessa nos primeiros 15 segundos, em média, da parada cardíaca.<br /><br />Com o início da ressuscitação cardiopulmonar (CPR), tais como compressões torácicas, desfibrilações, respiração artificial e administração de drogas, baixos níveis da circulação sanguínea podem regredir. Com a reperfusão, o EEG pode começar a se recuperar, mesmo antes da função cardíaca ser restaurada (por exemplo, Losasso, Muzzi, Meyer, e Sharbrough, 1992). A recuperação do EEG segue o padrão das mudanças do EEG na parada cardíaca em ordem reversa (Brenner, 1997). Enquanto a duração da parada aumenta, o tempo de recuperação do EEG (o tempo, medido da recuperação cardíaca ao retorno ao EEG normal) aumenta ainda mais. Por exemplo, uma parada de 40 segundos resultará num tempo de recuperação de um adicional cerca 80 segundos (de Vries, Visser, and Bakker, 1997; Vriens, Bakker, de Vries, Wieneke, e van Huffelen, 1996). Mesmo após curtos períodos de inconsciência de 60-90 segundos, o paciente está geralmente ofuscado, lento à respostas ou confuso por cerca de 30 segundos após recobrar a consciência (Aminoff, Scheinman, Griffin, and Herre, 1988).<br /><br />Se a parada dura mais que um limiar de 37 segundos, quando a circulação então se reconstitui, há um período de “hiperfusão” cerebral onde a corrente sanguínea e a levada de oxigênio para o cérebro estão bem acima do normal (Smith, Levy, Maris e Chance, 1990; de Vries, Bakker, Visser, Diephuis, e van Huffelen, 1998). Os dados para períodos mais longos de parada cardíaca estão disponíveis de experimentos com animais. Numa isquemia cerebral induzida em coelhos de 2,5 a 15 minutos, regiões específicas do cérebro desenvolvem defeitos circulatórios os quais inibem ou previnem reperfusões, um fenômeno chamado “não-refluxo multifocal” (Ames, Wright, Kowada, Thurston e Majno, 1968). Os defeitos do não-refluxo ocorrem durante a parada e aumentam em número proporcional ao aumento da duração da isquemia. Os defeitos são provavelmente causados por pressão pós-parada reduzida, elevada viscosidade sanguínea, coágulos sanguíneos disseminados e compressão de vasos sanguíneos devido ao inchaço (Buunk, van der Hoeven e Meinders, 2000). Se os defeitos são muito severos, a hiperfusão global e a hiperoxia que se seguem não são adequadamente capazes de reoxigenar as regiões afetadas. Assim, quanto maior a duração das isquemias cerebrais, maior a extensão das áreas de dano permanente que podem ocorrer. As regiões que eram mais susceptíveis aos danos do não-refluxo nos experimentos animais foram o estriado, o tálamo e o hipocampo assim como várias regiões do córtex (Kågström, Smith, e Siesjö, 1983). Esses resultados são consistentes com os achados em humanos (Kinney, Korein, Panigrahy, Kikkes, e Goode, 1994; Fujioka, Nishio, Miyamoto, Hiramatsu, Sakaki, Okuchi, Taoka, e Fujioka, 2000) e são consistentes com os observados déficits cognitivos e de memória em sobreviventes de paradas cardíacas (Dougherty, 1994; Sauvé, Walker, Massa, Winkle, e Scheinman, 1996).<br /><br />Em unidades de terapia cardíaca, a duração comum das paradas cardíacas é de 1 a 2 minutos (van Lommel, 2006), 5 minutos em hospitais de salas não monitoradas (Herlitz, Bång, Aune, Ekström, Lundström, e Holmberg, 2001) e mesmo mais longas numa parada cardíaca fora do ambiente hospitalar. No estudo prospectivo holandês de 344 paradas cardíacas (van Lommel, van Wees, Meyers, e Elfferich, 2001), 234 (68%) dos 344 pacientes foram ressuscitados com sucesso no hospital. Destes, 190 (81%) foram ressuscitados dentro de 2 minutos da parada e 187 (80%) estiveram inconscientes menos de 5 minutos. Outros 30 que foram ressuscitados no hospital (13%) foram ressuscitados dentro de 1 minuto da parada e estiveram inconscientes menos de 2 minutos. Dos 344 pacientes do estudo, 101 (29%) receberam CPR fora do hospital (geralmente na ambulância) e ouros 9 (3%) foram ressuscitados tanto fora como dentro do hospital. Desses 110 pacientes, 88 (80%) tiveram uma parada mais longa que 2 minutos e 62 (56%) estiveram inconscientes por mais de 10 minutos. Apenas 12 pacientes (9%) tiveram uma parada mais longa que 10 minutos. Em geral, 123 (36%) dos 344 pacientes estiveram inconscientes mais que 60 minutos. A duração média da parada cardíaca nesse estudo foi 3,8 minutos e a duração média da inconsciência foi de 109 minutos (n=344).<br /><br />Essas estatísticas são provavelmente típicas da ressuscitação das paradas cardíacas em geral. Assim, o típico sobrevivente de parada cardíaca em hospital sofre uma parada por 1 a 2 minutos e fica inconsciente por 2,5 a 5 minutos. O típico sobrevivente de parada cárdica externo ao hospital sofre uma parada por cerca de 4 a 10 minutos e permanece inconsciente por cerca de 10 a 60 minutos.<br /><br />Da precedente descrição da fisiologia da parada cardíaca, o período da isoeletricidade cerebral global tipicamente vai de 15 segundos após a parada a 5-10 segundos após o início da CPR (compressões torácicas ou desfibriladores), mas reverte a isoeletricidade quando as compressões torácicas são descontinuadas, se a função cardíaca não inicia. Mesmo com o reinício da atividade elétrica, o EEG não retorna ao normal por um considerável tempo após a atividade rítmica delta reaparecer, dependendo da profundidade da parada (de Vries, Visser e Bakker, 1997; Vriens, et al., 1996). Num cenário de caso ideal de uma parada de apenas 40 segundos, o tempo de recuperação do EEG seria um adicional de 80 segundos. Em paradas mais longas, o tempo de recuperação do EEG e funções cognitivas correspondentes seriam influenciados pelos efeitos de não-refluxo multifocais que ocorrem e seriam consideravelmente mais longos. Similarmente, o período de inconsciência vai de 10 segundos após a parada até algum tempo após o retorno do EEG normal, provavelmente seguido por um período de desorientação ou consciência confusa. Em paradas cardíacas de 2 minutos ou mais, a duração da inconsciência é provavelmente mais influenciada por efeitos de não-refluxo multifocais.<br /><br />Durante o período de isoeletricidade cerebral global e perda da consciência, alguns sobreviventes de parada cardíaca reportaram NDEs vívidas que incluem OBEs com percepções verídicas de eventos de suas ressuscitações. O estudo de Michael Sabom (1982) consistiu de 106 pacientes que haviam sobrevivido a episódios não cirúrgicos de inconsciência e estiveram próximos da morte, incluindo 78 paradas cardíacas, 20 comas, 7 acidentes com risco de morte e 1 tentativa de suicídio. Desses 106 pacientes, 61 reportaram uma NDE seguindo o evento de crise da quase-morte. Notem que esses eventos de quase-morte que incluíram NDE não necessariamente foram os eventos que traziam os pacientes à atenção de Sabom. Dos 61 NDErs, 32 alegaram ter visto alguma parte de sua ressuscitação numa OBE, mas 26 destes eram incapazes de prover detalhes suficientes para verificação, porque a atenção do paciente estava diretamente voltada a outras coisas e não aos detalhes da ressuscitação, por exemplo a sensação de liberdade ou o estupefação do paciente no que estava acontecendo a ele. Os 6 pacientes restantes, todos casos de parada cardíaca, proveram detalhes que puderam ser analisados. Desses 6 sobreviventes cardíacos, 4 foram entrevistados 1 ano após o evento de quase-morte, 1 após 4 anos e 1 após 5 anos.<br /><br />Em cada um dos seis casos, os detalhes providos da percepção OBE corresponderam precisamente com os procedimentos médicos, como o uso de compressão torácica, desfibrilação e coleta de sangue para análise dos gases sanguíneos e com os registros médicos em extensão e detalhes contidos. Muitas das percepções OBE foram de eventos que ocorreram durante o período de provável isoeletricidade cerebral, descrevendo os eventos prévios à CPR e os passos iniciais da CPR. Posteriormente, os pacientes não experimentaram interrupção ou alteração da experiência consciente, mesmo quando a atividade elétrica cerebral provavelmente reiniciaria, até haver uma clara transição de volta ao corpo. Em 5 dos 6 casos, o paciente deu uma descrição definida dessa transição, geralmente descrevendo como uma troca de perspectiva de estar fora do corpo olhando para baixo para estar dentro do corpo olhando para cima. Essas transições foram associadas com o retorno da consciência no corpo.<br /><br />Nos primeiros três casos de Sabom, a descrição provida pelo paciente durante o período de provável isoeletricidade foi precisa comparada com o registro médico.<br /><br />* Caso 1: o paciente relatou como tendo caído no chão, podendo ver o chão de cima, estava flutuando e posto numa maca, o médico deu um forte golpe no peito e então fez compressões torácicas. O registro médico descreveu que o paciente desmaiou na sala, não tinha pulso ou respiração e a CPR foi iniciada.<br /><br />* Caso 2: o paciente relatou ter uma IV inserida, compressões torácicas e uma agulha inserida para “algo sobre gases sanguíneos”. O registros médicos descreveram o paciente como inconsciente, uma IV foi iniciada, uma grande injeção de glicose intravenosa dada (sem resposta), então “medidas ressuscitadoras completas” foram iniciadas e o sangue arterial foi colhido. Interessantemente, a desfibrilação não foi notada pelo paciente ou mencionada no registro médico.<br /><br />* Caso 3: o paciente relatou vomitar, em seguida deixar o corpo e então ver de cima a enfermeira administra-lhe um choque que puxou o paciente de volta ao corpo. O registro médico descreve o paciente vomitando e então desenvolvendo fibrilação ventricular (parada cardíaca) a qual “respondeu prontamente à desfibrilação”.<br /><br />Posteriormente, o balanço das descrições nesses três casos, além do período de provável isoeletricidade, foi consistente com o balanço dos respectivos registros médicos. Em outros casos, o registro médico não estava disponível ou tinha apenas uma mínima descrição. Contudo, os relatos do pacientes continham puramente percepções visuais que eram ou posteriormente verificadas ou achadas como provavelmente acuradas.<br /><br />* Caso 4: o paciente descreveu o uso de uma máquina desfibriladora após o início compressões torácicas da CPR. A máquina tinha um medidor com duas agulhas, uma fixa e uma móvel, a última a qual gradualmente se moveu. (Isto provavelmente descreve um medidor que marca os watts-segundos da desfibrilação e mede a carga da máquina naquela série.) A enfermeira ou o médico moveu a agulha fixa toda vez antes da desfibrilação e a outra agulha gradualmente se moveu. O paciente então descreveu os eletrodos do desfibrilador como discos redondos com botões em cima da alavanca a qual é usada para fornecer o choque. O paciente a seguir descreve a sequência de ressuscitação de um choque do desfibrilador entre um terço e meia escala, compressões torácicas, um choque mais forte (mais de meia escala), compressões torácicas e um choque mais forte (cerca de três quartos), após o que o paciente sentiu, ele estava retornando à consciência (ordinária). Não está claro se houve compressões torácicas prévias à primeira desfibrilação. Se não houve, então estas percepções puramente visuais provavelmente começaram durante a isoeletricidade; do contrário foram feitas certamente durante um período de inconsciência. A descrição do desfibrilador é consistente com desfibriladores que eram de uso comum na época (1973) e a descrição de desfibrilações progressivamente mais fortes intercalaram com compressões torácicas é também consistente com práticas médicas comuns. O paciente mesmo negou ter visto tal desfibrilador ou procedimentos CPR antes. As percepções puramente visuais do ajuste e do movimento das duas agulhas poderia somente ter sido feita enquanto a máquina estava em uso, um fato que ajuda a confirmar que as percepções ocorreram durante o procedimento e não em algum outro momento. <br /><br />* Caso 5: o paciente descreveu que “tiros” foram primeiramente administrados na virilha, o médico então começou a inserir uma agulha em seu corpo em um lado pela axila, mas então mudou de idéia e decidiu por em outro lado, próximo ao coração. (Este procedimento foi provavelmente um tentativa de adentrar a veia subclávia, abaixo da clavícula, para administrar drogas ou inserir um cateter.) Após a ressuscitação, o paciente reportou dizendo ao médico que ele observou que o este mudou de idéia e foi para o outro lado para fazer este procedimento e o médico confirmou seu relato. Da descrição do paciente, o sangue arterial foi primeiro colhido, então o procedimento subclaviana foi feito e então a desfibrilação foi realizada. O registro médico descreveu que a CPR completa foi instituída e os gases sanguímeos foram drenados. Da descrição do paciente, não está claro quando, quanto ou mesmo se as compressões torácicas foram feitas, logo não está claro se a percepção visual do médico mudando de idéia e movendo-se ao outro lado ocorreu durante a provável isoeletrcidade. Em qualquer caso, ocorreu enquanto o presente paciente estava inconsciente.<br /><br />*Caso 6: o paciente descreveu o uso de compressões torácicas, desfibrilação e injeção no coração como se ele estivesse mais e mais alto, fora do corpo. O paciente então descreveu ver, enquanto ele continuava inconsciente, sua esposa, seu filho mais velho e sua filha mais velha descer até a sala e falar com o médico. Sabom foi capaz de confirmar seu relato independentemente com sua esposa e filha. A esposa havia vindo para visita, sem anúncio, com dois de seis filhos adultos e estava a pelo menos 10 quartos do quarto do paciente quando a parada cardíaca ocorreu. A enfermeira impediu-os de seguir adiante. O paciente foi conduzido para o hall, mas nunca olhando em direção de sua família e foi levado para outro andar sem cruzar com eles no hall. O paciente acuradamente identificou quem estava com sua esposa, mesmo a visita da família não tendo sido esperada e a esposa podendo trazer qualquer um ou dois de seus seis filhos para visita. A esposa confirmou a conversa com o médico no momento. Novamente, esta percepção puramente visual ocorreu durante a inconsciência.<br /><br />O estudo de Sabom mostra a dificuldade em verificar relatos de percepções verídicas durante uma NDE/OBE. O paciente geralmente pode prover muitos detalhes específicos de eventos percebidos durante uma OBE, mas os registros médicos geralmente fornecem apenas aqueles detalhes que são necessários para o cuidado médico em curso. A menos que os médicos, enfermeiros e o corpo clínico sejam entrevistados dentro de um curto período de tempo do evento, suas memórias não serão provavelmente detalhadas ou acuradas. Estas dificuldades são limitações resultantes dos procedimentos das pesquisas e podem ser superadas. Um protocolo de entrevistas independentes tanto de pacientes como do corpo clínico tão cedo quanto possível após o evento forneceria verificação tanto das percepções detalhadas da OBE do paciente, como da condição médica específica do paciente no momento.<br /><br />Para ajudar a verificar que as percepções OBE vêm da percepção real dos eventos, Sabom visou eliminar a possibilidade de que as percepções do paciente pudessem ser atribuídas à imaginação baseadas em conhecimento prévio dos procedimentos CPR (derivados, por exemplo, de séries de televisão), em expectativas baseadas em experiência prévia com procedimentos cardíacos de eventos médicos anteriores ou em simples adivinhações. Sabom entrevistou um grupo controle de 25 pacientes cardíacos, com histórico similar a aqueles que reportaram OBE, tendo uma doença cardíaca de duração média maior que 5 anos, com experiências prévias em internações de ataque cardíaco, cateterismo, cirurgia em coração aberto, parada cardíaca sem OBE, entre outros. Os controles foram solicitados a descrever em detalhe visual o que eles razoavelmente esperariam ver do canto de um quarto de hospital durante a CPR de um paciente de parada cardíaca. 23 dos 25 pacientes controles fizeram tentativas de descrever o procedimento da CPR. Destes, 20 fizeram um erro crasso em seus relatos descritivos, mais comumente o uso de respiração boca-a-boca, que é raramente usado num procedimento hospitalar. Os outros 3 deram limitadas descrições do procedimento CPR sem erro óbvio. Um desses controles omitiu elementos chaves tais como compressões torácicas e ventilação artificial e outros 2 haviam testemunhado ressuscitações reais em ambientes hospitalares.<br /><br />Sabom concluiu que os resultados do grupo controle sugerem que as descrições da CPR de NDE/OBEs não foram baseadas somente no conhecimento prévio geral dos pacientes em CPR. Mais ainda, há forte correspondência entre as percepções OBE e os reais procedimentos descritos no registro médico. Os relatos em OBE contêm numerosos detalhes específicos que eram ausentes das descrições do grupo controle. Sabom também concluiu que o staff médico muito provavelmente não forneceu detalhes adicionais sobre os procedimentos CPR dos pacientes porque não havia razão concebível para fazê-lo. Mais ainda, era improvável que os pacientes montassem juntos um retrato da ressuscitação de percepções visuais, auditivas ou (adicionaríamos) táteis feitas num estado semiconsciente porque as percepções dos detalhes foram visuais em sua natureza, mas fora do campo visual dos olhos físicos do paciente e não poderiam ser derivadas de informações sensórias auditivas (ou táteis). Nós adicionaríamos que algumas das percepções foram feitas após a parada e previamente ao início da CPR, durante o período de provável isoeletricidade cerebral completa, quando nenhuma percepção, mesmo subliminar, seria possível. Também acrescentaríamos que embora alguns detalhes possam ser inferidos devidos a efeitos físicos mais duradouros, por exemplo, a colocação dos eletrodos do desfibrilador à queimaduras ou desconfortos no peito, o fato de que as compressões torácicas à dores no peito ou costelas quebradas e a colocação de um IV ao fato de que o IV continuava lá no despertar, estes detalhes sozinhos não podem explicar a correspondência íntima do relatos da sequência de eventos do paciente com os registros médicos, nem os detalhes que são puramente visuais em natureza, tais como os comandos do desfibrilador e as agulhas no caso 4.<br /><br />Sam Parnia (2006, p. 77) documentou um segundo exemplo de percepções verídicas durante uma OBE, um relato de Richard Mansfield, um experiente cardiologista que era o chefe de equipe cardíaca ressuscitando um homem de 32 anos numa parada cardíaca. O paciente foi observado inicialmente sem pulso, sem respiração e estava em assístole (um eletrocardiograma completamente plano). A ressuscitação incluiu entubação, ciclos de três minutos de compressões torácicas, adrenalina e atropina. A despeito desses esforços, por um período maior que 30 minutos, o paciente permaneceu sem pulso e em assístole. Antes de encerrarem os esforços, Mansfield checou novamente se o monitor cardíaco e cabos estavam funcionado adequadamente e se não havia pulso. A ressuscitação foi parada e o grupo aceitou que o paciente estava morto. Mansfield deixou a sala para escrever os registros médicos e saiu por 15 minutos. Ele reentrou na sala para checar quantas doses de adrenalinas haviam sido administradas e notou que o paciente aparentava estar definitivamente mais ruborizado que quando o médico deixou a sala. Mansfield observou de novo a virilha do paciente e sentiu um pulso. A ressuscitação foi continuada e o paciente, por fim, estabilizado e transferido para a terapia intensiva.<br /><br />Cerca de uma semana depois, Mansfield entrevistou o paciente; ele não havia sofrido qualquer dano cerebral, a despeito de estar em assístole por mais de 30 minutos e sem qualquer assistência em termos de compressão cardíaca ou oxigênio por outros 15 minutos. Mais ainda, o paciente descreveu como ele havia observado tudo de cima e descreveu em detalhe tudo o que aconteceu: tudo que o médico disse e fez no procedimento, incluindo a saída do quarto, voltando mais tarde, observando o paciente, revendo o pulso e reiniciando a ressuscitação. O paciente foi capaz de recontar todos esses detalhes corretamente, de acordo com Mansfield.<br /><br />Durante os períodos de compressão torácica nessa ressuscitação, é provável que alguma atividade elétrica cerebral tenha se iniciado, mas, uma vez que o paciente permaneceu em assístole, tão logo as compressões torácicas pararam, a isquemia cerebral global iria continuar e o cérebro retornaria à isoeletricidade. Em algum momento depois que Mansfield deixou o quarto, o coração do paciente deve ter reiniciado espontaneamente. Contudo o paciente permanecia inconsciente e foi finalmente estabilizado e transferido à terapia intensiva. A despeito dos prováveis períodos intermitentes de isoeletricidade cerebral, o paciente era capaz de perceber todos os eventos da ressuscitação de cima. Em particular, o paciente acuradamente descreveu a decisão de parar a ressuscitação, e o médico deixando a sala, um momento quando o paciente foi confirmado pelo médico como ainda sem pulso e em assístole, consequentemente muito provavelmente em completa isoeletricidade cerebral. Os detalhes do relato do paciente não foram descritos por Mansfield, mas nós podemos assumir que as percepções do paciente ocorreram sem lapsos de consciência, assim como quando a atividade elétrica poderia ter recomeçado. Tivesse havido um lapso de consciência, a descrição do paciente de periodicamente começar a perder a consciência ou de ser puxado de volta ao corpo certamente teria sido notada.<br /><br />Assim, temos um relato adicional de percepções verídicas durante uma aparente NDE/OBE, durante períodos de quase certa isoeletricidade cerebral, neste caso um relato não do próprio NDEr, mas da pessoa que seria mais capaz de verificar a acurácia dos detalhes das aparentes percepções do NDEr. Posteriormente, os detalhes foram verificados como completamente precisos dentro de uma semana do incidente. O relato de Mansfield merece posterior investigação independente, por exemplo, para reunir e correlacionar os detalhes de Mansfield, do paciente e de outro pessoal que esteve presente e de registro médicos escritos. Infelizmente, devido ao lapso de mais de 15 anos agora, tal investigação seria problemática (Parnia, comunicação pessoal, 25 Setembro de 2006). Um tratamento mais rigoroso de tais relatos de aparentes percepções verídicas no momento do evento médico forneceriam mais corroborações definitivas.<br /><br />Um terceiro exemplo de aparente continuidade da consciência através de um período de cessação completa da atividade cerebral foi documentado por Sabom (1998). Pam Reynolds, 35 anos de idade, se submeteu a uma cirurgia em 1991 para um grande aneurisma da artéria basilar na base do cérebro. O complexo procedimento envolveu parada cardíaca hipotérmica que incluía a redução de sua temperatura corporal à 60°F, parando seu coração e sua respiração e drenando o sangue de seu cérebro (Spetzler, Hadley, Rigamonti, Carter,Raudzens, Shedd e Wilkinson, 1988). Neste ponto, Reynolds estava em “stand still” e, por todas as medidas, estava morta. O aneurisma foi então removido, seu sangue e sua temperatura corporal restaurados e seu coração e respiração reiniciados.<br /><br />A anestesia foi induzida às 7:15 AM, os olhos de Reynolds foram tapados e fones de ouvido foram colocados que emitiam cliques de 100dB em 11 à 33 ciclos/segundo. Às 8:40, seu corpo foi coberto e por volta das 8:45 Reynolds experimentou uma OBE NDE, assim que o cirurgião começou a cortar seu crânio com uma serra cirúrgica pneumática especializada para acessar seu cérebro. Sua visão na OBE foi mais focada e clara que o normal. Como pairava sobre o ombro do cirurgião, ela notou que a serra lembrava uma escova de dente elétrica com um formato peculiar. Usava lâminas intercambiáveis que eram mantidas num container que lembrava um estojo vazio para colocar documentos. Reynolds também ouvia comentários de uma médica sobre suas veias e artérias serem muito pequenas. Reynolds continuou a ter uma profunda NDE envolvendo um túnel, entrando numa luz incrivelmente brilhante e o encontro com alguns parentes falecidos.<br /><br />Durante o tempo de sua NDE, o procedimento cirúrgico continuou: o resfriamento sanguíneo começou às 10:50 e o coração de Reynolds foi parado às 11:05. O monitor EEG registrava isoeletricidade e o funcionamento do tronco cerebral, medido por pulsos elétricos em resposta aos cliques auditivos em seus ouvidos, indo quase a zero. Reynolds foi trazida ao “stand still” por volta de 11:25 com o sangue drenado de seu cérebro. A excisão cirúrgica do aneurisma foi completada e sua corrente sanguínea restabelecida. Neste momento, os monitores de EEG e do funcionamento do tronco cerebral mostraram retorno da atividade elétrica e a função cardíaca foi iniciada. Às 12:00 o coração de Reynolds foi em fibrilação ventricular e dois desfibriladores foram usados para reiniciá-lo. Em sua NDE, Reynolds foi trazida de volta do túnel por seu tio falecido e viu seu corpo. Ela não queria voltar para o corpo, porque parecia terrível a ela, que nem um cadáver. Contudo, com um pequeno empurrão, ela reentrou em seu corpo. Às 12:32, a válvula de desvio foi removida e os cortes cirúrgicos foram fechados. Neste ponto, Reynolds lembrou ouvir a equipe cirúrgica escutando uma canção em particular.<br /><br />Mais tarde, Sabom verificou que as percepções de Reynolds sobre a serra cirúrgica e do comentário do médico sobre as suas veias eram exatas. No entanto, ambas estas percepções ocorreram ao redor de 8:45, enquanto Reynolds estava sob anestesia, e bem antes da isoeletricidade cerebral, que foi de aproximadamente 11:05 até talvez 11:45. Houve outro período breve de isoeletricidade, talvez 1-2 min de duração, durante o evento da fibrilação ventricular às 12:00. O momento do retorno ao corpo pode ser calculado entre aproximadamente 12:05 e o tempo dos procedimentos cirúrgicos de sutura, porque Reynolds podia identificar uma música sendo tocada ao fundo depois que tinha entrado de novo no seu corpo.<br /><br />Neste relato, nós temos uma OBE NDE consciente com percepções de verídicas durante um procedimento cirúrgico mas não durante isoeletricidade cerebral. No entanto, a NDE continuou sem interrupção por um período monitorado de provavelmente 40 min de isoeletricidade do tronco cerebral e cortical que foi documentado. O relato de Reynolds não indica em qualquer ponto de sua NDE que sua consciência diminuía ou falhava, ou que ela era trazida de volta ao seu corpo, exceto após o reinício da função cardíaca, quando foi empurrada para ele. Assim, embora as percepções verídicas tenham ocorrido num ponto quando Reynolds estava sob anestesia e portanto inconsciente, elas ocorreram enquanto havia atividade elétrica de cérebro ainda plena. Não obstante, a fase inicial da OBE foi parte de uma experiência consciente contínua que alcançou um período extenso de isoeletricidade cerebral global.<br /><br />Numa parada cardíaca, o início de isquemia cerebral global e de isoeletricidade cerebral causam a perda de consciência na maioria dos pacientes. No entanto, alguns pacientes experimentam uma continuidade de consciência, geralmente com uma perspectiva fora do seu corpo e olhando para baixo. O paciente geralmente não experimenta nenhuma perturbação na consciência (com exceção da mudança de perspectiva) num momento quando toda atividade elétrica de cérebro quase certamente cessou. O paciente experimenta uma consciência nítida e lúcida do ambiente físico e ainda possui todos os sentidos e atributos de consciência ordinária no corpo, a saber, percepção, volição, sentimentos, pensamento e memória de acontecimentos prévios. O paciente experimenta uma continuidade completa de consciência mesmo quando a atividade elétrica cerebral recomeça, até haver uma transição clara de volta ao corpo, o que aponta que a consciência do paciente continua, agora com uma perspectiva de dentro do corpo, ou o paciente torna-se inconsciente e acorda mais tarde no corpo. A NDE torna-se integrada intimamente na memória ordinária do paciente, como outras experiências da vida. Durante o período inteiro de consciência fora-do-corpo, o paciente aparenta estar completamente inconsciente e incapaz de responder ao pessoal médico.<br /><br />Assim, o fenômeno de NDE durante a parada cardíaca, com experiências fora-do-corpo verídicas de ambientes físicos durante o período de isoeletricidade cerebral global, desafia a hipótese de que essa consciência é dependente das funções cerebrais. Ordinariamente esta hipótese é correta, porque a perda de atividade elétrica cerebral quase sempre resulta em inconsciência. No entanto, os casos raros de NDE durante as paradas cardíacas demonstram que há exceções notáveis. A fenomenologia destas exceções mostram que, uma vez separada da função cerebral numa NDE, a consciência do paciente continua numa OBE mesmo que a atividade elétrica do cérebro encerre e que a consciência continuará a operar independentemente até que haja um retorno o corpo. A consciência do paciente funciona com todos os atributos de consciência costumeira, numa continuidade da experiência autoconsciente que envolve o tempo em que o paciente esteve no corpo, separado pela experiência fora-do-corpo e no momento de retorno ao corpo. O paciente experimenta as transições para fora e de volta ao corpo como ocorrências naturais, embora raras, e pode integrar a experiência inteira numa memória como uma das experiências de vida.<br /><br />A Veracidade da OBE NDE<br /><br />O relato precedente da continuidade de consciência durante períodos de isoeletricidade cerebral global se baseia na validade das percepções verídicas durante a NDE/OBE, porque estas percepções estabelecem que a consciência de NDE ocorreu num tempo de isoeletricidade cerebral global ou inconsciência. A validade destas percepções depende de evidência corroborativa de que as percepções eram reais (isso é, “verídicas”) e que elas não podiam ter sido imaginadas, nem mentalmente podiam construídas em algum outro momento, por exemplo, tendo sido inferida da consciência sensória subliminar durante anestesia, do conhecimento geral prévio, de expectativas derivadas de experiências anteriores, de informação fornecida por outros depois do fato, de conseqüências físicas duráveis (por exemplo, dor ou queimaduras de uma desfibrilação) ou de suposições afortunadas.<br /><br />Quando uma pessoa experimenta uma NDE com percepções fora-do-corpo dos arredores imediatos, o desejo natural está em verificar se os acontecimentos ou coisas percebidas foram reais e se realmente aconteceram. De modo geral, tais percepções são descobertas informalmente como verídicas, isso é, aparentam ser reais, foram verificadas com testemunhas e confirmadas. Em contraste, relatórios de percepções numa NDE que foram descobertas como não verídicas são raras.Jan Holden relatou os resultados preliminares de um estudo de casos de percepção pretensamente verídicas em relatórios de NDE que não poderiam ser resultado de percepção normal, que foram corroborados pelo NDEr ou outros. De 93 casos, 92% aparentaram completamente exatos, 6% com elementos tidos com exatos e errôneos e <1%><br /></span>IPCEhttp://www.blogger.com/profile/06986959155375846758noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1232109326067292969.post-9126259747774475772009-12-29T08:18:00.000-08:002009-12-29T08:27:39.327-08:00MCM - Modelo Computacional da Mente<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmjEeAaS4-wcGUc2FEY64ShHmGG2j1NbfeXpsMtIGn7iGzxfuMTbqtLTj6-Q6BnRVSXo-5SdxVUBujcnW2oBLvd0qx7pi8_VpDsUvOQVeeTQaj5_9Dhn_lVORNY6DUnhGhWLPbkr7UIPA/s1600-h/mcm-v1-0.JPG"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 257px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmjEeAaS4-wcGUc2FEY64ShHmGG2j1NbfeXpsMtIGn7iGzxfuMTbqtLTj6-Q6BnRVSXo-5SdxVUBujcnW2oBLvd0qx7pi8_VpDsUvOQVeeTQaj5_9Dhn_lVORNY6DUnhGhWLPbkr7UIPA/s400/mcm-v1-0.JPG" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5420694908403230482" /></a><br /><div style="text-align: left;"><span class="Apple-style-span" style="color:#0000EE;"><span class="Apple-style-span" style="text-decoration: underline;">Debate ocorrido na lista espiritimo-cientifico</span></span></div><br />Mauricio:<div><br /><div>Uma das dificuldades para qualquer um que pretenda explicar a acentuada "autonomia" entre consciente e inconsciente (que parece ser um consenso) é encontrar uma explicação razoavel de como e porque se dá esse fenomeno. Poderiamos citar: o mediunismo, o animismo, o hipnotismo, a criptmnesia, psi, etc...<br /><br />Na teoria espirita boa parte dos fenomenos podem ser "resolvidos" pela<br />introdução de uma (ou mais) entidade exogena, enquanto na psicologia<br />materialista recorre-se a uma simples classificaçao, ou seja da-se a<br />alguns desses fenomenos o nome de dissociação da personalidade. Em alguns casos entretanto a dissociação não explica bem alguns fenomenos e muitas vezes não consegue explicar (casos classicos de mediunidade, por exemplo).<br /><br />E é aí que entra o tal modelo MCM...<br /><br /><span id="fullpost"><br />Ola Todos,<br /><br />Sem requerer o merito do ineditismo gostaria de conversar com o grupo<br />sobre um modelo que chamei de computacional MCM. Penso que esse modelo, apesar de basico, creio resolver muitas das questoes que temos debatido por aqui ja faz algum tempo.<br /><br />O conceito de Inconciente derivado da teoria espirita, expandido pelo<br />Herminio Miranda e interpretado por mim (e aqui pode ter alguns problemas).<br />Tem dois os pontos principais: A diferenciação entre "personalidade"<br />(alma) e "individualidade" (espirito); e as memórias da vida atual e das vidas pregressas. Para entender esses conceitos sugiro ler o conceito original no livro A memoria e o tempo, ou um resumo no meu trabalho A regressao de memoria ( http://groups.google.com.br/group/Espiritismo-Cientifico/files?hl=pt-BR).<br /><br />Uma das dificuldades para qualquer um que pretenda explicar a acentuada "autonomia" entre consciente e inconsciente (que parece ser um consenso) é encontrar uma explicação razoavel de como e porque se dá esse fenomeno. Poderiamos citar: o mediunismo, o animismo, o hipnotismo, a criptmnesia, psi, etc...<br /><br />Na teoria espirita boa parte dos fenomenos podem ser "resolvidos" pela<br />introdução de uma (ou mais) entidade exogena, enquanto na psicologia<br />materialista recorre-se a uma simples classificaçao, ou seja da-se a<br />alguns desses fenomenos o nome de dissociação da personalidade. Em alguns casos entretanto a dissociação não explica bem alguns fenomenos e muitas vezes não consegue explicar (casos classicos de mediunidade, por exemplo).<br /><br />E é aí que entra o tal modelo MCM... Que na realidade ainda nao o<br />detalhei; Farei isso durante a minha exposição para o grupo. E<br />lembre-se de louco todos temos um pouco... eu é que só, nesse quesito,<br />estou acima da media. :-)<br /><br /><br />O MCM (Modelo Computacional da Mente) que pretendo apresentar tem por objetivo isolar a mente em blocos funcionais de forma que o fluxo de informação entre eles possa explicar os fenomenos normais e paranormais da psicologia humana.<br /><br />Veja figura acima.</span></div><div><span id="fullpost"><br />Conceitos:<br /><br />Individualidade: O Ser espiritual integral.<br /><br />Personalidade: A alma humana - A personalidade da vida atual.<br /><br />Persona: São "pessoas" observaveis ou sentidas pelo "Eu". Normalmente a<br />persona é a propria personalidade, ou pode ser uma segunda pessoa (como na<br />mediunidade ou como em casos de dupla-personalidade).<br /><br /><br />Nos blocos (A) temos os estimulos externo de entrada.<br /><br />Nos blocos (B) temos as producoes da mente, as personas. Elas podem ser<br />reais (de longa duração) ou efermeras - "pessoas" como são vistas por um<br />obervador externo ou auto-percepcao.<br /><br />Memorias da vida atual.<br /><br />Memorias de vidas passadas<br /><br />Personalidades de vidas passadas: Cada personalidade carrega as suas<br />memorias preteritas associadas.<br /><br />Gerador de Persona: Motor responsavel pela geração/construção dos diversos<br />tipos de personas de acordo com os inputs e/ou estimulos externos ou internos à mente.<br /><br /><br />Exemplo para melhor entender o MCM:<br /><br />a) Para ser gerado a /persona/ personalidade da vida atual o fluxo de<br />acordo com MMC seria:<br /><br />A partir da concepção:<br />1. Entradas: Instintos, Memorias, e Personalidades anteriores e Influencia ambientais<br />2. O /Gerador de Persona/ elabora uma complexa persona aqui chamada de<br />personalidade (persistente)<br />3. Esta personalidade tem autopercepcao e autoconsciencia - é essa personalidade que se expressa e é reconhecida como uma "pessoa" por observadores externos.<br /><br />Para ser mais claro, eu - o Mauricio que vos escreve - seria tão<br />somente uma criação mental - Sem ser de fato a exata representação do<br />espirito (aqui chamado de Individualidade) - Eu poderia ser<br />substancialmente diferente dependendo do tamanho das influencias<br />sofridas por cada das entradas acima.</span></div><div><span id="fullpost"><br />Vamos montar alguns cenarios:<br /><br />Mauricio(1) - 10% Institos; 30% Vidas anteriores e 60% Influencias Ambiente<br />Mauricio(2) - 10% Institos; 40% Vidas anteriores e 50% Influencias Ambiente<br />Mauricio(3) - 5% Institos; 55% Vidas anteriores e 40% Influencias Ambiente<br />etc...<br /><br />Somente,em algum momento apos a morte corporal é que haveria uma<br />integracao da personalidade com a Individualidade, transformando-se em<br />patrimonio do espirito.<br /><br />Na proxima postagem vamos ver como a partir da montagem da<br />personalidade, explica-se por esse modelo fenomenos como hipnotismo e<br />animismo.<br /><br />// COMENTARIOS SERÃO BENVINDOS //<br /><br />Abraços Seixianos (o maluco beleza)<br />Mauricio Mendonça<br /> <br /><br />Jorge Teixeira<br /><br />Oi Maurício, como vai:<br /><br />Tou achando tua exposição interessante e, até agora, aparentemente<br />simples. Tanto que decidi complicar um pouquinho pra você, pode ser?<br /><br />Sabe o Fernando Pessoa? Aquele poeta português que falava coisas do<br />tipo "morrer é só não ser visto; a morte é a curva na estrada"; pois é.<br /><br />Ele, como certamente saberá, dividia-se em eterónimos. Alberto<br />Caeeiro, Ricardo Reis, etc.<br /><br />Pois bem, como você colocaria esse tipo de caso no seu MCM?<br /><br />Cá pra nós, e muito a sério, já tenho pensado que Pessoa é a<br />reencarnação de Camões. Ambos fizeram _ cada um a seu modo _ a<br />apologia da pátria. Camões, poetizando a serviço do rei; Pessoa,<br />subtilizando a serviço da sua consciência livre... 500 anos dá pra<br />qualquer espírito se aplicar e evoluir, não?<br /><br />Abraços modelísticos computacionantes e mentalísticopoéticos...<br /><br />Jorge.<br /><br /><br /><br />Mauricio Mendonca<br /> <br />Ola Jorge,<br />Finalmente uma alma viva (permita-me o pleonasmo) resolveu comentar os meus devaneios... :-)<br />Acho perfeitamente possivel tal ligação entre os dois grandes poetas lusitanos... porem eu (ao contrario do Montalvao, que é perito em todas as coisas he he he ...pura provocacao... ) não me sinto capaz de uma analise mais criteriosa.<br /><br />"Pois bem, como você colocaria esse tipo de caso no seu MCM?"<br /><br />Em se tratando de pseudonimo, o fluxo se daria no praticamente contexo da personalidade, com evidentemente pequenas influencias de existencias preteritas (e suas memorias)... mas, não chegaria a ser criada uma <persona> pois tais "pessoas" não tem auto-percepcao (e individualizacao)... apesar do mecanismo ser basicamente o mesmo - gerador de persona. Nesse caso a personalidade (vida atual) tem o dominio da consciencia, situando-se no tempo e no espaço.<br /><br />Espero nao ter complicado demais...<br /><br />Abraços Psicodelicos<br />Mauricio Mendonça<br />.<br /><br />Mauricio Mendonca<br /><br /><br />complementando...<br /><br />se sob hipnose, fosse sugerido ao FP que assumisse a personagem X - ai<br />sim, entraria o processo geraador-de-persona... e naquele momento<br />poderia ser criado um persona-efemera-imaginaria X. mas<br />momentaneamente auto-consciente.<br /><br />ESTOU A FALAR BOBAGENS OU EXISTE ISSO DE FATO?<br /><br />abç<br />Mauricio<br /><br />oi, Maurício. Também não sei, com certeza, se pode aplicar_se teu MCM, PORÉM, PARECE UM ESQUEMA ÚTIL PARA EXPLICAR CONSTRUÇÃO DE PERSONALIDADE ENCARNADA EM LINGUAGEM MATEMÁTICA.Acho que você ta pegando aula lá em cima durante o sono e trazendo esse esquema pra baixo como recordação. Olha, como extenção ao dever de casa que voce ta fazendo pra essa aulinha no plano espiritual, aí vai mais um exercício: Como você aplicaria o modelo à dupla ou trípla personalidade? Abraços espiritomatemáticos!<br />Ps: você achava que não tinha maluco em portugal?... Ó eu aqui!!!</persona></span></div><div><br /></div><div><span id="fullpost"><persona><br />complementando...<br /><br /><br />Ola Jorge,<br />Não sei se tenho tomado tais aulas, mas se for o caso são bem vindas... :-)<br /><br />Quanto aa sua pergunta, vamos lá...<br /><br />Sindrome das multiplas-personalidades:<br />----------------------------------------------------------<br /><br />Aqui temos que levar em conta as duas visões de mundo, a materialista (ou não-sobrevivencialista) e a espirita (ou sobrevivencialista).<br /><br />Na minha opiniao parcece haver motivos suficientes para concluir que algumas dessas ocorrencias sejam puramente um fenomeno interno (psicologico) relativo aa vida atual. Nesses casos as teorias psicologicas atuais tem uma visao apropriada sobre eles. As causas dessas cisoes são basicamente traumas causadas em tenra idade, chamarei esses traumas de "coagulos mentais" que não estão disponiveis normalmelnte na consciencia da "personalidade" . Os coagulos mentais, são os gatilhos que disparam o processo de criação de uma nova "persona imaginaria", até certo ponto independende da personalidade (apresentando um alto nivel de autonomia e autoconciencia e com algum grau de persistencia). Evidentemente haveria em um grau menor influencias dos outros elementos do bloco A e demais memorias. O tratamento habitualmente atualizado, provocar cartase, como que descongela o "coagulo" através de uma rememoracao e de quebra tras o problema para a consciencia da personalidade onde pode ser racionalizado.<br /><br />Parece tambem haver casos em que o modelo materialista falha ao explicar: como nos casos de mediunidade ou em alguns de regressao de memoria. Mas isso a gente vai ver nos capitulo apropriados.<br /><br />Espero ter explicado a contento. Caso precise de mais algum complemento podem perguntar (ou comentar)... só nao garanto ter todas as respostas prontas... quem sabe, depois de uma dormidinha.... :-)<br /><br />Abraços Fraternos<br />Mauricio Mendonça<br /><br /><jorgetteixeira@clix.pt><br />Mauricio Mendonca<br /><br />MCM x Hipnotismo e Animismo<br />----------------------------------------------<br /><br />Trataremos nesse capitulo da hipnose e do anismo (quando for uma auto-hipnose)especificamente quando o fenomeno em questao seja o comando hipnotico para que um "sujeito" assuma a personalidade-aparente de alguem conhecido ou invente um de acordo com parametros passados a ele naquele momento.<br /><br />Temos que considerar ainda que um comando hipnotico deve ser acolhido (aceito) pela mente do "sujeito" - mas parece que esse "de acordo" não é dado pela personalidade - e sim por algum outro nucleo consciente da individualidade (chama-se isso comumente de "inconsciente"). De qualquer forma o fenomeno acontece... e o "sujeito" passa a agir e imagina-se ser a "pessoa" sugerida.<br /><br />Como aconteceria essa transformacao temporaria de acordo com o MCM?<br /><br />A partir de acolhida a ordem hiponotica (ou animica) o /gerador de persona/ pega informações de /memorias atuais e de vidas passadas/ e gera uma persona-efemera-imaginaria. Essa persona dura até o final do transe hipnotico/animico, podendo ser "evocada" em momentos posteriores em novo transe.<br />Esse processo podem explicar alguns dos fenomenos que geralmente se atribui a fenomenos mediunicos. Em reunioes espiritas isso é chamado de animismo.<br /><br /><br />Perguntas / Duvidas / Comentarios ????<br /><br />Abraços Fraternos<br />Mauricio Mendonça<br />Pessoal,<br /><br />não sei se estão considerando uma variável no contexto do Animismo, em uma reunião espírita. Refiro-me ao fato de haver uma auto-hipnose, ou seja, o Medium que sofre o animismo não é hipnotizado por ninguém, a não ser por ele mesmo.<br /><br />Neste caso, ou existe uma auto-hipnose realizada inconscientemente, ou então, não existe. Se não existe, o agente hipnotizador só pode ser um desencarnado.<br /><br />Att.<br />Plínio Ventura<br /><br />Ola Plinio,<br /><br />Voce tem razao. Convenha-mos uma reuniao mediunica habitual é um ambiente propicio aa auto-hipnose... ou melhor dizendo aa auto-sugestao.<br /><br />Mas lembrando, o animismo é a base para o fenomeno mediunico autentico, chegaremos lá, no desenvolvimento do MCM...<br /><br />Abraços Fraternos<br />Mauricio Mendonça<br /><br />Confuso Montalvao,<br /><br />Já que insiste, vou fazer um resumo: Possesao é uma obsessao em grau mais elevado.<br /><br />Isso não significa dizer que o espirito obssessor expulse o inquilino temporariamente. Usando o MCM para explicar, é quando as entradas do bloco A a influencia de (espiritos) seja proxima a 100%...é gerada entao uma persona-efemera-composta que é o que o obeservador pode ver durante esses fenomenos.<br /><br /></jorgetteixeira@clix.pt></persona></span></div></div>IPCEhttp://www.blogger.com/profile/06986959155375846758noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1232109326067292969.post-20985021542937619992009-12-24T04:45:00.000-08:002009-12-24T06:58:53.319-08:00A Navalha de Ockham<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEieO_yD7h_axA_afmXBepYivn14t1W5eUjgAHpN3OzZwuGpUAd3Hgp3s_BoIxt2WwoqJvVMHj3exwBMnUu1wqr0swqMJ7vy-lfxPHOEv4STfljgeMJ6HxyIvrVFV-HejE4oGXauB4Dv1Yo/s1600-h/razor11.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 124px; height: 200px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEieO_yD7h_axA_afmXBepYivn14t1W5eUjgAHpN3OzZwuGpUAd3Hgp3s_BoIxt2WwoqJvVMHj3exwBMnUu1wqr0swqMJ7vy-lfxPHOEv4STfljgeMJ6HxyIvrVFV-HejE4oGXauB4Dv1Yo/s200/razor11.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5418816921346592306" /></a><br />A Navalha de Ockham não postula que adotemos a explicação mais simples. Ela é apenas um princípio de parcimônia, que se baseia na não multiplicação de entidades desnecessárias. Isso não significa, de forma alguma, que a explicação mais simples tenha algum privlégio sobre qualquer outra.<br /><br /><span id="fullpost"><br /></span><div><span id="fullpost"><br />Caros Amigos,<br /><br />Segue um debate ocorrido no grupo INTER-PSI, sobre um dos principios<br />utilizados no meio cientifico, chamado principio NAVALHA DE OCKHAM. Esse<br />principio é utilizado para escolhermos entre duas ou mais hipoteses<br />cientificas escolher a que for mais "simples".<br /><br />> -----Mensagem original-----<br />> De: DETEC/Consult - Maurício Júnior de Mendonça<br />> Enviada em: sexta-feira, 13 de maio de 2005 08:27<br />> Para: Fórum Virtual de Pesquisa Psi (E-mail)<br />> Assunto: A Navalha de Ockham<br />><br />> COMPILACAO DAS DISCURSOES ATE AQUI<br />> --------------------------------------------------------------------<br />><br />#1 Mauricio:<br />Creio que as nossas discordancias GRAVES sao: Limites de Psi e Navalha de<br />Ockham. Mas isso fica pra uma outra ocasiao. rsrssrsrs<br /><br />#2 Wellington:<br />Tá bom! Mas ofereço um trecho do texto de um colega de outra lista<br />(Ceticismo Aberto), Marcelo Esteves "Druyan", que comenta bem rapidamente<br />algo de interesse a respeito da Navalha de Ockham. Ele e outro listeiro,<br />Roberto, estiveram dialogando a respeito da definição de ciência e coisas<br />do gênero.<br /><br />---------------------<br />Marcelo: Acho um grande arro agarrarmos a primeira explicação que<br />faça sentido, simplesmente por não haver outra melhor.<br /><br />Roberto: Sem dúvida! Mas tb considero um erro assumirmos uma<br />explicacao por que ela aparenta ser a mais simples dentre todas as<br />apresentadas.<br /><br />Concordo com você. Mas se você está se referindo à Navalha de<br />Ockham, há aí um equívoco muito comum.<br /><br />A Navalha de Ockham não postula que adotemos a explicação mais<br />simples. Ela é apenas um princípio de parcimônia, que se baseia na<br />não multiplicação de entidades desnecessárias. Isso não significa, de<br />forma alguma, que a explicação mais simples tenha algum privlégio<br />sobre qualquer outra.<br /><br />Vou usar um exemplo.<br /><br />Hoje, a ciência conhece os fenômenos envolvidos na eclosão de um<br />trovão. Sabemos, por isso, que se trata de um fenômeno natural. Pois<br />bem, se alguém disser que é Thor, deus do trovão, quem produz os<br />estrondos, o princípio de parcimônia pede que esta hipótese seja<br />descartada a favor da primeira. Por que?<br /><br />Porque Thor é uma entidade desnecessária na explicação de como<br />acontecem os trovões. Se os trovões podem ser explicados por causas<br />naturais, não há porque postular uma entidade sobrenatural como<br />responsável por eles. Thor sobra, é desnecessário para explicar os<br />trovões.<br /><br />Então, ficamos com a explicação da ciência, não porque seja mais<br />simples, mas porque é suficiente.<br /><br />Vou usar um exemplo inverso. Os espíritas afirmam que quando um<br />médium psicografa, há um espírito atuando sobre ele. Explicação<br />simples. Mas hoje, há outras explicações que respondem às lacunas e<br />contradições observadas em fenômenos de psicografia. É uma explicação<br />simples? Não. Ela envolve um entrelaçamento de psicologia,<br />sociologia, pesquisa psi, etc. É uma hipótese complexa, mas que dá<br />conta do recado, melhor que a hipótese espírita.<br /><br />Quando estes fundamentos estiverem bem estabelecidos e a<br />psicografia puder ser explicada por causas naturais, o princípio de<br />parcimônia pedirá que se desconsdire a atuação de espíritos, por<br />desnecessária.<br />> --------------<br />/<br /><br /></span><div><span id="fullpost"> #3 Mauricio:<br />Nao resistindo aa tentacao...<br /><br />> "***Quando*** estes fundamentos estiverem bem estabelecidos e a<br />> psicografia puder ser explicada por causas naturais, o princípio de<br />> parcimônia pedirá que se desconsdire a atuação de espíritos, por<br />> desnecessária." Asteriscos meus.<br /><br />Tô começando a gostar dessa navalha. Mas duvido que essa recomendacao seja<br />levada a seria JÁ. Ou seja "atuação de espiritos" é que deva prevalecer<br />por ser mais simples e AINDA nao se ter a explicação "natural".<br /><br />O autor Parece querer dizer algo assim: __ O principio de parcimonia pede<br />que se desconsidere a "atuacao de espirito" pois a explicação das causas<br />naturais a tornará em breve desnecessaria" __ Ou seja, é o dogmatismo<br />cientifico disfarcado de bom senso... apesar de contradizer a propria<br />logica. Lembra o argumento de fé dos teologos medievais: creio mesmo que<br />absurdo!<br /><br />> Achei a explicação muito boa!<br />/<br />#4 Vitor:<br />comentando:<br /><br />"1-Vou usar um exemplo inverso. Os espíritas afirmam que quando um<br />médium psicografa, há um espírito atuando sobre ele. Explicação<br />simples. Mas hoje, há outras explicações que respondem às lacunas e<br />contradições observadas em fenômenos de psicografia. É uma explicação<br />simples? Não. Ela envolve um entrelaçamento de psicologia,<br />sociologia, pesquisa psi, etc. É uma hipótese complexa, mas que dá<br />conta do recado, melhor que a hipótese espírita." Do texto anexo.<br /><br />***Há muitas diferenças entre os casos de psicografia para dizer que a<br />hipótese de psicologia+sociologia+pesquisapsi dá conta do recado melhor<br />que a espírita. Há casos extraordinários em que a letra é idêntica à do<br />morto, e não só isso, a forma de separar as palavras também, e não só<br />informações corretas e desconhecidas são transmitidas, mas mostra os<br />desejos do espírito de se comunicar a atitudes que comprovam sua<br />personalidade .Um exemplo é o caso Oscar Wilde, cuja médium foi<br />Travers-Smith, citada nos Proceedings. E discordo quanto ao problema de<br />criação de entidades desnecessárias. Mesmo a ciência recorre à criação de<br />entidades para exlicação de seus fenômenos. Por exemplo, quando "cria"<br />grávitons para explicar a gravidade (e existem hipóteses concorrentes mais<br />simples, e nem por isso os grávitons, apesar de não estarem tão na moda<br />como há 5 anos, "deixaram de existir"), ou quando "cria" táquions,<br />partículas que andam a velocidades superiores à da luz, se dirigindo<br />eternam ente para o passado. Se a física pôde trabalhar com os táquions, não entendo<br />porque não podemos trabalhar com espíritos, que me parecem bem menos<br />extraordinários do que os táquions.Espíritos seriam apenas nossa<br />consciência que prosseguiria após a morte (não há nada que mostre o<br />oposto, ao contrário de táquions, que penso violam algumas leis), pelo<br />menos por algum tempo, alguns podendo reencarnar e se comunicar com os<br />vivos atuando através do cérebro do médium.<br /><br />...A fenomenologia é extremamente complexa, em muitos casos, sugerindo a<br />hipótese espírita.<br />/<br /><br /></span></div><div><span id="fullpost"> #4.1 Leonardo:<br />"E discordo quanto ao problema de criação de entidades<br />desnecessárias. Mesmo a ciência recorre à criação de entidades para<br />exlicação de seus fenômenos. Por exemplo, quando "cria" grávitons para<br />explicar a gravidade." Vitor<br /><br />Na realidade o gráviton é uma simplificação, já que a a transmissão da<br />força gravitacional se daria de forma semelhante ao que ocorre com as<br />demais forças. Sem o graviton, a gravidade é uma força a parte, com o<br />gráviton, estamos mais próximos de uma teoria unificada.<br />/<br />#4.2 Vitor:<br />***E a hipótese espírita não unifica diversos fenômenos psi? psicografia,<br />memórias espontâneas, marcas de nascença? Não seria uma simplificação? Não<br />teríamos uma teoria unificada? Todos os fenômenos parapsíquicos<br />explicam-se com o espírito e seu invólucro perispiritual. (Fonte:<br />Fundamentação da Ciência Espírita)<br />/<br />#4.3 Leonardo<br />Na teoria das supercordas, por exemplo, o gráviton, como todas as<br />demais particulas subatômicas, é uma vibração específica das<br />supercordas e emerge naturalmente das equações.<br />E qual seria a hipótese alternativa, neste caso ?<br />/<br />#4.4 Vitor:<br />.***As supercordas, com 10 dimensões. Ou as branas, que surgiram depois,<br />com 12 (quem disse que a ciência prefere a teoria com o menor número de<br />elementos?) . Escolha a sua :-)<br /><br />Acesse http://www.specon.hpg.ig.com.br/artigos/artigo16.htm Caso não goste<br />da bibliografia, pelo menos a parte física achei bem escrita :-)<br />> /<br /><br />#5 Wellington:<br />Maurício,<br />Você não acha que o "quando" usado pelo autor reflete humildade científica<br />e não o dogmatismo a que você se refere? Não estaria ele afirmando<br />simplesmente que há fatores naturais que *talvez* possam dar conta da<br />alegação?<br />/<br />#6 Mauricio:<br />Wellington,Essas "acusações" faziam parte da <tentação> a qual introduzi<br />o e-mail. Com certeza tem um exagero da minha parte. Acho que a sua<br />interpretacao esta´ coerente. Porém...<br /><br />Ele parece estar usando "dois pesos e duas medidas"... ele diz:<br /><br />No caso do Trovao:<br />"Então, ficamos com a explicação da ciência, não porque seja mais<br />simples, mas porque é suficiente."<br /><br />Entao ele diz que vai dar um exemplo inverso, e acaba dando um exemplo<br />simetrico, onde trovao==psicografia thor=espirito. E continua ...<br /><br />"quando um<br />médium psicografa, há um espírito atuando sobre ele. Explicação<br />simples. Mas hoje, há outras explicações que respondem às lacunas e<br />contradições observadas em fenômenos de psicografia. É uma explicação<br />simples? Não."<br />><br />E conclui:<br /><br />"É uma hipótese complexa, mas que dá conta do recado, melhor que a hipótese espírita."<br />><br />E depois se contradiz:<br /><br />"Quando estes fundamentos estiverem bem estabelecidos e a<br />psicografia puder ser explicada por causas naturais, o princípio de<br />parcimônia pedirá que se desconsdire a atuação de espíritos, por<br />desnecessária."<br />><br />Da minha parte usando apenas os seus (dele) argumentos eu diria mais ou<br />menos como o Wellington sugeriu, e aí sem seria humildade cientifica:<br /><br />__ Pelo menos por enquanto a hipotese espirita é preferida pela sua<br />simplicidade (se esse fosse o principal criterio), até quando novos<br />conhecimentos explicarem satisfaoriamente o fenomeno da psicografia.<br />/<br />> #1.xx Wellington<br />Mas toda a argumentação apresentada pelo Marcelo Esteves é a de que<br />"simplicidade" tem outro sentido: a de menor número de entidades. A<br />hipótese espírita amplia o número de entidades conhecidas ou em avaliação<br />científica, de modo a não ser a preferida.<br />/<br />#1.XX Mauricio<br />Wellington,<br />Por isso mesmo é que ele entra em contradicao entre o principio que<br />estabelece e a conclusao a que chega: Veja:<br /><br />"Vou usar um exemplo inverso. Os espíritas afirmam que quando um<br />médium psicografa, há um espírito atuando sobre ele. Explicação<br />simples. Mas hoje, há outras explicações que respondem às lacunas e<br />contradições observadas em fenômenos de psicografia. É uma explicação<br />simples? Não. Ela envolve um entrelaçamento de psicologia,<br />sociologia, pesquisa psi, etc. É uma hipótese complexa, mas que dá<br />conta do recado, melhor que a hipótese espírita."<br /><br />> Onde: Qde de entidades<br />><br />(H. Esp) ---> 1<br />(Outras explic.) --> psicologia+sociologia+pesquisa psi+ etc = 4 ou mais<br /><br />e Reconhece que:<br /><br />" ****Quando*** estes fundamentos estiverem bem estabelecidos e a<br />psicografia puder ser explicada por causas naturais, o princípio de<br />parcimônia pedirá que se desconsdire a atuação de espíritos, por<br />desnecessária."<br />><br />Portanto,(SEGUNDO O AUTOR e nao eu ou voce) qual é a mais "simples" no<br />presente?<br />><br />Claro que a H. espirita *por eqto*, a nao ser que se decrete, e aí entra o<br />DOGMA (nao no sentido pejorativo) de que "espirito" é uma entidade<br />desnecessaria. Uma avaliação puramente pessoal, diria mesmo, metafisica.<br />><br />Obs. Estamos avaliando tao somente a psicografia. Deixamos de fora uma<br />infinidade de fenomenos, .onde as "entidades" tenderiam a crescer mais e<br />mais. Observe tambem que na ansia de abalisar sua tese o autor, inclui na<br />base da sua "Teoria X" (psicologia+sociologia+pesquisa psi+ etc) ainda nao<br />demonstrada sarisfatoriamente (cf. ele) uma outra hipotese na mesma<br />situacao (PSI)que nem sequer se sabe se existe.<br />> /<br /><br /><br />> Abraço,<br />> Vitor<br />><br />> Fraternos Abracos<br />> Mauricio Mendonca<br />><br />> Um fraternal abraço,<br />> Wellington Zangari<br />><br />> um abraço<br />> Leonardo Stern<br />><br /></tentação></span></div></div>IPCEhttp://www.blogger.com/profile/06986959155375846758noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1232109326067292969.post-73473424045842582962009-12-12T02:58:00.000-08:002009-12-23T09:17:43.537-08:00É Possivel estudar o espiritismo cientificamente?Eduardo Lima, 2009<br /><br />É comum depararmos com a idéia de que a ciência reproduz uma<br />verdade comprovada, irrefutável e infalível. Dar a algo a qualidade de<br />científico equivale a atestar a sua veracidade inquestionável. A<br />Matemática, por exemplo, é comumente compreendida como um<br />conjunto de verdades irrefutáveis. A Física, endeusada por Augusto<br />Comte, seria o supra-sumo das certezas inquestionáveis e da<br />racionalidade. Todavia, não é assim que a comunidade científica deve<br />ver a ciência, pois, o conhecimento científico não é irrefutável e suas<br />verdades são sempre provisórias, pois duram enquanto não são<br />retificadas por uma nova teoria ou experiência.<br /><br /><span id="fullpost"><br /><br />Agradecemos muitíssimo o honroso convite da médica e Prof. Dr. Eliane. Entendemos que nossa presença aqui, através da disciplina “Medicina e Espiritualidade”, significa que a faculdade que vocês se encontram está aberta para explorar caminhos do conhecimento parcialmente desbravados. Procuraremos demonstrar que pouca coisa é tão importante quanto esta atitude durante uma formação acadêmica. <br />Gostaríamos inicialmente de definir nossos termos. Por epistemologia entendemos o saber que questiona sobre as possibilidades de validade, normatividade e inteligibilidade do conhecimento. Paradigma aqui significa os conteúdos gerais de uma visão de mundo, um macro-consenso sobre uma maneira de entender e de agir a respeito da vida. Neste momento, é plausível passar ao assunto que nos trouxe a esta faculdade hoje.<br />O tema da palestra engendra um interdisciplinar campo de complexos problemas epistemológicos que, inclusive, podem suscitar quebras paradigmáticas nos saberes atuais. Dito isto, objetivamos três pontos. Em um primeiro momento, abordar algumas destas dificuldades teóricas. Em seguida serão apresentadas pesquisas sobre vida após a morte – entrelaçadas a estudos sobre PSI –, que parecem promissoras. Por fim, explanaremos sobre possíveis vantagens destes estudos. <br /><br />Imediatamente, a pergunta geral da palestra implica necessidade de definir o que é uma pesquisa cientifica. Adjacente a esta primeira necessidade, deve-se falar que tipo de conhecimento último as pesquisas consideradas cientificas geram. Começando pelo segundo ponto Ricardo Gouvêa em Filosofia observa:<br /> <br />Entretanto, há muito tempo que a filosofia "desconstruiu" a noção clássica de verdade: o que temos hoje são diferentes teorias sobre a verdade, como o correspondentismo, o coerentismo, o verificacionismo, o pragmatismo de William James (1842-1910), o semanticismo (...) <br /><br /><br />Já focando as ciências duras, Rodrigo Bello afirma:<br /><br />É comum depararmos com a idéia de que a ciência reproduz uma verdade comprovada, irrefutável e infalível. Dar a algo a qualidade de científico equivale a atestar a sua veracidade inquestionável. A Matemática, por exemplo, é comumente compreendida como um conjunto de verdades irrefutáveis. A Física, endeusada por Augusto Comte, seria o supra-sumo das certezas inquestionáveis e da racionalidade. Todavia, não é assim que a comunidade científica deve ver a ciência, pois, o conhecimento científico não é irrefutável e suas verdades são sempre provisórias, pois duram enquanto não são retificadas por uma nova teoria ou experiência. <br /><br />No imbricamento destes dois argumentos L. Chevitarese nos apresenta esta síntese:<br /><br />O desencanto que se instala na cultura é acompanhado da crise de conceitos fundamentais ao pensamento moderno, tais como “Verdade”, “Razão”, “Legitimidade”, “Universalidade”, “Sujeito”, “Progresso”, etc. O efeito da desilusão dos sonhos alimentados na modernidade se faz presente nas três esferas axiológicas por ela mesma diferenciadas: a estética, a ética e a ciência. <br /><br />Pensando neste desencanto, talvez se possível defender que em nossa contemporaneidade, a época seja propicia a quebra de paradigmas. Voltaremos ao tema no final.<br /><br />Neste momento, questionamos: Como são formadas estas verdades científicas provisórias? Para Thomas Kuhn uma teoria da ciência substitui outra precisamente quando “é um instrumento mais adequado para descobrir e resolver quebra-cabeças, mas também de alguma forma representa uma visão mais exata do mundo”. Com efeito, de forma geral, a cientificidade de qualquer estudo se efetiva através de uma abordagem teórico-metodológica rigorosa e reconhecida entre a comunidade cientifica. Junto a isto, se entende que uma verdade é cientifica quando seus resultados gerais e verdades provisórias são sustentáveis e utilizados nos vários planos da concretude da existência.<br />Partindo destas reflexões iniciais, é possível anotar que “qualquer coisa” pode ser estudada de forma cientifica, bastando cumprir o rigor e a pertinência necessários. Deste modo, a ciência – e o que conhecemos cotidianamente com pesquisa cientifica –, é de fato, uma atividade demasiado humana, como diria Nietzsche, portanto, sujeita a graves mudanças e reestruturações ao longo do tempo.<br />Novamente, segundo T. Kuhn, quando uma imensa mudança de paradigmas ocorre – e um possível reconhecimento cientifico da vida após a morte é uma dessas magnas mudanças –, isso acontece quando o “novo candidato deve parecer capaz de solucionar algum problema extraordinário reconhecido como tal pela comunidade [científica] e que não possa ser analisado de nenhuma outra maneira”. Ou seja, a vida após a morte somente começará a ser aceita cientificamente quando as teorias materialistas já não forem suficientes diante de novos fenômenos/aspectos observados.<br />Algo, portanto, pode legitimamente ser chamado de um estudo científico sobre vida após a morte se for suficientemente rigoroso e pertinente em termos teórico-metodológicos ao ponto de ser reconhecido como tal pela comunidade. Ao mesmo tempo em que resolve problemas nos vários planos das práticas acadêmicas. Nesse sentido, qualquer um que deseje demonstrar cientificamente que existe vida após a morte, precisa inexoravelmente antes, demonstrar que seus estudos podem legitimamente serem considerados científicos. Somente desta forma serão ouvidos, pois em termos simples, cientistas só dão ouvidos aos seus pares.<br />Não obstante, estudos sobre a vida após a morte apresentam problemas muito específicos, e problemas sérios. Trataremos disto agora.<br /><br />Talvez estas dificuldades possam ser agrupadas em três campos: i. Quais tipos de pesquisas devem ser utilizadas e como torná-las realmente científicas; ii. O problema do preconceito dos estudiosos fortemente apegados aos paradigmas já estabelecidos. iii. Os estudos sobre a vida após a morte realmente estão ainda em uma fase pré-paradigmática. Silvio Chibene explica que para Kuhn:<br /><br />A fase pré-paradigmática representa, por assim dizer, a pré-história de uma ciência, aquele período no qual reina ampla divergência entre os pesquisadores sobre quais fenômenos devem ser estudados e como devem sê-lo; sobre quais devem ser explicados e segundo quais princípios teóricos; sobre como os princípios teóricos se inter relacionam; sobre as regras, os métodos e os va¬lores que devem direcionar a busca, a descrição, a classificação e a explicação de novos fenômenos, ou o desenvolvimento das teorias; sobre quais técnicas e instrumentos podem ser utilizados, quais devem ser utilizados etc. Enquanto predomina tal estado de coisas, a disciplina ainda não alcançou o estado de genuína ciência. <br /><br />Ou seja, não existem acordos epistemológicos no concernente a estes estudos. Não obstante, acompanhando Silvio Chibene, gostaríamos de enfatizar aqui – e é preciso deixar muitíssimo claro tal ponto –, que pesquisas não se dividem, em dois tipos: cientificas e não cientificas. Na verdade, talvez se possa falar que quando o tema pesquisado pode suscitar quebra de paradigmas da magnitude sobre a qual aqui estamos tratando, os pesquisadores sempre são considerados de alguma forma pioneiros. Isso se dá porque estas ousadias envolvem a construção de novos métodos, problemas e objetos em face de pretensões desta grandeza. <br />Talvez, uma das lições que o pensamento de Kuhn oferece é que nós não devamos em última instância ter compromisso com nenhuma ciência, mas antes, temos que assumir compromisso com a “verdade”. Com isso, imaginamos agora quantos de vocês, presentes nesta sala, estão abertos para ajudar pesquisadores de vida após a morte, e não somente criticar “ingenuamente” (ou amargamente) suas reais e grandes fragilidades teórico-metodológicas típicas de pesquisas incipientes. Enfatizamos, é forçoso reconhecer com pertinente acuidade teórica esforços de pioneirismo científicos. <br />É claro que mesmo pesquisas pioneiras devem – além de tentar apresentar todo rigor aqui já comentado –, se basear em protocolos tradicionais. Não obstante, é possível situar em favor destes pioneiros que, mesmo estas exigências são relativas, pois de fato, há um momento nas ciências de ineditismo. Sobretudo, gostaríamos de situar ainda outra vez, que isso deve correr quando o que está em jogo é uma imensa e multidisciplinar quebra de paradigmas. Esta postura mais aberta, a nosso ver, deve ser o grande norte, a incontornável pedra de toque, para quem não deseja cometer crimes de lesa ciência.<br />Por fim antes de passarmos para outra parte da palestra, esperamos que tenha sido esclarecido igualmente que, em ciências, não se faz necessário inexoravelmente evidências extraordinárias para alegações extraordinárias como alguns falsos céticos gostam de argumentar. Claro que resultados extraordinários são bem vindos. Em termos metafóricos, ninguém em sã consciência irá negar que o suposto animal pé-grande enjaulado é melhor do que vinte boas evidências de que ele existe. No entanto, seria anticientífico dizer que não existiria absolutamente nada por aí em face das mesmas vinte boas evidências. E se, em vez de vinte, forem trinta boas evidências, e a existência de tal animal ainda ajudar a explicar uma série de outras ocorrências misteriosas correlatas, é melhor pensar em preparar a jaula. Kuhn afirmou que às vezes, para uma mudança de paradigma faz-se necessário toda uma nova geração de estudiosos olhando para os problemas de forma mais imparcial, menos “dogmática”, portanto. <br />Através dos argumentos supracitados é plausível situar que as pesquisas não se dividem apenas entre as que podem apontar a existência de vida após a morte, e as que não podem sugerir a realidade da vida após o colapso da matéria. Entendemos aqui que existe ainda um terceiro tipo: pesquisas que podem ter uma explicação materialista dentro do macro-paradigma atual, ao mesmo tempo em que sugerem a possibilidade sobrevivencialista, enquanto explicação igualmente possível.<br />Em suma, é muito fácil criticar pesquisas realmente incipientes, mas a nosso ver, devemos ter a competência cientifica de observar os sinais dos tempos que indicam inícios de quebra de paradigmas. A própria existência de uma disciplina como esta que vocês estão fazendo é um desses sinais. É extremamente provável que agora nós estejamos diante de uma platéia intelectualmente heterogênea. E, em face da observação de Kuhn, imaginamos quantos entre vocês morreriam sem aceitar a vida após a morte, ou PSI como cientificamente demonstradas, mesmo em face de acúmulos de novas evidências realmente cientificas. Esperamos que não muitos.<br />E aqui avançamos para a segunda parte da problemática que cerca nossa palestra perguntando: Quais pesquisas estão sendo feitas cujas conclusões devam levar em consideração como hipótese ou mesmo melhor explicação a vida após a morte? Afinal, de onde sairão as equações ou experimentos que declararão cientificamente aceita a vida após a morte, forjando o necessário acordo acadêmico? Será a Psicologia, a Física, a Química que estarão na linha de frente das mudanças? Acreditamos que uma mudança desta magnitude, só irá ocorrer através de fortes iniciativas interdisciplinares. E que não somente uma, mas várias comunidades de cientistas deverão aceitar, portanto, o novo macro conhecimento. Quando falamos sobre estudos de vida após a morte, destacaremos três tipos e, esperamos ter deixado claro que, a nosso ver, todos se encontram em uma fase mais ou menos pré-paradigmática. 1. Os estudos sobre PSI; 2. Os estudos sobre lembranças espontâneas ou provocadas de vidas passadas; 3 Os de transcomunicação. <br />Tomando o primeiro recorte, sobre as fronteiras da psiquiatria e espiritualidade, Silvio Chibene afirma:<br /><br />Casos típicos são as relações entre saúde mental e espiritualidade, principalmente nas situações que envolvem as chamadas “experiências anômalas” e os “estados alterados de consciência”.2 Nesses casos, há discordância sobre quase tudo, a começar pela própria realidade dos fenômenos. Admitida essa realidade, não há unidade de vistas sobre os padrões e as condições em que se apresentam e, sobretudo, sobre sua explicação. Não há, pois, nenhum enfoque teórico único direcionando a pesquisa, o que configura uma típica situação “pré-paradigmática”. <br /><br />E fragilidades em quaisquer áreas do conhecimento são exatamente os pontos epistemológicos isolados e testados. E, caso não passem no teste, as áreas são quebradas ou modificadas. Pois, segundo Thomas Kuhn, de forma geral, quem desejar que seu novo paradigma seja aceito tem que demonstrar que eles “são capazes de resolver os problemas que conduziram o antigo paradigma a uma crise”. Deste modo, a psicologia parece promissora porque estes furos/ausências em seus próprios núcleos teóricos atualmente são testados através de importantes trabalhos dos estudiosos de PSI e dos investigadores de médiuns. <br />Com efeito, em palestras como esta, somos obrigados a situar somente dois grandes aspectos destas pesquisas sobre vida após a morte e PSI: 1. Realmente existem evidências cientificas mais do que suficientes para que estudos sobre PSI e vida após a morte seja levados muitíssimo a sério. 2. Ninguém sabe os limites de PSI, portanto, não é possível aferir fortemente se as forças anômalas são de algo interno (“mente/soma?”) ou externo (um “espírito?”, p. ex.,). Perdoem-nos por citar experiências pessoais, mas com elas, igualmente, entendemos que permeando estes dois eixos, a fragilidade de alguns conceitos como, por exemplo, o de “inconsciente”, nos parecem portas de estudo que podem levar a caminhos nunca trilhados. Tal conceito, nos parece um misterioso “deus ex machine” que tudo explica, sem explicar bem ele mesmo. Para alguns estudiosos, o inconsciente guarda as impressões de vidas passadas e não somente, aquilo que é concernente a esta vida.<br />Tendo em vista os meandros até aqui percorridos, gostaríamos de sugerir que os psicólogos desta área não podem deixar de fomentar estudos cujas naturezas são fortes o suficiente para quebrar ou resignificar paradigmas. Ou seja, devem focar, sobretudo, estudos que possibilitem verificar a veracidade dos eventos anômalos e da vida após a morte. <br />Hermínio de Miranda que, há décadas, realiza experimentos com regressão de memória e, sem dúvidas, estudou com acuidade a obra de Freud, afirma:<br /><br />No conceito de inconsciente, por exemplo, falta um elemento vital ao seu entendimento: o das vidas sucessivas. Freud partiu aqui de um principio válido, aliás, inescapável, – o de que a gênese de nossos problemas emocionais está em nós mesmo ou, melhor ainda, em nosso passado. (...) a intuição de Freud passou pertíssimo, Ele até usou palavras-chave como regressão e fixação, repressão e trauma. <br /><br />Talvez os futuros psiquiatras aqui presentes se deparem com eventos que os façam recordar tais considerações. Se for o caso, nos estudos de fenômenos anômalos talvez seja extremamente importante testar a intencionalidade, o livre arbítrio e a capacidade erudito-intelectiva dos fenômenos, enquanto dados que podem contribuir para a solução do problema dos limites de PSI e do conceito de inconsciente. <br />Pensado com T. Kuhn, se alguém deseja demonstrar, que aquilo que chamamos de inconsciente possuiu “conteúdos” de outras reencarnações, estas pessoa deve argumentar e explicitar que, através desta mudança, tal conceito se adequaria melhor com todos os fenômenos observados. Igualmente, os resultados técnico-práticos desta reconceituação devem ser mais eficientes do que antes, abrindo ainda perspectivas reais para solucionar vários e, mesmo, novos problemas próximos. Entre estes problemas podemos apontar a questão da dissociação de múltiplas personalidades. <br />Neste momento, já é possível tocar nas pesquisas sobre lembranças espontâneas ou provocadas de vidas passadas. Quando alguém relata que possuiu lembranças de vidas passadas, sobretudo, crianças. E os pais descobrem, de forma impressionante, que estas lembranças podem ser verificadas em termos de pesquisas empíricas, a questão fundamental passa a ser qual a melhor explicação para o fenômeno, e não se o fenômeno realmente acontece. De forma geral, os céticos sérios só podem argumentar que a criança acertou os fatos narrados a partir de dois eixos: a) ela obteve as informações de algum modo; b) foi um acaso. A segunda parece estatisticamente improvável. Atenção, não dissemos impossível. Já a primeira nos parece bastante instigante, pois diante de centenas de estudos de casos realmente impressionantes, defendemos que não existem muitas razões epistemológicas (incluindo a navalha de Ockham) para não ampliar as hipóteses admitindo, – nem que seja, com menor possibilidade –, que as supostas memórias das vidas passadas são reais. Aqui, acreditamos ser fundamental que estes pesquisadores aprimorem cada vez mais suas técnicas de coletas de dados. <br />Enfocando, neste momento a transcomunicação instrumental, os pesquisadores que se dedicam a estes trabalhos alegam que gravam vozes de mortos e que, em tais sons, é possível aferir que eles: passam informações muitos pessoais; são vozes humanas; são vozes fisicamente/somaticamente semelhantes as dos mortos. Estas pesquisas me parecem muito promissoras, por terem uma base experimental empírica relativamente fácil de aferir. Aqui, a antiga dicotomia entre ciências duras e humanas parece favorecer os ousados pesquisadores que afirmam conseguir provar que os mortos se comunicam. Tais estudiosos alegam, pois que já existem meios técnico-científicos suficientes para demonstrar a veracidade de suas conclusões. Nesse sentido, não se tratam de persistir com a presença de hipóteses “ad hoc” inverificáveis para sustentar pontos nebulosos. Ao contrário, os supostos dados vocais anômalos podem ser testados “antes mesmo” de serem teoricamente obscuros. Em termos simples, os transcomunicadores podem tentar pericialmente sustentar que as vozes são de mortos, enquanto lidam com os outros problemas teóricos desta empreitada. Mas se isso é um fato, perguntamos a vocês: Porque estes estudos ainda são marginais? Esta pergunta fica para a reflexão dos senhores.<br />Em contrapartida é lícito vocês também perguntarem que, se além do amplo rigor teórico-metodológico, existe mais algum procedimento fundamental para se estudar cientificamente vida após a morte. Respondemos afirmativamente.<br />Estes fenômenos, enquanto objetos de estudo, gostam de dificultar certos pressupostos considerados genericamente importantes para o labor científico como a necessidade de repetição controlada em condições rigorosas. Novamente, pedimos perdão por falar sobre elas, mas diante de nossas experiências pessoais, defendemos que quem almeja estudar cientificamente a vida após a morte, deve se assemelhar aos caçadores de tornados que não esperam que tais fenômenos ocorram em seus quintais; antes ao contrário, estão epistemologicamente conscientes das peculiaridades de seu objeto de estudo. Com efeito, me parece que este raciocínio é válido para o estudo da maioria dos fenômenos anômalos. O que desejamos dizer é: Tais pesquisadores devem estar trabalhando onde os fenômenos anômalos parecem surgir mais freqüentemente. <br />Talvez alguns entre vocês tenham anotado que em nenhum momento falei sobre temas teológicos ou metafísicos. Obviamente, tais questões são incontornáveis quando o assunto é vida após a morte. Cedo ou tarde se unirão ao bojo das pesquisas e, parece claro, que estarão engendrados em um largo debate ético-religioso. Não obstante, gostaríamos de sustentar aqui que, em nossa contemporaneidade, é absolutamente possível estudar a vida após a morte sem tais elementos, pelos menos a priori. Estamos realmente convencidos que, diante dos avanços teórico-metodológicos das pesquisas a cerca da vida post-mortem e, sobretudo, em face da supracitada necessidade de aceitação paradigmática deste novo tema pelas comunidades cientificas, é melhor que estes elementos venham depois. <br />Em se aproximando do fim, gostaríamos de cumprir o que prometemos inicialmente e falar porque pesquisas após a morte nos parecem fundamentais. Para uma platéia de médicos iremos nos concentrar majoritariamente no âmbito da saúde. <br />Estamos convencidos que estudar a vida após a morte, obtendo resultados científicos sobre sua realidade, significa desvelar uma imensa gama de possibilidade teóricas que, irão afetar diretamente a vida humana. Sobretudo, se for verdade, que nosso tempo, realmente é propício a quebra de paradigmas como gostamos de acreditar. Claro, que é extremamente difícil estabelecer metanarrativas planetárias, mas apostaríamos todas as nossas fichas que, tal evento afetaria grandemente as idéias de todos os cidadãos não alienados do planeta. Sem falar que ter ciência da existência cientifica de uma sobrevivência além da matéria seria apenas o começo de múltiplos experimentos complementares como, p. ex., aperfeiçoar a própria comunicação entre os dois planos de vida. Mas, tentando não ir longe com a arriscada futurologia, uma coisa parece mais palpável de início. A nosso ver, as ciências, como a medicina, são meios que buscam, ou deontologicamente devem acarretar melhorias para a existência humana. Estamos fortemente convencidos que o conhecimento realmente liberta. E, ao contrário do que alguns “pós-modernos” querem pregar, gostamos de acreditar ser possível, sob vários aspectos, afirmar que o conhecimento humano de alguma forma progride e, por assim dizer, devemos promover estas mudanças. Deste modo, mesmo que todos os médicos não se tornam especialistas na vida após a morte, parece coerente prever que, neste panorama futurista, todos irão dedicar mais cuidados não apenas com corpo material, mas com todos os aspectos das existências (material/e post-mortem). Fortalecendo ainda mais os laços com outras áreas do conhecimento. Nesse sentido, focar a morte e situá-la enquanto objeto científico, no limite, implica fortalecer a belíssima e sacra missão de todos os seguidores de Hipócrates: salvar e melhorar vidas.<br /><br />--------------------<br /><br /> Palestra apresentada para os estudantes de medicina da Universidade Federal do Ceará em Dezembro de 2009.<br /> Cf. SUZANA, Marly da C. Magalhães. BARRETO, José Anchieta E.. O Discurso Epistemológico: modernos e pós-modernos. p. 212-213. <br /> Consideramos que certos estudos sobre PSI estão intimamente entrelaçados aos estudos sobre vida após a morte, portanto, este tema será igualmente privilegiado. Sobre PSI deve ser esclarecido: “Os fenômenos Psi ou parapsíquicos remontam à história do próprio homem, porém, o início do seu estudo científico é atribuído às pesquisas pioneiras do eminente Químico e Físico William Crookes, em 1872. A partir de seus estudos, que deram grande evidência aos fenômenos, vários cientistas envolveram-se com o que, na época, chamava-se de Pesquisa Psíquica e, posteriormente, de Metapsíquica. Todos esses brilhantes pesquisadores foram acusados, discriminados e "excomungados" do meio científico. Como resposta a essa exclusão científica, surgiu, em Janeiro de 1882, a SPR (Society for Psychical Research - Sociedade para Pesquisa Psíquica) de Londres, que tinha como objetivo estudar o mesmerismo e o hipnotismo; as curas paranormais; a clarividência; a transmissão do pensamento; a mediunidade física e mental; as aparições e assombrações. Já em 1884, surge a filial norte-americana da SPR a ASPR (American Society for Psychical Research). O período compreendido entre 1882 e 1930, o qual ficou também conhecido como Era Heróica, é caracterizado principalmente pela pesquisa qualitativa de casos espontâneos ligados, na sua maioria, à questão da sobrevivência da alma após a morte física. Os sujeitos investigados eram Médiuns e/ou Psíquicos brilhantes que geravam fenômenos de efeitos físicos incríveis, tais como a materialização de corpos e objetos, ou a levitação de objetos e, às vezes, dos seus próprios corpos. Cientistas dos mais eminentes tentaram comprovar a existência desses fenômenos diante de uma comunidade científica que os negou terminantemente. A sua aceitação implicaria em mudanças radicais no sistema de crenças e paradigmas da época. Além disso, algumas tentativas de fraude por parte de alguns médiuns serviram para que esses fenômenos fossem genericamente desacreditados.” Cf. SILVA, Fabio Eduardo da. Contextualização da Parapsicologia: definição, fenômenos, histórico, pesquisas e tendências. p. 4. <br /> GOVEIA, Ricardo. A Verdade na Filosofia. p. 17.<br /> BELLO, Rodrigo. A Questão da Verdade Cientifica. p. 1. <br /> CHEVITARESE, L. “As ‘razões’ na Pós-modernidade”. p. 1.<br /> KUHN, Thomas S. A estrutura das revoluções cientificas. p. 253. <br /> KUHN. Thomas S. A Estrutura das Revoluções Cientificas. p. 212. <br /> CHIBENE, Silvio. Investigando o desconhecido: filosofia da ciência e investigação de fenômenos “anômalos” na psiquiatria. p. 3. <br /> Sobre as afirmações deste parágrafo, Cf. KUHN, Thomas S. A Estrutura das Revoluções Cientificas. p. 190-197 e passim. <br /> <br /> Para Alexandre Moreira: “Quando se procuram evidências a favor de uma dada hipótese, é preciso ter em mente qual grau de certeza se deseja alcançar. Importante ter em mente que não é possível encontrar a comprovação cabal e definitiva de qualquer hipótese em qualquer ciência, inclusive na física (Chalmers, 1997; Popper, 1963). Esta ingenuidade epistemológica, a busca de uma prova definitiva, tem permeado o discurso de vários pesquisadores que comentam as pesquisas de sobrevivência postmortem (Moreira-Almeida, 2006). Assim, o que se deve esperar das pesquisas científicas é o acúmulo de evidências a favor ou contrárias a uma dada hipótese.” MOREIRA-ALMEIDA, Alexandre. É possível estudar cientificamente a sobrevivência após a morte? p. 5.<br /> Cf. KUHN. Thomas S. A Estrutura das Revoluções Cientificas. p. 215. <br /><br /> CHIBENE, Silvio. Investigando o desconhecido: filosofia da ciência e investigação de fenômenos “anômalos” na psiquiatria. p. 3. <br /> KUHN, Thomas S. A Estrutura das Revoluções Cientificas. p. 193.<br /><br /> A parapsicologia pode ser definida “como o campo cientifico voltado a investigar certos eventos associados com experiências humanas. Essas experiências são denominadas anômalas visto que são difíceis de explicar dentro dos parâmetros de tempo, espaço e energia da ciência vigente” Cf. SILVA, Fabio Eduardo da. Contextualização da Parapsicologia: definição, fenômenos, histórico, pesquisas e tendências. p. 1.<br /> MIRANDA, Hermínio de. A memória e o Tempo. p. 163. <br /><br /> Eduardo F. da Silva afirma que: “Dentre as muitas controvérsias as quais a parapsicologia esta envolvida, talvez a mais antiga, atual e importante diga respeito a se os fenômenos por estudados ela realmente existem ou não. Com base nas técnicas Meta-analíticas aplicadas aos experimentos psi podemos afirmar que tanto a ESP como a PK existem. Ou seja, a base de dados estatísticos acumulados sobre esses experimentos oferece uma evidência científica muito forte a favor da hipótese psi. Essa evidência experimental vem a confirmar muitos dos dados das pesquisas de levantamento e de campo. Isso não significa dizer que exista um consenso a esse respeito. Os intermináveis debates científicos entre os céticos e os parapsicólogos, ou mesmo entre esses últimos, revela que estamos longe de resolver essa questão. Já com relação aos fenômenos sugestivos da hipótese da sobrevivência da consciência após a morte física, as controvérsias e debates se intensificam imensamente. A dificuldade de verificar alguns desses fenômenos experimentalmente sem que se possa excluir muitas hipóteses explicativas, dificulta em muito um avanço na sua compreensão. Alguns deles inclusive, não são passíveis de verificação experimental.” SILVA, Fabio Eduardo da. Contextualização da Parapsicologia: definição, fenômenos, histórico, pesquisas e tendências. p. 3.<br /> Cf. MIRANDA, Hermínio de. A memória e o Tempo. p. 45-46 e passim. <br /> Estamos pensando, p. ex., nos trabalhos de Ian Stevenson que podem ser observados no site: http://www.healthsystem.virginia.edu/internet/personalitystudies/ Em língua portuguesa recomendamos: <br />STEVENSON, I. Metade de uma carreira com a paranormalidade. Revista de Psiquiatria clinica 34 (supl.1): 150. Disponível em: www.hoje.or.br/site/artigos <br /> A transcomunicadora Sonia Rinaldi alega: “(...) No caso da Transcomunicação, exaustivamente essa segunda hipótese fica descartada, por uma série de fatores que não arrolaremos para não nos estendermos. Mas sumarizamos dizendo que as Vozes que gravamos falam de coisas que ninguém sabia, dão nomes de pessoas, cidades de origem, etc., que o transcomunicador nunca ouviu falar. Filhos falecidos mencionam peculiaridades que só a família sabe, etc. Não há a menor possibilidade de ser produto da mente de alguém. Necessariamente, os contatos mostram que estamos em contato com seres que já partiram”. NETO, Manoel Fernandes. Reportagem: Vida após a morte será tema de dissertação na PUC de São Paulo. p.1. <br /> H. F. Japiassu sobre a nossa contemporaneidade e, refletindo a cerca de certas crises políticas e das categorias de racionalidade ocorridas na metade do século XX, percebe: “(...) Com a emergência dos totalitarismos, o desmoronamento das ideologias de esquerda e o declínio da mitologia do Progresso, vivemos um momento histórico caracterizado pela evanescência dos conflitos social, político e ideológico. Nosso mundo pode ser caracterizado por uma tríplice recusa: 1. da visão global da História como progresso ou emancipação, conduzindo os indivíduos a adotarem uma atitude de profundo agnosticismo político; 2. da idéia de uma razão uniforme e universal, levando os indivíduos a não saberem mais se devem ou não pensar ou a acharem que se equivalem todos os modos de pensar; 3. da diferenciação estrita das esferas culturais (arte e filosofia, por exemplo), levando os indivíduos a acreditarem que podem ser fundidas na base de um princípio único de racionalidade ou de funcionalidade. Cf. JAPIASSU, H, F. A Crise na Razão no Ocidente. p. 3.<br /><br /><br />Referências:<br />1. BELLO, Rodrigo. A Questão da Verdade Cientifica. Disponível em: http://rodrigobello.wikidot.com/a-questao-da-verdade-cientifica-bartira-santos Acesso em: 05.12.09<br />2. BERTRAND, S. A Razão no século XX. Tradução de Mario Pontes. Brasília: UNB, 1998.<br />3. CHEVITARESE, L. As ‘razões’ na Pós-modernidade. Análogos. Rio de Janeiro: Booklink, 2001. <br />4. CHIBENE, S. S. & Moreira-Almeida A. (2007). Investigando o desconhecido: filosofia da ciência e investigação de fenômenos “anômalos” na psiquiatria. Revista de Psiquiatria Clínica 34 (supl 1):8-16. Disponível em: www.hoje.org.br/site/artigos Acesso em: 05.12.09.<br />5. SILVA, Fabio Eduardo da. Contextualização da Parapsicologia: definição, fenômenos, histórico, pesquisas e tendências. p. 1. Disponível em: http://www.unibem.br/livres/arquivos/Parapsicologia.PDF Acesso em: 09.10.09.<br />6. JAPIASSU, H. F. A crise na razão no Ocidente. Revista Eletrônica Sinergia, 2000. Disponível em: http://www.sinergia.spe. Acesso em: 2 fev. 08 <br />7. MIRANDA, Hermínio de. A memória e o Tempo. 4º. Edição. Publicações Lachâtre, 1994. <br />8. KUHN, T. S. (1970). The structure of scientific revolutions (2nd ed.). Chicago, IL: University of Chicago Press.<br />9. KUHN, T. S. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva, 2007.<br />10. MOREIRA-ALMEIDA, Alexander. É possível estudar cientificamente a sobrevivência após a morte? Capítulo publicado em: Incontri, D. & Santos, FS. A Arte de Morrer visões plurais. (pag. 36-44) Bragança Paulista, SP. Editora Comenius, 2007. <br />11. NETO, Manoel Fernandes. Reportagem: Vida após a morte será tema de dissertação na PUC de São Paulo. Disponível em: http://www.novae.inf.br/site/modules.php?name=Conteudo&pid=1242. Acesso em: 05.12.09.<br />12. STEVENSON, I. Metade de uma carreira com a paranormalidade. Revista de Psiquiatria clinica 34 (supl.1): 150. Disponível em: www.hoje.or.br/site/artigos Acesso em: 06.10.09<br />13. SUZANA M. C. M.; BARRETO, J. A. (Org.). O discurso epistemológico: modernos e pós-modernos. Fortaleza: Imprensa Universitária – UFC, 2003.<br />14. WADOMIRO, J. S.. Interpretação, razão, ceticismo. In: LUIZ, P. R.; WADOMIRO, J. S. (Org.). Razão mínima. São Paulo: Unimarco, 2004.<br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /></span>IPCEhttp://www.blogger.com/profile/06986959155375846758noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1232109326067292969.post-14890633698698474132009-12-01T11:42:00.000-08:002009-12-24T13:46:47.361-08:00Pesquisas sobre a sobrevivência da almaDe Mauricio Mendonça<br />(Publicado no Jornal da FEEC de Novembro de 2009)<br /><br />O grande momento das experimentações cientificas dos fenômenos mediúnicos deu-se entre meados do século XIX e início do XX. Naquele período, encontramos grandes nomes de pioneiros, incluindo várias figuras da SPR (Society for Psychcal Research), de Londres. Os fenômenos estudados eram, basicamente, os macros, de efeito físico, tais como, materializações, moldes em parafina, voz e escrita diretas etc. <br />Como andam as pesquisas sobre a sobrevivência da alma, hoje em dia? Será que se confirmam os resultados atingidos por aqueles pesquisadores? <br /><br /><span id="fullpost"><br />Muitos espíritas consideram que tais "repetições" não são necessárias, pois esses fenômenos já foram devidamente comprovados e repeti-las seria pura perda de tempo e esforço. Outros consideram importante que as pesquisas continuem, até que não haja mais nenhuma dúvida quanto à realidade dos fenômenos. Muitos céticos também acham perda de tempo, pois é "obvio" que não existe nada a ser demonstrado, pois fantasmas não existem. <br /><br />Forçoso é reconhecer que a realidade de tais fenômenos ainda está longe de ser aceita pela comunidade científica. Quando muito, alguns toleram a idéia; a maioria ignora-a. Ha quem diga que o problema é deles, e que isso se dá por algum tipo de preconceito ou outros motivos menos nobres. Prefiro pensar que nós espíritas é que , não tivemos a devida competência para terminar uma tarefa tão bem executada, a princípio. <br /><br />E agora? O que fazer? Essa situação ainda poderá ser revertida? Claro, e começa com a conscientização de que temos a responsabilidade de incentivar e produzir pesquisas genuinamente científicas. Um exemplo desse tipo de ação foi a publicação de trabalho acadêmico, que trata de aspectos espirituais, comparando transtornos psicológicos com mediunidade e demonstrando, através de uma pesquisa rigorosa, que a mediunidade, dentro de um contexto espírita, não pode ser encarada como uma psicopatologia, pois ao contrário é uma atividade saudável. <br /><br />Também poderíamos facilitar que pesquisadores sérios possam ter acesso a possíveis fenômenos, que ocorram nos centros espíritas, ou com médiuns específicos (evidentemente, permitir com critérios bem avaliados). A comunidade espírita também deveria olhar para esse problema, com mais "simpatia", e promover cursos, encontros, palestras, além de espaços como este em jornal tratando sobre temas exclusivamente científicos. <br /><br />Neste canto, trataremos de pesquisas contemporâneas como as do falecido professor Ian Stevenson, que conseguiu desenvolver uma valiosa pesquisa sobre a reencarnação, estudando casos de crianças no mundo todo, que alegam ter tido outra existência. Essas lembranças, na opinião do autor, sugerem a ocorrência de reencarnação. Há, ainda, as do Prof Gary Schwartz, que desenvolve um interessante trabalho sobre a comunicação mediúnica dentro da universidade, além disso estão em curso, pesquisas sobre EQM (experiência de quase morte) e TCI (transcomunicação instrumental). <br /><br /></span>IPCEhttp://www.blogger.com/profile/06986959155375846758noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1232109326067292969.post-3456895491502364832009-09-23T09:26:00.000-07:002009-12-12T02:57:55.134-08:00O Gato de Cheshire<span class="Apple-style-span" style=" color: rgb(0, 0, 128); font-family:Verdana;font-size:13px;"><div>Por Eduardo Lima</div><div><br /></div><div>Neste artigo, escolhemos tratar de duas questões: A atualidade das teorias espíritas em um âmbito epistemológico e dos esforços necessários à aceitação destas teorias pela comunidade acadêmica. Isto posto, percebemos que, questionar se as teorias kardecistas são epistemologicamente atuais, é o mesmo que perguntar até que ponto “qualquer” produção cientifica do século XIX é atual, assim como, antes disso, – e, ou entrelaçado a isso –, é preciso saber das reais possibilidades de se considerar o kardecismo como uma produção cientifica, assim como os caminhos necessários a esta mudança.</div></span><span id="fullpost"><br /><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'times new roman';"><p align="justify"><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;color:#000080;">I. Gostaríamos de partir do principio, e consideramos isto inquestionável, que a obra de A. Kardec seguiu os rigores metodológicos de sua época. Ele, um cientista social erudito e rigoroso, dotado de grande capacidade, em sua obra doutrinária seguiu os mesmos princípios teórico-metodológicos das obras acadêmicas assinadas com seu nome de batismo. Redundante, mas sempre necessário lembrar que estes trabalhos de juventude, diga-se, alcançaram um imediato e grande reconhecimento entre seus pares.</span></p><p align="justify"><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;color:#000080;">Assim, se aceitarmos que o Espiritismo foi codificado, repetimos, dentro do padrão cientifico de sua época, já podemos dar um passo além e tentar analisar se ele envelheceu. E, se sim, em quais aspectos isso ocorreu? Antes de respondermos temos que deixar claro algumas coisas: Esta palavra: envelheceu, do modo como foi utilizada aqui, com certeza não é a mais correta, eu a repeti para fins didáticos. O que aconteceu foi que, de modo geral, ocorreu uma crescente transformação teórico-metodológico que, por critérios extremamente difíceis de se definir, podem de forma grosseira, neste artigo, serem chamados de novos (e os que foram substituídos de velhos). Para o leitor menos familiarizado com as teorias do conhecimento, pode-se colocar o mesmo raciocínio de outra forma: se formos absolutamente ortodoxos e, por assim dizer, fechados aos paradigmas já emergentes, e forçoso dizer que, sob os aspectos operacionais (metodológicos) – e, naturalmente, estritamente acadêmicos –, o Espiritismo, como tudo que foi produzido em sua época, sofreu com as novas teorias. Assim, é somente neste sentido bem especifico que entendemos estas noções.</span></p><p align="justify"><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;color:#000080;">Por outro lado, se formos “mais abertos” as mudanças, podemos com certeza, já afirmar que: o Espiritismo em seu bojo teórico, como alguns pensadores defendem brilhantemente (e nos encontramos entre estes), apresenta uma atualidade, impressionante. Voltaremos a isso mais adiante.</span></p><p align="justify"><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;color:#000080;">Aqui fazemos uma pequena lembrança à imensa “abnegação” intelectual do mestre de Lion ao deixar uma reconhecida carreira exclusivamente acadêmica para dar sua grande contribuição para a humanidade. Ficamos questionando... Quantos de nós faríamos o mesmo?</span></p><p align="justify"><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;color:#000080;">À época de Kardec (bem antes da crise dos racionalismos), o positivismo era o paradigma dominante, embora se deva dizer que, este positivismo não era praticado de forma uniforme. Acreditava-se no progresso humano, na evolução por assim dizer (mesmo antes de K. Marx), na cognição humana, pensava-se que a ciência iria solucionar todos os problemas do homem, por “fim” acreditava-se na razão. Aqui já cabe pontuar que o empirismo, aliado do positivismo da época de Kardec, é, e tem sido ou foi, repensado (não disse aceito), nos moldes atuais, com seriedade, por homens da estatura de Karl Popper, Ernest Gellner, William James e John Dewey, tomando a forma de neopositivismo para alguns filósofos. Desta forma, e voltando ao raciocínio do início do primeiro parágrafo, consideramos que seria ignorar os fatos e a brilhante biografia intelectual de Kardec não aceitar que, em sua codificação, ele aplicou os conceitos científicos da época, que, como já introduzido, estão sendo revisitados atualmente.</span></p><p align="justify"><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;color:#000080;">Devemos ainda trabalhar com o fato de que a obra kardecista, infelizmente em nossa opinião, com o passar das décadas, assumiu mais e mais um caráter de não ciência no âmbito que, nesse sentido, realmente importa: o acadêmico. Sabemos que muitos não gostam de serem lembrados disto.</span></p><p align="justify"><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;color:#000080;">Hoje, desconfiamos que o Espiritismo como ciência, tenha sido levado mais a sério à época de sua elaboração do que atualmente, apesar dos brilhantes esforços feitos em todo o mundo por uma gama de cientistas que ja trabalham com a possibilidade da existência ou, até mesmo, com os “mesmos” critérios teóricos de Kardec em sua base espistemológica.</span></p><p align="justify"><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;color:#000080;">Hoje, sabe-se que todas as áreas do conhecimento humano do século XIX “envelheceram” mais ou menos, e sobrevivem em termos teóricos pior ou melhor. Aliás, algumas áreas que detinham o estatus de ciência, hoje, encontram-se ameaçadas de perdê-lo. – Estamos pensando na Psicologia, por exemplo, e em seus “embates” com a Psiquiatria.</span></p><p align="justify"><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;color:#000080;">Sendo ainda mais abrangente, hoje, todas as disciplinas, em última instância teórica, estão frágeis e, essa crise de racionalidade, pode ser vista por vários lados. Assim, se, a obra de Kardec “já estando” reconhecida como ciência aos moldes da época de D. Pedro II, “envelheceu”; isso ocorreu porque tudo “envelheceu”.</span></p><p align="justify"><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;color:#000080;">Guardando as diferenças transparadigmáticas; como os marxistas, os kardecistas devem ter a mesma visão, ter Kardec como base, e não como fim em si mesmo, o que aliás, o magnífico codificador, deixou bem claro.</span></p><p align="justify"><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;color:#000080;">Diante de tudo o que foi dito fica outra questão fundamental até aqui apenas introduzida, que agora será observada com maior acuidade: até que ponto a obra de Kardec estava além de seu tempo?</span></p><p align="justify"><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;color:#000080;">Seria fácil afirmar, – e verdadeiro –, que devido a já supracitada crise dos racionalismos que vivemos, tudo hoje em dia pode ser estudado cientificamente, desde que haja um método academicamente aceito. No entanto, sem recorrer a essa avenida teórica, acreditamos ser possível enquadrar o Espiritismo, perfeitamente, em um modelo teórico atual. A “questão correta” a ser debatida e ampliada é essa, indo muito além da simplória afirmação de alguns antagonistas que não estudam muito: espiritismo não é ciência e sim religião. Já existem trabalhos que buscam esse enquadramento. A obra, ainda em construção de S. Chibeni, por exemplo, lança grandes luzes nesse sentido.</span></p><p align="justify"><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;color:#000080;">Esse autor, tomando como uma de sua bases, o brilhante filósofo Imre Lakatos, defende que o Espiritismo já foi codificado por Kardec com todas as características metodológicas de um atual programa de pesquisa completamente exeqüível e academicamente aceito. Em seu bojo hipotético o Espiritismo, teria linhas mestras bem delimitadas e claras, assim como Kardec, já sabia, no seu século, da necessidade de um conhecimento ser heuristicamente progressivo.</span></p><p align="justify"><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;color:#000080;">Assim, se S. Chibeni estiver correto, como nós defendemos que está, todo o corpo paradogmático espírita guarda uma certa atualidade impressionante.</span></p><p align="justify"><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;color:#000080;">II. Um pensador e poeta, disse que, nesta era de crise das racionalidades os pensadores do saber quando refletem sobre o conhecimento se assemelham a Alice (da obra: Alice no País das Maravilhas) quando se vê de frente com o gato de Cheshire e trava o seguinte diálogo:</span></p><p align="justify"><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;color:#000080;">– Podia me dizer, por favor, qual o caminho para sair daqui?<br />– Isso depende muito, do lugar para onde você quer ir – disse Gato.<br />– Não me importa muito onde... – disse Alice.<br />– Nesse caso não importa para onde você vá – disse o Gato.<br />– Contanto que eu chegue a algum lugar – acrescentou Alice como explicação.<br />– É claro que isso acontecerá – disse o Gato – desde que você ande durante algum tempo.</span></p><p align="justify"><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;color:#000080;">Nesta estória, nos parece que se os estudiosos espíritas se recusarem a dialogar com o mundo acadêmico, infelizmente, estarão (como os pensadores do saber) no papel de Alice. Alguns defendem que o movimento não esteja se dedicando tanto a sua parte cientifica como orientou Kardec (aqui deixo ao leitor esta questão).</span></p><p align="justify"><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;color:#000080;">Quais seriam os caminhos necessários a solução deste possível impasse?</span></p><p align="justify"><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;color:#000080;">Nós, que somos espíritas, e compreendemos seus postulados, sabemos do universo interdisciplinar e transdiciplinar que emerge solidamente de sua singular base tripartite. Sabemos da imensa necessidade de elevação moral de nossa humanidade, mas... Como traduzir isso em termos academicamente aceitos de modo que, seja possível, uma aproximação mais rápida entre um conhecimento (que luta para seu próprio reconhecimento como tal) e as outras áreas já acadêmicas?</span></p><p align="justify"><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;color:#000080;">Segundo ainda o mesmo pensador supracitado, a humanidade uma ou duas vezes se transformou. Thomas Kuhn também discorre sobre isso de um ponto de vista epistemológico em sua obra: A Estrutura das Revoluções Científicas.</span></p><p align="justify"><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;color:#000080;">Nós, espíritas, acreditamos que uma revolução moral está vindo e estamos convictos de que será acompanha por uma cientifica sendo estas, sobretudo, complementares.</span></p><p align="justify"><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;color:#000080;">Nos parece que as dificuldades inerentes a realização deste processo foram vistas com extrema clareza por Thomas Kunh quando ele afirmou que:</span></p><p align="justify"><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;color:#000080;">(...) Cientistas muitas vezes agem como se estivessem mais interessados em impedir o progresso científico do que em promovê-lo (...).</span></p><p align="justify"><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;color:#000080;">Ele se torna mais claro ainda quando escreveu que:</span></p><p align="justify"><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;color:#000080;">(...) Essa substituição não ocorre de um modo rápido; o período de crise, caracterizado pela transição de um paradigma a outro, pode ser bastante longo. É compreensível que assim seja, já que cada um dos paradigmas estabelece as condições de cientificidade do conhecimento produzido no seu âmbito, e essas condições podem ser consideradas ridículas, triviais ou insuficientes, pelos defensores do velho paradigma, ou seja, os cientistas claramente comprometidos e educados à luz do paradigma anterior, que tudo fazem para impedir a substituição (...)</span></p><p align="justify"><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;color:#000080;">Nesse sentido, encontramos com precisão cirúrgica, se assumirmos que este grande pensador está correto, um dos grandes desafios do Movimento Espírita: lutar para acelerar este processo de mudança, fazendo com que o mundo científico aceite a existência do plano espiritual.</span></p><p align="justify"><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;color:#000080;">Cremos que fazer com que o Espiritismo consiga dialogar novamente com as academias seja um dos primeiros passos.</span></p><p align="justify"><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;color:#000080;">Somente é possível vislumbrar as magníficas altitudes que alcançaremos quando os estudos espíritas forem plenamente aceitos como acadêmicos. Kardec, com certeza, sabia do tamanho do impacto desta revolução, da imensa necessidade de sua realização e construiu, com extrema perfeição, a base que permitirá essas mudanças. Em nossa opinião e, como já observado (e teorizado) por S. Chibeni, essa base jamais estará superada – temos outros motivos em paralelo com os deste pensador que aqui não discorremos.</span></p><p align="justify"><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;color:#000080;">Até que ponto nós estamos lutando para que o Espiritismo seja aceito como um estudo acadêmico, e se, este processo de aceitação do Espiritismo como “saber cientificamente aceito”, está perto de seu término, é possível que os de fora do movimento que, por sua vez, se encontram dentro das academias saibam responder melhor do que nós. São eles que irão ampliar no final suas convicções.</span></p><p align="justify"><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;color:#000080;">No entanto, nos parece que ninguém está em condições de negar que, cada vez mais, a nossa pacífica luta também se encontra sendo travada dentro das academias, no território deles... E isso senhores, já diz muita coisa.</span></p><p align="justify"><span class="Apple-style-span" style="font-family:Verdana;font-size:100%;color:#000080;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:13px;">---------------------------------</span></span></p><p align="justify"><span class="Apple-style-span" style="font-family:Verdana;font-size:100%;color:#000080;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:13px;"><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(0, 0, 0); font-family:'times new roman';font-size:16px;"></span></span></span></p><span class="Apple-style-span" style="font-family:Verdana;font-size:100%;color:#000080;"><p align="justify"><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;color:#000080;">Epistemologia é um ramo da filosofia que estuda a origem, estrutura, os métodos e a validade do conhecimento científico, enfocando mais os critérios de cientificidade e normatividade conjuntural elaboradas neste âmbito.</span></p><p align="justify"><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;color:#000080;">Sobre paradigma pensamos que, definir este conceito basicamente, seja dizer que ele representa os conteúdos de uma visão de mundo. Isso significa que as pessoas que agem de acordo com os axiomas de um paradigma estão unidas, identificadas ou simplesmente em consenso sobre uma maneira de entender e de agir a respeito de todo o mundo do conhecimento (na totalidade de seus aspectos).</span></p><p align="justify"><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;color:#000080;">Como crise dos racionalismos o leitor deverá entender: uma crise epistemológica, em que se anuncia a morte da ciência, da história e da filosofia; em que se desconstrói o sujeito, estabelece-se um vazio ético, e reduz-se toda verdade a mero discurso; quando a sombra do nada, a sombra nietzschena, a angústia e a sensação de impotência se estendem no mundo.</span></p><p align="justify"><span class="Apple-style-span" style="font-family:Verdana;font-size:100%;color:#000080;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:13px;">-----------------------------</span></span></p><p align="justify"><span class="Apple-style-span" style="font-family:Verdana;font-size:100%;color:#000080;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:13px;"><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(0, 0, 0); font-family:'times new roman';font-size:16px;"></span></span></span></p><span class="Apple-style-span" style="font-family:Verdana;font-size:100%;color:#000080;"><p align="justify"><i><span style="font-family:Verdana;font-size:78%;color:#000080;">Bibliografia:</span></i></p><p align="justify"><i><span style="font-family:Verdana;font-size:78%;color:#000080;">CARDOSO, Ciro Flamarion. História e paradigma rivais. In: Cardoso & Vainfas, 1997.</span></i></p><p align="justify"><i><span style="font-family:Verdana;font-size:78%;color:#000080;">Narrativa, sentido, história. Campinas, SP: Papiros, 1997.</span></i></p><p align="justify"><i><span style="font-family:Verdana;font-size:78%;color:#000080;">EVANGELISTA. João E. Crise do marxismo e irracionalismo pós-moderno. São Paulo, editora Cortez, 1992.</span></i></p><p align="justify"><i><span style="font-family:Verdana;font-size:78%;color:#000080;">KHUN, T. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva, 1975.</span></i></p><p align="justify"><i><span style="font-family:Verdana;font-size:78%;color:#000080;">LIMA, Raymundo de. Educação no Brasil: o pensamento e atuação de José Mário Pires Azanha. 2005. 296f. Tese (Doutorado em Educação)–Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005.</span></i></p><p align="justify"><i><span style="font-family:Verdana;font-size:78%;color:#000080;">LÖWY, M. As aventuras de Karl Marx contra o Barão de Münchausen. São Paulo: Busca Vida, 1987.</span></i></p><p align="justify"><i><span style="font-family:Verdana;font-size:78%;color:#000080;">MAGEE, B. As idéias de Popper. São Paulo: Cortez, 1989.</span></i></p><p align="justify"><i><span style="font-family:Verdana;font-size:78%;color:#000080;">POPPER, K. R. A lógica da Pesquisa científica. [trad. Leônidas Hegenberg e Octanny Silveira da Mota]. São Paulo: Cultrix, 1972.</span></i></p><p align="justify"><i><span style="font-family:Verdana;font-size:78%;color:#000080;">_________. Lógica das Ciências Sociais. Rio de Janeiro - Brasília: Tempo Brasileiro e Ed. Universidade de Brasília, 1978.</span></i></p><p align="justify"><i><span style="font-family:Verdana;font-size:78%;color:#000080;">_________. Um mundo de propensões. Lisboa: Fragmentos, 1988.</span></i></p><p align="justify"><i><span style="font-family:Verdana;font-size:78%;color:#000080;">HOBSBAWN, E. Era dos extremos, o breve século XX, São Paulo, Companhia das Letras, 1995.</span></i></p><p align="justify"><i><span style="font-family:Verdana;font-size:78%;color:#000080;">HOBSBAWN, E. Sobre História, São Paulo, Companhia das Letras, 1998.</span></i></p><p align="justify"><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;color:#000080;"> </span> <span style="font-family:Verdana;font-size:85%;color:#000080;"> </span> </p></span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:Verdana;font-size:100%;color:#000080;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:Verdana;font-size:100%;color:#000080;"></span><p></p></span><p></p></span>IPCEhttp://www.blogger.com/profile/06986959155375846758noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1232109326067292969.post-82376156854848404932009-04-25T15:21:00.000-07:002009-12-07T11:16:47.839-08:00Grande Mestre de Xadrez Falecido Enfrenta Victor Korchnoi<div><br /></div><div>por <span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><a href="http://jeff.gaia.com/" class="bold">Jeff Mishlove</a></span></div><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-n1rgaC5St3zqq_yC-4nA1ha950tR074NZ7vjkyC1Dr78zym894idXtsAc9DuZZKr-MIsgrLo_YljckQ-GGBZ9qt4iRBJ9z4xkcrJwAUn-1FRuAq96MuYyZnsLqDbHMOJ_-ItFzR_8Uw/s1600-h/Maroczy-Korchnoi.BMP"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 210px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-n1rgaC5St3zqq_yC-4nA1ha950tR074NZ7vjkyC1Dr78zym894idXtsAc9DuZZKr-MIsgrLo_YljckQ-GGBZ9qt4iRBJ9z4xkcrJwAUn-1FRuAq96MuYyZnsLqDbHMOJ_-ItFzR_8Uw/s320/Maroczy-Korchnoi.BMP" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5328759315596583570" /></a><br />O homem na foto acima à esquerda (anexo) é, é Geza Maroczy, um enxadrista Húngaro, que já foi o terceiro no rank mundial (por volta de 1900), e que morreu em 1951. Na direita um renomado grande mestre da atualidade, Victo Korchnoi que travou disputas memoraveis com Anatoly Karpov e por muitos anos o numero 2 do Rank.<br /><br />Recentemente (2006) foi publicado no Jornal da SPR britânica, um artigo de Wolfgang Eisenbeiss and Dieter Hassler titled, "An Assessment of Ostensible Communications with a Deceased Grandmaster as Evidence for Survival." ("Uma avaliação de comunicações ostensivas com um falecido grande-mestre como uma evidência para a sobrevivência"). A estória descrita, acredito, posiciona como a mais importante já registrada em 150 nos da história da pesquisa da sobrevivencia da alma humana após a morte.<br /><br /><span id="fullpost"><br />Em resumo, Wolfang Eisenbeiss, Ph.D. pegou uma ideia de um conhecido. Eisenbeiss arranjou um medium, Robert Rollans, para viabilizar a competição. Rollans não sabia nada sobre xadrez e era tido por Eisenbeis como um indivíduo confiável.<br /><br />Dr. Eisenbeiss, um entusiasta enxadrista amador, passou a procurar um Grande-mestre aqui do plano terreno, que aceitasse enfrentar um Grande-mestre do mundo dos espiritos. Mesmo com o risco do ridículo, Korchinoi aceitou o desafio. Então, Eisenbeiss pediu que o espirito-guia de Rollans encontrasse um Grande-mestre do mundo espiritual que se dispussesse a um confronto com um Grande-mestre do Plano-Terreno. Após uma busca, o espírito-guia de Rollans informou através de escrita automática (ou psicografia mecanica), que Maroczy havia aceitado o desafio do lado de lá.<br /><br />O jogo foi realizado através de carta e começou em 1985. Devido a Korchnoi estar frequentemente viajando e competindo, a partida foi jogada em um pouco mais de 7 anos. Maroczy, que jogou num estilo "à moda antiga", abandonou após 47 jogadas. Rollans morreu 3 semanas após o termíno da partida.<br /><br />Korchnoi fez o seguinte comentário sobre a qualidade dessa partida quando estava no 27o. lance:"Durante a fase de abertura Maroczy mostrou fraqueza. Ele jogou à moda antiga. Mas eu confesso que minha ultima jogada não foi muito convincente. Eu não estou certo que irei vencer. Ele compenssou as falhas da aberturas com um forte fim de jogo. No fim de jogo a habilidade de um jogador aparece e meu oponente joga muito bem." <br /><br />Devido ao elemento tempo, céticos podem facilmente questionar aspectos do jogo em si. Mas Eisenbeiss também fez questionamentos a Maroczy sobre sua vida pessoal e torneios passados que forneceram muitas evidencias de comunicação do espírito.<br /><br />Pelas mão de Rollans, Maroczy escreveu 38 páginas de informações biográficas em resposta à questões feitas por Eisenbeiss. Eisenbeiss então obteve os serviços de Laszlo Sebestyen, um historiador e perito em xadrez, para encontrar e verificar as informações fornecidas. Das 92 indicações feitas por Maroczy, Sebestyen, que pesquisou em registros de bibliotecas e entrevistou dois filhos e um primo de Maroczy, então pode confirmar 85 delas como factual. As 7 restantes podem ser fato, mas nenhum registro foi encontrado para confirmá-los.<br /><br />Uma particular evidencia trocada entre Eisenbeiss e Maroczy (através de Rollans, claro) teve haver com um torneio em 1930. Eisenbeiss, que tinha encontrado um registro de uma partida, perguntou àMaroczy sobre um adversário que ele enfrentou, um italiano chamado Romi. Maroczy respondeu que nunca conheceu ninguem por esse nome, mas que ele enfrentou um homem chamado "Romih". Mesmo que os registro históricos mostrasse o nome como "Romi", Eisenbeiss encontrou a programação do torneio de 1930, em que o nome estava escrito como "Romih." Em algumas ocasiões as respostas eram transmitidas em idioma desconhecido do medium, por exemplo o Húngaro, lingua nativa de Maroczy.<br /><br />Korchinoi em seu website observou: "O elemento humano, a falha humana e a [nobility] humana - estas são as razões pelas quais uma partida de xadrez são vencidas ou perdidas". Nesse caso, entretanto, pode ser muito bem ser dito que uma falha "fora de moda" do espirito que deu a vitória a Victor Korchinoi.<br /><br />Veja a partida: http://www.winner.com.py/feparaj/PaginaNueva/Zenon/2006/20050417%20Articulo%20112/kortchnoi_maroczi.htm<br /><br /><br />Texto compilado com base nas seguintes fontes:<br /><br />http://metgat.zaadz.com/blog/2007/5/the_ghost_v_viktor_the_terrible<br />http://jeff.zaadz.com/blog/2006/4/dead_chess_grandmaster_plays_victor_korchnoi<br />http://www.winner.com.py/feparaj/PaginaNueva/Zenon/2006/20050417%20Articulo%20112/Partida%20Memorable%20Kortchnoi_Maroczi.htm<br /><br /><br /></span>IPCEhttp://www.blogger.com/profile/06986959155375846758noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1232109326067292969.post-56410665183002581282009-04-24T07:47:00.000-07:002009-04-24T08:06:46.013-07:00CUUE - Controle Universal do Ensino dos EspiritosDEBATE DA LISTA EXISTEM-ESPIRITOS!?<br /><br /><br />KARDEC disse:<br /><br />Essa verificação universal constitui uma garantia para a unidade futura do Espiritismo e anulará todas as teorias contraditórias. Aí é que, no porvir, se encontrará o critério da verdade. O que deu lugar ao êxito da doutrina exposta em O Livro dos Espíritos e em O Livro dos Médiuns foi que em toda a parte todos receberam diretamente dos Espíritos a confirmação do que esses livros contêm. Se de todos os lados tivessem vindo os Espíritos contradizê-la, já de há muito haveriam aquelas obras experimentado a sorte de todas as concepções fantásticas. Nem mesmo o apoio da imprensa as salvaria do naufrágio, ao passo que, privadas como se viram desse apoio, não deixaram elas de abrir caminho e de avançar celeremente. É que tiveram o dos Espíritos, cuja boa vontade não só compensou, como também sobrepujou o malquerer dos homens. <br /><br />Os princípios acima não resultam de uma teoria pessoal: são conseqüência forçada das condições em que os Espíritos se manifestam. E evidente que, se um Espírito diz uma coisa de um lado, enquanto milhões de outros dizem o contrário algures, a presunção de verdade não pode estar com aquele que é o único ou quase o único de tal parecer.<br /><br />(...) A opinião universal, eis o juiz supremo, o que se pronuncia em última instância. Formam-na todas as opiniões individuais. Se uma destas é verdadeira, apenas tem na balança o seu peso relativo. Se é falsa, não pode prevalecer sobre todas as demais. Nesse imenso concurso, as individualidades se apagam, o que constitui novo insucesso para o orgulho humano. <br /><span id="fullpost"><br /><br />De: Eduardo Lima <eduardo_rlima@hotmail.com><br />Para: existem espíritos <existem-espiritos@googlegroups.com><br />Enviadas: Quinta-feira, 23 de Abril de 2009 14:27:07<br />Assunto: RE: Res: Res: Res: [existem-espiritos!?] Re: Espiritismo na Holanda e outras coisas<br /><br />...vou escrever de novo.. : o controle nao é um controle da forma como vc deseja.. ele NAO IMPEDE NADA...e MUITO MENOS FOI CRIADO COM ESSE OBJETIVO... RESUMINDO .. ele nao funciona do modo com vc quer.. ELE É APENAS UM CONjUNTO DE "CRITERiOS SUBJETIVOS" (deontologicos) QUE PODEM SER UNIVERSALMENTE APLICADOS.. espiritos sempre irao falar o que desejaram .. fui claro? atenção VITOR: deontologico significa que DEVE ser.. NAO QUE OBRIGATORIAMENTE TEM QUE SER.. ASSIM SENDO ATENÇÃO ,.. se um espirito dizer que está vivo o que não existe reencarnação isso NAO TEM NADA a ver com o controle funcionar ou não.. NADA <br /> <br />grandes abraços <br />Eduardo <br /><br /><br />Vitor Moura escreveu:<br /><br /> O controle deveria filtrar/barrar mensagens espúrias. É o que chamamos "ponto fora da reta". Quanto mais mensagens iguais, mais teríamos certeza de que aquela informação é verdadeira, ou, pelo menos, de algum valor. Assim, se 1 centena de médiuns diz que Deus existe, e apenas 2, os da Holanda, dizem que não existe, então pelo Controle consideraríamos as mensagens dos médiuns da Holanda como espúrias. Faria parte da Filosofia Espírita a existência de Deus.<br /> <br /> Qual o problema disso? Falácia ad numerum.<br /> <br /> Mais que isso, historicamente, vemos que esse Controle não funciona. Kardec afirma ter recebido centenas de comunicações idênticas referentes à civilização marciana e jupiteriana, tanto que a Pluralidade dos Mundos Habitados faz parte da Filosofia Espírita. Hoje essas informaçãos, em vez de confirmadas, são totalmente desacreditadas.<br /> <br /> Entendeu agora, Eduardo, porque eu critiquei você por ter colocado aquelas palavras na minha boca? Eu NUNCA diria que o Controle não contralava nada. Ele controla. Só não funciona.<br /> <br /> Mais uma coisa: o Controle não é o único critério usado por Kardec. Ele também usa o Critério da Lógica e do Bom Senso e o Critério da Linguagem Digna e Nobre. No caso das mensagens com as civilizaçãoes marcianas e jupiterianas, Kardec considerou que tais mensagens não feriam a Lógica e o Bom Senso. E como tais mensagens vinham de Espíritos com uma Linguagem Digna e Nobre, passaram por esse filtro também.<br /> <br /> Então todos esses Critérios não impediram a ocorrência de um falso positivo. De fato, o método criado por Kardec, composto por esses 3 critérios, nada nos garantiu sobre a realidade do mundo espiritual. Não temos uma informação fidedigna sequer. Nada foi confirmado pelas pesquisas parapsicológicas.<br /> <br /> Há, na verdade, mais um Critério: o Tempo. Hoje essas mensagens não passariam pelo Critério da Lógica e do Bom Senso. Mas, como vimos, esse Critério pode demorar para filtrar as mensagens espúrias...<br /> <br /> Um abraço.<br /> Vitor<br /><br />Eduardo disse:<br /><br />vc foi clarissimo na exposição de suas idéias nestes 2 ultimos emails.. e foram bem argumentados com base inclusive em textos espiritas, joia.. mas.. veja bem.. A doutrina sim propõe leis universais, mas.. leis que atuam dentro da pluralidade da vida .. ou seja.. alguem pode até nao pagar um crime.. "sofrendo", mas amando mais o proximo.. as possibilidade são infinitas.. mas esta infinitude nao derroga as leis .ESSE é o entendimento espírita. . e por ai vai.. <br />Ja sob o controle.. tenho que insistir que vc ainda não pegou o espirito da coisa (irresistivel trocadilho).. a unica coisa que posso falar.. e que vc depois de morto,, assim como eu.. e todos teremos "total liberdade" para falar o que desejar...e pensar o que quizer.. Dezenas de espiritos aqui ou na Holanda ipensam que estao vivos..pensam que nao ha reencaranção.. até tem indios que acham que estao em uma tribo piratas, antigos romanos .<br />E estes espiritos se manifestam diaramente nos centros espiritas e falam sobre estas ideias "equivocadas" e lhe asseguro que tudo isto esta de acordo com o controle universal.. e alias.. os doutrinadores o tendo com base.. sabem lidar com toda esta imensidade de situações.. pois isso foi explicado por Kardec..<br />BEM.. é isso..<br />em breve volto.<br />grandes abraços <br />Eduardo <br /><br /></span>IPCEhttp://www.blogger.com/profile/06986959155375846758noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1232109326067292969.post-66409947435845628332009-04-24T04:53:00.000-07:002009-04-24T04:56:06.069-07:00CIÊNCIA E PSEUDOCIÊNCIAProf. : Lúcio Jorge Hammes<br />1 Introdução<br /><br />1.1 Objetivo<br /><br />Oportunizar o debate sobre a filosofia de Imre Lakatos com o<br />aprofundamento de questões relacionadas ao conhecimento objetivo, um dos<br />enfoques predominantes na filosofia da ciência contemporânea, com ênfase<br />nas análises das práticas científicas para a revisão e o aprofundamento<br />das questões tradicionais da epistemologia e da ontologia, critérios que<br />presidem as mudanças cientificas para o debate entre fundacionismos e<br />relativismos epistemológicos.<br /><br />Com esta aula proponho:<br /><br />- Apresentar a posição de Imre Lakatos sobre a ciência e a<br />pseudociência, temática central da filosofia de Lakatos.<br /><br />- Debater sobre questões que mobilizaram os filósofos da ciência no<br />início do séc. XX (análise lógica da linguagem, fundamentos empíricos da<br />ciência, critério de significação cognitiva), mostrando como suas<br />soluções promoveram a revisão e a revitalização da tradição<br />fundacionista na epistemologia.<br /><br />- Analisar as objeções de Popper ao programa do empirismo lógico e o<br />debate que se seguiu entre o autores acerca da possibilidade de as<br />mudanças científicas serem presididas por decisões e critérios racionais.<br /><br />- Promover a compreensão dos problemas que mobilizam as reflexões<br />filosóficas contemporâneas sobre a ciência (subdeterminação da teoria<br />pelo dados, progresso científico, incomensurabilidade etc.), que<br />constituem uma agenda de discussão em grande parte herdada da tradição<br />historicista inaugurada por Kuhn.<br /><span id="fullpost"><br />1.2 AUTOR<br /><br />Imre Lakatos, nascido Imre Lipschitz em 1922 na Hungria, faleceu em 1974<br />em Londres. De família judia, conseguiu sobreviver à perseguição nazi<br />alterando o seu nome para Imre Molnár. Durante os anos da guerra<br />graduou-se na Universidade de Debrecen em matemática, física e<br />filosofia. Depois da guerra, alterou o apelido para Lakatos. Trabalhou<br />no Ministério Húngaro da Educação, mas teve problemas em acatar ordens<br />das autoridades russas pelo que foi preso em 1950, por três anos.<br />Lakatos passou a viver de traduções. Em 1956, aquando da revolução<br />húngara, abortada pelos Russos, fugiu para Viena e daí para Inglaterra,<br />onde se doutorou em Filosofia pela Universidade de Cambridge. Escreveu<br />diversos artigos primeiro sobre filosofia da matemática, depois sobre<br />filosofia da ciência, mas sempre ilustrados com estudos de casos históricos.<br /><br />1.3 Ciência e pseudociência<br /><br />Uma pseudociência é qualquer tipo de informação que se diz ser baseada<br />em fatos científicos, ou mesmo como tendo um alto padrão de<br />conhecimento, mas que não resulta da aplicação de métodos científicos.<br /><br />Motivações para a defesa ou promoção de uma pseudociência variam de um<br />simples desconhecimento acerca da natureza da ciência ou do método<br />científico,a uma estratégia deliberada para obter benefícios financeiros<br />ou de outra natureza. Algumas pessoas consideram algumas ou todas as<br />formas de pseudociências como um entretenimento sem riscos. Outros, como<br />Richard Dawkins, consideram todas as formas de pseudociência perigosas,<br />independentemente destas resultarem ou não em danos imediatos para os<br />seus seguidores.<br /><br />1.3.1 Classificação de Pseudociências<br /><br />Tipicamente,as pseudociências falham ao não adoptar os critérios da<br />ciência em geral (incluindo o método científico), e podem ser<br />identificadas por uma combinação de uma destas características:<br /><br />Ao aceitar verdades sem o suporte de uma evidência experimental;<br /><br />Ao aceitar verdades que contradizem resultados experimentais estabelecidos;<br /><br />Por deixar de fornecer uma possibilidade experimental de reproduzir os<br />seus resultados;<br /><br />Ao aceitar verdades que violam falseabilidade; ou<br /><br />Por violar a Razão de Occam (o princípio da escolha da explicação mais<br />simples quando múltiplas explicações viáveis são possíveis); quanto pior<br />for a escolha, maior será a possibilidade de errar.<br /><br />Pseudociências são distinguíveis de revelações, teologias ou<br />espiritualidade pois elas dizem revelar a verdade do mundo físico por<br />meios científicos (ou seja, muitas normalmente de acordo com o método<br />científico). Sistemas de pensamento que se baseiam em pensamentos de<br />origem "divina" ou "inspirados" não são considerados pseudociência se<br />eles não afirmam serem científicos ou não vão contra a ciência.<br /><br />1.3.2 O Problema da Demarcação<br /><br />Depois de mais de um século de diálogo activo, a questão do que marca as<br />fronteiras da ciência permanece indefinida. Como consequência a<br />definição do que constitui uma pseudociência continua a ser controversa.<br />Há um consenso razoável em certos casos. O critério da demarcação é<br />tradicionalmente ligado a uma filosofia da ciência ou a outra. O<br />Positivismo lógico, por exemplo, expõe uma teoria do significado que<br />estabelece que apenas as assertivas sobre observações empíricas são<br />significativas, efectivamente definindo que assertivas que não são<br />derivadas desta forma (incluindo todas as assertivas metafísicas) são<br />sem significado. Mais tarde, Karl Popper atacou o positivismo lógico e<br />introduziu o seu próprio critério de demarcação falseabilidade. Este,<br />por sua vez, foi criticado por Thomas Kuhn, e ainda pelo seguidor de<br />Popper Imre Lakatos que propôs o seu próprio critério de demarcação que<br />distingue entre programas de pesquisa progressivos e degenerativaos.<br />Veja em Problema da demarcação um artigo completo.<br /><br />1.3.3 Exemplos de Pseudociência<br /><br />Exemplos de campos de pesquisa que muitos consideram em diferentes<br />graus, pseudo-científicas. Fusão fria, pseudoarqueologia, Cubo do tempo<br />de Gene Ray, astrologia, Homeopatia e Criacionismo .<br /><br />1.4 Obra<br /><br />Partindo inicialmente das idéias de Popper, mas procurando<br />desenvolvê-las a fim de superar as críticas de Kuhn e de Feyerabend, o<br />húngaro Imre Lakatos (1922- 1974), que também pode ser considerado como<br />um racionalista crítico, propõe sua metodologia dos programas de<br />pesquisa científica como uma explicação lógica do fazer científico.<br /><br />Lakatos afirma que os relatos indutivistas e falsificacionistas da<br />ciência são falhos por não considerarem a complexidade do estudo<br />histórico das principais teorias científicas. Assim, ele procurou<br />analisar de que modo a razão e a história participaram do processo de<br />crescimento e desenvolvimento do conhecimento científico. Inclusive, ao<br />defender esta linha de pensamento, Lakatos, numa paráfrase a Kant7 ,<br />afirmou que “a filosofia da ciência sem a história da ciência é vazia; a<br />história da ciência sem a filosofia da ciência é cega” (apud SILVEIRA,<br />1996b, p.220).<br /><br />Assim, na tentativa de melhorar o falsificacionismo de Popper e superar<br />as objeções a ele (CHALMERS, 2000), Lakatos afirma que a história da<br />ciência permite verificar que as teorias científicas não são abandonadas<br />mesmo quando apresentam possíveis falsificações. Ou seja, muito tempo<br />pode decorrer antes que possa ocorrer o falseamento de uma teoria que<br />apresente dados problemáticos. Lakatos cita vários exemplos históricos a<br />fim de validar esta idéia8. Observações da órbita da Lua, por exemplo,<br />apresentaram inconsistências em relação à teoria gravitacional de<br />Newton, e seguiram-se quase cinqüenta anos até que fosse descoberto que<br />o problema não era na teoria newtoniana, e sim devido a outros fatores<br />não previstos. Caso semelhante ocorreu em rerlação à órbita do planeta<br />Urano, pois observações astronômicas também estavam refutando a teoria<br />gravitacional de Newton. Mais uma vez, no entanto, não se refutou a<br />teoria de Newton, mas procurou-se atribuir as discrepâncias<br />observacionais a outro fator, no caso, a existência de outro planeta,<br />ainda desconhecido. Em 1845 foram feitos cálculos, usando a teoria<br />gravitacional de Newton, que permitiram prever a localização deste<br />suposto planeta. Novas observações resultaram na descoberta do planeta<br />Netuno. Outro exemplo diz respeito à teoria heliocêntrica de Copérnico,<br />que mesmo falsificada por argumentos, como o da torre, da Lua, da<br />ausência de paralaxe, de variação de tamanho dos planetas , e outros,<br />que pareciam incontestáveis na época, manteve-se apoiada por vários<br />matemáticos e filósofos naturais, incluindo celebridades como Kepler e<br />Galileu, que inclusive, exerceram influência inquestionável na<br />construção, por Newton, da dinâmica dos movimentos e da teoria<br />gravitacional.<br /><br />Lakatos, a partir destas e outras contestações históricas, procurou<br />demonstrar que a não refutação imediata das teorias permitiu o progresso<br />da ciência. Segundo Chalmers (2000, p.112):<br /><br />Está claro que a ciência avançará mais eficientemente se as teorias<br />forem estruturadas de maneira a conter em seu interior indícios e<br />receitas bastante claros quanto a como elas devem ser desenvolvidas e<br />estendidas. Elas devem ser estruturas abertas para que ofereçam um<br />programa de pesquisa.<br /><br />Assim, para Lakatos, os programas de pesquisa, ao fornecerem programas<br />coerentes como guia de pesquisas futuras, permitiriam avaliar<br />objetivamente o progresso da ciência. A metodologia dos programas de<br />pesquisa de Lakatos estabelece que o programa de pesquisa deva possuir<br />um núcleo rígido, ou seja, um conjunto de leis consideradas<br />irrefutáveis, que são os princípios fundamentais de uma teoria.<br /><br />Exemplificando: na mecânica newtoniana o núcleo rígido é composto pelas<br />três leis de Newton e a lei da gravitação de Newton, na astronomia<br />copernicana o núcleo rígido supõe que o Sol é estacionário e os<br />planetas, inclusive a Terra, giram em torne dele, em órbitas circulares,<br />no materialismo histórico de Marx, o núcleo rígido supõe que a mudança<br />histórica é explicada pelas lutas de classes, na teoria do flogisto, o<br />núcleo rígido supõe que na combustão há liberação de flogisto .<br /><br />Além do núcleo rígido, o programa de pesquisa deve possuir um cinturão<br />de proteção, que possui um conjunto de hipóteses auxiliares e condições<br />iniciais passíveis de serem refutadas, protegendo assim, o núcleo contra<br />refutações, condição imprescindível para que as anomalias não provoquem<br />abandonos precipitados de teorias, o que além de evitar que os<br />pesquisadores fiquem confusos, permite períodos propícios ao<br />desenvolvimento e o progresso das pesquisas. Foi desta forma, mantendo o<br />núcleo rígido, e promovendo alterações no cinturão de proteção, que foi<br />possível, por exemplo, manter a teoria newtoniana e progredir em direção<br />à descoberta do planeta Netuno.<br /><br />Esta regra de manter intacto o núcleo rígido, é chamada, por Lakatos, de<br />heurística negativa, do programa. Haveria também a heurística positiva,<br />que estaria relacionada com as sugestões e propostas de modificação do<br />cinturão de proteção, a fim de tornar as observações refutáveis em<br />observações concordantes com o núcleo.<br /><br />A heurística positiva apresenta um programa que inclui uma cadeia de<br />modelos cada vez mais complicados, que simulam a realidade: a atenção do<br />cientista focaliza-se na construção dos modelos de acordo com as<br />instruções que figuram na parte positiva do programa. (LAKATOS, 1979, p.165)<br /><br />Para avaliar os programas de pesquisa, Lakatos propõe critérios que<br />permitem classificá-los em progressivo e degenerativo. Um programa está<br />progredindo, ou seja, é progressivo, quando modificações no cinturão de<br />proteção levam à previsão de novos fatos, e um programa está regredindo,<br />ou ainda, é degenerativo, quando acrescenta ajustes ad hoc que não<br />prevêem nenhum fato novo, ou, se prevê, este fato não é corroborado. Um<br />exemplo, segundo Lakatos, é o caso do programa marxista, que previu<br />fatos novos que nunca se concretizaram, como por exemplo, o<br />empobrecimento absoluto das classes trabalhadoras, a ocorrência da<br />revolução socialista em uma sociedade industrial desenvolvida, a<br />ausência de revoluções em sociedades socialistas (SILVEIRA, 1996b).<br /><br />Lakatos concorda, então, com Popper na crença de que a ciência procura<br />aumentar seu conteúdo empírico e preditivo de suas teorias, e que esse<br />aumento de conteúdo não deve ser ad hoc. Ao contrário de Kuhn que<br />considera a revolução científica como um processo irracional, resultado<br />da psicologia das multidões, Lakatos afirma que a passagem de um<br />programa de pesquisa para outro é um processo racional. A superação de<br />um programa de pesquisa, ocorre quando um programa rival possui maior<br />conteúdo progressivamente preditivo, ou seja, prediz tudo que o programa<br />confrontado prediz, e ainda mais. Segundo Lakatos:<br /><br />Como se sucedem as revoluções científicas? Se houver dois programas de<br />pesquisa rivais e um deles progride, enquanto o outro degenera, os<br />cientistas tendem a aderir ao programa progressivo. Esta é a explicação<br />das revoluções científicas. (apud SILVEIRA, 1996, p.224)<br /><br />Porém, a superação de um programa por outro não é um processo imediato.<br />Por exemplo, “oitenta e cinco anos se passaram entre a aceitação do<br />periélio de Mercúrio como anomalia e sua aceitação como falseamento da<br />teoria de Newton” e corroboração da teoria da relatividade de Einstein<br />(apud ALVES-Mazzotti, 2001, p.35). É comum, durante o processo de<br />superação, que os cientistas trabalhem em qualquer um dos programas, ou<br />até mesmo, nos dois programas simultaneamente, o que evidencia que a<br />tese da incomensurabilidade de Kuhn é insustentável.<br /><br />1.5 CONCEPÇÃO MODERNA DE CIÊNCIA<br /><br />Fica assim apresentada uma das concepções modernas de ciência, as quais<br />colocam o fazer ciência sob uma perspectiva muito mais realista: fazer<br />ciência e' uma atividade humana como outra qualquer, e como tal esta'<br />sujeita `as convicções e julgamentos dos grupos sociais que a realizam.<br />Enfim, volto a frisar, me parece claro que não existe uma forma segura e<br />objetiva de se extrair conhecimento cientifico mesmo a partir dos fatos.<br />A ciência e' muito mais complexa do que se poderia supor a partir das<br />concepções positivistas, pois tem-se que elaborar teorias cientificas<br />apesar de toda a subjetividade e insegurança intrínsecas ao psiquismo<br />humano.<br /><br />Evidentemente, o estatuto científico de uma teoria não pode ser decidido<br />através da mera deliberação de se definir como uma "ciência". Esse<br />atributo é inerente à natureza intrínseca da teoria, e não à denominação<br />que se lhe dê. A tarefa de determinar quais as características de uma<br />teoria são necessárias e suficientes ao seu enquadramento na categoria<br />de ciência cabe à sub-área da Filosofia intitulada Filosofia da Ciência.<br />Essa disciplina, assim como outros ramos do saber, vem evoluindo<br />constantemente. Em seu caso específico, progressos essenciais ocorreram<br />no século XX, e , mais acentuadamente, a partir da década de 60. Os<br />trabalhos de vários filósofos, entre os quais Karl Popper, Willard<br />Quine, Thomas Kuhn, Paul Feyerabend e Imre Lakatos, evidenciaram graves<br />problemas na concepção de ciência que prevaleceu durante séculos, e<br />ainda hoje é muito freqüente encontrar-se entre os não filósofos.<br /><br />Muito simplificadamente, poderíamos dizer que pelo menos desde o<br />surgimento da ciência moderna, por volta do século XVII, acreditava-se<br />que a Ciência consistia na catalogação neutra de um grande número de<br />"fatos", dos quais então resultariam, de maneira "espontânea", certa e<br />infalível, as leis gerais que o regem; a reunião de tais leis<br />constituiria então uma teoria científica.<br /><br />Conforme mencionamos, essa visão "clássica" de ciência mostrou-se<br />insustentável. Percebeu-se que a descrição, busca e classificação dos<br />fatos necessariamente envolve pressuposições teóricas de um tipo ou de<br />outro; que nenhuma lei teórica pode resultar lógica e infalivelmente de<br />um conjunto de fatos, qualquer que ele seja; que uma teoria científica<br />não é um simples amontoado de leis, sendo, antes, uma estrutura dinâmica<br />complexa, na qual participam elementos de diversas naturezas, como<br />resultados observacionais, hipóteses livremente concebidas, regras para<br />o desenvolvimento futuro da teoria, decisões metodológicas, fragmentos<br />de outras teorias etc.<br /><br />1.6 Leitura do texto “Popper, o falseacionismo e a ‘Tese Duhem-Quine”<br />(pp. 224-234)<br /><br />1.7 Visão geral da obra: programa de pesquisa Lakatos<br /><br />1.7.1 Considerações sobre o método<br /><br />Um "programa de pesquisa" lakatosiano é uma estrutura que fornece um<br />guia para futuras pesquisas, tanto de uma maneira positiva, como<br />negativa. A "heuristica negativa" de um programa envolve a estipulação<br />de que as assunções básicas subjacentes ao programa, que formam o seu<br />"núcleo rígido", não devem ser rejeitadas ou modificadas. Esse núcleo<br />rígido e resguardado<br /><br />contra falseaçõs por um "cinturão protetor" de hipóteses auxiliares,<br />condições iniciais, etc. A "heurística positiva" constitui-se de<br />prescrições não muito precisas que indicam como o programa deve ser<br />desenvolvido... Os programas de pesquisa são considerados "progressivos"<br />ou "degenerantes", conforme tenham sucesso, ou persistentemente<br />fracassem, em levar a descoberta de novos fenômenos.<br /><br />1.7.2 Núcleo rígido<br /><br />O núcleo rígido (hard core) de um programa é aquilo que essencialmente o<br />identifica e caracteriza, constituindo-se de uma ou mais hipóteses<br />teóricas. Eis alguns exemplos. O núcleo rígido da cosmologia<br />aristotélica inclui, entre outras, as hipóteses da finitude e<br />esfericidade do Universo, a impossibilidade do vazio, os movimentos<br />naturais, a incorruptibilidade dos céus. O núcleo da astronomia<br />copernicana consiste das assunções de que a Terra gira sobre si mesma em<br />um dia e em torno do Sol em um ano, e de que os demais planetas também<br />orbitam o Sol. O da mecânica newtoniana e formado das três leis<br />dinâmicas e da lei da gravitação universal. O da teoria especial da<br />relatividade, o principio da relatividade e a constância da velocidade<br />da luz; o da teoria da evolução de Darwin-Wallace, o mecanismo da<br />seleção natural.<br /><br />1.7.3 Heurística negativa<br /><br />Por "uma decisão metodológica de seus protagonistas" (Lakatos 1970, p.<br />133), o núcleo rígido de um programa de pesquisa e "decretado"<br />não-refutavel. Possíveis discrepâncias com os resultados empíricos são<br />eliminadas pela modificação das hipóteses do cinturão protetor. Essa<br />regra e' a heurística negativa do programa, e tem a função de limitar,<br />metodologicamente, a incerteza quanto a parte da teoria atingida pelas<br />"falseações". Recomendando-nos direcionar as "refutações" para as<br />hipóteses não-essenciais da teoria, a heurística negativa representa uma<br />regra de tolerância, que visa a dar uma chance para os princípios<br />fundamentais do núcleo mostrarem a sua potencialidade. O testemunho da<br />historia da ciência parece de fato corroborar essa regra, como vimos nos<br />exemplos que demos acima. Uma certa dose de obstinação parece ter sido<br />essencial para salvar nossas melhores teorias cientificas dos abundantes<br />problemas de ajuste empírico que apresentavam quando de seu nascimento.<br /><br />Lakatos reconhece, porém, que essa atitude conservadora tem seus<br />limites. Quando o programa como um todo mostra-se sistematicamente<br />incapaz de dar conta de fatos importantes, e de levar a predição de<br />novos fenômenos (i.e., torna-se "degenerante"), deve ceder lugar a um<br />programa mais adequado, "progressivo". Como uma questão de fato<br />histórico, nota-se que um programa nunca e abandonado antes que um<br />substituto melhor esteja disponível.<br /><br />1.7.4 Heurística positiva<br /><br />A heurística positiva de um programa é mais vaga e difícil de<br />caracterizar que a heurística negativa. Segundo Lakatos, ela consiste<br />"de um conjunto parcialmente articulado de sugestões ou idéias de como<br />mudar ou desenvolver as 'variantes refutáveis' do programa de pesquisa,<br />de como modificar, sofisticar, o cinturão protetor 'refutável'." (op.<br />cit. p. 135) No caso da astronomia copernicana, por exemplo, a<br />heurística positiva indicava claramente a necessidade do desenvolvimento<br />de uma mecânica adequada a hipótese da Terra móvel, bem como de novos<br />instrumentos de observação astronômica, capazes de detectar as previstas<br />variações no tamanho aparente dos planetas e as fases de Vênus, por<br />exemplo. Assim, o telescópio foi construído algumas décadas após a morte<br />de Copérnico pelo seu ardente defensor, Galileu, que também principiou a<br />criação da nova mecânica. Esta, a seu turno, uma vez concebida por<br />Newton, apontou para um imenso campo aberto, no qual se deveria buscar<br />uma nova matem ática, medidas das dimensões da Terra, aparelhos para a<br />detecção da forca gravitacional entre pequenos objetos, etc."<br /><br />Tomando o exemplo de um dos mais bem sucedidos programas de pesquisa da<br />Física, a Mecânica Newtoniana, vemos que possui um núcleo rígido formado<br />pelas três leis newtonianas do movimento e pela lei da gravitação<br />universal, que a heurística negativa do programa recomenda sejam<br />mantidas inalteradas: eventuais discrepâncias com a experiência devem<br />ser eliminadas através de ajustes nas hipóteses auxiliares do cinturão<br />protetor. Esse processo ocorreu várias vezes durante o desenvolvimento<br />do programa, como quando, no século XIX, se verificou que as previsões<br />teóricas para a trajetória do planeta Urano conflitavam com os dados da<br />observação astronômica; ao invés de imputar esse desvio a possível<br />falsidade das leis do núcleo rígido, assumiu-se que deveria existir um<br />corpo celeste desconhecido perturbando a trajetória do planeta; mais<br />tarde, foi, de fato, observada a existência desse corpo, o planeta<br />Netuno. Assim como nesse episódio, a conjunção das heurísticas negativa<br />e positiva do programa newtoniano levou à inúmeros desenvolvimentos:<br />novas teorias ópticas, novos aparelhos e técnicas de observação, criação<br />de novos ramos da Matemática etc. A partir do início de nosso século,<br />porém, o programa tornou-se degenerante, por motivos vários que não cabe<br />expor aqui, vindo a ser substituído pelos programas das Teorias da<br />Relatividade e da Mecânica Quântica.<br /><br />1.7.5 Critérios de demarcação<br /><br />Como podemos notar da citação acima, os modernos conceitos de ciência,<br />mais realistas, deixam transparecer o caráter claramente humano da<br />ciência, que passa a ser então vista como um fruto das convicções de um<br />grupo social (que "decreta" que o núcleo rígido de seu programa de<br />pesquisa é não-refutável), com todo o seu conteúdo de crenças e<br />des-crencas e, portanto, de subjetivismo. Enfim, assume-se claramente a<br />realidade de que não existe um método "objetivo e seguro" de se fazer<br />ciência.<br /><br />"A concepção lakatosiana de ciência envolve um novo critério de<br />demarcação entre ciência e não-ciência. Lembremos que o critério<br />indutivista considerava cientificas somente as teorias provadas<br />empiricamente. Tal critério é, como vimos, forte demais: não haveria,<br />segundo ele, nenhuma teoria genuinamente cientifica, pois todo<br />conhecimento do mundo exterior e falível. Também o critério<br />falseacionista, segundo o qual só são cientificas as teorias refutáveis,<br />elimina demais: como nenhuma teoria pode ser rigorosamente falseada,<br />nenhuma poderia classificar-se como cientifica."<br /><br />O critério de demarcação proposto por Lakatos, por outro lado,<br />adequadamente situa no campo cientifico algumas das teorias unanimemente<br />tidas como cientificas, como as grandes teorias da física. Esse critério<br />funda-se em duas exigências principais: uma teoria deve, para ser<br />cientifica, estar imersa em um programa de pesquisa, e este programa<br />deve ser progressivo. Deixemos a Lakatos a palavra (1970, pp. 175-6):<br /><br />"Pode-se compreender muito pouco do desenvolvimento da ciência quando<br />nosso paradigma de uma porção de conhecimento cientifico e uma teoria<br />isolada, como 'Todo cisne e branco', solta no ar, sem estar imersa em um<br />grande programa de pesquisa. Minha abordagem implica um novo critério de<br />demarcação entre 'ciência madura', que consiste de programas de<br />pesquisa, e 'ciência imatura', que consiste de uma colcha de retalhos de<br />tentativas e erros ..."<br /><br />"A ciência madura consiste de programas de pesquisa nos quais são<br />antecipados não apenas fatos novos, mas também novas teorias auxiliares;<br />a ciência madura possui 'poder heurístico', em contraste com os<br />processos banais de tentativa e erro." Lembremos que na heurística<br />positiva de um programa vigoroso há, desde o inicio, um esboço geral de<br />como construir os cinturões protetores: esse poder heurístico gera "a<br />autonomia da ciência teórica".<br /><br />Essa "exigência de crescimento continuo" [progressividade do programa] e<br />minha reconstrução racional da exigência amplamente reconhecida de<br />'unidade' ou 'beleza' da ciência. Ela põe a descoberto a fraqueza de<br />"dois" tipos de teorização aparentemente muito diferentes entre si.<br />Primeiro, evidencia a fraqueza de programas que, como o marxismo ou o<br />freudismo, são indubitavelmente 'unificados', e fornecem um plano geral<br />do tipo de teorias auxiliares que irão utilizar para a absorção de<br />anomalias, mas que invariavelmente criam suas teorias na esteira dos<br />fatos, sem ao mesmo tempo anteciparem fatos novos. (que fatos novos o<br />marxismo "previu" desde, digamos, 1917?) Em segundo lugar, ela golpeia<br />seqüências remendadas de ajustes 'empíricos' rasteiros e sem imaginação,<br />ato freqüentes, por exemplo, na psicologia social moderna. Tais ajustes<br />podem, com o auxilio das chamadas 'técnicas estatísticas', produzir<br />algumas predições 'novas', podendo mesmo evocar alguns fragmentos<br />irrelevantes de verdade que encerrem. Semelhantes teorizações, todavia,<br />não possuem nenhuma idéia unificadora, nenhum poder heurístico, nenhuma<br />continuidade. Não indicam nenhum programa de pesquisa, e são, no seu<br />todo, inúteis."<br />2 CONSIDERAÇÕES FINAIS<br /><br />a) Aproveitamento prático – metodologia de pesquisa (cientista de hoje)<br /><br />b) Preparação de pesquisas científicas.<br />3 ENCAMINHAMENTOS .<br /><br />- Leituras complementares<br /><br />- Atenção aos métodos de pesquisa<br />4 REFERÊNCIAS<br /><br />ALVES-MAZZOTTI, Alda judith & GEWANDSNAJDER, Fernando. O Método nas<br />Ciencias Naturais e Sociais: Pesquisa quantitativa e qualitativa. 2. ed.<br />São Paulo: Pioneira, 2001.<br /><br />BACHELARD, Gaston. A formação do espírito científico: contribuição para<br />uma psicanálise do conhecimento. Rio de Janeiro: Contraponto, 1996. 314 p.<br /><br />FEYERABEND, Paul Karl. Contra o método. Rio de Janeiro: Francisco Alves,<br />1977. 487 p.<br /><br />HUISMAN, Denis. Dicionário de obras filosóficas. São Paulo: Martins<br />Fontes, 2000. 610 p.<br /><br />KUHN, Thomas S. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo:<br />Perspectiva, 1982. 257 p.<br /><br />LAKATOS. Imre. "O Falseamento e a Metodologia dos Programas de Pesquisa<br />Científica" in Lakatos, Imre & Musgrave, A. (orgs.) A Crítica e o<br />Desenvolvimento do Conhecimento. São Paulo : Cultrix / EDUSP, 1979, pp.<br />109-243.<br /><br />MARINHO, Ney Couto. Discussão da racionalidade da teoria psicanalítica a<br />partir da epistemologia de Karl Popper: avaliações – impasses –<br />alternativas. Rio de Janeiro: 2001. Dissertação (Mestrado em Filosofia)<br />Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUCR/RJ, 2001.<br /><br />MIRANDA, Antônio. A ciência da informação e a teoria do conhecimento<br />objetivo: um relacionamento necessário. In: AQUINO, Mirian de<br />Albuquerque. O campo da ciência da informação: gênese, conexões e<br />especificidade. João Pessoa: Editora Universitária/ UFPB, 2002, p. 9-24.<br /><br />POPPER, Karl Raimund. Conhecimento objetivo: uma abordagem<br />evolucionária. Belo Horizonte: Itatiaia, 1975-1999. 394 p.<br /><br />SANTOS, Boaventura de Sousa. Um Discurso Sobre as Ciências. 12. ed.<br />Santa Maria da Feira (Portugal): edições Afrontamento, 2001. 59 p.<br /><br /><br />http://200.17.161.33/~lhammes.unipampa/LucioHammes_files/Textos/LakatosTeriaCien\<br />cia.htm<br /><br /><http://200.17.161.33/%7Elhammes.unipampa/LucioHammes_files/Textos/LakatosTeriaC\<br />iencia.htm><br /><br /></span>IPCEhttp://www.blogger.com/profile/06986959155375846758noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1232109326067292969.post-70531538236596966792009-03-10T11:35:00.000-07:002009-03-10T11:36:03.817-07:00Os Fenômenos de ScolePor Marcelo Coimbra Régis, 2005<br /><br />Na maioria das vezes que falamos das pesquisas mediúnicas de efeitos físicos, somos levados a citar pesquisas que se desenvolveram no período de 1875 a 1930. Levantando a suspeita que esses fenômenos não mais ocorrem nos dias atuais e portanto não eram autênticos. Dentro dessa perspectiva os experimentos estudados na pequena vila de Scole na região de Norfolk, a sudoeste de Londres na Inglaterra, tem a meu ver um importantíssimo significado para a pesquisa psíquica.<br /><br />Foi nessa pequena vila onde ocorreram diversos e excepcionais fenômenos mediúnicos num período de 5 anos entre 1993 e 1998. Fenômenos comparáveis aos obtidos com os grandes médiuns de efeitos físicos no início do século XX, porém com características totalmente inéditas. Além disso o grupo de Scole esteve sempre aberto a investigação científica séria tendo convidado cientistas da Society for Psychical Research (SPR) de Londres para acompanhar seus trabalho o que resultou num extenso relatório comprovando a veracidade dos fenômenos ali obtidos<br /><br /><br /><span id="fullpost"><br />O Grupo Experimental de Scole (SEG)<br /><br />O casal Robin e Sandra Foy. Robin, ele um ex-piloto da RAF (força aérea inglesa), e Sandra, ela um dona de casa, há mais de 25 anos vinham pesquisando a mediunidade de fenômenos físicos, sempre participando de pequenos grupos familiares, sem nenhuma ligação religiosa ou com alguma instituição formal. Assim sendo decidiram formar um pequeno grupo de pesquisas doméstico tão logo se mudaram para a vila de Scole. Foi dessa forma despretensiosa que no final de 1992 nasceu o Grupo Experimental de Scole (SEG) com a finalidade específica de realizar sessões mediúnicas de efeitos físicos. Inicialmente o grupo era formado por 6 integrantes, mas no decorrer das pesquisas se viu reduzido a somente 4 participantes: Robin & Sandra Foy e o casal Alan & Diana Bennett. É interessante notar que apenas Alan e Diana Bennett possuíam o dom mediúnico, porém suas faculdades mediúnicas em nada se comparavam aos tradicionais médiuns de efeitos físicos. Normalmente os dois médiuns permaneciam em transe durante toda as sessões e era através deles que os diversos membros da equipe espiritual se comunicavam.<br /><br />Em Maio de 1993 ocorreu o primeiro fenômeno de levitação de objetos, quando um trompete foi deslocado até o colo de um dos participantes. Novamente os meses seguintes foram marcados por poucos fenômenos físicos, porém foram ricos em comunicações mediúnicas e importantes para o progresso dos experimentos futuros. Após alguns meses, em Outubro de 1993 os fenômenos físicos voltaram, iniciando-se pelo aporte de uma “Churchill Crown” , uma moeda inglesa com a esfinge de Wiston Churchill gravada em um dos lados. Esse fenômeno marca o início da torrente de fenômenos que se seguiriam nos próximos anos.<br /><br />A Equipe Espiritual:<br /><br />O grupo contava com o apoio de uma equipe espiritual, as diversas personalidade comunicantes contribuíam para um clima de união. Alguns Espíritos possuíam conhecimentos científicos, outros filosóficos e outros contaram pitorescos aspectos sobre a vida extra-corpórea. Os próprios Espíritos declararam que estavam também pesquisando e experimentando essa nova forma de comunicação, utilizando uma mistura de energias e tentando desenvolver um método de obtenção de fenômenos físicos que não exigisse tanto dos médiuns e que não necessitasse de ectoplasma.<br /><br />O Método:<br /><br />O SEC se reunia duas vezes por semana, no período noturno. As sessões tinham duração média de 2 horas. O grupo utilizava o porão da casa de Robin e Sandra, reunindo-se em torno de uma pesada mesa redonda com todas as luzes apagadas. O porão foi devidamente preparado de forma que nenhuma claridade externa o penetrasse. Todos os participantes usavam pulseiras refletoras (luminescentes) e com fechos de velcro. Em todos os objetos presentes na sala de reunião também se afixavam as mesmas faixas luminescentes, dessa forma podia-se acompanhar qualquer movimento dos participantes e dos objetos mesmo em total escuridão. Todas as sessões foram gravadas e temperatura da sala era monitorada continuamente. Numa sessão típica, após apagarem-se todas as luzes, uma música de fundo era tocada de forma a harmonizar as energias. A abertura da sessão era feita pelo Espírito chamado de Manu. Logo em seguida comunicava-se o Espírito chamado de Raji , que informava aos participantes o planejamento para a noite e detalhava quais os experimentos que seriam tentados naquela data. A partir daí os Espíritos guias (Mrs. Bradshaw e Patrick) continuavam comunicando-se através dos dois médiuns e auxiliando outros Espíritos a trazerem mais informações sobre os fenômenos. Finalmente após decorridas umas duas horas de sessão Patrick informava os presentes que era hora de<br />encerrarem os trabalhos<br /><br />Os Fenômenos:<br /><br />Em Scole foram registrados mais de 200 tipos de fenômenos físicos. O que segue é apenas um breve sumário, para dar a mínima noção da abrangência e da importância de Scole para as pesquisas psíquicas modernas.<br /><br />1. Aportes (transporte de objetos):<br /><br />Durante as sessões de Scole mais de 70 aportes foram testemunhados. Entre os mais significativos estão os aportes de: diversas moedas antigas, um exemplar da edição do Daily Mail de 1/4/44, um exemplar da edição do Daily Express de 28/5/45, um colar de pérolas, diversas jóias e artigos ornamentais<br /><br />2.Luzes Paranormais:<br /><br />Diversas luzes paranormais apareciam durante as sessões. Esses pontos e feixes brilhantes iluminavam a sala e eram como que guiados por alguma inteligência. Moviam-se com velocidade surpreendente e com o passar do tempo tornaram-se mais intensos, a ponto de iluminarem boa parte da sala. Os feixes descreviam figuras no ar, tocavam os presentes nas mãos, pousavam sobre a mesa central. As vezes penetravam objetos sólidos, irradiando luz do seu interior. Centenas de visitantes puderam testemunhar sua realidade.<br /><br />3. Levitações e Materializações:<br /><br />Diversas materializações (sem usar ectoplasma), sendo a mais impressionante a do Espírito de Patrick, que se materializou da cabeça até a cintura. Um dos fenômeno mais interessante obtido em Scole foi a voz direta provindo das formas materializadas, ou seja, a voz comunicaste vindo diretamente da boca do Espírito materializado. Diversos objetos foram levitados, como a pesada mesa central, um trompete, caixas de madeira contendo objetos, câmaras fotográficas, etc…<br /><br />4. Experimentos com Fotografia:<br /><br />São talvez os mais importantes de todos os fenômenos físicos ocorridos em Scole, pois permitem uma investigação e comprovação científica. Inicialmente os Espíritos utilizaram uma máquina fotográfica comum (35mm, sem flash) e durante o transcorrer das sessões solicitavam que os participantes fotografassem no escuro mesmo. Às vezes, os próprios Espíritos levitavam a câmara e acionavam o disparador durante as sessões. Após a revelação do filme, diversas imagens paranormais tinham sido impressas no filme fotográfico. Com o tempo os experimentos evoluíram e os fenômenos se produziam com os filmes virgens ainda selados em seu pacote original e sem o uso de câmara fotográfica. Outra melhoria foi o uso de filmes polaroid planos (virgens e selados no pacote original) que eram revelados imediatamente ao término da sessão. Com a presença dos pesquisadores da SPR o controle e rigor científico foi aumentado enormemente.<br /><br />5. Voz Direta:<br /><br />Os Espíritos utilizaram a voz direta para conferir maior autenticidade as comunicações. Assim apesar de 2 médiuns estarem sempre em transe, podia-se ouvir as vozes dos Espíritos vindo de diferentes partes da sala.<br /><br />6. Transcomunicação Experimental:<br /><br />a. Áudio:<br /><br />O grupo de Scole construiu um tipo de receptor utilizando um cristal de Germânio, conectado a um tipo simples de amplificador de sinais. Com esse aparato e sob a supervisão de diversos pesquisadores da SPR foram obtidas comunicações audíveis em várias sessões. Algumas comunicações foram sustentadas por mais de 20 minutos ininterruptos.<br /><br />b. Vídeo:<br /><br />O Grupo de Scole avançou para a obtenção de imagens e mensagens via vídeo (Vidicom). O aparato utilizado consistia de uma câmara VHS normal e um conjunto de dois espelhos. O posicionamento da câmara e dos espelhos parecia de vital importância para a obtenção do fenômeno. O experimento com vídeo tinha duas partes: ainda com as luzes acesas, gravava-se 30 minutos antes do início da sessão mediúnica. Posteriormente, já com todas a luzes apagadas, gravava-se outros 15 minutos. Algumas imagens impressionantes foram obtidas assim: faces de Espíritos, imagens paranormais, luzes coloridas em movimento, etc.<br /><br />Viagens e visitas:<br /><br />O grupo conduziu com sucesso diversas sessões na Espanha, nos Estados Unidos, na Holanda, na Alemanha e na Irlanda. Além disso o grupo conduziu diversos seminários onde convidados podiam observar os fenômenos e discutir suas causas e implicações. O grupo também editou uma revista trimestral onde reportou seus avanços. Também publicou alguns livretos descrevendo o método por eles utilizado.<br />Energia Criativa:<br /><br />Segundo a explicação dos próprios Espíritos as diferenças fundamentais entre Scole e os métodos tradicionais de obtenção de fenômenos físicos são:<br /><br />1. O tipo de energia utilizado, chamado pelos Espíritos de energia criativa seria uma combinação de 3 fontes distintas de energia. A primeira seria a energia espiritual, trazida pelos Espíritos comunicantes. A segunda, chamada de energia humana, seria retirada dos corpos de cada um dos encarnados presentes às sessões. A terceira, chamada de energia da Terra, os Espíritos retirariam de reservatórios<br />de energia presentes em algumas áreas do planeta.<br /><br />2. Com a utilização dessa nova energia os fenômenos podiam ser obtidos muito mais rapidamente e sem a necessidade de preparação especial.<br /><br />3. A quantidade e variedade de fenômenos podia ser muito maior<br /><br />Conclusão:<br /><br />Em 5 anos de pesquisas, o grupo de Scole conduziu mais de 500 sessões mediúnicas com fenômenos ocorrendo em todas elas. Cada sessão foi gravada em fita e mais de 200 delas foram acompanhadas por cientistas e pesquisadores. Como resultado desse esforço os pesquisadores da SPR ,Mortague Keen, Arthur Ellison e David Fontane escreveram um extenso relatório (The Scole Report) confirmando a autenticidade dos fenômenos por eles testemunhados. A SPR seguindo a linha de não concluir coletivamente, não considerou Scole como uma prova conclusiva da imortalidade.<br /><br />Ao tomar conhecimento de Scole confesso que fiquei surpreso em saber que tais desenvolvimentos tenham ocorrido a tão pouco tempo (década de 1990) e que não tiveram quase nenhuma repercussão no meio espírita brasileiro. Afinal é muito bom saber que os avanços no campo das pesquisas psíquicas e da sobrevivência da alma continuam ocorrendo e acompanhando a evolução da ciência.<br /><br />Bibliografia e para saber mais:<br /><br />Livros:<br /><br />- Soloman, Grant & Jane (1999). The Scole Experiment. Scientific<br />Evidence for Life After Death ; Londres: Judy Piatkus, 1999<br /><br />- Keen, Montague, Ellison, Arthur and Fontana, David (1999). The Scole<br />Report. An Account of an Investigation into the Genuineness of a Range<br />of Physical Phenomena associated with a Mediumistic Group in Norfolk,<br />England. Proceedings of the Society for Psychical Research, Vol. 58,<br />Part 220, November 1999. <br /><br /></span>IPCEhttp://www.blogger.com/profile/06986959155375846758noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-1232109326067292969.post-64487064693711461902009-03-10T11:33:00.000-07:002009-03-10T11:36:39.122-07:00Scole - O Que os Críticos Aceitarão como Evidência?Por Montague Keen,2002<br />(Traduçao de Mauricio Mendonça)<br /><br />DOIS ANOS passaram-se desde a publicação de O Experimento Scole [The Scole Experiment] de Grant e Jane Solomon, e do robusto tomo O Relatório Scole [The Scole Report] publicado pela Society Psychical Research: tempo bastante, alguém pensaria, para poder avaliar qual impacto eles teriam agora que a poeira baixou, e notar até onde as reivindicações feitas pelo ou a favor do Grupo Scole e seus investigadores ou em seu nome resistiram ao teste do tempo.<br /><br />Você recordará o estranho episódio do cachorro que não latiu à noite, levando Sherlock Holmes a farejar uma pista canina de alguma ação covarde: bem, isto vale também para Scole, os debates que se seguiram à publicação do nosso relatório concentraram-se quase que exclusivamente sobre a autenticidade do fenômeno. Isto é o que nós não tínhamos desejado e nem planejado.<br /><br /><span id="fullpost"><br />Bem antes do fim de nossa inesperadamente truncada série de sessões entre 1995 e 1997, ficou claro para os três principais investigadores, e co-investigadores como o Dr Hans Schaer e Walter e Karen Schnittger, que fraude ou engano inconsciente não era uma opção. Então seguiu-se que devíamos nos concentrar nas questões realmente importantes. Estas eram uma avaliação da teoria de que tudo poderia ser explicado de alguma forma ampliada da assim chamada hipótese super-psi, que atribui tudo às atividades da psique humana, individual ou coletiva; ou então a alguma forma de inteligência desencarnada.<br /><br />Para a maioria dos leitores do Spiritual Scientist, para quem a presença e influência da personalidade espiritual é tão real quanto seu mingau pela manhã, isto pode ser uma questão irritantemente obtusa. Mas a verdade é que o mundo além do local das seções e dos locais de encontro de espiritualistas permanece positivamente hostil à evidencia.<br /><br />Para muitos crentes, esta é uma questão indiferente. Eles encontraram a verdade como parece ser para eles; eles descobriram uma fonte de certeza, conforto, direção e ajuda em que os menos afortunados ou mais obtusos tem eles próprios negados, e estão satisfeitos cultivando o seu próprio jardim e não procuram fazer proselitismo, ou mesmo protestos.<br /><br />Esta foi a visão fortemente expressada seis ou sete anos atrás pelo Noah´s Ark Society. A resistência à investigação por aqueles que buscam se intrometer em suas seções privadas foi tanto comum quanto perfeitamente compreensível. Entretanto, para aqueles de nós amaldiçoados com uma curiosidade insaciável, e irritados pela maneira com que os ombros frios do estabelecimento científico lida com o que acha inconveniente ou perturbador, há um compromisso para pôr a batalha a um domínio público. Esta é uma razão por que o Grupo Scole foi ao mesmo tempo tão corajoso e tão incomum. Eles e seus espíritos guias sentiram que tinham uma obrigação para com seus companheiros seres humanos, os quais foram bem além de sua vida privada e conforto pessoal.<br /><br />Eu tive uma posição privilegiada para apreciar o resultado de O Relatório Scole. Seu conteúdo foi intensivamente revisado, embora não tenha sido publicado nas colunas de impressos científicos ou em anúncios respeitados. Mas os céticos certamente usaram cada oportunidade e incentivo para subverter nossos dados por produzir evidências, não importando quão circunstancial ou débil, que nós examinados. O jornalista capaz de desenterrar um pedaço incriminador de evidência de fraude, em qualquer estágio, tempo, lugar ou circunstância, fá-lo-ia certamente nas manchetes, e garantido um lugar honrado para ele próprio nos anais dos caçadores de fraude.<br /><br />Mas o que aconteceu bate com o comportamento do cão de caça de Sherlock: silêncio. Centenas de pessoas assistiram a sessões em meia dúzia de países por vários anos, não somente na vila de Scole. Nem ao menos uma voluntariou-se para apoiar aos críticos. Pelo contrário, nenhuma simples peça de evidência que veio a mim produziu algo que subverta a integridade do Grupo Scole ou a autenticidade da evidencia de um extraordinário conjunto de fenômenos físicos - um conjunto sem precedente na história de manifestações espíritas.<br /><br />Isto é ainda mais notável porque eu saí do meu meio para chamar a atenção para tal evidencia. Falei em vários encontros e conferências aqui e no exterior, fazendo repetidas questões ao vivo, junto com a venda de números consideráveis de cópias do relatório. Ainda sem nenhuma evidência de fraude.<br /><br />Os críticos argumentam que, fossem as evidências ainda mais impressionantes, e desprovidas da mera possibilidade de fraude, eles teriam sido derrotados. Mas a história não permite nenhuma sustentação para tal procedimento. A literatura das comunicações mediúnicas em geral, e os registros da investigação do fenômeno psíquico em particular, fornece amplos exemplos de casos onde a fraude é claramente descartada, e somente a noção de uma cuidadosa conspiração manipulada entre todos os interessados, principalmente os investigadores e testemunhas, pode ser atribuída para a explicação de tudo.<br /><br />O argumento mais comum para dar suporte aos críticos é que avanços científicos requerem a replicação: feitos em um laboratório diferentes, por diferentes experimentadores, e assim superando-se as dúvidas iniciais. Fazendo novamente em um terceiro ou em dezenas de laboratórios, e teria-se tirado todas as dúvidas dos críticos. Muitos pesquisadores psíquicos, e não poucos espiritualistas, possuem esta visão. Mesmo Sra. Emily Bradshaw, nossa prudente, espirituosa e carismática informante durante as consultas de Scole, disse que replicação é o que nós queremos.<br /><br />Mas não é, porque não é possível. O choro repetido por replicação é baseado no falso entendimento da natureza das experiências psíquicas. Replicação implica em um completo controle todos os parâmetros de um experimento. O experimentador deve conhecer tanto a temperatura, umidade, tamanho, pressão, peso, etc., que será requerido. Qualquer mudança em uma desses variáveis pode destruir o experimento e falsear os resultados. Esta é a ciência ortodoxa. Funciona perfeitamente bem para a finalidade para a qual foi projetada. Mas é completamente inapropriada para o mundo psíquico. Nele nós temos pouco ou nenhum controle sobre os parâmetros. Nós não podemos nem estar certos do que eles são, deixando de lado seu funcionamento. Uma tentativa de replicação é imediatamente sabotada pelo efeito do experimentador: o fato de que a personalidade, a atitude, as vibrações do próprio sabem-se possuir um efeito no resultado. Estranho dizer que isto foi demonstrado há quase meio século em um experimento clássico conduzido por G.W. Fisk , disse um crítico do Relatório Scole, Professor Donald West. Nós raramente podemos dizer, quanto mais determinar, quando a voz originada de um espírito ou fenômeno irá ocorrer, ou qual forma ele terá.<br /><br />Este não é um debate inócuo, acadêmico. Se você examinar os notáveis experimentos conduzidos no último ano (e ainda prosseguindo) pelo Professor Gary Shwartz e seus colegas na University of Arizona com cinco médiuns talentosos, você verá que ele produziu evidência estatisticamente acima do esperado de suas habilidades, sob condições que excluem a leitura fria, impressão sensorial, conhecimento prévio e similar, identificando um número de parentes falecidos de um participante selecionado desconhecido. O registro publicado disto (pela Society for Psychical Research) foi voltado para alegações de que seu sistema de controle pode permitir o erro. Suas experiências posteriores procuraram liquidar quaisquer de tais reservas. Nós agora fomos convidados a replicar os resultados que ele conseguiu. O que é impossível, porque mesmo que pudéssemos trabalhar com os mesmos médiuns, eles teriam que trabalhar com sujeitos diferentes, operar em um ambiente diferente, com experimentadores diferentes emanando diferentes vibrações.<br /><br />Deve-se dizer que a replicação é um dispositivo apropriado dentro da estrutura de mundo tri-dimensional que assenta nossa experiência cotidiana e requisitos. A introdução de um mundo espiritual dentro do nosso domínio físico imediatamente nos leva a um diferente conjunto de incertezas. O experimento Scole é inerentemente incapaz de replicação. Nós nunca poderemos recapturar as mesmas pessoas, espíritos comunicadores ou o ambiente físico que possua as características dos participantes.<br /><br />O que nós podemos fazer é mostrar que fenômenos físicos comparáveis podem ser produzidos por outros, em outro local, mas sob condições de controle igualmente firmes ou mesmo ainda mais rigorosas. Estranho dizer, que nós temos alguma evidência. Meu desejo é que seja publicado durante 2002. Na maior parte dos aspectos não chegou nem perto da variedade ou da inteligência da transmissão oral e psíquica que os pesquisadores experimentaram em Scole; mas em um ou dois aspectos, as condições nas quais os fenômenos foram produzidos foram mais impressionantes do que as que prevaleceram com o Grupo Scole. Isto foi na produção de imagens no escuro de câmeras Polaroid com lentes seladas.<br /><br />O que acontecerá quando tal evidência for publicada? Você pensaria (se você for suficientemente ingênuo) que os céticos imediatamente reconheceriam sua derrota e que correriam para abraçar a nova verdade, dedicados como são em aceitar a supremacia da evidência sobre a teoria. Minha previsão é que eles responderão com sua mais efetiva arma: silêncio total.<br /><br />Não fique desanimado ou surpreso por essa previsão pessimista! É importante apenas entender porque os céticos se retiram em suas conchas materialistas quando encaram as evidências que fazem um furo gritante em suas barrigas intelectuais. Assim como o nosso corpo agrupa automaticamente seus mecanismos de defesa para repelir uma invasão de um corpo estranho, assim a mente reage similarmente. Inicialmente irá procurar uma falha na evidência; mas em não encontrando, então o resultado pode tomar um ou duas formas. Uma é conhecida como dissonância cognitiva, a encantadora capacidade da mente de inicialmente reconhecer a verdade de algum evento miraculoso demonstrado sob os seus olhos, mas que mais tarde um dia ou dois rejeita a experiência como incompatível com a inalterável verdade da experiência prática. A outra é o silêncio.<br /><br />Ocasionalmente alguém pode tentar abrir os céticos de sua concha lançando um desafio. Eu fiz isso com uma das mais bem conhecidas e talentosas céticas nesse ramo: Dra. Susan Blackmore. Ela estava presente quando falei sobre o Relatório Scole, e do resultado na conferência anual da SPR em Northampton em 2000. De fato, eu assisti sua leitura pouco depois. Não muito depois, no anúncio de sua saída de cena após trinta anos de tentativas vãs em descobrir alguma evidência da existência de um sentido psíquico, ela escreveu um artigo na New Scientist no qual ela refere-se de passagem ao ‘infame’ Relatório Scole. Aquela foi a única vez que ela mencionou algo sobre o relatório, pelo meu conhecimento. Eu então a convidei para comentar sobre um celebrado caso o qual me pareceu ser uma forte evidência, não meramente de comunicação de origem paranormal entre dois médiuns como no início do último século, mas de sobrevivência do comunicador falecido. Ela declinou ostensivamente, dizendo que já tinha deixado o campo. Quando eu sugeri que seu ceticismo havia feito grandes danos ao assunto, e que ela tinha consciência disto, bem como a aqueles que tinham aceito a sua autoridade, para dar alguma explicação do caso, ela continuou a negar. Eu posso acrescentar que lancei esse desafio sob os narizes de uma audiência cética maior, até então sem nenhum proveito.<br /><br />É imprudente subestimar, ou desprezar, a força de sistemas de crença os quais aderem como lapas [gênero de moluscos] em nossa consciência, ou imaginar que uma constante inundação de evidência do paranormal mudará as suas atitudes. Somente quando os cientistas como um corpo se encontrarem forçados a confrontar e a explicar a evidência tão impressionantemente poderosa que ignoram o que é um claro sinal de covardia intelectual, o progresso se dará.<br /><br />Mas nós estamos trabalhando nisso. E quando nós chegarmos lá, a contribuição histórica do Grupo Scole para alargar a compreensão do homem sobre seu ambiente espiritual e físico será reconhecido.<br /><br />Montague Keen<br /><br />Jornalista, administrador agrícola, redator de revista e fazendeiro. Um membro do Conselho da Sociedade para Pesquisa Psíquica por 55 anos, presidente do Imagem e Comitê de Publicidade e secretário de seu Comitê de Pesquisa de Sobrevivência, ele foi o investigador principal do Grupo de Scole de médiuns físicos, e autor do Relatório de Scole, publicado nos Processos do SPR (Vol 54 Pt 220) em 1999 com seus co-investigadores Professores Arthur Ellison e David Fontana. http://www.survivalafterdeath.org/articles/keen/critics.htm <br /><br /><br /></span>IPCEhttp://www.blogger.com/profile/06986959155375846758noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1232109326067292969.post-37241201599157999412009-03-03T06:30:00.000-08:002009-03-03T06:34:20.920-08:00O Conceito da Sobrevivência da Morte Corporal e o Desenvolvimento da Parapsicologia<strong><em>Por Carlos S. Alvarado Ph.D.</em></strong><br />(Traduzido por Mauricio Mendonça) <br /><br />[Este artigo de Carlos Alvarado foi originalmente publicado no Journal of the Society for Psychical Research, Volume 67.2, Número 871, Abril de 2003. É apresentado aqui com a gentil permissão do autor, Carlos Alvarado, e de Zofia Weaver, editor do JSPR. Por favor visite o website da SPR em www.spr.ac.uk e o website da The Parapsychology Foundation em www.parapsychology.org]<br /><br />SUMARIO: Alguns historiadores de psicologia e medicina consideram que conceitos e movimentos hoje considerados metafísicos e pseudo-científicos tiveram influências significativas em desenvolvimentos posteriores. Um exemplo em parapsicologia é o conceito de sobrevivência do corpo à morte. Idéias de sobrevivência foram ferramentas de definição de importantes momentos da história da parapsicologia.<br /><br />Dois de tais momentos foram a fundação e o trabalho pioneiro da Society for Psychical Research (SPR) e o desenvolvimento do trabalho de J.B. Rhine e sua associação na Universidade Duke. O conceito da sobrevivência, encaixado dentro do movimento do Espiritualismo, ofereceu à SPR um conjunto de fenômenos a serem investigados, incluindo a mediunidade, as assombrações, as aparições e outras manifestações.<br /><br /><span id="fullpost"><br />O trabalho acerca da sobrevivência conduzido por J. B. e Louisa E. Rhine na Universidade Duke afetou sua ênfase posterior no estudo de capacidades PSI dos vivos. Discute-se também que a sobrevivência teve influência no desenvolvimento de tais explicações não-espíritas da mediunidade como psi-entre-vivos e interferências da mente do médium. A literatura do espiritualismo contém mais discussões destas publicações do que é geralmente reconhecido. A Parapsicologia não se desenvolveu apesar da sobrevivência, mas em alguma extensão por causa dela.<br /><br />[1] Isto é uma versão revisada da Gwen Tate Lecture patrocinada pela Society for Psychical Research, e apresentada em Londres em 4 de Outubro de 2001.<br /><br />Introdução<br /><br />A QUESTÃO da sobrevivência da morte corporal foi um dos problemas clássicos da pesquisa psíquica. Fenômenos como assombrações, aparições, visões de moribundos, poltergeists, e comunicações mediúnicas, mantiveram esta idéia viva através dos anos. Os fenômenos relacionados à Sobrevivência, em especial a mediunidade, geraram muitos posicionamentos.<br /><br />Alguns exemplos são as opiniões contrárias de Charles Richet (1924) e Oliver J. Lodge (1924), e o criticismo do investigador psíquico italiano Ernesto Bozzano (n.d. a/1926) e René Sudre (1926). Cesar de Vesme fornece-nos com uma caracterização boa destes debates: “quando o autor publica um livro para manter a hipótese espiritualista, um outro escritor publica um outro livro para suportar a tese contrária, e vice-versa. As duas doutrinas remanescem uma na cara da outra como dois cães chineses”(De Vesme, 1928/1931, Vol.1, p.283).<br /><br />O debate sobre a sobrevivência continua na nossa era e não é provável que seja resolvido em breve [2]. Entretanto, o interesse histórico dentro da pesquisa sobrevivência psíquica pode ser mais do que o estudo das controvérsias que a idéia gerou, e mais do que apenas uma avaliação da pesquisa conduzida. Neste artigo eu discutirei alguns aspectos da influência da idéia da sobrevivência à morte na parapsicologia. Ao comentar sua importância eu discutirei que o conceito da sobrevivência (através do espiritualismo) era uma força principal em dar forma aos momentos fundamentais no histórico do campo, e em dar forma à agenda da pesquisa. Além disso a questão da sobrevivência contribuiu para o desenvolvimento de processos psicológicos ou parapsicológicos alternativos como explicações para fenômenos relacionados à sobrevivência.<br /><br />[2] Veja, por exemplo, as discussões entre Braude (1992a, 1992b) e Stevenson (1992), e entre Cook (1996, 1997) and Almeder et al.(1997).<br /><br />Estendendo Conceitos na Ciência e na Pesquisa Psíquica<br /><br />A historia da ciência mostrou que a pesquisa científica não é guiada unicamente por uma questão abstrata da verdade, nem meramente seguindo os nossos acertos empíricos e com mais estudos adicionais. Um dos fatores extra-científicos que afeta o desenvolvimento da ciência é a influência de conceitos e de idéias que se ramificam. Estes conceitos influenciam a geração de hipóteses, os tópicos de estudo, e especialmente a forma que as observações e os resultados experimentais são interpretados. As Filosofias materialista e espiritualista, por exemplo, afetaram a ciência de maneiras diferentes. Alguns exemplos disto são “a filosofia mecânica” do décimo sétimo século e a filosofia natural do décimo nono. Uma miríade de conceitos como o vitalismo e a evolução foram influenciados no desenvolvimento da ciência natural e comportamental. Um conceito que se ramifica dentro da parapsicologia tem sido o conceito da sobrevivência da morte corporal, e mais extensamente, o conceito de transcendência das limitações físicas.<br /><br />Não há nenhuma dúvida que muita coisa do que chamamos pesquisa psíquica e de parapsicologia foi inspirado pela busca do transcendental. Catherine Crowe (1848) escreveu sobre o “lado noite da natureza,” o que significava que um mundo espiritual foi revelado a nós através das premonições, clarividências, aparições de vivos e dos mortos, poltergeists, e outros fenômenos. As publicações de investigadores mais antigos têm mostrado claramente que a busca pelo transcendental, ou o espiritual, ou o aspecto não-físico da humanidade inspirou muitos para se envolverem com parapsicologia. De fato, muitos destes autores discutem que os achados da pesquisa psíquica suportam o conceito da alma ou de dimensões não-físicas da existência humana.<br /><br />Em seu livro The Unknown [O Desconhecido], o astrônomo francês Camille Flammarion (1900) apresentou muitos exemplos de aparições e de outros fenômenos. Escreveu: “Estes fenômenos provam, penso, que a alma existe, e que é dotada com faculdades desconhecidas atualmente”(p.485). Indicações similares sobre as implicações das pesquisas psíquicas podem ser encontradas em Human Personality and Its Survival of Bodily Death [Personalidade Humana e sua Sobrevivência à Morte Corporal] (1903) de Frederic W. H. Myers, em Body and Mind [Corpo e Mente] (1911) de William McDougall, e em Discarnate Influence in Human Life [Influência Desencarnada na Vida Humana](n.d.b), de Ernesto Bozzano. Em seu livro The Reach of the Mind [A Pesquisa da Mente], J. B. Rhine (1947) discutiu:<br /><br />“As pesquisas psi mostram que a mente humana pode escapar de limites físicos em determinadas circunstâncias… Conformemente uma diferença distinta entre a mente e a matéria, um dualismo relativo, foi demonstrado pelas experiências psi… ”<br /><br />(p.205).<br /><br />Alguns podem considerar estas perspectivas no máximo, metafísicas, e no pior dos casos, não científicas. Mas, não obstante como devem ser vistas, tais considerações tiveram papel importante no conjunto do desenvolvimento da pesquisa científica para os fenômenos psíquicos de variadas maneiras. Enquanto isto possa parecer óbvio a alguém, tais aproximações na história da ciência geraram muita controvérsia. De fato, eu tenho impressão que muitos parapsicólogos atuais parecem pensar que a parapsicologia moderna representa tentativas bem sucedidas de superar o espiritualismo, o interesse na sobrevivência e similares. Eu vejo a historia como um campo complexo e interativo, no qual a parapsicologia desenvolveu-se como uma ciência apesar da questão da sobrevivência e espiritualismo, mas em alguma extensão por causa destes fatores.<br /><br />A Influência das Idéias Místicas e Ocultas na Ciência<br /><br />Tradicionalmente, a historia da ciência ficou conceituada como o triunfo da razão e da racionalidade sobre as velhas idéias místicas e de ocultismo. Não por menos, a historiografia da revolução científica e o décimo sétimo século têm mudado durante as últimas três décadas. Alguns dos novos historiográficos sustentam que o Hermeticismo, o Neoplatonismo, a astrologia, ou a alquimia e outras áreas do oculto tiveram influência no desenvolvimento da ciência moderna.<br /><br />Uma das primeiras vozes na nova historiografia foi Frances Yates (1972/1978), que discutiu em seu livro The Rosicrucian Enlightenment que “a tradição Hermética-Cabalistica-… no acontecimento da ciência Renascentista… não perdeu a força com a vinda da revolução científica… estava ainda presente no fundo das mentes das figuras anteriormente tomadas inteiramente como representantes da emergência completa de tais influencias “(p.232). Embora alguns tenham considerado extrema a posição de Yates (por exemplo, Vickers, 1984a), alguns historiadores mais antigos como Allan Debus (1978) discutiram que as antigas idéias herméticas bem como conceitos de Paracelso afetaram o desenvolvimento da filosofia mecânica que se desenvolveu no décimo sétimo século, que tinha sido explicada tradicionalmente unicamente por observações e pela pesquisa físicas, astronômicas e biológicas (Westfall, 1977). Estudiosos atentaram que o trabalho de Isaac Newton também mostra esta mistura das tradições, especialmente com relação à alquimia. Richard Westfall (1980) e Betty Jo Dobbs (1991) discutiram estes estudos alquímicos de Newton que influenciaram a física de seu Principia. Entretanto, outros historiadores foram opostos fortemente a este ponto de vista da historia da ciência. Brian Vickers (1984a), por exemplo, discutiu que haviam duas mentalidades separadas, a científica e a oculta. Vickers acredita que as antigas idéias místicas não influenciaram o desenvolvimento da ciência de nenhuma forma significativa. Há outros pontos de vista, tais como aqueles que aceitam a influência do oculto no desenvolvimento da ciência mas postulam um impacto de baixo nível (veja a antologia editado por Vickers, 1984b). Em resumo, alguns discutem que a ciência moderna se desenvolveu quando a racionalidade e a observação empírica abandonou as visões místicas e ocultas da natureza (pseudociência para alguns), enquanto outros viram que o místico e o oculto contribuíram também significativamente ao que foi chamado mais tarde de ciência.<br /><br />Um exemplo do papel positivo da assim chamada pseudociência é a influência da frenologia na neurologia. Em um ponto historiadores da neurologia não tinham nenhum uso para a frenologia em seus estudos. Mas o trabalho revisionista anterior de Ackerchnect (1958), e o trabalho mais antigo de Young (1970), muito fizeram para contribuir à idéia que conceitos frenológicos foram importantes para o desenvolvimento da neurologia de modo que a frenologia continuou a mudar o clima do pensamento e apoiou noções de localização de funções motoras e sensoriais no cérebro.<br /><br />Mais relevante para nosso assunto da matéria em questão é a mudança do ponto de vista dentro da historiografia da psiquiatria e das idéias da mente subconsciente como expostas por Ellenberger (1970) em seu livro The Discovery of the Unconscious [A Descoberta do Inconsciente]. Ellenberger postulou que o espiritismo e a pesquisa psíquica influenciaram positivamente o desenvolvimento da psicologia dinâmica e a psiquiatria, fenômenos mediúnicos como a escrita automática (entre outros fatores) forneceram o ímpeto para o desenvolvimento de idéias da mente subconsciente. O trabalho de Alfred Binet (1892/1896), William James (1890b), Pierre Janet (1889), e Frederic W. H. Myers (1903), entre muitos outros, são os exemplos disto. O trabalho mais recente dos historiadores Adam Crabtree (1993), Alan Gauld (1992), Pascal Le Maléfan (1999), e Eugene Alfaiate (1996) mostraram como espiritualismo e a pesquisa psíquica interagiram ativamente com aqueles outros campos que estudaram a mente e o comportamento humano em aspectos tais como o desenvolvimento da noção da mente subconsciente. Gauld e Crabtree mostraram que a literatura mesmérica e espiritualista tiveram influencia na construção das noções da mente humana. Quando Taylor discutiu que pesquisa psíquica nos Estados Unidos colidiu na psicoterapia na época de William James, Le Maléfan discutiu que durante metade do décimo nono século, a nosologia psiquiátrica francesa em alguns exemplos espelhou as reivindicações e fenômenos dos médiuns. Embora muito mais necessite ser feito para explorar as contribuições da pesquisa psíquica em outras áreas, este trabalho mostra uma clara - mas ainda não dominante - direção na história da psicologia e psiquiatria em que a pesquisa psíquica e o Espiritualismo são considerados serem mais do que aberrações culturais.<br /><br />Seguindo esse conceito tradicional, eu discutirei - e não faço nenhuma reivindicação de ser original nesta afirmação - que o espiritualismo em geral, e o conceito de sobrevivência à morte em particular, tiveram um fator de influência no desenvolvimento da parapsicologia de diferentes formas. <br /><br />A Influencia do Espiritualismo em Importantes Momentos da História da Parapsicologia<br /><br />Esta parte do artigo é talvez a mais óbvia e auto-evidente, particularmente para aqueles familiarizados com a história da pesquisa psíquica. O conceito de sobrevivência foi básico para o início e o desenvolvimento de tais momentos chaves na história da parapsicologia como trabalho inicial da Society for Psychical Research (SPR) e o trabalho de J. B. Rhine e seus associados na universidade Duke. <br /><br />A Society for Psychical Research<br /><br />Seria bom termos em mente que o Espiritualismo foi o processo final de movimentos e crenças anteriores. O conceito de comunicação com os espíritos de pessoas falecidas bem como o registro de fenômenos psíquico de todas as ordens tem considerável precedente histórico. Para encontrar antecedentes relevantes alguém somente tem que estudar trabalhos como os de J. E. Mirville, Pneumatologie: Des esprits et de leurs manifestations fluidiques (1854); de William Howitt, The History of the Supernatural [A História do Supernatural] (1863); de Frank Podmore, Modern Spiritualism (1902); de Cesar de Vesme, A History of Experimental Spiritualism (1928/1931), e o trabalho de outros historiadores (Dingwall, 1930; Inglis, 1977; Paton, 1921). Claramente o fenômeno do moderno espiritualismo pode ser encontrado em épocas anteriores e foram fortemente influenciadas por outro movimentos tais como o mesmerismo, além de outros. Seja como for, foi o espiritualismo, atuando por si mesmo e como um filtro e comunicador de antigas crenças e observações, que ditaram a agenda da pesquisa psíquica.<br /><br />Alan Gauld (1968) deixou claro que os primeiros pesquisadores da SPR - indivíduos tais como Frederic W. H. Myers e Henry Sidgwick , foram motivados a estudar uma variedade de fenômenos físicos pelo Espiritualismo e por princípios não-materialistas.<br /><br />Seu trabalho representou uma tentativa de usar a observação sistemática e a experiência para determinar se há mais no universo do que materialismo ditou. Como J. Fraser Nicol (1972) lembrou-nos em sua revisão de livro do Gauld, alguns homens que formaram o primeiro conselho da SPR eram espiritualistas, entre eles William Stainton Moses, Edmund Dawson Rogers e Hensleigh Wedgwood.<br /><br />O primeiro volume dos Proceedings of the Society for Psychical Research apresentou a agenda da Sociedade no agora clássico “Objects of the Society” (1882). Fora as seis comitês estabelecidas [Out of six committees established], a quarta e a quinta - sobre aparições e casas assombradas, e sobre fenômenos físicos - eram uma conseqüência direta dos interesses dos espiritualistas britânicos durante o décimo nono século passado.<br /><br />Ao tempo em que SPR foi fundada em Londres (1982), a Inglaterra tinha a poucas décadas a mediunidade de efeitos físicos e mentais [3]. A mediunidade foi uma importante área de discussão nos círculos britânicos. Livros tais como Mystic London [Londres Mísitica] (1875) do reverendo Charles Maurice Davies, uma coleção de memórias do oculto em Londres, relembra de quão confuso e incrível pareceram a alguns observadores na Bretanha, as práticas dos espiritualistas.<br /><br />Davies (1875, p.290) refere-se ao famoso alongamento do corpo de D. D. Home, e a alguns outros fenômenos como os vôos de Mrs. Guppy, as materializações de Katie King, e as conferências em transe feitas por oradores bem conhecidos do espiritualismo como a Sra. Emma Hardinge Nriten e Sra. Cora L. V. Tappan. Georgina Houghton (n.d.) recontou em seu livro Evenings at Home in Spiritual Séance, como em 1859 ela disse para seu primo que “haviam algumas pessoas vivendo próximas a ela o que significa que os espíritos daqueles que nós perdemos poderiam comunicar-se conosco que continuamos sobre a terra” (p.1). Este é o início de longa vida de compromisso do espiritualismo e o desenvolvimento da própria mediunidade da srta. Houghton. Durante os próximos anos, os ingleses viram as perfomances de médiuns tais como Florence Cook, William Eglinton, Francis Ward Monck, William Stainton Moses, e muitos outros, alguns de bastante reputabilidade.<br /><br />[3] Sobre Espiritualismo na Inglaterra veja Oppenheim (1985) e Podmore (1902).<br /><br />A SPR não ignorou todo esse interesse na mediunidade, popularmente diz-se dirigida por entidades desencarnadas. Uma análise do conteúdo dos processos da SPR pelo tipo de artigos mostra que, de cerca de 204 artigos publicados entre 1882 e 1900, 23% foram relatórios de sessões. Entretanto, isto não reflete o número atual de artigos no qual o tema sobrevivência está incluído. Estes tópicos foram discutidos também em outras categorias, tais como artigos teóricos e revisões da literatura.<br /><br />Embora ambos Barret (1886) e Crookes (1889) reportassem evidência positiva de mediunidade física nos processos da SPR, o restante das avaliações de alguns dos pesquisadores da SPR foram negativos. O artigo de Eleanor Sidgwick (1886b) “Result of a Personal Investigation into the Physical Phenomena of Spiritualism” [Resultado de uma Investigação Pessoal do Fenômeno Físico do Espiritualismo], o qual estudou os médiuns Kate Jencken (Kate Fox), Annie Eva Fay, Catherine Elizabeth Wood, Annie Fairlamb, e Henry Slade, é um exemplo disso. O artigo focou em sessões que tiveram lugar durante os anos de 1870, antes da fundação da SPR. Outra avaliação negativa da mediunidade fisica escrita por Sidgwick foi sua discussão sobre o médium William Eglinton (Sidgwick. 1886a) e o fenômeno de fotografia de espíritos (Sidgwick, 1891). <br /><br />A mediunidade mental foi discutida em um momento posterior, assim pode ser visto em artigos sobre a mediunidade da Sra. Leonora Piper publicado por Richard Hodgson (1892), Walter Leaf (1890), Oliver Lodge (1890), e Frederic Myers (1890) nos Proceedings da SPR. Este trabalho foi essencial para o desenvolvimento de todos os tipos de edições teóricas (embora, como veremos depois, antes da fundação da SPR, espiritualistas discutiram essas questões em seus escritos). A SPR trabalhou com Piper, começou a estudar a possibilidade de comunicação com espíritos, tornando-se a primeira tentativa sistemática para estudar a comunicação mediúnica sob condições controladas. Foi também a primeira análise detalhada das personalidades de transe publicadas na literatura de pesquisa psíquica. William James (1886, 1890a) conduziu alguns trabalhos preliminares, mas seus esforços não podem ser comparados em termos de organização da SPR ou a seus detalhes.<br /><br />Os membros da SPR fizeram algumas questões tais como: Qual era a fonte das informações verídicas que vinham através da Sra Piper? Eram os controles da Sra. Piper espíritos ou personalidades secundarias do médium em transe? Como o membro da SPR Walter Leaf comentou sobre Phinuit, um dos controladores da Sra Piper:<br /><br />Que Dr. Phinuit é somente um nome para uma personalidade secundária da Sra Piper, assumindo o nome e agindo com a atitude e a consistência tal qual é mostrada pelas personalidades secundárias em outros casos conhecidos; que neste estado anormal há um excepcional poder de leitura do conteúdo das mentes dos participantes; mas que esse poder está longe de ser completo.<br /><br />[Leaf, 1890, p. 567].<br /><br />Muitos outros comentaram sobre a consistência do comunicador, estudos que nos deram insights pioneiros dentro da dinâmica da mediunidade. Oliver Lodge escreveu em 1890 que:<br /><br />As mensagens e comunicações… são usualmente dadas através de Phinuit como um repórter. E ele relata algumas vezes na terceira pessoa, algumas vezes na primeira. Ocasionalmente, mas muito raramente, Phinuit parece dar lugar completamente a outra personalidade, amigo ou parente, que então comunica com algo de seu antigo jeito e individualidade; tornando-se freqüentemente muito expressivo e realístico.<br /><br />[Lodge, 1890, p. 453].<br /><br />Em adição, muitos exemplos de escrita e fala automática conduziram Frederic Myers (1884, 1885, 1887, 1889a) a iniciar suas explorações da mente subliminal e argumentou que alguns fenômenos mediúnicos podes ser explicados sem o recurso da noção de um agente desencarnado. O título de seu artigo de 1884, “On a Telepathic Explanation of some so-called Spiritualistic Phenomena” [Sobre a Explanação Telepática de alguns dos chamados Fenômenos Espiritualistas], representa uma prévia indicação de suas idéias. Enquanto Myers não era o único em seu apelo para o processo inconsciente como uma explicação de alguns fenômenos como mediunidade automática (por ex. Caspenter, 1877; Von Hartmann, 1885) seus conceitos têm um nível e eficiência de argumentos que seus predecessores não tinham. Myers (1903) eventualmente desenvolveu um modelo que era certamente diferente das concepções mais mecânicas postas adiante pelos teóricos da mente inconsciente Ele, de fato, chegou a argumentar pela supremacia e independência da mente em relação ao corpo. Além disso, ele conduziu sem precedentes, cuidadosa e detalhada análise do material produzido para ele pelos espiritualistas. Sua análise da escrita automática da esposa do Reverendo P. Newnham (Myers, 1885) é um exemplo disso[4].<br /><br />[4] É interessante notar que espiritualistas contemporâneos eram críticos do eles acreditaram serem tentativas de Myers de reduzir o fenômeno espiritualista a um processo subliminal (p.ex., Haughton,1886; Noel, 1886; Wedgewood, 1886).<br /><br />A respeito de aparições e assombrações, alguém só precisa se voltar para as páginas de The Night-Side of Nature [O Lado Noturno da Natureza] de Catherine Crowe (1848), Spirits Before Our Eyes [Espiritos ante nosso Olhos] de Whilliam H. Harrison (1879), e Foot falls on the Boundary of Another World de Robert Dale Owen (1860) para encontrar uma variedade de estórias de fantasmas que foram conhecidas pelos pioneiros da SPR. Pode-se lembrar com apreciação os relatórios pelo comitê da SPR em casas assombradas (Barrett et al., 1882; Bushell et al., 1884). Este comitê registrou muito fascinantes casos que influenciaram posteriores idéias sobre o assunto (por ex. Bozzano, 1919/1925). Por exemplo, no segundo relatório do comitê o vigário da casa paroquial afirmou que ele e sua esposa ouviram um som “como o barulho de barras de ferro caindo fortemente no chão” (Bushell et al., 1884, p.145). Esta foi a mais dramática de várias manifestações auditivas. O som foi ouvido coletivamente e por visitantes que não sabiam sobre as assombrações. Além disso, o som mostrou uma periodicidade. Era ouvido somente as 2:00 da manhã de domingo. <br /><br />Sobre os anos de interesse em assombrações e aparições dos mortos, o clássico “Record of a Haunted House”[Registro de uma casa assombrada] de R. C. Morton (Morton, 1892) e o artigo anterior “Notes on the Evidence, Collected by the Society, for Phantasms of the Dead,” [Notas de evidencia, Coletado pela Sociedade, por Fantasma dos Mortos] de Eleanor Sidgwick (1885), são claros exemplos disso. A Sra Sidgwick disse que a SPR coletou cerca de 370 narrativas “de fenômeno, não claramente físicos, e que os crentes em fantasmas estavam aptos a considerá-los como pessoas falecidas” (p. 70). Ela mostrou outras possíveis explicações para estes casos ao indicar que não poderia aceitar inteiramente nem rejeitar completamente uma explicação em particular. Além dessas haviam idéias de influência de espíritos, tais como uma presença psíquica ou uma alucinação telepática causada por indivíduos falecidos. Outras idéias incluíram comunicações telepáticas entre vivos, e a idéia de influencias psíquicas na casa percebida pelos pesquisadores. O ultimo conceito que veio a ser conhecido depois como a teoria da psicometria de assombrações, e foi discutido muitos anos depois em artigos dos Proceedings da SPR por H. H. Price (1939; veja também Bozzano, 1919/1925). <br /><br />Publicações posteriores sobre aparições de mortos incluem fascinantes artigos teóricos que mapearam futuras discussões das aparições dos mortos. Os pioneiros da SPR essencialmente examinaram a idéia da sobrevivência que foi aparentemente expressada por esses fenômenos de aparições e analisaram o problema do ponto de vista de uma variedade de possíveis explicações. O artigo “On Recognised Apparitions Occurring More than a Year After Death” [Sobre o Reconhecimento de Apariçoes mais de um ano após a morte] de Myers (1889b) é um exemplo. Neste artigo, Myers conceitualizou estas manifestações em termos da suposta classe de atividade post-mortem e de espíritos de vivos. Ele escreveu:<br /><br />Em primeiro lugar, eu acredito que telepatia … existe tanto entre espíritos encarnados e entre espíritos encarnados e desencarnados. Eu sustento que há uma serie contínuas de manifestações de tal poder, começando com experimentos de transferência de pensamento e hipnotismo a distancia, processos experimentais através de aparições e aparições coincidentes com a crise da morte, e terminando com aparições após a morte; - os resultados, na minha visão, do exercício continuado da mesma energia do espírito do falecido.<br /><br />[Myers, 1889b, pp. 63-64]. <br /><br />Frank Podmore (1889) propôs um modelo diferente em um artigo intitulado “Phantasms of the Dead from Another Point of View” [Fantasma de Mortos sob Outro Ponto de Vista]. Seguindo as idéias iniciais da Sra. Sidgwick, Podmore argumentou que casos evidenciais de aparições dos mortos são alucinações telepáticas. A explicação atual seria encontrada, ele escreveu, “na prolongada latência e subseqüente emergência de uma impressão recebida de um homem morto antes da sua morte…” (Podmore, 1889, p. 308).<br /><br />Este interesse em assombrações e aparições de mortos dentro da SPR teve um interesse paralelo em alucinações, especialmente alucinações de vivos. O trabalho do comitê de literatura foi certamente influenciado pelos registros de ESP espontânea e aparições de vivos tais como fontes espiritualistas mencionadas nos livros de Crowe, Harrinson, e Owen. O terceiro relatório do comitê literário indicou:<br /><br />Aparições … são elementos próximos ao conhecimento religioso do homem; e a discussão de sua realidade sempre teve aspecto de controvérsia religiosa. Mas as aparições que tiveram mais associação com idéias religiosas foram aquelas dos mortos, e nós faremos o máximo para evitar terrenos controversos, e também para manter nosso objetivo no limite gerenciável, vamos excluir essa classe.Vamos considerar só as supostas assombrações de pessoas vivas, o senso-comum de que são aparições dos mortos, ou assombrações de pessoas próximas do momento de morte.<br /><br />[Barrett et al., 1884a, p. 111].<br /><br />O modelo anterior de alucinações, agora classicamente associado ao trabalho inicial da SPR, foi discutido em dois artigos produzidos pelo Comitê de Literatura em 1884 (Barret et al., 1884a, 1884b). Eventualmente, estes esforços levaram ao primeiro exame das alucinações e ao estudo de variadas formas das aparições de vivos, Gurney, Myers e Phantasms of the Living [Fantasmas dos Vivos] de Podmore (1886). Como é bem conhecido, o interesse culminou no famoso “Census of Hallucinations” [Censo de Alucinações] (Sidwick et al., 1894). Um dos propósitos do “Censo” foi estabelecer cientificamente uma relação entre a alucinação e a morte da pessoa representada pela alucinação. A noção de sobrevivência foi o ímpeto original por trás desse trabalho, mesmo se eventualmente os pesquisadores da SPR desenvolvessem diferentes modelos de explicações tal como de alucinações telepáticas.<br /><br />Enquanto pode-se argumentar que o que eu acabei de discutir é bem conhecido, e que tais efeitos da idéia da sobrevivência e do espiritualismo são óbvios, nós devemos lembrar que o sentido de que é obvio é freqüentemente um pensamento posterior. A pesquisa psíquica seria muito diferente se ela tivesse sido afetada por outros movimentos e não pelo espiritualismo. Se o mesmerismo tivesse tido mais influencia que aquele (e ele teve considerável influência), talvez a SPR tivesse tido mais atenção para a idéia do magnetismo animal e para o similar conceito de força, o qual podia ter resultado na ênfase na medição, detecção e uso de tais forças. Houve alguns estudos da ação mesmérica conduzidos pelo Comitê sobre Mesmerismo (Barret, Gurney, et al., 1883) e por Gurney (1884), mas eles não continuaram depois dos primeiros três anos da existência da SPR. Uma aproximação mais baseada no mesmerismo pode ter incluído mais interesse na pesquisa Od de Reichenbach (1849/1851), o qual Reichenbach acreditava ser uma força universal. Od foi percebido por indivíduos sensitivos primeiramente como emanações de luzes por cristais, magnetos, e pelo corpo humano. [A more mesmerism-based approach may have included more interest in and research on Reichenbach’s (1849/1851) Od, which Reichenbach believed was a universal force. Od was perceived by sensitive individuals primarily as lights emanating from crystals, minerals, magnets, and the human body]. A SPR abandonou cedo este tópico da pesquisa logo depois da fundação da sociedade (Barret, Close, et al., 1883). Alem disso, uma pesquisa psíquica baseada no magnetismo animal podia ter tido mais interesse na área de saúde, o qual foi geralmente assumido envolver algum tipo de transferência de energia. <br /><br />Se o Cristianismo tivesse mais influência no trabalho da SPR no século XIX, a pesquisa psíquica poderia então ter mais ênfase nos milagres como curas em santuários (ex. Myers e Myers, 1893) e aparições de Maria (ex. Marillier, 1891). Similarmente, o trabalho da SPR deveria ser diferente se a Teosofia tivesse tido mais influência que o espiritualismo. Em vez de médiuns e o estudo do suposto agente humano desencarnado, o campo poderia ter focado mais atenção aos chamados poderes dos mestres espirituais e ao estudo dos efeitos produzidos por “fonte espirituais não-humanas” (ex. Hodgson, 1885).<br /><br />J. B. Rhine e Associados<br /><br />Outro momento dessa historia, reconhecida geralmente como crucial para a parapsicologia, foram os estudos de Joseph Banks Rhine e seus colegas conduzidos na Universidade Duke. Rhine - e sua colega e esposa Louisa E. Rhine - foram profundamente influenciados pela idéia da sobrevivência e pelo Espiritualismo, mesmo se ele posteriormente chegou a sugerir que a parapsicologia não podia tratar do assunto de uma forma significativa cientificamente (p.ex., J. B. Rhine, 1974)[5]..<br /><br />[5] No prévio trabalho de Rhines veja Brian (1982), Mauskopf and McVaugh (1980), Rhine and Associates (1965), e L. E. Rhine (1982). Em Rhine and the survival issue [Rhine e a questão da Sobrevivencia] ver Chari(1982).<br /><br />Em seu livro New Frontiers of the Mind [Novas Fronteiras da Mente] (1937), Rhine recontou como ele ouviu uma leitura de Arthur Conan Doyle sobre espiritualismo no inicio da década de 1920. Embora ele não estivesse convencido dos princípios Espiritualistas, Rhine ficou impressionado pelo zelo e atitude positiva de Doyle. Rhine escreveu, “se há uma medida da verdade que ele acredita… seria de importância transcendental” (p. 54). <br /><br />Em 1926, Rhines fez importantes experiências com médiuns. Houve uma seção com Margery, médium de efeitos físicos, que alegava que seu falecido irmão Walter podia produzir materializações e outros fenômenos através dela. Uma simples sessão convenceu-o que a performance era fraudulenta (Rhine & Rhine, 1927) (6). No mesmo ano o pesquisador psíquico Walter Franklin Prince ofereceu pagar a Rhine se ele tivesse uma sessão com a médium mental Minnie Soule (L. E. Rhine, 1982, pp. 104-105), conhecida na literatura mais antiga como Sra Chenoweth [7]. Dennis Brian (1982, p. 53), em sua biografia de Rhine, The Enchanted Voyager [O Viajante Encantado] notou que esses participantes, J. B. e Louisa tiveram tarefas diferentes. Enquanto Louisa tomou notas literalmente num quarto separado, J. B. ficou em outro com a Sra. Soule, interrogando a médium. Os resultados, Louisa escreveu em seu diário, foram decepcionantes (L. E. Rhine, 1982, p. 105).<br /><br />[6] Sobre a mediunidade de Margery veja Tietze (1973). A respeito de Margery e Rhines veja Brian (1982, capitulo 4), Matlock (1987), e Tietze (1973, pp.107-114).<br /><br />[7] Minnie Soule foi uma médium Americana estudada antes por Lydia Allison (1929) e James H. Hyslop (1910, pp.722-776). Ela usou o pseudônimo de Sra Chenoweth (veja também Tubby, 1941).<br /><br />Em 1927, John F. Thomas, servidor do sistema de ensino publico de Detroit, aproximou-se de Rhine para ver ele trabalharia com ele no registro de comunicação mediúnica (L. E. Rhine, 1982, pp. 111-113). Thomas fazia seções com Soule e outros médiuns tentando se comunicar com sua falecida esposa[8]. Rhine aceitou e Tomas perguntou a ele depois de alguns anos se ele e sua esposa iriam para Universidade Duke para trabalhar com William McDougall sobre seus registros de Mediunidade. McDougall era então o chefe do Departamento de Psicologia de Duke. Seu primeiro trabalho em Duke foi centrado no material de Thomas e somente mais tarde eles ramificam para a pesquisa ESP.<br /><br />[8] Sobre Thomas ver Dale (1941).<br /><br />Rhine foi com Thomas para continuar a assistir na avaliação das sessões com Sra Soule, bem como com outros médiuns mentais como Eileen J. Garrett e Gladys Osborne Leonard. Thomas eventualmente obteve o grau de doutorado de psicologia na universidade Duke por seus estudos de comunicações mediúnicas. Em seus livros Case Studies Bearing Upon Survival [Estudos de Casos Representativos de Sobrevivência] (Thomas, 1929) e Beyond Normal Cogmition [Além da Cognição Normal] (Thomas, 1937), Thomas mencionou que tanto J. B. quanto Louisa Rhine ajudaram-no de várias formas. <br /><br />O efeito desses primeiros trabalhos de mediunidade foram dar a Rhine em primeira mão a apreciação do que muito dos outros pesquisadores já haviam percebido, as dificuldades envolvidas em determinar a fonte da informação produzida. Numa carta que escreveu para Prince em 23 de novembro de 1927, J. B. Rhine disse: “Estamos agora organizando nossos pensamentos sobre a questão do que nós requerimos como prova do supra-normal, quantas hipóteses razoáveis temos visto para serem a fonte da informação supranormal, e agora podemos descobrir então qual dessas é a correta…” (citado em Brian, 1982, p.68).<br /><br />Entretanto, posteriormente Rhine foi mais positivo em relação a sobrevivência. Em 21 de Março de 1929 numa carta à Prince sobre os registros sobre a mediunidade de Thomas, Rhine disse: “Nós temos uma grande e real apreciação pelo Sr. T, e estamos convencido que seu material é em parte no mínimo, evidências genuínas, que das hipóteses disponíveis para nosso conhecimento, certamente a interpretação espírita é a mais aceitável” (citado em Mauskopf & McVaugh, 1980, p. 328).<br /><br />Esta atitude positiva acerca da sobrevivência e dos estudos foram refletidos na idéia desenvolvida por Rhine em torno de 1928 e 1929. Isto foi estabelecido pelo ” Institute for Experimental Religion ” (Mauskopf & MvVaugh, 1980, p.87). Parte desse trabalho conduzido por este instituto foi a evidência para a existência da alma, incluindo relatórios tais como o fenômenos de aparições sugestivas da sobrevivência. Poucos anos depois, em um artigo de 1933 publicado no Journal of the Society for Psychical Research no qual ele comentou sobre o artigo sobre a sobrevivência escrito por H. F. Saltmarsh (1932), Rhine (1933a) argumentou que os estudos da sobrevivência devem focalizar na evidencia de propósito ou motivação. Em suas palavras: <br /><br />Os tipos de evidencia para as quais eu me referi como as que oferecem maiores valores de prova a favor da teoria da sobrevivência são aquelas que claramente mostram propósitos que são apropriados somente para uma pessoa, o suposto espírito identificado. O ponto em mente é que motivação peculiar é mais indicativa de que um ‘agente’ envolvido tenha dados da vida passada da pessoa em questão, fatos descrevendo sua personalidade, ou que alegadas manifestações fisicas sejam devidas a seus esforços.<br /><br />[p. 36]. <br /><br />Claro que isto não é novidade. A questão do propósito ou intenção deve ser avaliada antes por cada pesquisador como Hyslop (1919) e Myers (1903), para citar apenas dois proeminentes exemplos. Enquanto Rhine não oferecia nada novo, nem uma solução para diferenciar espíritos e psi entre fontes vivas, o artigo mostra sua voluntariedade em considerar a sobrevivência em 1933 [as late as 1933]. De fato, é interessante notar que em comunicado adicional publicada depois no mesmo ano no SPR Journal, Rhine se referiu a sobrevivência como uma questão “das mais importante que nós discutimos nesse campo” (Rhine, p. 125). <br /><br />Enquanto Rhine continuou interessado na sobrevivência por toda sua vida (ex. Rhine, 1943, 1956, 1960, 1974) quando ele publicou sua clássica monografia Extra-Sensory Perception em 1934 ele claramente decidiu que a questão da sobrevivência precisava ser arquivada. Rhine falou da sobrevivência no primeiro capitulo do seu livro. Ele começou classificando os tipos de fenômenos parapsicológicos. Incluindo ESP em geral,incluindo rabdomancia, psicometria e comunicações verídicas de espíritos. Fenômenos psíquicos tais como telecinese, luzes, mudanças de temperatura e aportes, ele designou como parapsicologia psíquica. A categoria de parapsicologia psicológica inclui materializações, alongamentos e estigmas. Possessão negativa e saudável foram consideradas parte dos fenômenos patológicos. Finalmente o fenômeno da parapsicologia literária incluindo a produção de escrita ou artísticas aparamente além da capacidade do individuo.<br /><br />Esta classificação interagiu com o agente. Agente corpóreo significa referir-se aos efeitos de pessoas vivas e agentes incorpóreos referentes a efeitos de espíritos desencarnados. Rhine escreveu: <br /><br />Parece haver quatro casos gerais possíveis neste princípio: Um agente corpóreo pode influenciar outro, como em telepatia, ou um corpóreo pode ser a única personalidade envolvida, como em clarividência. O Agente incorpóreo … pode influenciar um corpóreo, como nos chamados experimentos ‘mediúnicos’. Ou, quarto, a personalidade incorpórea parece ser capaz de produzir um fenômeno sem a ajuda de uma personalidade corpórea com capacidades parapsicológicas, e isto é tido como ‘invasões’ chamadas ‘ hauntings’.[and in the seeming ‘invasions’ called ‘hauntings’.]<br /><br />[J. B. Rhine, 1934a, pp. 8-9].<br /><br />Rhine afirmou que seu livro tratava somente dos efeitos ESP produzidos por dois indivíduos vivos (testes de telepatia com um emissor) e com um individuo (testes de clarividência sem emissor). Ele não estava certo sobre como classificar os efeitos nesse sistema, especialmente em se tratando de agente incorpóreo. Depois em seu livro Rhine argumentou que a tarefa em mãos foi duplicada. Primeiro, tinha-se que aprender sobre a telepatia e a clarividência através de tentativas para relatar cada fenômeno um para o outro e para outros fenômenos parapsicológicos tais como a rabdomancia [First, to learn about telepathy and clairvoyance through attempts to relate each phenomenon to each other and to other parapsychological phenomena such as dowsing]. Segundo, tinha-se que encontrar outras variáveis relacionadas ao seu funcionamento. Uma vez que estas tarefas terminassem, o fenômeno incorpóreo poderia ser explorado com mais detalhes seguindo um procedimento similar (J. B. Rhine, 1934a, p.147; veja também Rhine, 1934b). Mas este passo posterior no programa de pesquisa de Rhine mudando o foco para o agente incorpóreo, nunca concretizou-se - talvez porque a área do agente corporal provou ser mais difícil de explorar e mapear do que o esperado. Como Rhine escreveu depois, a questão da sobrevivência devia esperar por um melhor entendimento das habilidades Psi dos vivos:<br /><br />“Para uma coisa, é necessário conhecer os limites e condições de operação do processo Psi antes de projetar experimentos adequados para trabalhar com a hipótese da sobrevivência. Somente quando tivermos evidencia de alguma coisa atrás da faixa de explicações de ESP e PK que a questão da sobrevivência começa”<br /><br />(J. B. Rhine, 1947, p.214)<br /><br />Infelizmente para os proponentes da sobrevivência, Rhine (1974) terminou argumentando que a sobrevivência era não-testável. Apesar disso, a sobrevivência foi um motivador importante no início do seu trabalho e um lembrete do quanto certas idéias e movimentos tiveram importantes, mas inesperados efeitos, na historia do desenvolvimento da parapsicologia.<br /><br />Finalmente, há outra forma na qual Rhine foi afetado pelo espiritualismo. Isto foi sua crença que o fenômeno psíquico em geral poderia mostrar uma evidencia para o aspecto não-físico no ser humano, que é, a independência da mente e o corpo. Rhine discutiu essa visão em seus livros The Reach of the Mind [O Alcance da Mente] (1947) e New World of the Mind [Novo Mundo da Mente] (1953), além de outras publicações.<br /><br />Estas idéias não vieram somente de resultados de seus experimentos, como ele próprio, Rhine (1947) argumentou. Rhine interessou-se por religião antes em sua vida e planejou ser um ministro (pastor), e então cedo foi levado a crer no não-físico. As idéias de Rhine nessa questão podem ser encontradas na auto-biografia de Louisa Rhine (1982) sobre a sua vida com J. B., Something Hidden. Mas Rhine também foi influenciado pelo espiritualismo e seus fenômenos. Estava ciente dos escritos e idéias de alguns espiritualistas como Artur Conan Doyle, ambos ele e Louise sabiam que os espiritualistas acreditavam que o ser humano é mais que o seu corpo, que havia um componente no ser humano que não dependia das limitações físicas. Voltando em 1865 [As far back as 1865] o espiritualista britânico Benjamin Coleman disse: “Uma vez reconhecido que o espírito é uma entidade viva quando separada do seu corpo de carne, tem uma poder dinâmico fora da matéria, e a grande dificuldade que permanece [enshrouds] na mente materialista se desfaz” (Coleman, 1865, p.128). Similarmente, T. P. Barkas (1876) argumentou nas páginas do jornal Spiritualist: “Se este fenômeno é verdadeiro ele sugere muitas reflexões importantes. A mente não é uma mera propriedade molecular ordinária organizada de matéria, secretada pelo cérebro… mas é independente de qualquer cérebro físico …” (p.261). Como mencionado na introdução, escritores posteriores tais como Bozzano (n.d.b), Flammarion (1900), e Myers (1903) todos argumentaram em linhas similares. <br /><br />Rhine estava familiarizado com alguma dessa literatura. Em uma carta que escreveu para o presidente da American Society for Psychical Research em 1923 ele disse: “Tendo lido Human Personality (Personalidade Humana) de Myers e alguns outros livros parecidos, eu fiquei profundamente impressionado com a importância desse assunto para a raça humana” (L. E. Rhine, 1982, p. 92). Rhine tinha um claro conceito tradicional que certamente deu-lhe esperança de encontrar respostas acerca da natureza do ser humano, e não fisicamente. A idéia posterior foi de fato o principio central das idéias de Rhine sobre a natureza de Psi (Beloff, 1982; Iannuzzo, 1983). <br /><br />O Espiritualismo e a Complexidade do Fenômeno Psíquico<br /><br />A sobrevivência influenciou a pesquisa psíquica de outra forma, mais sutil. Uma delas é a contribuição de espiritualistas para nosso entendimento da mediunidade e outros fenômenos. Algumas vezes nós pensamos que espiritualistas tiveram uma visão simplista e unitarista sobre a natureza do fenômeno psíquico. Bruno Fantoni (1974), em Magia y Parapsicologia, escreveu:<br /><br />No inicio os espíritas argumentaram que todos os fenômenos paranormais eram produzidos por seres desencarnados … Com o tempo, eles começaram a admitir a possibilidade de uma colaboração entre o espírito do além e do médium … Finalmente, eles foram forçados a admitir a existência do fenômeno paranormal sem a intervenção do morto e que mesmo nestes fenômenos que originados supostamente no além podia haver elementos vindo do inconsciente dos vivos.<br /><br />[pp.319-320, minha tradução]<br /><br />Enquanto a visão de Fantoni pode representar muitos indivíduos, eu acredito que um estudo das primeiras literaturas suporta uma visão modificada desse processo. Isto é, os escritos de alguns espiritualistas mostra uma consciência das outras explanações teóricas do fenômeno da sobrevivência que não agentes desencarnados. De fato, a literatura espiritualista contém uma rica discussão intelectual das diferentes possibilidades. A história da pesquisa psíquica algumas vezes tem sido escrita como a historia do triunfo da ciência sobre as armadilhas do Espiritualismo, mas ha um espaço para argumentar que, desde o começo, o Espiritualismo ofereceu-nos uma variedade de explicações alternativas para o fenômeno em questão. Mais importante, o Espiritualismo forneceu o contexto para o desenvolvimento de muitas idéias que ativamente formaram a pesquisa psíquica conceitualmente. Uma delas foi a idéia psi-entre-vivos como explicação de mediunidade. <br /><br />Ideias Psi-entre-vivos para explicar Mediunidade<br /><br />Em seu Journal of Parapsychology no artigo “Parapsicologia, Then and Now,” Louisa E. Rhine (1967) sugeriu que explicações através de ESP entre vivos ficaram somente disponíveis ou ficaram somente realísticas após o trabalho experimental que começou nos anos de 1920s. Rhine teve depois particular atenção para o trabalho na universidade Duke. Na sua visão: “Não foi falta de método que levou ao fim a era da pesquisa da mediunidade na questão da sobrevivência. Foi o estabelecimento da ESP que o fez” (p.238). L. E. Rhine foi mais longe ao dizer que os interessados e otimistas sobre a sobrevivência na década de 1920 ” não poderiam então ter percebido que uma explanação alternativa existia” (p.248). Nesta visão ESP não era bastante bem estabelecida nos dias anteriores para ser uma efetiva contra-explicação para o conteúdo de comunicações mediúnicas verídicas. Há alguma verdade nisto já que posteriores experimentos ESP forneceram mais evidência desse fenômeno e informações adicionais sobre esses trabalhos. Mas Louisa Rhine exagerou, especialmente quando ela disse que não existiam explicações alternativas. Rhine não se deu conta do fato que no inicio do Espiritualismo e da pesquisa psíquica houve uma longa tradição de usar ESP como explicação para dar conta das comunicações mediúnicas. O fato que a evidência para ESP tornou-se melhor depois não está em discussão aqui. O que é importante em termos históricos é que observadores de médiuns convenceram-se da validade das explicações ESP, um processo que era uma realidade para eles. Eu estou argumentando aqui que as primeiras literaturas forneceram exemplos de explicações de psi-entre-vivos, mostrando claramente que essas idéias originaram-se dos próprios espiritualistas, e em alguns casos, de não-espiritualistas que acreditavam na sobrevivência.<br /><br />Em seu livro An Exposition of Views Respectin the Modern Spirit Manifestations, Adin Ballou (1853) escreveu: “Eu acredito que espíritos dos mortos causam muito desses fenômenos, mas não todos eles. Eu acredito que espíritos encarnados, - i.e., a mente do médium, ou a mente de outras pessoas ao redor do médium - algumas vezes atravessam, corrompem, peculiarizam, ou modifiquem as manifestações e a produção das comunicações” (p.3). Para Ballou estava claro que a mente de indivíduos ao redor do médium poderia influenciar o conteúdo da comunicação, um processo que ele refere-se como em “influências mesméricas ou psicológicas, do controle de mentes próximas [ao médium]” (p.29)<br /><br />Estas idéias não são exclusivas de Ballou. Elas também podem ser vistas em Andrew Jackson Davis (1853). Em seu livro, The presente Age and Inner Life, Davis escreveu que “”pertencendo aos atributos extraordinários da mente do homem, muitas experiências são por alguns indivíduos consideradas como espiritualmente originadas; quando em verdade, só são causados pelas leis naturais de nosso ser…” (pp. 160-161). Davis apresenta uma tabela em seu livro que lista as possíveis causas do fenômeno mediúnico. Em sua visão 40% tem origem nos “espírito dos mortos”.” O resto inclui fraude, explicações neurológicas ou histéricas, “psicologia-nervosa” ou imaginação, e “simpatia cerebral” ou doenças epidêmicas. Dezoito por cento refere-se ao que chamamos de habilidades psíquicas entre vivos. Isto inclui “eletricidade vital” vindo do corpo dos médiuns e clarividentes. Enquanto essas figuras, como a maioria dos escritos de Davis, foram obtidos através de inspiração de clarividência, o ponto importante aqui é que um líder do novo movimento espiritualista americano oferece explicações alternativas de mediunidade que não seja baseada em espíritos.<br /><br />Davis argumentou que uma das causas principais da aparente contradição em comunicações mediúnicas - ou seja confusões e aparentes erros - era a recepção simultânea de duas diferentes fontes: espíritos e a mente de pessoas vivas. Ele escreveu: “Um médium pode obter pensamentos de pessoas sentadas no circulo, ou de uma mente em local distante do globo …, e ainda estria totalmente equivocado a respeito da sua fonte” (p.202).<br /><br />Nos anos posteriores, Henry J. Atkinson (1871, p.535), em um artigo intitulado “Science e Spiritualism”, argumentou que era importante ser claro sobre o agente por trás do fenômeno. Isto é, foi uma ação de espíritos dos mortos ou espíritos dos vivos? Um autor posterior comentou o problema envolvido no estabelecimento de identidade do espírito. Ele disse: “A dificuldade a respeito da identidade do espírito são várias; como por exemplo, o dobro das questões do espírito pessoas vivas [as for instance, in the double, or Spirit-issues from the living person]; de clarividência e transferência de pensamento, ou conhecimento ou transferência de memória …” (Atkinson, 1882, p.249).<br /><br />O espiritualista inglês William Harrinson argumentou que os pensamentos dos participantes poderiam afetar o conteúdo da comunicação mediúnica. Ele refere-se à “leitura de pensamento, ou … a influencia de uma mente em outra” (Harrison, 1873 p. 434) para dar conta do fenômeno.<br /><br />Helen Dallas (1916), outro escritor que pode ser descrito como um espiritualista, em seu livro Objections to Spiritualism Answered [Objeções ao Espiritualismo Respondidas] comenta sobre o “fato que pensamentos recebidos telepaticamente daqueles ainda na carne pode misturar-se com, ou ser confundido por mensagens do desencarnado” (p.70). Similarmente, o conhecido pesquisador francês e teórico Gustavo Geley (n.d.) disse que a comunicação mediúnica algumas vezes depende de elementos “evidentemente tomados do médium e do participante da seção, todos eles em proporções variadas” (p. 102, minha tradução)<br /><br />Outro exemplo interessante foi Ernesto Bozzano, provavelmente o mais conhecido espírita europeu do seu tempo. Bozzano disse mais de uma vez que ESP podia dar conta de alguns casos. Em seu livro Animism and Spiritism [Animismo e Espiritismo], ao referir-se ao fenômeno sugestivo de identidade do espírito, Bozzano disse que: “muitos episódios são explicados por manifestações anímicas” (Bozzano, n.d. a, p.47). Em seus estudos de assombrações, Bozzano (1919/1925) favoreceu explicações relatadas por agentes desencarnados para a maioria dos casos. Entretanto, ele aceitou explicações telepáticas entre vivos para um pequeno numero de casos. Em sua visão, porque “nem todas manifestações entre vivos são de origem telepáticas … também nem todas manifestações de assombrações tem origem nos espíritos” (p.305, minha tradução). <br /><br />Considerando poltergeists, Bozzano também aceitou algum agente entre vivos. Ele escreveu que:<br /><br />Há um pequeno número de casos que pode ser explicado através da hipótese “anímica” … a emissão esporádica de telecinese ou energia mediúnica controlada por uma rudimentar origem subconsciente. Alguns casos de pequena complexidade podem ser classificados nessa categoria,… mas pode ser dito que, em geral, manifestações ‘poltergeist’ não são nunca completamente anímicas e nem completamente ‘espíritas’ …<br /><br />[Bozzano, 1919/1925, p. 311, minha tradução]. <br /><br />Outros acreditaram que o pensamento dos participantes podia afetar o fenômeno da materialização. Assim, por ex., no Spiritualist Newspaper, G. W. Stock escreveu que a forma que aparece nas sessões eram “muito maleável e capaz de ser moldado pelos pensamentos e afeições dos participantes” (Stock, 1877, p. 188). Uma visão similar foi citada em artigo anônimo, “A influencia dos participantes sobre as Manifestações Espirituais,” o qual foi presumidamente escrito por H. Harrison ( A influência, 1877).<br /><br />De fato, as publicações espiritualistas apresentaram uma variedade de idéias sobre a natureza das materializações as quais salientavam a complexidade das discussões, que não eram limitadas a idéia de uma agente desencarnado. Vários escritores especularam sobre a exteriorização do duplo do médium para dar conta da materialização (e.g., Coleman, 1876; Kislingbury, 1876a, 1876b; Reimers, 1876). Um autor escrevendo sobre as materializações de Katie King disse que Katie “não é um espírito independente, mas o espírito, ou ‘duplo’ do médium ….” (Spirit Forms, 1873, p.452). Ilustrando a variedade de idéias sobre materializações a esse tempo, a espiritualista Emily Kislingbury (1876a, 1876b) sugeriu que a transfiguração do médium poderia explicar alguns dos supostos casos de materializações.<br /><br />Outra maneira de ver a contribuição teórica do espiritualismo é o contexto em que céticos em sobrevivência também desenvolveram importantes modelos teóricos. Houve muitos escritores que sugeriram que uma substancia fluídica emanada do corpo do médium - magnetismo animal, Od, forças nervosas - poderiam explicar muito dos fenômenos mentais, e em especial, os fenômeno físicos do espiritualismo, sem recorrer a um agente espiritual. Uma variedade de céticos da hipótese de agentes espirituais postulam um modelo exploratório diferente. Eles acreditam que o fenômeno poderia ser explicado por uma força vindo do sistema nervoso do médium. Esta literatura incluiu Spirit Manifestations Examined and Explained [Manifestações de Espíritos Examinados e Explicados] de John Bovee Dods (1854), Philosophy of Mysterious Agents [Filosofia dos Misteriosos Agentes de Edward] C. Rogers (1853), Modern Mysteries Explained and Exposed [Misterios Modernos Expostos e Explicados] de Asa Mahan (1855), e Spiritualism Tested [Espiritualismo Testado] de George Samsin (1860). Algum tempo depois ainda no século XIX, vários outros autores como Edward W. Cox (1872), Gerry G. Fairfield (1875), e Eduard von Hartman (1885), continuaram essa linha de pensamento na qual eles explicavam o fenômeno sem recorrer ao agente desencarnado. Esta linha de raciocínio foi continuada depois já no século XX por pesquisadores como Joseph Maxwell (1903/1905), Enrico Morselli (1908), Schrenck-Notzing (1920/1925), e René Sudre (1926). Todos esses escritores que eu mencionei representam o início do que alguns autores modernos chamam de explicação super-psi para o fenômeno da sobrevivência.<br /><br />Muitas das controvérsias que surgiram dessas idéias foram ferramentas que esboçaram as suposições de espiritualistas e seus opositores. Em seu esboço do livro Ten Years Investigations into Phenomena if Modern Spiritualism (Dez Anos de Investigações de Fenômenos do Moderno Espiritualismo) Thomas P. Barkas (1862) argumentou que neste conceito de forças nervosas “o homem é convertido em uma espécie maquina eletro-odilico-cerebro-vertebral” (p.65). Na visão de Barkas estas idéias de força psíquica não eram suficientes para explicar o fenômeno. Muitos críticos do modelo da força psíquica expressaram seu ponto de vista. Eles questionaram a habilidade dessas forças para produzir efeitos inteligentes, tais como temos visto em alguns movimentos de objetos e no fenômeno de materializações (ex. Aksakof, 1890/n.d; Dr. Dods e Spiritualism, 1855; Força vs Espiritualismo, 1867; Mary Janr, 1863. Review of What Am I?, 1874).<br /><br />Entretanto, é importante reconhecer que os próprios espiritualistas também aceitaram a existência da força fluídica, mas enfatizando que eram manipuladas pelos espíritos dos mortos. Um influente conceito foi o do perispírito popularizado na França por Allan Kardec, o fundador do espiritismo. No seu conhecido “Livro dos Espíritos,” publicado em 1857, Kardec (1875) apresenta as comunicações mediúnicas referindo-se a um “fluido universal que forma a parte intermediaria entre espírito e matéria…” (p.9). Esta substância foi chamada de perispírito. Ele faz a interação possível do espírito com o corpo e era o veiculo que os espíritos usavam para criar aparições e alguns fenômenos como movimentos de objetos. Em um livro posterior, Kardec (1876) deu mais detalhes sobre a produção dos fenômenos psíquicos via o perispírito. Ele escreveu:<br /><br />Quando um objeto é posto em movimento, deslocado, ou elevado ao ar, o espírito não o prende, empurra-o, nem levanta-o, como nós fazemos com as nossas mãos; o espírito, por assim dizer, satura-o com seus próprios fluidos combinados com os do médium, e o objeto, sendo assim vivificado por um momento, age como um ser vivo agiria … [e] segue o impulso comunicado a ele pela vontade do espírito.<br /><br />(Kardec, 1876, pp.76-77). <br /><br />Em um “discurso de inspiração” sobre o tópico do Espiritualismo como uma ciência o qual foi publicado no Spiritualist Newspaper, o médium de transe britânico e orador em transe J. J. Morse (1876) discutiu idéias similares às de Kardec sobre as noções do perispírito. Na França, esta linha de pensamento foi mais articulada por Gabriel Delanne (1923) e Leon Denis (1922). Semelhantemente, o bem conhecido espiritualista britânico e editor J. Burns argumentou em 1872 que há uma força em constante operação nos seres vivos que pode sair do corpo em determinadas condições e com certos indivíduos que assim produzem fenômenos como movimentos de objetos. Esta energia era a mesma que a energia nervosa e transportada à vontade ao organismo humano[This energy was the same as nerve energy and it conveyed the will to the human organism]. Na visao de Burns:<br /><br />“A peculariedade do médium está nele exalar um magnetismo com o qual a atmosfera espiritual envolve o espírito podendo tornar-se inter-esferico [intersphered] …, o de um tornando a envolver-se com o do outro … “<br /><br />(Reed & Woodward, n.d., p.33). <br /><br />Em alguns panfletos que publicou, Burns incluiu páginas com instruções sobre como conduzir as seções. Um delas foi chamada “Como Investigar o Fenômeno Espiritual.” Esta página dizia: “Os fenômenos são produzidos por uma força vital emanada pelos participantes, os quais os espíritos usam como um link de conexão entre eles e os objetos” (Appendix, n.d., p.51).<br /><br />A literatura espiritualista inclui muitas outras menções dessas forças. Em seu livro The Debatable Land, o espiritualista americano Robert Dale Owen (1871) refere-se a ” exudações invisíveis das organizações humanas ” (p.404) para dar conta do fenômeno da materialização. Em referencia ao vapor observado em sessões de materialização, William Station Moses disse no encontro da British National Association of Spiritualists em novembro de 1877: “É o sustento universal, a linha material usada em todas operações desta natureza … é a força vital do médium” (Moses, 1877, p.254).<br /><br />Escritores com orientação espiritualista também discutiram estas idéias no século XX. Na Inglaterra, em seu livro Spirit Intercourse, James Hewat McKenzie (1916) escreveu que era uma “matéria psico-plástica” que sai do corpo do médium para formar as materializações. Na França, Geley argumentou que o ectoplasma consiste da ” descentralização anatomo-biológica no corpo do médium e um externalização de fatores descentralizados no estado amorfo, sólidos, líquidos ou vaporoso” (Geley, 1924/1927, p.358).<br /><br />Como podemos ver estas idéias de forças e fluidos não ocorreram somente para os escritores anti-espiritualistas. Os Espiritualistas estiveram ativamente envolvidos na discussão e desenvolvimento dessas idéias do início até os dias de hoje. Este é um ponto importante devido a esta noção - que a força vem do corpo do médium para produzir o fenômeno - foi uma dos principais modelos teóricos da pesquisa psíquica entre o século XIX ate os anos de 1920s (Alvarado, 2001). Porque esse conceito foi identificado com explicações de agentes não-desencarnados, precisamos nos lembrar que não foram somente os céticos que contribuíram para a literatura ao esboçar essas influentes idéias.<br /><br />Influencias Psicológicas nas Comunicações Espíritas<br /><br />Espiritualistas sempre reconheceram que o médium pode influenciar as comunicações de diferentes formas. Em um artigo chamado “Influencia Cerebral nas Revelações” publicado no jornal americano The Shekinah, S. B. Brittan (1853) argumentou que as comunicações mediúnicas poderiam ser influenciadas pelo pensamento dos médiuns. Brittan comentou: “Em todas as épocas, revelações do mundo espiritual foram essencialmente modificadas pelas características físicas e mentais das pessoas através das quais elas foram dadas à humanidade. No processo de influxo, os elementos de duas mentes são misturados, e a revelação é o resultado de suas ações conjuntas” (pp.39-40). <br /><br />No livro de Andrew Jackson Davis (1853) o autor comentou sobre a influencia da mente do médium nas comunicações, especialmente refletindo a educação e os costumes do médium. A mente do médium, escreveu Davis, “é quase certo que inconscientemente altera, modifica, e arranjar todas as impressões, de qualquer fonte recebida, invariavelmente em acordo com o estado e o estilo de conhecimento próprio e de cultura individual” (p.203). Esta influência poderia ser completamente indetectável pelo médium. <br /><br />Em seu Espiritismo Experimental: O Livro dos Médiuns, o guia para Médiuns e para Evocações, Kardec (1876) escreveu sobre as limitações impostas da capacidade de comunicação dos espíritos com os recursos do médium, incluindo aspectos tais como conhecimento das línguas. Outros também falaram sobre essas questões (ex. Ballou, 1853; Dallas, por exemplo, argumentou que, mesmo durante o transe, a “mente do médium … não é um espelho inanimado sobre o qual outras personalidades podem facilmente gravar as impressões de seus pensamentos; Pode ser assim comparado como um oceano movido por correntes internas e perturbado pelos ventos externos” (p.65). <br /><br />Houve também uma discussão por autores tais como Aksakof (1890/n.d.) e Delanne (1902), os quais, apesar de defenderem o espírito como agente, admitiam que mecanismos dissociativos poderiam dar conta de alguns fenômenos. Em Recherches sur la Médiumnité (1902) de Delanne, em um estudo focando a escrita automática, ele apontou que poderia haver diferentes explicações para comunicações mediúnicas. Embora ele acreditasse que a fonte da comunicação poderia ser distinguida pelo foco do contexto, mesmo nos melhores médiuns o puro automatismo psicológico poderia estar misturado com mediunidade (p.500). Similarmente, Geley argumentou que, enquanto em transe, a capacidade do médium de livre arbítrio era diminuída até o ponto que a comunicação mediúnica poderia ser afetada por ” sugestões mais ou menos voluntárias dos participantes e a vontade de refletir seus próprios pensamentos” (Geley, n.d., p.108, minha tradução). <br /><br />Nos Estados Unidos, James H. Hyslop era bem conhecido por seus sistemáticos e detalhados estudos de mediunidade mental. Em seu livro, Contato com o Outro Mundo, Hyslop (1919) argumentou que mesmo nas comunicações com entidades espirituais pode haver contaminação vinda dos vivos: Ele escreveu:<br /><br />Não está nada claro para os investigadores o fato de que todas as mensagens são afetadas pela mente do médium, normal ou subliminal, de acordo com as circunstâncias em que uma comunicação ocorre. Se a mensagem vem pela consciência normal, a forma da mensagem será profundamente afetada. Memórias, interpretações, e a língua determina a forma da mensagem. Em alguma extensão a vontade subconsciente ira afetá-la da mesma maneira em um transe, quando a consciência normal está suspensa.<br /><br />[Hyslop,1919, p. 107].<br /><br />Hyslop (1906a) devotou seu livro, Borderland of Psychical Research, a aqueles fenômenos que não eram parapsicológicos mas que tinham a aparência de serem. Entre estes incluiu problemas da memória, alucinações, e uma variedade de fenômenos dissociativos como personalidades secundárias. O livro, Hyslop disse, pretendeu preparar os estudantes futuros do supernormal para discriminar entre o “normal e o anormal, por um lado, e entre estes dois e o supernormal por outro” (Hyslop, 1906a, p. viii). Ele afirmou claramente que o conhecimento de mecanismos psicológicos era essencial à avaliação apropriada dos fenômenos que podem ser indicativos do supernormal em geral, e da sobrevivência em particular. Em muitas ocasiões, insistiu, não era necessário ir além das explanações psicológicas convencionais. Como ele escreveu:<br /><br />Não é suficiente que um fenômeno deva ser involuntário ou produzido inconscientemente. Deve ser muito mais para obter as credenciais de supra-normal. Deve carregar o selo do conhecimento adquirido por algum outro processo do que a experiência sensorial. Deve também mostrar a evidência de que mais do que imaginação pode produzi-lo em suas criações subliminais, e nós não temos no presente nenhum critério para determinar os limites desta função. Não importa que características da personalidade independente são exibidas por estados secundários ou pelo sujeito dos fenômenos alegados de terem uma fonte externa, se não mostrarem evidências da identidade pessoal de pessoas falecidas são concernentes à ação subliminal. Doravante a personalidade secundária explica muitos fenômenos que receberam anteriormente uma outra explanação, e o critério para a crença nos espíritos é feito de forma mais rigorosa.<br /><br />[Hyslop, 1906a, p. 284].<br /><br />Em um outro livro, Enigmas of Psychical Research [Enigmas da Pesquisa Psíquica], Hyslop (1906b) afirmou que personalidade secundária era um fenômeno mais comum do que o “agente espiritual”(p.343). O que é interessante sobre Hyslop é que ele contribuíu ativamente também ao estudo das capacidades subliminais, aos processos que acreditava interagirem com o supra-normal. Um exemplo é o estudo de Hyslop (1913) sobre as funções do subconsciente no qual sumariou e criticou as idéias de Myers sobre a mente subliminal. Outros estudos ao longo destas linhas incluem as análises de Hyslop das supostas comunicações “marcianas” da Sra. Smead (Hyslop, 1918), e seu estudo de fraude inconsciente na produção de fenômenos físicos na mediunidade da Sra. Burton (Hamilton, Smyth, & Hyslop, 1911).<br /><br />Um outro exemplo interessante de como os espiritualistas contribuíram com explanações psicológicas de comunicações mediúnicas está na reação de alguns espiritualistas às idéias de Kardec sobre a reencarnação. A tese da reencarnação foi uma parte proeminente do sistema de Kardec. Kardec baseou seus ensinos sobre o espiritismo e a reencarnação nas comunicações mediúnicas (Kardec, 1875, 1876). Mas a idéia da reencarnação não foi bem recebida por muitos leitores, particularmente na Inglaterra. Em 1875 um número de discussões da reencarnação foi publicado bem conhecido English Spiritualist Newspaper (por exemplo, Home, 1875; J., 1875; Kislingbury, 1875; Rouse, 1875). Nas páginas desta publicação, D. D. Home (1875) ridicularizou o conceito baseado na presença demasiada de muitas pessoas que alegam ter sido Napoleão e a ausência de pessoas que alegam vidas precedentes comuns. Mais importante, comunicações mediúnicas com um conteúdo reencarnacionista foram atacadas por dois espiritualistas bem conhecidos: Alexander Aksakof e William Harrison.<br /><br />Aksakof (1875) criticou a confiança de Kardec nos médiuns psicógrafos porque eles eram bem conhecidos por “passar bem facilmente influência psicológica ou idéias preconcebidas… “(p. 75). Sugeriu que conteúdo reencarnacionista de tais escritas automáticas não eram verdadeiramente espirituais, mas dependia preferivelmente do impacto da sugestão do médium.<br /><br />Um ataque muito mais forte foi publicado em um importante artigo não assinado Spiritualist Newspaper em 8 de outubro, 1875. Presumivelmente, William Harrison, o editor da publicação, escreveu o artigo. Como o autor afirmou:<br /><br />Praticamente essa doutrina não tem sido ensinada, até o momento atual, por qualquer médium residente na Inglaterra, e aquelas doutrinas que tem sido ensinadas aqui geralmente (com alguns exceções impressionantes) foram fortemente coloridas pelas opiniões do médium, ou dos participantes; em resumo, pode ser colocado como princípio geral que aproximadamente noventa por cento das mensagens dos espíritos contenham mais dos pensamentos do médium do que dos pensamentos do espírito comunicante. Isto ocorre inconscientemente ao médium, claro… Nós bem sabemos que se a doutrina da reencarnação fosse bem agitada na Inglaterra, os espíritos começarão a ensiná-la, razão pela qual as mentes dos vários médiuns serão postas a zumbir pelos argumentos sobre o assunto levantado pelas pessoas ao redor deles, depois do qual haverá abundância de mensagens de espíritos sobre a reencarnação.[We know full well that if the reincarnation doctrine should be agitated in England plenty of spirits will begin to teach it, the reason being that the minds of the various mediums will be set buzzing by the arguments on the subject mooted by persons around them, after which there will be plenty of spirit messages about reincarnation] [Livro dos Espíritos de Allan Kardec 1875, p.170 ].<br /><br />Outra especulação anônima, provavelmente escrita por Harrison, pergunta: “Quantas revelações no livro de Allan Kardec tiveram sua presença no grupo?” (The Inductive Method [O Método Indutivo], 1875, p.314). A questão principal aqui não é a reencarnação, mas a crença de alguns espiritualistas de algumas idéias expressadas nas comunicações dos espíritos (nesse caso a reencarnação) poderiam ser produzida artificialmente como uma função de sugestão sobre o médium ou através das crenças do próprio médium.<br /><br />Comunicacoes Mediúnicas entre vivos<br /><br />Outra contribuição do contexto da sobrevivência para o entendimento da complexidade do fenômeno Psi foi a discussão das comunicações mediúnicas entre vivos. Longe de ser ignorada pelos espiritualistas, essas comunicações foram discutidas na literatura espiritualista desde o principio. Uma das primeiras menções para esse fenômeno aparece no livro de Ballou mencionado anteriormente. Ele escreveu:<br /><br />“As repostas foram dadas, - fornecendo seus nomes, relacionamento com os vivos, e varias comunicações, - mais tarde pode-se ver que pessoas tomadas como mortas estavam vivas na carne!”<br /><br />(Ballou, 1853, p.29).<br /><br />Em suas Letters and Tracts on Spiritualism [Cartas e Tratados do Espiritualismo], Judge John Worth Edmonds (11874) discutiu a existência desses casos. Em uma carta de outubro de 1857, Edmonds menciona um caso de uma comunicação de um homem que não parecia ter mais de 50 anos. Ele resumiu o caso como se segue:<br /><br />Eu não o via há vários anos; não estava em meu pensamento à época, e ele era desconhecido ao médium. Ele ainda se auto identificou como inconfundível, não somente por sua características peculiares, mas pela referencia a questões conhecidas somente por ele e por mim”<br /><br />(Edmonds, 1874, p.116). <br /><br />Tempos depois, Allan Kardec (1876) mencionou a evocação de espíritos de vivos. Tanto Kardec quanto sua tradutora Anna Blackwell, apresentaram casos de evocação de espíritos de vivos (Kardec, 1876, pp. 350-353). Na visão de Kardec, obtidas através de comunicações mediúnicas:<br /><br />“O momento mais favorável para a evocação de uma pessoa encarnada é durante o seu sono natural; porque seu espírito, estando relativamente livre, pode vir tão facilmente ao evocador quanto ir para algum outro local”<br /><br />(Kardec, 1876, p.345) [9].<br /><br />Artigos posteriores publicados na década de 1870 por outros autores discutiram a existência da comunicação entre vivos. Isto inclui Nehrer (1874) em “Apparitions of Incarnated Spirits” [Aparições de espíritos encarnados], e “The Double” [O Duplo] (1875) de Damiani, ambos no jornal Human Nature. <br /><br />[9] Os casos de Blackwell e Kardec - e outros exemplos de evocação de espíritos de vivos no Jornal Revista Espírita (Etudes, 1860/2001) por Allan Kardec - não eram de forma nenhuma evidenciais. Outros, no entanto, eram (Revisões desses casos aparecem em Bozzano, n.d.b; Curnow, 1927; Dallas, 1924).<br /><br />Em 1881, no jornal Light [Luz], George Wyld escreveu:<br /><br />“Espíritos de vivos podem, sob certas condições, entrar no mundo espiritual e agir em todos aspectos como se eles fosse espíritos emancipados da carne.”<br /><br />Na década de 1890 o espiritualista britânico William T. Stead praticou a escrita automática (Stead, 1893a, 1893b, 1894). Ele recebeu mensagens de pessoas supostamente falecidas e vivas também. Um exemplo desse automatismo telepático foi apresentado em seu pequeno livro How I Know that the Dead Return [Como Eu Sei Que Os Mortos Retornam], publicado em 1909. Uma senhora amiga de Stead estava num fim de semana em Haslemere, cerca de trinta milhas de Londres. Na segunda-feira, Stead dispôs-se a usar sua escrita automática para ver se ele descobria se ela havia deixado Londres. Ele recebeu a seguinte mensagem: <br /><br />Eu sinto muito dizer-lhe que eu tive uma experiência muito dolorosa, da qual eu estou envergonhada para falar. Eu deixei Haslemere em 2.27 p.m. em uma carruagem de segunda classe, na qual haviam duas senhoras e um cavalheiro. Quando o trem parou em Godalming as senhoras desceram, e eu fiquei só com o senhor. Apos o trem partir ele saiu do seu assento e aproximou-se de mim. Eu fiquei alarmada e repeli-o. Ele continuou a aproximar-se, e tentou me beijar. Eu fiquei furiosa. Nós brigamos. Eu peguei seu guarda-chuva e bati nele, mas quebrou, e eu estava com medo que ele pudesse me dominar, quando o trem começou a sair lentamente da Estação Guilford. Ele lutou, afastou-se de mim, e antes que o trem tivesse parado na plataforma ele pulou e saiu correndo. Fiquei muito chateada mas fiquei com o guarda-chuva.<br /><br />[Stead, 1909, pp.18-19]<br /><br />A Senhora confirmou posteriormente a estória com a exceção de um detalhe. O guarda-chuva era dela, e não do atacante.<br /><br />Outra fascinante contribuição veio do viajante astral Vicent Turvey. Em seu livro, The Beginnings of Seerhip (n.d., ca 1909), Turvey disse que projeta o seu corpo e pode comunicar-se através de médiuns. Foi relatado que os acompanhantes reconhecem Turvey pelo conteúdo da comunicação.<br /><br />A suposição feita por todos esses autores foi que assim como era possível que os espíritos assim julgados dos mortos podiam se comunicar através de médiuns, também o espírito de pessoas vivas podiam fazer o mesmo sobre condições apropriadas. Estas idéias deveriam ser vistas no contexto de outras crenças. Noutras vezes muitos escritores tem discutido o conceito da excursão da alma, ou do duplo humano. Durante o século XIX alguns autores como Crowe (1848), Kardec (1876), Moses (M.A. Oxon, 1876), Neher (1874), e Owen (1860) discutiram a idéia e apresentaram casos de tais fenômenos como aparições dos vivos. Claramente se acreditou que o espírito dos vivos podiam fazer coisas similares aos espíritos dos mortos.<br /><br />A discussão desses incidentes ilustra quanto interesse na sobrevivência em geral, e no Espiritualismo em particular, contribuiu para o entendimento e complexidade das comunicações mediúnicas.<br /><br />Observações Conclusivas<br /><br />Eu argumentei neste artigo que o conceito da sobrevivência, refratado através das lentes do espiritualismo e da prática da mediunidade, contribuiu num contexto condutivo para o desenvolvimento de diferentes aspectos da parapsicologia. Enquanto algumas coisas são bem conhecidas, tentei apresentar materiais que geralmente não são discutidos em nossa literatura. <br /><br />Tanto a fundação da SPR e o envolvimento precoce de J. B. Rhine em Parapsicologia podem, em grande parte, ter traçado conceitos sobre a sobrevivência e sobre a questão maior da natureza do ser humano. Para a SPR a idéia da sobrevivência teve uma influência positiva nas pesquisas e na teoria. Isto é, os primeiros pesquisadores da SPR e apropriaram de fenômenos como as aparições, casas assombradas e mediunidade do contexto da sobrevivência que o Espiritualismo apresentou na Inglaterra e isso formou a agenda de pesquisa da Sociedade. <br /><br />No caso de Rhine, não há duvida que, em larga extensão, o interesse na sobrevivência levou-o para esse campo e para a Duke University. Mas eventualmente teve um efeito “contrário”. Que é, a sobrevivência levou-o depois para o trabalho em ESP experimental não relacionado com a idéia de vida apos a morte e, de fato, J. B. Rhine eventualmente chegou a conclusão que a sobrevivência era um problema não verificável. Este é um exemplo de como uma idéia particular ou contexto pode influenciar no curso da historia contribuindo para um efeito diferente do que era esperado. Então, assim como a mediunidade influenciou tanto o desenvolvimento do conceito da mente subconsciente (Ellenberger, 1970), quanto alguns dos diagnósticos psiquiátricos (Le Maléfan, 1999), a questão da sobrevivência influenciou a moderna parapsicologia experimental. Eu não vou afirmar que o contexto da sobrevivência foi o único fator que guiou a “nova” parapsicologia que Rhine e associados desenvolveram através de seus trabalhos experimentais (p.ex., Mauskopf & McVaugh, 1980; L. E. Rhine, 1971). Mas foi certamente uma das forças iniciais principais e deveria ser reconhecido como tal.<br /><br />[10] Para discussões sobre as idéias de Rhine sobre sobrevivência e sua pesquisa ESP veja Chari (1982) e Palmer (1982).<br /><br />As contribuições dos espiritualistas nessa empreitada foi mais direta. Entre essas houve discussões de Psi entre vivos e da explicação psicológicas para o fenômeno, bem com os registros da existência da comunicação mediúnica entre vivos. Espiritualistas influenciaram ativamente a construção desses conceitos, e posto mais amplamente, contribuíram para a consciência da complexidade do fenômeno Psi.<br /><br />Outro exemplo de um efeito “contrário” foi o trabalho inicial de Myers com a SPR. Cedo em sua carreira Myers publicou artigos que sugeriam que o automatismo e a telepatia podiam dar conta de alguma suposta evidência para a sobrevivência em comunicações mediúnicas (p.ex. Myers, 1884). Neste estagio da sua carreira a idéia da sobrevivência levou Myers a desenvolver uma psicologia do subliminar que, enquanto incitada pela sobrevivência, não adotou tal explicação para o fenômeno. Enquanto Rhine abandonou o estudo de médiuns, Myers continuou a fazê-lo. Mas como Rhine, Myers inicialmente não acreditava na sobrevivência. Isto foi mudado depois em sua carreira (p.ex. Myers, 1903).<br /><br />Há outros efeitos da sobrevivência diretos, indiretos e não esperados, que eu não discuti. Alguns podem ser o desenvolvimento da metodologia de livre resposta e estudos instrumentais. Os primeiros métodos de análise de livre resposta poderiam ser vistos como uma conseqüência de tentativas para avaliar a sobrevivência pelo estabelecimento da presença de informações verídicas. O uso de instrumentos não foi desenvolvido diretamente pela idéia da sobrevivência, mas foi certamente motivado pelo estudo da mediunidade.Tais idéias aguardam estudo futuro.<br /><br />Alguns podem dizer que o inicio da parapsicologia aconteceu quando o campo esteve apto a conquistar espaço suplantando supersticiosas idéias como sobrevivência, e tais primitivas e ineficientes metodologias de estudo de seções. Mas há uma forma diferente de ver esse desenvolvimento. Em vez do pensamento de que a parapsicologia progrediu por ter descartado o metafísico e o espiritual, podemos afirmar o oposto. A mudança ocorreu em parte graças à contribuição de idéias tais como a sobrevivência à morte corporal, e não simplesmente a despeito delas.<br /><br />This is similar to the suggestions of some historians of science and medicine as regards the contribution of the role of the Hermetic tradition, mesmerism, and phrenology to science and medicine. The way the influence was transmitted and the way in which it was received is secondary to this argument. The point is that we should be careful in accepting ideas that present science as the simple conquest over what some regard now as unscientific concepts. Without denying the essential role of research, especially if it is systematic and programmatic, the growth of science cannot be accounted for solely by research findings, and certainly neither can the growth of parapsychology. A variety of such extra-scientific or social factors as the training and personality of scientists, and the views of what is acceptable or not are known to be influential on the course of science. Similarly, such ideas as survival of bodily death have had an effect as well.<br /><br />Isto é similar à sugestão de alguns historiadores de ciência e medicina quando consideram a contribuição da regra da tradição Hermética, mesmerismo, e frenologia para a ciência e medicina. O modo que a influência foi transmitida e a maneira pela qual foi recebida é secundário para este argumento. O ponto é que temos que ter cuidado em aceitar idéias como que a ciência atual é uma simples conquista sobre o que alguns consideram agora como conceitos nao-científicos. Sem negar o papel essencial de pesquisa, especialmente se é sistemático e programático, o crescimento da ciência não pode ser explicados unicamente por resultados de pesquisa, e certamente também não o crescimento da parapsicologia. Uma variedade de tais fatores extra-científicos ou sociais como o treinamento e personalidade de cientistas, e os pareceres do que é aceitável ou não é sabido ser influente no curso da ciência. Semelhantemente, tais idéias como sobrevivência à morte corpórea possuíram um efeito também.<br /><br />Naturalmente nós necessitamos ser críticos da influência da sobrevivência. Eu não estou alegando que este foi o único fator nem reivindico que não haja nenhum mérito na mudança do modelo de sobrevivência predominante na parapsicologia para um mais secular baseado em um que relacione a função psíquica às variáveis psicológicas e físicas. Estou somente preocupado em reconhecer os aspectos importantes de nossa historia que são esquecido às vezes por parceiros modernos [11].<br /><br />[11] Além disso, nós necessitamos recordar que muitos membros do público em geral estão interessados nisto e acreditam na sobrevivência à morte. O ponto é que questões importantes como esta não estão limitadas às opiniões do cientista treinado, porém nós pensamos que os cientistas são capazes de avaliar a evidência.<br /><br />Os parapsicólogos cientificamente treinados sofrem desta falta de memória histórica por uma variedade de razões. Algum focam em questões tais como a fraude, que eram comuns entre muitos médiuns físicos. Outros focam em problemas metodológicos, tais como as ambigüidades na avaliação da fonte da informação verídica e do papel do acaso dentro das comunicações mediúnicas. Para tais investigadores, é difícil ver além da reputação de fraude e das ambigüidades da evidência da sobrevivência. Nosso passado é percebido sendo muito difícil, muito sujo – para usar o argumento do tubo de ensaio sujo – para ser útil para a pesquisa. Conseqüentemente, não somente a área de sobrevivência é ignorada, mas não há nenhum interesse na aprendizagem sobre os primórdios de nosso campo. Enquanto eu acredito que nós necessitamos ser cuidadosos para não cair em extremos, certamente existe alguma verdade nestas perspectivas.<br /><br />Além disso, alguns críticos e parapsicólogos modernos vêem conexão entre a parapsicologia e as idéias da espiritualidade e sobrevivência da morte corporal como problemática para nosso campo. James Alcock (1981, 1987) discutiu que os parapsicólogos estão interessados meramente em encontrar a alma e não são reais cientistas. Nesta visão, o interesse no conceito da sobrevivência e na real pesquisa sobre o tópico são vistos como uma validação desta força metapsíquica que diz motivar os parapsicólogos. Mais recentemente, Robert L. Morris (2000) afirmou que a parapsicologia está conectada a de origens metapsíquicas “problemáticas”. Isto, Morris argumenta, é um tipo de problema de relações públicas para a parapsicologia. Se nós pessoalmente encontramos conexões da parapsicologia com o ocultismo, com o espiritualismo, e coisas do tipo, é uma questão que cada um de nós necessita resolver. Os trabalhadores no campo reagem a este problema de acordo com seu treinamento, objetivos e suas visões do propósito do campo. Mas um melindre sobre a sobrevivência e o seu lugar em nossa historia força-nos a reconhecer quão rico é o impacto histórico da sobrevivência na parapsicologia, e quão muito além de nos dar o ponto e uma agenda inicial este impacto, de fato, vai.<br /><br />Eu espero que eu não seja mal entendido em meus objetivos. Minha finalidade não foi glorificar o espiritualismo nem o conceito da sobrevivência. Eu não estou discutindo que estes eram os únicos fatores agindo. De fato, eu espero que sua influência tornar-se-á mais visível aos parapsicólogos contemporâneos. Meu objetivo é difícil de conseguir porque alguns dos pontos discutidos neste artigo não estão claros a menos que você tenha acesso à literatura difícil de obter. Mas é importante avaliar a história da pesquisa psíquica em que sobrevivência e espiritualismo são somente estágios ao longo da estrada para a parapsicologia científica. Apear desta não ser uma visão completamente incorreta, não é suficiente. Conceitos de sobrevivência em particular e o Espiritualismo em geral não são meros antecedentes nem os meros estágios que foram substituídos. Na verdade são iniciadores ricos e complexos e contribuintes a uma variedade de desenvolvimentos.<br /><br />Pode-se certamente argumentar que um artigo similar poderia ter sido escrito sobre como a sobrevivência retardou o crescimento da parapsicologia. Eu estou certo que alguns argumentos e exemplos podem ser encontrados para defender esta posição também. Muito mais trabalho necessita ser feito para explorar a influência da sobrevivência no desenvolvimento da parapsicologia em particular, para não mencionar a influência de outras tradições conceituais como dualismo e vitalismo. Uma abordagem pode usar biografias focalizando as vidas de investigadores psíquicos a favor e contra a sobrevivência. Outro trabalho pode investigar questões como o desenvolvimento do conceito da mediunidade e das idéias sobre o processo por trás das comunicações mediúnicas.<br /><br />Para concluir, é meu desejo que eu tenha tido sucesso em relembrar para meus leitores sobre a importância da sobrevivência para a parapsicologia. Apesar da sobrevivência não ser tão importante hoje como costumava ser na parapsicologia, a influencia passada é um exemplo dos muitos fatores que contribuíram para o desenvolvimento desse campo.<br /><br />Agradecimentos e Dedicatória<br /><br />A pesquisa para este trabalho foi possível graças aos ricos recursos da biblioteca da Eileen J. Garrett Library of the Parapsychology Foundation. Eu gostaria de agradecer a Lisette Coly pelas úteis sugestões editoriais.<br /><br />Quando eu terminava de escrever este artigo a Cidade de Nova Iorque foi atacada por terroristas. Eu gostaria de dedicar o artigo à memória a todas vítimas do ataque.<br /><br />Parapsychology Foundation,<br /><br />228 East 71st Street,<br /><br />New York, NY, 10021.<br /><br />Abreviação das Referências<br /><br />Journal of the Society for Psychical Research - JSPR<br /><br />Proceedings of the Society for Psychical Research - ProcSPR<br /><br />Journal of the American Society for Psychical Research - JASPR<br /><br />Proceedings of the American Society for Psychical Research - ProcASPR<br /><br />Journal of Parapsychology - JP<br /><br />Referências<br /><br />Ackerknecht, E. H. (1958) Contributions of Gall and the phrenologists to knowledge of brain function. In F.N.L. Poynter (Ed.), The History and Philosophy of Knowledge of the Brain and its Functions (pp. 149-53). Springfield, Il: Charles C Thomas.<br /><br />Aksakof, A. (1875, August 13) Researches on the historical origin of the reincarnation speculations of French spiritualists. 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Parece que estas experiências, chamadas “casos do tipo de reencarnação” (freqüentemente encurtada para “CORT”), mostra um número de características recorrentes (Cook et al., 1983) e que estes características permanece bastante estáveis com o tempo (Pasricha e Stevenson, 1987). Portanto, a ocorrência de CORT pode ser considerada como um fenômeno distinto e estabelecido?CORTs são mais prontamente achados em culturas em que a crença em reencarnação é aceita por muitos. (Exemplos também ocorrem, menos freqüentemente, em outras partes do mundo.) Embora as pessoas envolvidas em CORTs normalmente considere a experiência como um caso de reencarnação, é plausível pensar que a natureza e os relatórios destes casos sejam influenciados, ou talvez...<br /><span id="fullpost"><br />...inteiramente pode ser explicados, por processos culturais psicológicos. Os exemplos de hipóteses baseadas em tais processos são a hipótese “socio-psicológica” (Brody, 1979; Chart, 1962, 1987; Stevenson e Samararatne 1988) e a “construção de uma personalidade alternada”, hipótese de Mills (1989).Stevenson e Samararatne (1988, p. 237) expressaram a explicação baseada na hipótese “socio-psicológica” como se segue: Numa cultura tendo uma crença em reencarnação uma criança que parece falar sobre uma vida prévia será encorajada a dizer mais. O que ela diz então leva seus pais de alegum modo a achar outra família cujos membros vêm acreditar que a criança falou sobre um membro morto da sua família. As duas famílias trocam informação sobre detalhes, e elas acabam por fornecer o indivíduo com ter muito mais conhecimento sobre a pessoa morta identificada do que ele realmente tinha.Porque esta explicação cai dentro de processos socio-psicológicos estabelecidos, oferece uma das melhores explicações para CORTs em termos de processos não paranormais conhecidos. O estudo presente foi voltado para achar evidência para a validez desta explicação.A hipótese socio-psicológica de casos do tipo reencarnação sugere que os pais de uma criança podem elaborar, por interrogar, guiar, e posterior modificação, as declarações de sua criança feita sobre uma pessoa morta. Quando ninguém fez um registro escrito das declarações da criança antes delas serem verificadas, os pais podem assim acreditar que ela fez mais declarações, e mais corretas, do que de fato fez. O que se esperaria disso seriam menos declarações e menos corretas nos casos com registros escritos feito antes de verificação (casos B) do que nesses com registros escritos feito depois (casos A). Para testar esta hipótese, nós comparamos um grupo de casos B e um grupo de casos A da Índia e do Sri Lanka.Casos B são relativamente raros e principalmente da Índia e Sri Lanka.Exemplos de casos B podem ser achados em Stevenson (1975), Stevenson e Samararatne (1988), Haraldsson (1991), e Mills et al. (1994). Este tipo de caso é raro porque, se a criança dá bastantes detalhes específicos sobre a alegada vida prévia e se as distâncias envolvidas não são grandes, os pais normalmente tentarão verificar-se por si mesmos suas declarações. Eles raramente fazem um registro escrito do que a criança disse antes deles fazerem isto. Os investigadores assim tomam conhecimento da maioria destes casos só depois que as famílias em questão encontraram e misturaram suas memórias do que a criança disse e o que estava correto para a presumida pessoa morta cuja vida a criança pareceu se referir.MétodosPredições: A hipótese socio-psicológica supõe que depois que as famílias se encontram as interações terão três efeitos. Primeiro, podem estar dando às declarações erradas uma nova interpretação para fazê-las se encaixar com nova informação obtida sobre a suposta personalidade prévia. Segundo, as declarações pela criança inicialmente não atribuídas como sendo relacionadas à personalidade prévia poderiam ser interpretadas para se encaixar detalhes aprendidos sobre essa pessoa e subseqüentemente serem adicionadas à série de declarações, em que a criança é suposta ter feito sobre sua vida prévia. Terceiro, depois que as famílias se encontram, os informantes podem atribuir às declarações da criança que ela fez só depois que conhecem a informação normalmente. Portanto, baseado na hipótese socio-psicológica, se esperaria uma porcentagem mais baixa de declarações corretas em casos em que as declarações foram registradas antes das famílias terem se encontrado (o “antes” [“before”, em inglês], ou B casos) que em casos em que declarações foram registradas depois que as famílias tinham encontrado (o “depois” [“after”, em inglês] ou casos A). Além do mais, se esperaria o número total de declarações — corretas, incorretas, e não verificadas — fossem, em média, mais altas para os casos A do que para os casos B.Seleção de Casos: Todos os casos completamente investigados da Índia e do Sri Lanka, para os quais o número de declarações corretas e incorretas foram contadas e registradas, foram escolhidas. Isto deu 9 casos B e 57 casos A da Índia e 12 casos B e 25 casos A do Sri Lanka, para um total de 21casos B e 82 casos A.Estatística: Os dois grupos foram comparados usando testes t de Student.Embora as culturas da Índia (principalmente Hindu) e Sri Lanka (principalmente budista) tenham diferenças importantes, nós acreditamos que elas sejam suficientemente semelhantes para garantir nossa composição, inicialmente, de uma análise dos casos dos dois países. A porcentagem média de declarações corretas é 76,7% para os casos B e 78,4% para os casos A. Não obstante, porque cultura talvez tenha um efeito na porcentagem de declarações corretas, a análise foi repetida para os dois países separadamente. Para Índia, a porcentagem de declarações corretas é 80,7% (N = 9; SD = 12,9, mediana = 80) para o B casos e 80,3% (N = 57, SD = 16,8, mediana = 83,5) para os casos A. Para o Sri Lanka , estes valores são 73,8% (N = 12, SD = 17,8. mediana = 77) e 74,2% (N = 25, SD = 24,8, mediana = 84,5). respectivamente.O número médio de todas declarações revelou-se ser 18,5 para os casos A (SD = 12,0, mediana = 15) e 25,5 para os casos B (SD = 9,9, mediana = 24,5), uma diferença significativa (t = 2,44, df = 101, p Consideramos a possibilidade que se as famílias envolvidas nos casos A tiveram algum conhecimento uma da outra, contudo leve, antes do caso ser desenvolvido, a criança, ou pais, poderiam ter usado qualquer conhecimento normal que eles têm para aumentar o número de declarações corretas atribuídas à criança. Nós portanto fizemos uma análise separada para examinar tal contaminação. Para 79 dos 82 casos A, nós tivemos informação sobre conhecimento prévio (ou sua ausência) da parte da família do indivíduo sobre a família da pessoa morta em questão. Achamos que quando a família do indivíduo teve tal conhecimento prévio (N = 35), o número médio das declarações do indivíduo era 21,0 (SD = 14,9, mediana = 16); a porcentagem média de declarações corretas para este subgrupo era 76,1 (SD = 19,5, mediana = 83). Quando a família do indivíduo não teve nenhum conhecimento prévio da outra família (N = 24), o número médio das declarações do indivíduo era 16,6 (SD = 8,7, mediana = 14); a porcentagem de declarações corretas para este grupo era 78,9 (SD = 20,4, mediana = 85). Estas diferenças não eram significativas. Embora o subgrupo com algum conhecimento prévio da outra família teve um número total levemente mais alto de declarações, a porcentagem de declarações corretas neste subgrupo era mais baixa que no grupo em que a família do indivíduo não teve nenhum conhecimento prévio da outra família.DiscussãoContrário à expectativa, casos A e B da Índia e Sri Lanka todos forneceram porcentagens aproximadamente iguais de declarações corretas e o número total médio de declarações era mais baixos para os casos A. Estes resultados sugerem que o processo socio-psicológico de “criar” mais declarações, e mais corretas, depois que as famílias se encontram não acontecem nem influenciam os dados a um grau mensurável. A existência do mesmo fato para os casos B casos indicam que um encontro entre as famílias não é uma condição necessária para a ocorrência de CORT. Porque os dados parecem não confirmar as predições essenciais derivadas da hipótese socio-psicológica, esta hipótese parece incapaz de explicar CORT.ConclusãoNenhuma evidência foi obtida para apoiar a hipótese que as circunstâncias socio-psicológicas promovem uma elaboração falsa de memórias aparentes de vidas prévias.ReferênciasBrody EB (1979) Review of cases of the reincarnation type. Vol II. Ten cases in Sri Lanka by I. Stevenson. J Nerv Ment Dis 167:769-774.Chan CTK (1962) Paramnesia and reincarnation. Proc Soc Psychical Res 53:264-286.Chart CTK (1987) Correspondence. J Soc Psychical Res 54:226-228.Cook EW, Pasricha S, Samararatne G, Win Maung, Stevenson I (1983) A review and analysis of “unsolved” cases of the reincarnation type: II. Comparison of features of solved and unsolved cases. JAm Soc Psychical Res 77:115-135.Haraldsson E (1991) Children claiming past-life memories: Four cases in Sri Lanka. 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Emily Cook e Dawn Hunt ofereceram comentários úteis para a melhoria deste relatório.<br /><br />J Nerv Ment Dis 1998 186(8) pags. 504-506 / Schouten SA, Stevenson I<br /></span>IPCEhttp://www.blogger.com/profile/06986959155375846758noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1232109326067292969.post-65426276276853981652009-02-28T06:48:00.000-08:002009-02-28T07:00:37.829-08:00O Universo como Realidade Virtual<em>por Mauricio Mendonça, 2005</em><br /><br />Essa linha de pensamento é realmente intrigante. Selecionei parte do texto para uma analise; na verdade mais uma especie de elocubração mental de minha parte. Vejam:<br /> <br /><< realidade na qual vive o ser humano seria de fato "real" na acepção do termo? Como explicar a percepção de certas culturas antigas que afirmavam ser a vida "maya", isto é, uma ilusão? Significaria, então, que o ser humano vive numa realidade apenas aparente? Haveria uma outra vida paralela, ou pseudo-material?... Os pesquisadores dizem o contrário. Isto, porque foi descoberta uma forma de atestar que a vida é mesmo ilusória: o holograma, que é mais um mistério que intriga e fustiga. O holograma seria uma cópia tridimensional, ou seja, uma fotografia fidelíssima de um objeto original... ..... Em resumo, a vida seria virtual, funcionando igual a um "vídeo-game", onde tudo poderia acontecer, dependendo da "programação" feita pelo seu autor.>> Andre Soares<br /><span id="fullpost"><br /><<O psicólogo americano, Keith Floyd, bem observou que "a concretividade da realidade é apenas uma ilusão holográfica, e não está muito longe da verdade dizer que o cérebro produz a consciência. Mais ainda, é a consciência que cria a aparência do cérebro - bem como do corpo e de tudo mais que nós interpretamos como físico.">> <br /> <br />MM: Não tenho conhecimento da Fisica suficiente para argumentar contra a teoria do Universo Holografico. A grosso modo meu bom-senso me diz, que não é possivel subdividir infinitamente uma parte e essa continuar contendo todas as informações do objeto original. Contudo copactuo com a ideia de que todas as coisas estão interligadas entre si e mesmo interdependentes.<br /> <br />O espirito Andre Luiz (Evolução em 2 mundos) fala que estamos mergulhados no 'halito do criador' e eu entendo isso como 'a mente de Deus' - seria algo muito parecido com o sistema Matrix (do filme) - em ultima analise o que chamamos de realidade, seria uma grande REALIDADE VIRTUAL, cujo ambiente mantenedor (Deus?) pertenceria a um outro tipo de realidade atemporal e imaterial.<br />[ Ver meu artigo - Logos, a origem de tudo.<br /> http://www.terraespiritual.locaweb.com.br/espiritismo/artigo1399.html ]<br /> <br />**Suspeito** que em ultima analise, que a NOSSA realidade seja formada (construida) somente por algo que chamarei de INFORMAÇÃO. Nada seria menos material que isso !!!<br /> <br />Abraços Fraternos<br />Mauricio Mendona <br /><br />From: Eduardo Lima<br />Tronconi e todos,<br /><br />Eu estava conversando com o Mauricio, e pelo que eu entendi (e acho q nao entendi), ele pensa que no final, depois de todas as divisões de uma particula nao resta "nada material". Esta conclusão leva a outra: nada material nao pode formar nada material..... antes que eu continue, acho melhor que ele mesmo se explique.....<br />Pois ele esta muito afim de debater este tema, e eu de ler .... os debates... naturalmente, faço questão de expor que de minha parte, acredito que saber que existem outras realidades, nao siginifica que nenhuma seja verdadeira...<br /><br />E com relação a questão da divisão da coisas ate o nao material.... prefiro que ele e vc se manifestem primeiro e depois eu vejo se comento... este que é, para mim, um dos mais nebulosos assuntos que ja correram nesta lista...<br /><br />PS Tambem oremos para que o(a)s psiquiatras da lista nao nos declarem insanos durante os debates...<br /><br />From: Mauricio<br />Todas essas possibilidades postas aqui por nós, mostram quanto terreno<br />a ciencia ainda precisa caminhar. Estamos conversando mais na base da<br />intuição do que propriamente das conclusões, isso nos deixa num<br />terreno pantanoso, mas extramamente estimulante para mentes ferteis e<br />criativas.<br /><br />Pois bem, sobre a questão da(s) 'particula(s)' básicas, foi dito...<br /><br />Edu:<br />"> ... o Mauricio pensa que no final, depois de todas as divisões de<br />uma particula nao resta "nada material"."<br /><br />MM:<br />Intimamente suspeito que seja isso realmente, mas tenho a meu favor<br />algumas informações provinientes do fisico Stephen Hawking, que<br />apontam para essa conclusao:<br /><br />"A fisica classica pressupoe que a materia é um meio continuo...nas<br />recentes pesquisas em fisica nuclear nos levaram a escalas de 1 bilhao<br />de vezes menos que o atomo. Pode parecer que isso levaria a uma serie<br />infinita de divisões...na fisica a menor 'particula' é limitada pela<br />constante de Planck."<br /><br />"Na teoria das supercordas... as cordas como suas homonimas do<br />dia-a-dia, são objetos com extensão unidimensional. Elas possuem<br />apenas comprimento.... ONDULAÇOES nas cordas são INTERPRETADAS como<br />particulas...."<br /><br />Ou seja diferentes VIBRAÇÕES em/de uma corda provoca um surgimento de<br />APARENTES particulas diferentes. Ou por outra particulas pontuais<br />efetivamente nao tem existencia real - pontual e uniforme.<br /><br />Daí surge uma nova pergunta: O que efetivamente seria uma CORDA? Qual<br />seria a sua natureza intrinsica? -- Estou cada vez mais convencido que<br />'corda' é somente uma informação (de novo). Parece que o Prof. Troconi<br />tem um pensamento semelhante quando diz:<br /><br />TRC:<br />"... devemos parar em algum desses pontos e tentar entender a questão<br />da informação ou talvez da inteligência<br />armazenada em algumas dessas partículas."<br /><br />MM:<br />Prof. muito interessante o texto postado sobre a lider do movimento<br />teosofico. Com relação a pergunta final:<br /><br />TRC:<br />"Uma pergunta: o átomo é inteligente?"<br /><br />MM: Pra mim, isso vai depender do conceito que dermos a inteligencia.<br />Pra mim um atomo (e qualquer outra coisa) é basicamente informação...<br />e informação é uma dos atributos da inteligencia. Ele vibra e tem<br />movimento, e transforma-se... então, dentro dessa visão, eu diria que<br />SIM.<br /><br />Abraços Fraternos<br />Mauricio Mendonca<br /><br />From: Eduardo<br /><br />Sim, eu acho acho q vcs dois estão trilhando o mesmo caminho ou raciocinio..... mas O QUE É UMA INFORMAÇÃO? essa tal particula final da matéria? e outra pergunta "mais fácil", se no final so existe essa tal informação quais as consequencias disso para o "nosso conceito" de realidade?<br /><br />Quero insistir, que desconfio, que, como o tempo (parafraseando Eistein), a<br />realidade é um incomodo que persiste..<br />From: Mauricio<br /><br />Como disse o Prof. Troconi:<br /> <br />"...informação é um "algo" que ao interagir desempenha uma função que vai do simples, muito fácil de entender, ao complexo mais difícil de entender."<br /> <br />Como bem disse o Prof. ele 'pulou' a propria definição de informação, e fez talvez por respeito a formalidade academica que sua formação exige, creio. Ou seja, foi até onde dava pra ir com uma certa segurança teorica.<br /> <br />Eu proprio que não tenho essa formação (nem responsabilidade), vacilo ante o desafio apresentado, mas vou tentar delinear o meu surreal pensamento:<br /> <br />Nesse contexto, o que eu entendo o que seja INFORMAÇÃO?<br /> <br />Vou começar dizendo o que não é: Algo material (como conhecemos)! Daí vem aquela conclusão... Se as coisas são "formadas" por algo não material, a realidade percebida pelos nossos sentidos pode não ser assim tão real (material) quanto percebemos. Até aqui, as coisas tem um certo respaldo na fisica. Daqui pra frente, segue uma arroubo da imaginação... quase(?) uma ficção:<br /> <br />O Nosso universo (com suas possiveis dimensoes extras) seria uma gigantesca RV realidade virtual (no melhor estilo Matrix). Nem quero pensar no tamanho do "computador" para processar isso tudo. Nesse ambiente virtual de n-dimensões a "paisagem", as coisas palpaveis, são resultados, em ultima analise de formulas matematicas, probalisticas, factoriais, etc.<br /> <br />INFORMAÇÃO nesse contexto seria essas formulas, esses dados, que 'produziriam' essas imagens 3D (ou nD) - a RV.<br /> <br />O algoritimo da programação desse ambiente de RV, foi desenvolvido de tal forma, que propociona o ordenamento das coisas tal qual nós vemos (sistemas galaticos, estelares, nucleares, etc), são as LEIS DA FISICA. Ele tb propociona o surgimento de EVP - entidades virtuais "pensantes" capazes de "evoluirem", tornando-se autoconsciente e chegam mesmo a especular se são de fato reais!!! A Psiquê.<br /> <br />Ponha-se no lugar de um desses EVP´s de ordem superior auto-consciente.... como voce interpretaria esses dados/informaçoes computacionais? Lembre-se que voce os "vê", os "toca", etc. Ou seja para um EVP essa RV é muito real (material mesmo). Mas para o "programador" tudo isso seria bem irreal, virtual seria mais acertado. Pra tudo desaparecer, bastaria puxar o plug da tomada. Espero que "ele" tenha um bom nobreak!<br /> <br /> <br />Abraços Fraternos<br />Mauricio Mendonça<br /><br />Notas:<br />O Principio Holografico<br />---------------------------------<br />O Princípio Holográfico, ainda não provado, estabelece que há um máximo de quantidade de conteúdo de informação suportada por regiões adjacentes a qualquer superfície. Portanto, contra a intuição, o conteúdo da informação dentro de uma sala depende não do volume da sala, mas da área das paredes que a limitam. O princípio deriva da idéia que o comprimento de Planck, a escala de comprimento onde a mecânica quântica começa a dominar a gravidade clássica, é uma superfície com uma área que pode suportar apenas um bit de informação. O limite foi primeiro postulado pelo físico Gerard 't Hooft em 1993. Ele pode originar gerações de especulações similarmente distantes de que a informação suportada por um buraco negro é determinada não pelo volume que encerra, mas pela área superficial de seu horizonte de eventos. O termo "holográfico" surgiu de uma analogia com um holograma, onde as imagens em três dimensões são criadas pela projeção da luz através de uma tela plana.<br /><br />------------<br /><br />Esse artigo é uma compilação de um debate (O universo holográfico) que aconteceu na lista de discursao do IPCE.<br /><br /><br />2009/1/29 Mauricio Mendonca <mauricio.jrm@gmail.com><br />Alo Andre,<br /><br />Respondendo após MM5#<br /><br />2009/1/29 André Luís <aandreluis@gmail.com><br />Maurício,<br /><br />Acho que você ainda está um tanto indeciso sobre suas postulações metafísicas: um dilema de abraçar a visão espírita ou de se alinhar ao idealismo. Não seria isso? Seja como for, penso que as duas posições são extremamente difíceis de serem sustentadas cientificamente.<br /><br /><br />MM5# Não considero a hipotese de "a realidade" ser gerada por apenas por um cerebro (ou mente) humana. Então nao me enquadro no idealismo. Não penso que minha posição seja conflitante com a espirita, acho mesmo que é complementar. Entretanto, mesmo que fosse, eu não tenho que obrigatoriamente escolher entre uma e outra.<br /> <br />Abaixo, vou de azul...<br /> <br />Abs,<br />André Luís.<br /><br /><br />MM4# Quase exatamente. Seria uma especie de "idealismo radical"... :-) Seria mais ou menos como no Filme Matrix ... só que ao inves de "cerebros conectados" teriamos "mentes conectadas"...isso a meu ver essa ideia resolve todos os problemas mostrados no artigo - porem surge um enorme 1 enorme: "O que é a Matrix?"<br /><br />[AL 29/01/2009]: Então na sua posição você não postularia mais uma base física para as "mentes conectadas"?<br /><br /><br />MM5# Em ultima instancia, não.<br /><br /><br />MM4# Acho que estamos discutindo em bases teoricas diferentes...Para o espiritismo temos dois dominios distintos propriamente ditos: O Material e Espiritual (LE P.27) ou Inteligente (P.79), a interface entre um e outro é FCU (Fluido Cosmico Universal(LE P.27) que hoje em dia pode ser entendido como Energia ('..combinações do FCU: Fluido eletrico, fluido magnetico, etc...)...<br /><br /><br />[AL 29/01/2009]: Mas do que é composto esse mundo espiritual? Matéria sui generis? Apenas "mentes conectadas"? Do que afinal?<br /><br /><br />MM5# Nao sei se percebeu, que esse dominio espiritual é diferente do mundo do afterlife. No mundo afterlife ainda teriamos materia com propriedades parecidas com o mundo normal. No dominio espiritual não. Então, perguntaria voce, de que seria feito afinal esse mundo espiritual? No LE:<br /><br />P.88: Os espiritos (dominio espiritual ou inteligente) tem uma forma determinada, limitada e constante?<br />-- Para vos, nao. Para nós, sim. O espirito é se quiserdes (por analogia), uma chama, um clarao ou uma centelha eterea.<br /><br />P.23: Qual a natureza intima do espirito?<br />-- ... o espirito nao é uma coisa palpavel, para vós ele não é nada; mas para nós é alguma coisa.<br /><br />MM5# Suponho eu, que esse mundo seja da mesma natureza da "mente".<br /><br /><br /> <br /><br />MM4# Sendo mais explicito, apos a morte ainda estariamos no dominio material, ainda teriamos um cerebro, mas é uma situação transitoria até chegarmos ao estado de "espirito puro" - em um dominio puramente espiritual.<br />Sei que cientificamente é dificil de sustentar essa posição, mas podemos ver até onde vai dar<br /><br /><br />[AL 29/01/2009]: Teríamos um cérebro perispiritual? É isso?<br /><br />MM5# Isso. Mas não só o cerebro, claro.<br /> <br />E o que é um "domínio puramente espiritual"?<br /><br />MM5# Vide acima. Seria como um dominio mental.<br /><br />Neste domínio a mente ainda precisaria de um suporte físico/material?<br /><br />MM5# Não. Pelo menos, não materia como a definimos.<br /> <br />Se não, penso ser incoerente exigir um suporte físico sui generis para a mente continuar após a morte corporal, isso porque, se em última instância, a mente viveria independente da matéria, tanto o cérebro físico-biológico e o perispiritual transmitiriam a mente, no lugar de produzi-la,<br /><br />MM5# A existencia dos dois lados (encarnado/desencarnado) propicia no minimo a evolução da mente, tanto com relação as experiencias morais/inteligentes na carne quanto a propria evolução do corpo biologico (encarnado e perispiritual). Grosso modo, poderiamos dizer que o processo encarnado/desencarnado é um processo de produção em serie de "mentes" para viver no dominio espiritual.<br /><br />logo, ontologicamente, a mente seria uma unidade fundamental da natureza, ao lado da matéria.<br /><br />MM5# É, poderiamos dizer tambem dominio mental x dominio material.<br /><br />Você ainda teria o problema da demarcação: quando, no curso da evolução, a mente viveria sem alguma espécie de filtro-físico transmissivo?<br /><br />MM5# Tambem existe esse "problema" na demarcação entre mentes de animais e hominal, pois a mente humana evolui da animal - mas na pratica é facil reconhecer - parece existir uma especie de "salto quantico". De repente, ganha-se "consciencia" ou no caso presente hiper-consciencia.<br /> <br />Você não acha que é possível enxutar toda essa metafísica, de modo a torná-la, inclusive, uma hipótese científica que já é evidenciada pela pesquisa psíquica e a parapsicologia?<br /><br /><br />MM5# Enxugar por enxugar, nao. A nao ser que haja uma hipotese tão abrangente quanto. O problema nesse caso é que não ha uma teoria parapsicologica unificada de consenso e que explique uma larga gama de fenomenos. <br /> <br /><br />MM# Concordo, mas nao venha me dizer que isso é facil de explicar/entender, que não é. :-)<br /><br />[AL 29/01/2009]: Eu até entendo que é difícil de evidenciar como processos mentais não podem ser reduzidos aos nossos corpos biológicos. Agora, o que não compreendo é por que, de antemão, eu deveria assumir que a vida mental deve ser subordinada (ou produzida) pela matéria, mesmo esta sendo algo sui generis?<br /><br /><br />MM5# Conforme vimos acima, não é subordinada/produzida pela materia.<br /><br /><br />Abraços Fraternos<br />Mauricio Mendonça<br /><br /> <br /><br />Abs!<br /><br /><br />2009/1/28 Mauricio Mendonca <mauricio.jrm@gmail.com><br /><br />Ola Andre,<br /><br />Vamos agora depois de MM4#<br /><br />2009/1/28 André Luís <aandreluis@gmail.com><br />Maurício,<br /><br />vou de azul.<br /><br />Abs,<br />André Luís.<br /><br /><br />MM3# Não estou suficientemente a par desses estudos para uma critica consistente... de qquer forma, penso que não são mutuamente exclusivos... sei o suficiente para afirmar que a mente pode criar "alucinações" bastante "objetivas" para quem as tem. A questão é: todos os casos podem assim serem enquadrados? Penso que não, a não ser que, tenhamos outras teorias auxiliares, como a desenvolvida no seu texto para complementa-la. Acho que são ideias interessantes mas precisam de mais desenvolvimento,<br /><br />[AL 28/01/2009]: Todos os casos podem ser explicados.<br /><br />MM4# Mas precisaria da hipotese "entrelaçamento telepatico". Ok.<br /><br />[AL 28/01/2009]: Em todo caso, uma interpretação teórica não se faz com seleção de casos, mas sim sobre a análise do conjunto, atribuindo, quando possível, maior peso aos mais rigorosamente coletados. Os relatos anedóticos de aparições autênticas de vivos e de mortos mostram que as experiências variam entre o que se poderia chamar de "aparição perfeita" até àquelas que se assemelham a um espectro translúcido e incompleto. Não penso ser razoável dizer que aqui são corpos espirituais "mutilados" ou que houve uma falha de algo como uma "clarividência transcendente" por parte do percipiente vivo. No lugar, bastaria dizer que há um entrelaçamento telepático entre emissor e percipiente, no qual processos psicológicos que funcionam a nível subliminar promoveriam uma experiência alucinatória de modo a tornar a psi consciente. Penso assim pelas seguintes razões: a uma, existe evidência fortíssima a favor da telepatia; a duas, os estudos ganzfeld são evidências de experiências alucinatórias que tornam a psi consciente; a três, a alucinação telepática explicaria experiências visionárias de ambientes e lugares, de animais e objetos inanimados e os adornos que acompanham, inclusive, as "aparições perfeitas".<br /><br /><br />MM4# Estamos falando especficamente das"alucinçoes", não é isso?<br /> <br /><br />MM3# Dá pra fazer um resumo desse dualismo radical? Ou apontar um link?<br /><br />[AL 28/01/2009]: Segue tradução: http://parapsi.blogspot.com/2008/09/parapsicologia-e-dualismo-radical.html<br /><br /><br />MM4# Otimo.<br />"Igual ao idealismo, a idéia de que só a mente existe, que é a única outra opção monista, apesar de ser logicamente inexpugnável, é tão fantástico que existem hoje poucos idealistas explícitos, embora, como veremos, ele suporta um bom tratamento no pensamento corrente no que se refere à interpretação da Física moderna."<br /><br />MM4# Pessoalmente estou mais para o "idealismo". Mas não tenho competencia o bastante para defesa da posição.<br /><br />MM3# Nesse contexto colocado por mim, não pode ser visto como um ad-hoc, pois trata-se de uma hipotse auxiliar, pois NAO foi introduzido para evitar uma refutação do nucleo (hardcore). Repare que esse pressuposto (a existencia do perispirito) pode ser abandonado sem afetar as hipoteses centrais.<br /><br />[AL 28/01/2009]: Bem, mas no que facilita a existência do perispírito? Por que você precisa desta hipótese auxiliar? Qual o fundamento disso?<br /><br /><br />MM4# Vou tentar explicar no isso post prometido para "depois".<br /> <br /><br />MM3# Estou disposto, mas não tanto...Se eu fosse realmente defender a minha hipotese pessoal (ja confidenciei ao Eduardo), alguns duvidariam da minha sanidade mental :-) ... é ainda mas radical que a sua.. nela não há lugar para nada material (em ultima instancia). Uma pista:<br />http://mail.google.com/mail/#search/logos+espiritismo/10d35adff36f46f7<br /><br /><br />[AL 28/01/2009]: Seria o idealismo?<br />http://parapsi.blogspot.com/2008/05/o-problema-com-o-idealismo.html<br /><br /><br />MM4# Quase exatamente. Seria uma especie de "idealismo radical"... :-) Seria mais ou menos como no Filme Matrix ... só que ao inves de "cerebros conectados" teriamos "mentes conectadas"...isso a meu ver essa ideia resolve todos os problemas mostrados no artigo - porem surge um enorme 1 enorme: "O que é a Matrix?"<br /><br /> <br /><br />MM3# Objetivamente nao precisa ter um "por que"... talvez isso facilite (ou possibilite a evolução dos seres). Um ser que se renova (morre/nasce mudando de mundo) favorece a sua propria evolução (material e espiritual).<br /><br />[AL 28/01/2009]: Facilita em que?<br /><br />MM4# Vou tentar explicar mais no post prometido para "depois". <br /><br /><br />MM3# A proposito, qual (como) seria o suporte de uma consciencia afterlife? poderia existir uma realidade subjetiva sem o suporte de outra objetiva? Não sao perguntas faceis de resolver...<br /><br />[AL 28/01/2009]: Penso que são fáceis sim. O problema é o pré-conceito. Na realidade eu acho tudo meio irônico. Se você acredita que nossas capacidades mentais não podem ser reduzidas ao cérebro, qual a razão de imaginar um outro suporte físico para a mente se expressar? No final das contas, você não passaria de um fisicalista.<br /><br />MM4# Acho que estamos discutindo em bases teoricas diferentes...Para o espiritismo temos dois dominios distintos propriamente ditos: O Material e Espiritual (LE P.27) ou Inteligente (P.79), a interface entre um e outro é FCU (Fluido Cosmico Universal(LE P.27) que hoje em dia pode ser entendido como Energia ('..combinações do FCU: Fluido eletrico, fluido magnetico, etc...)...<br /><br />P.26 - Pode-se conceber o espirito /dominio/ sem a materia e vice-versa? -- Pode-se, sem duvida, pelo pensamento.<br /><br />MM4# Sendo mais explicito, apos a morte ainda estariamos no dominio material, ainda teriamos um cerebro, mas é uma situação transitoria até chegarmos ao estado de "espirito puro" - em um dominio puramente espiritual.<br />Sei que cientificamente é dificil de sustentar essa posição, mas podemos ver até onde vai dar.<br /> <br />Particularmente não tenho dificuldades em me filiar a teóricos que vêem a mente como uma unidade fundamental dentro da ontologia, da mesma forma que enxergo a matéria/energia. Eu até apostaria que muito da limitação imaginativa dentro da filosofia da mente vem de exageradas analogias entre a atividade mental e o computacionismo.<br /> <br /><br />MM# Concordo, mas nao venha me dizer que isso é facil de explicar/entender, que não é. :-)<br /><br /><br />Abraços Fraternos<br />Mauricio Mendonça<br /><br /> <br />Abs!<br />2009/1/27 Mauricio Mendonca <mauricio.jrm@gmail.com><br /><br />Olá Andre e todos,<br /><br />Li o seu texto. Achei-o um tanto familiar... creio que nas minhas elucubrações mentais já andei cogitando ideias semelhantes...ultimos comentarios apos MM3#<br /><br />2009/1/24 André Luís <aandreluis@gmail.com><br /><br />Respondendo depois de [AL 24/01/09]...<br />Abraços.<br />2009/1/23 Mauricio Mendonca <mauricio.jrm@gmail.com><br /><br />Ola Andre, comento apos MM2:<br /><br />2009/1/20 André Luís <aandreluis@gmail.com><br />Maurício,<br /> <br />Respondendo depois de A2..<br /> <br /> contrariada por algumas outras provenientes da pesquisa psíquica.<br /><br />MM# Daria pra explicar melhor?<br /> <br />A2: Através de exemplos. A hipótese espírita sobre as visões de mortos e de clarividência transcendente parecem ser construtos psicológicos oriundos da personalidade do percipiente e/ou de algum "emissor" ou lugar, logo, em oposição a interpretação que infere a possibilidade de "duplos etéreos" (e perispírito) ou de uma natureza além-túmulo objetivamente real.<br /> <br /><br />MM2: Até onde percebi, "parecem ser" nao constitui uma refutação clara. Creio entretanto que os dois fenomenos podem existir concomitantemente. Mas seria muito interessante um debate mais detalhado sobre esse tema,,,<br /> <br />[AL 24/01/09]: Veja Maurício, eu coloco "parece ser" como forma de evitar uma impressão dogmática. Se você estiver a par sobre casos de aparições e clarividências entenderá, como a maioria dos pesquisadores psíquicos (talvez a exceção seja apenas Hornell Hart) , ou seja, que as experiências visionárias são criadas por elementos das personalidades do percipiente e/ou de algum emissor. Sugiro você ler Apparitions, de G. N. M. Tyrrell, "Alucinações e Aparições" do Mackenzie, alguns textos sobre Aparições e EFCs do Stephen Braude disponíveis na Web.<br /><br /><br />MM3# Não estou suficientemente a par desses estudos para uma critica consistente... de qquer forma, penso que não são mutuamente exclusivos... sei o suficiente para afirmar que a mente pode criar "alucinações" bastante "objetivas" para quem as tem. A questão é: todos os casos podem assim serem enquadrados? Penso que não, a não ser que, tenhamos outras teorias auxiliares, como a desenvolvida no seu texto para complementa-la. Acho que são ideias interessantes mas precisam de mais desenvolvimento,<br /> <br /> <br />...seria composto de que? Ele seria material? Seria composto de matéria quintessenciada, segundo a visão espírita?<br /><br />MM: Essas duvidas, são exemplos do que nao pode ser deduzido... e como voce bem disse carece de evidencias. <br /> <br />[AL 24/01/09]: A questão é: um Universo material quintenssenciado pode ser testado? Penso que não.<br /><br />MM3# Até o presente não. Mas penso que se ha comunicação...pode ser testado futuramente.<br /> <br /> <br />A2: Sim, mas existe uma interpretação bem mais defensável para uma "Vida Futura", mais científica, mais escorada na psicologia, e que não precisa explicar perguntas como "para onde vamos depois que morremos", porque simplesmente não iremos pra lugar nenhum. Seria uma prospecção miniminista do dualismo a qual presentemente acredito ser o melhor modelo.<br /><br />MM2: Essa é a versao da ciencia normal. O problema é que precisamos empurrar muitas coisas pra debaixo do tapete...<br /><br /> [AL 24/01/09]: A ciência normal defende mais o emergentismo. Minha hipótese é de um dualismo radical, similar ao de John Beloff. Neste, virtualmente não há nada sob o tapete.<br /><br /><br />MM3# Dá pra fazer um resumo desse dualismo radical? Ou apontar um link?<br /> <br /> <br />MM: Essas questoes, sao pertinentes... mas aí ja teriamos hipotese auxiliares (segundo Lakatos)... portanto podem ser refutadas e abandonadas... Nesse sentido eu incluo o perispirito nesse bojo, porque acho necessario um suporte "fisico"(?) para a consciencia (ou alma). Para os objetos inanimados nao vejo essa necessidade.<br /> <br />A2: Eu já pensei assim. Mas, convenhamos, por que a necessidade de um suporte físico?Por que a mente deve ser subordinada a matéria?<br /> <br />MM2: Repare que botei -fisico- entre aspas e seguido por uma interrogacao....de cara, percebe-se não tratar de materia fisica tal qual conhecemos...<br /> <br />[AL 24/01/09]: Sim, mas isso me soa extremamente um ad-hoc metafísico.<br /><br />MM3# Nesse contexto colocado por mim, não pode ser visto como um ad-hoc, pois trata-se de uma hipotse auxiliar, pois NAO foi introduzido para evitar uma refutação do nucleo (hardcore). Repare que esse pressuposto (a existencia do perispirito) pode ser abandonado sem afetar as hipoteses centrais.<br /><br /> <br />Afinal é matéria ou não? É objetivo ou subjetivo? Você está disposto a sustentar algo como uma matéria sui generis?<br /> <br /><br />MM3# Estou disposto, mas não tanto...Se eu fosse realmente defender a minha hipotese pessoal (ja confidenciei ao Eduardo), alguns duvidariam da minha sanidade mental :-) ... é ainda mas radical que a sua.. nela não há lugar para nada material (em ultima instancia). Uma pista:<br />http://mail.google.com/mail/#search/logos+espiritismo/10d35adff36f46f7<br /><br /><br /> <br /> Então você seria, de certo modo, um adepto da teoria da produção, já que um tal "suporte físico" criaria a mente?<br /><br />MM2: Não sou. Meu pensamento é que de fato há "uma evolução em dois mundos"... onde ha a junção entre dois elementos distintos, mas um não cria o outro. Sei que nao estou sendo suficientemente claro, mas poderemos aprofundar o debate...<br /><br />[AL 24/01/09]: Penso existirem dois mundos também. Um objetivo e outro subjetivo e compartilhado. Mas por que um "Afterlife" precisa ter uma base material sui generis?<br /><br />MM3# Objetivamente nao precisa ter um "por que"... talvez isso facilite (ou possibilite a evolução dos seres). Um ser que se renova (morre/nasce mudando de mundo) favorece a sua propria evolução (material e espiritual). <br /><br />MM3# A proposito, qual (como) seria o suporte de uma consciencia afterlife? poderia existir uma realidade subjetiva sem o suporte de outra objetiva? Não sao perguntas faceis de resolver...<br /><br /> <br />Qual o fundamento pra você restringir a natureza da vida mental a um subproduto da matéria (mesmo que esta seja algo transcendente, mas que não deixa de ser físico, como uma mesa ou um elétron)?<br /><br />MM2: Não é isso. Vou ver se consigo expressar-me com maior clareza posteriormente.<br /> <br />[AL 24/01/09]: Penso que seria isso sim. Mas gostaria de ver sua alternativa, é claro.<br /><br />MM3: Vou tentar fazer isso em um novo post...tomando como base o livro de Andre Luis "Evolução em dois mundos"... segundo alguns um amontadado de frases sem sentido... :-)))<br /> <br /> <br />E mais. Alegar um pressuposto físico para a existência da mente também não deixa um teórico sobrevivencialista vulnerável frente a 2ª lei da termodinâmica? Cheguei uma vez a pensar num monismo energético (assim justificando uma base física para a consciência: http://parapsi.blogspot.com/2008/07/para-uma-teoria-etiolgica-de-uma-mente.html), mas hoje reputo ser extremamente desnecessário. Aliás, tirando isso e a complacência que tive ao panpsiquismo, no link acima existe um bom resumo de minha opinião metafísica transcendencialista. <br /><br /><br />MM2: Vou ver se leio o seu texto.<br /> <br />[AL 24/01/09]: Um grande abraço!!!<br /><br />Abraços Fraternos<br />Mauricio Mendonça<br /> <br /><br />Abraços,<br />André Luís.<br /> <br />2009/1/20 Mauricio Mendonca <mauricio.jrm@gmail.com><br />Olá Andre,<br /><br />Faço alguns comentarios apos MM#<br /><br />2009/1/20 André Luís <aandreluis@gmail.com><br /><br />Olá Maurício,<br /> <br />Vou fazer algumas perguntas iniciais, para, nas mensagens posteriores, colocar meu ponto de vista. Penso que a visão mais ordinária sobre uma prospecção de "como seria a Vida Após a Morte" é, além de carente de evidências,<br /><br />MM# Concordo plenamente.<br /> <br /> contrariada por algumas outras provenientes da pesquisa psíquica.<br /><br />MM# Daria pra explicar melhor?<br /><br /><br /> <br />Por suas respostas ao Montalvão, não consegui vislumbrar a que tipo de natureza ou qualidade você atribui a uma "Vida Futura", questão a qual reputo crucial para se desenvolver elucubrações mais detalhistas e decorrentes; então, questiono se esse local "não perceptível pelos sentidos habituais" ...<br /><br />MM: As respostas ao Montalvao, são para demonstrar que esses postulados podemos deduzir algumas duvidas... mas não tudo no universo,, a nao ser que sejam introduzidos outros itens no Hardcore... aí deixa de ser um hardcore e passa a ser um amontoado de hipoteses,,,ou admitir algumas hipoteses auxiliares,<br /><br /><br /> <br />...seria composto de que? Ele seria material? Seria composto de matéria quintessenciada, segundo a visão espírita?<br /><br />MM: Essas duvidas, são exemplos do que nao pode ser deduzido... e como voce bem disse carece de evidencias. <br /><br /> <br />Sua teoria respalda a hipótese do perispírito? Objetos inanimados teriam correspondentes ao perispírito, como duplicidades quintenssenciadas?<br /><br /><br />MM: Essas questoes, sao pertinentes... mas aí ja teriamos hipotese auxiliares (segundo Lakatos)... portanto podem ser refutadas e abandonadas... Nesse sentido eu incluo o perispirito nesse bojo, porque acho necessario um suporte "fisico"(?) para a consciencia (ou alma). Para os objetos inanimados nao vejo essa necessidade.<br /><br /> <br /> <br />Meu objetivo é debater sobre qual a prospecção de uma Vida Futura que mais se alicerça nas evidências da pesquisa psíquica, da parapsicologia e na filosofia da mente.<br /><br /><br />MM: Por favor, fique a vontade.<br /><br /><br />Abraços Fraternos<br />Mauricio Mendonça<br /><br /> <br /> <br />Abs,<br />André Luís.<br /> <br /><br /> <br />2009/1/20 Mauricio Mendonca <mauricio.jrm@gmail.com><br />Montalvao,<br /><br />Tentarei responder da melhor maneira possivel. O fato de estabelecermos o paradigma facilita uma enormidade, mas lembro que caso queira tambem posso responder considerando outros paradigmas.<br /><br />Espero que o colega tenha lido o texto que indiquei sobre "espiritismo e ciencia" compilado por mim... assim facilitaria a compreensao... vamos lá.<br /><br /><br />Para ser bem objetivo, vou introduzir um novo conceito na relação do programa de pesquisa Lakatosiano, ficaria assim o hardcore:<br /><br /><br />- Sobrevivencia da alma (consciencia) apos o fenomeno da morte;<br />- A comunicabilidade entre os dois estados (encarnado e desencarnado)<br />- A reencarnação dessa alma<br />- A evolução dos seres ( corpo e alma )<br /><br /><br />RESPOSTA: pois bem, tentarei seguir sua sugestão. Por favor, informe, considerando o paradigma mediúnico-reencarnacionista:<br /><br />1. quando alguém desencarna para onde vai? Para algum lugar específico, um planeta, ou o quê?<br /><br />R# O maximo que se pode deduzir com certeza a partir do hardcore é: Um local (ou varios) não percepitivel pelos sentidos habituais de quem está encarnado. <br /><br /><br /><br />2. há diferença de destino entre, digamos, nacionalidades diferentes?<br /><br />R# Considerando a evoluçao e a diversidadades dos seres, supoe-se destinos diferentes.<br /><br />3. se houver, haveria também entre raças diferentes?<br /><br />R# Não vejo como deduzir isso a partir do hardcore.<br /><br />4. se houver, como é que se resolve essas questões?<br /><br />R# idem.<br /><br />5. e a forma da morte, acarreta destinações diversas? Por exemplo, tem o mesmo destino quem morre por causas naturais e quem morre por acidente?<br /><br />R# Idem.<br /><br />6. o que acontece com os adeptos de credos religiosos, notadamente aqueles que não admitem, nem por hipótese, a mediunidade e a reencarnação?<br /><br />R# De acordo com o hardcore, todos nascem, crescem, morrem, sobrevivem e reencarnam...EVOLUEM. Ha quem diga que os primeiros cristão acreditavam que não morreriam, pois seriam arrebatados por Cristo ainda em vida (pois que voltaria em breve)... Morreram todos. Os evangelicos não acreditam em mediunidade, mas não questionam o encontro de Jesus, Moises e Elias... A crença nada influi em fenomenos naturais.<br /><br /><br /><br />7. e aqueles que admitem a mediunidade, mas não a reencarnação?<br /><br />R# Todos podem se agarrar as suas crenças pelo tempo que quiser... ainda hoje se tem gente que crer que a terra é chata... isso nao muda o fato. Assim como quem não crer na Mediunidade (mesmo depois de morto) pode evitar a comunicacao com o mundo dos encarnados... os descrentes na reencarnacao podem em tese retardar a sua reencarnaçao, mas de acordo com o paradigma presente não pode evita-la indefinidamente.<br /><br /><br /><br />Espero ter sido util,<br /><br />Abraços Fraternos<br /><br />Mauricio Mendonça<br /></span>IPCEhttp://www.blogger.com/profile/06986959155375846758noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1232109326067292969.post-79159397118751762752009-02-26T07:58:00.000-08:002009-03-04T08:47:14.331-08:00Reencarnação PessoalPor Titus Rivas<br />(Traduzido por Vitor Moura) <br /><br />Renascimento e identidade pessoal: reencarnação é um conceito intrinsecamente impessoal?<br />“Você deve saber que em minha vida anterior eu já era a mesmíssima pessoa que eu sou agora!”<br />‘Kees’, um rapaz holandês com memórias de reencarnação. <br /><br />Resumo<br /><br />Alguns ocidentais podem associar o conceito de reencarnação com a perda da identidade pessoal. Isto é uma super-simplificação baseada numa influência forte da doutrina anatta budista na espiritualidade ocidental contemporânea. Na realidade, a noção de reencarnação pode ser reconciliada com uma filosofia personalista. Resultados empíricos não podem anular a análise ontológica da qual eles dependem para interpretação teórica. Personalistas do espírito podem beneficiar-se muito da pesquisa de reencarnação. Ao invés de abandonar seu personalismo, eles podem estendê-lo à noção de uma evolução verdadeiramente pessoal sobre várias vidas na terra.<br />Introdução <br />Alguns espiritualistas, Swedenborgians, cristãos, muçulmanos e outros parecem considerar as pesquisa de reencarnação como uma ameaça a uma perspectiva positiva e realista sobre a sobrevivência pessoal depois da morte. Parece que em seu ponto de vista, a teoria da reencarnação só pode ser compatível com uma posição impessoal de identidade pessoal. Assim, a reencarnação implicaria que a morte é seguida por uma desintegração radical da personalidade, ou perda de si. Somente certas memórias, características da personalidade e habilidades seriam ‘recicladas’ durante a formação de uma pessoa fundamentalmente nova. Em um certo sentido, a teoria de reencarnação seria notavelmente semelhante à teoria materialista de extinção depois da morte em que a pessoa como tal seria de fato e irrevogavelmente destruída. O consolo oferecido pela reencarnação para a perda eterna de uma pessoa seria muito desolador de fato, adicionando uma nova dimensão bizarra à vida ao invés de abandonar o absurdo aparente da morte. No entanto, este conceito particular certamente não é a única perspectiva racionalmente concebível sobre reencarnação.<br /><br />Renascimento impessoal<br /><br />A maioria das visões budistas sobre identidade pessoal podem ser resumidas pelo termo de Pali anatta, que literalmente significa “nenhuma alma” (an-atman em sânscrito). Há uma corrente budista menor que aceitou algum tipo de sobrevivência pessoal depois da morte (conhecida como Vatsiputriya ou Pudgalavada), mas a maioria dos budistas hoje em dia consideram esta escola um pouco mais do que uma seita antiquada[outdated early sect]. O ensino budista de anatta tem em uma extensão considerável influenciado a teoria espiritual ocidental contemporânea. Esta doutrina ensina não só que não pode existir uma identidade pessoal real durante o tempo de vida físico como não há nenhum eu constante, substancial. Neste anti-substancialismo ontológico, o budismo está bem próximo do assim chamado processo-metafísico em moda no Ocidente, de acadêmicos tais como Alfred North Whitehead. A posição budista (da corrente principal) sobre a identidade pessoal implica que a reencarnação não pode ser um processo pessoal, como não há nunca um real eu substancial em primeiro lugar. Para um budista, o renascimento é tão não-pessoal quanto qualquer vida humana em si.<br /><br />A reencarnação de uma pessoa espiritual<br /><br />Popular como o processo-metafísico pode ser, o substancialismo não é rejeitado por todos os filósofos contemporâneos sérios. Em geral, o substancialismo é a teoria que há uma ou mais coisas em realidade, conhecidas como substâncias, que não podem ser reduzidas a eventos ou processos. As substâncias neste sentido ontológico (ao invés do químico) permanecem constantes em sua identidade final, irredutível e não analisável consigo mesma (sua essência), embora possam mudar em suas propriedades temporais ou ações (sua existência). Para os substancialistas, as substâncias são os reinos ontológicos dentro dos quais eventos ou processos ocorrem, ao passo que os defensores de processos metafísicos simplesmente negam que necessitamos qualquer terreno substancial para acontecimentos e processos. Exemplos tradicionais de coisas ou entidades que se acredita serem substâncias são: um Deus ou deuses, seres humanos ou animais em geral, experiências subjetivas ou eus, átomos físicos, matéria, ou o universo. Tanto no Oriente quanto no Ocidente, bilhões de pessoas educadas, incluindo o autor deste artigo, continuam a endossar alguma forma de substancialismo, já que acreditam que as razões permanecem mais válidas que os argumentos oferecidos para processos metafísicos.<br /><br />Falando de forma geral, há três posições ontológicas importantes que envolvem uma noção de um eu substancial. Uma destas é o tipo holístico de personalismo, que assegura que uma pessoa é um todo indivisível consistindo de um corpo e mente ou personalidade. Com exceção da possibilidade de uma ressurreição literal da “pessoa integral” (que é parte do credo das testemunhas de Jeová; Ver: Morse, 2000, p. 267) e a emancipação talvez divina da alma emergente do seu corpo (William Hasker, comunicação pessoal), este personalismo holístico ou emergentista tipicamente parece incompatível com a sobrevivência pessoal depois da morte corpórea, deixa solitária a reencarnação pessoal. O personalismo holístico ou emergente está relacionado à visão Aristotélica, ver Morse (2000, p. 203) : “Para Aristóteles, como a alma é uma parte materialista complexa do corpo, quando a pessoa morre, a alma morre também.”<br /><br />Um segundo tipo de substancialismo também aceita que há um eu substancial, mas alega que este eu não é pessoal, mas transpessoal. Esta teoria freqüentemente é expressada pela equação Atman (alma) = Brahman (Deus), e leva à suposição que nosso Eu real - que iria além de nossas personalidades individuais - seria idêntico e consistiria em uma única essência espiritual divina ou alma (monismo intelectual). A teoria é típica para certas correntes dentro do Hinduismo tais como a Advaita. É compatível com uma noção ‘pessoal’ de reencarnação, em que tanto o Atman transpessoal quanto a personalidade individual dependente disto (jivatman) podem ser supostos sobreviver à morte e renascerem. Certos autores ocidentais tais como Aldous Huxley foram claramente influenciados por este tipo de substancialismo transpessoalista. Mais recentemente ecos desta teoria podem ser achados na literatura de canalização, p.ex.. nos livros sobre a entidade chamada “Seth”, canalizado por Jane Roberts.<br /><br />Um terceiro tipo de substancialismo leva à teoria que há uma pluralidade de enfim irredutíveis almas individuais ao invés de somente uma única divina. Há um indivíduo pessoal consciente, uma personalidade ou “eu” que vê, pensa, sente, deseja, etc. O corpo físico não é parte da pessoa real neste sentido espiritual e a identidade pessoal da própria personalidade não pode ser afetada pela morte corpórea. Também, como o eu é substancial, mesmo inerente a mudanças radicais (de sua existência) nunca será capaz de desintegra-se (no sentido essencial) adentrando em mais de uma experiência pessoal.<br /><br />Dentro da filosofia indiana, esta posição, que pode ser denominada personalismo espiritual, é apoiada pela interpretação Dvaita do Vedanta e outras correntes pluralísticas tais como o Jainismo ou o realismo lógico da Filosofia Nyaya. Dentro do pensamento europeu ou mais geralmente ocidental isto é defendido no Monadology de Leibniz e no Athanasia por Bernhard Bolzano, e também pela maior parte dos cristãos, e pensadores modernos tais como Augustine, Descartes, Oesterreich (1910), John Nutre (1991), os movimentos místicos Judeus da Kabbalah e Hassidism (Morse, 2000), e de fato eu mesmo (Rivas, 2003a, 2005). Don Morse (2000) chega mesmo a voltar a Sócrates e Platão; “Sócrates declarou que a alma era substância e não pode desaparecer mas meramente mudar de forma. Declarou que todas as substâncias são indestrutíveis, mas suas formas podem mudar.” (p. 200) e “Platão disse que a alma nem é criada nem é destruída. Cada alma esteve aqui eternamente e existirá pela eternidade.” (p. 202).<br /><br />Aplicado ao contexto de vidas prévias, o personalismo espiritual somente pode fazer sentido no renascimento se for concebido como um fenômeno verdadeiramente pessoal. Há mesmo todo um movimento espiritualista (ou talvez mais exatamente espiritista), o Kardecismo, que aceita a reencarnação pessoal e é baseado nos escritos de Hippolyte Léon Dénizarth Rivail, melhor conhecido pelo seu pseudônimo Allan Kardec(1804-1869). Don Morse (2000, p. 292) escreve sobre o Kardecismo: “Isto difere que com cada encarnação, o espírito retém sua individualidade e os espíritos sempre evoluem.”<br /><br />É importante anotar que um eu pessoal conceitualmente deve ser distinguido de sua personalidade. Uma personalidade pode ser vista como um padrão adquirido de estruturas psicológicas, atitudes e habilidades de um eu pessoal. Uma personalidade é dinâmica e muda com o tempo, e em certos casos patológicos um eu pessoal pode possuir várias personalidades simultaneamente embora só posa estar ciente em uma personalidade no tempo. Assim, mudanças de personalidade e dissociação regular são plenamente compatíveis com a noção de um eu pessoal.<br /><br />No contexto de reencarnação nós esperaremos certas mudanças de personalidade pelos processos de morte, renascimento e infância, mas isto não quer dizer que essas mudanças implicam em um novo ou diferente eu pessoal. Permaneceríamos nós mesmos tanto quanto permanecemos nós mesmos no curso de um único tempo de vida terreno. Durante uma vida nós começamos como crianças e depois de umas duas décadas nos tornamos adultos, estágio em que permanecemos até que depois com a reencarnação nos tornamos criança outra vez, embora esperançosamente num ‘nível mais alto’ de desenvolvimento psicológico<br /><br />O leitor não será surpreendido ao saber que esse personalismo espiritual é também a posição do autor.<br /><br />Recentemente, uma quarta abordagem da identidade pessoal é proposta por Peter Novak (2003) e parcialmente adotada por Donald Morse (2000) durante o desenvolvimento da própria teoria pessoal de sobrevivência depois da morte (capítulo 15). No entanto, Morse reconhece que “há certos aspectos da teoria que são difícil de reconciliar com as crenças existentes” (p. 331).<br /><br />Novak defende o que poder ser denominado um tipo de dualismo mental, em que ele volta a teorias antigas tais como as que podem ser achadas na literatura Gnóstica. Uma mente pessoal seria composta de duas partes distintas que podem ser identificadas como um espírito ciente individual e uma alma inconsciente. Num sentido, nós podemos também chamar isto uma espécie de “holismo espiritual” em que uma pessoa seria não física mas consistiria em dois claramente distinguíveis componentes espirituais. A diferença com o holismo mente-corpo reside na noção que depois da morte as duas partes da mente pessoal podem ambas sobreviver separadamente e finalmente reunirem-se. Uma parte ciente da pessoa ou espírito iria reencarnar sem recordações de sua vida prévia, ao passo que a porção inconsciente ou alma conteria memórias de uma encarnação passada.<br /><br />Ainda outra, uma quinta abordagem recentemente foi apresentada por Geoffrey Read e é aliás um exponente de processos metafísicos em que não aceita a validez do conceito de substâncias ontológicas. No entanto, Read está convencido que a sobrevivência humana e a reencarnação são pessoais, devido à ‘individualização’ da psique; “quanto mais a espécie do organismo se desenvolve, e por quanto mais tempo sobrevive, diminuindo a probabilidade de que a psique associada terá que ser substituída por outra. Em resumo, esta psique está agora no comando de um novo organismo. Dizemos que reencarnou.” (Hewitt, 2003, p.353).<br /><br />Recapitulando, à parte do personalismo holístico e outras posições não-reencarnacionistas, somente a doutrina anatta budista e suas parelhas Ocidentais são por definição incompatíveis com qualquer tipo de renascimento pessoal e portanto estão simplesmente errados aqueles que supõem que a idéia de reencarnação automaticamente teria que implicar na destruição de uma alma pessoal ou na perda final da identidade pessoal. Se aceitarmos que somos entidades espirituais, que não somos idênticos com os nossos corpos e irredutíveis a enfim eventos ou processos impessoais, a reencarnação pessoal volta a ser uma noção coerente. O autor é um defensor da terceira posição (personalismo espiritual tradicional), mas aceita que o personalismo concernente à reencarnação também pode se manifestar por outros meios.<br />Suporte empírico?<br />A evidência empírica principal para a reencarnação consiste em casos de crianças jovens que reivindicam lembrar de suas vidas anteriores (Stevenson, 1987). Algumas vezes é assumido que tais casos mostram que a teoria anatta de renascimento deve ser verdadeira. As crianças nunca reteriam de forma completa sua personalidade prévia, o que demonstraria que somente fragmentos de uma personalidade estão renascidos e integrados numa totalmente nova ‘pessoa’ psicofísica como definido pelo budismo. Por outro lado, os personalistas podem assinalar que as próprias crianças claramente alegam ser as mesmas pessoas cujas vidas parecem lembrar-se. Seria inverossímil acreditar que elas estão corretas sobre a exatidão de suas memórias e ao mesmo tempo radicalmente tirarem uma conclusão errônea de sua origem. Semelhantemente, memórias de um período de intervalo entre duas encarnações sugerem que há uma continuidade de consciência individual variando de uma vida física a outra (Rawat & Rivas, 2005).<br /><br />Entretanto, resultados empíricos deveriam principalmente ser interpretados dentro de um contexto ontológico antes que em outro. Assim, todos os dados empíricos colecionados por pesquisadores de reencarnação podem em princípio ser cobertos por conceitualizações tanto impersonalistas como personalistas de renascimento. A questão de qual teoria deve ser considerada como a interpretação correta deve ser tratada como parte de um problema mais geral de identidade pessoal dentro da filosofia da mente, ao invés de sofrer ataques ad-hoc no contexto especial da pesquisa de reencarnação.<br /><br />Por exemplo, uma vez que nós aceitemos os argumentos analíticos filosóficos em favor da anatta, nenhuma quantidade de dados empíricos será capaz de falsificá-los conclusivamente. Semelhantemente, para um personalista, é possível interpretar o nível reduzido aparente de funcionamento mental em crianças em termos de uma regressão funcional (temporária) da alma pessoal relacionada a um cérebro imaturo, ao invés de em termos de uma básica desintegração psicológica, com perda substancial da identidade pessoal. A pretendida evidência empírica contra a indivisibilidade do sujeito ciente, tal como dados de múltiplos casos de personalidade ou experiências de cisão cerebral, quedas curtas de demonstrar que quando o funcionamento psicológico da pessoa torna-se de algum modo parcialmente dissociado, o sujeito ciente será dividido também. A consciência (no sentido de consciência subjetiva) é um fenômeno pessoal privado, cuja presença não pode ser estabelecida diretamente por outros. Portanto, qualquer comportamento mostrado por uma pessoa poderia em princípio ser causado ambos por processos psicológicos cientes e não-cientes. O que é mais importante, a divisão literal, ontológica (ao invés de funcional) de uma consciência não-holística, irredutível de um indivíduo não é uma noção coerente, porque um dos aspectos principais do conceito de tal eu substancial é precisamente que é elementar e indivisível. Em outras palavras, o ‘eu’ é um fenômeno impessoal ou emergente e portanto pode ser dividido ou destruído, ou de fato é uma substância (não-emergente) e portanto qualquer evidência para sua suposta divisibilidade (ou destruição) ontológica deve ser a priori interpretada de forma diferente. Dados empíricos não podem ser conclusivos aqui, porque o debate real sobre a identidade pessoal e a substancialidade do eu não é algo empírico, mas uma questão filosófica (ontológica) que só pode ser decidida por argumentação analítica.<br /><br />Semelhantemente, budistas comumente aceitam evidência para consciência depois da morte e antes do renascimento. Mesmo os budistas tibetanos desenvolveram uma teoria de vários assim chamados Bardos (estados intermediários), o que mostra que eles não rejeitam tanto os dados que sugerem sobrevivência pessoal como reinterpretação deles à luz da doutrina anatta.<br /><br />Em outras palavras, é possível concordar com a força evidencial e o escopo de certos dados empíricos no campo de pesquisa de reencarnação, e ao mesmo tempo fundamentalmente discordar sobre a estrutura ontológica necessário interpretar estes resultados.<br /><br />Às vezes é suposto que o consenso geral é o critério principal para se julgar a maturidade de um campo específico. Este critério certamente é equivocado neste caso particular, já que tanto tradições teóricas impersonalistas como personalistas dentro da pesquisa de reencarnação podem ser desenvolvidas ainda mais num espírito sofisticado de tolerância mútua e cooperação empírica amigável.<br /><br />Por exemplo, dados sobre a evolução de características de personalidade, habilidades, capacidades, atitudes, etc., no curso de mais de um tempo de vida físico, podem ser reunidos e podem ser compartilhados apesar de diferenças teóricas fundamentais. Os mesmos dados que mostrariam uma evolução de karma impessoal de acordo com a maioria dos budistas também podem ser usados dentro de uma teoria espiritual personalista de uma evolução verdadeiramente pessoal.<br /><br />Conclusão<br /><br />Personalistas do espírito podem beneficiar-se muito da pesquisa de reencarnação. Ao invés de abandonar nosso personalismo, nós podemos estendê-lo à noção de uma evolução pessoal sobre várias vidas na terra. Perder o corpo físico atual e adotar um novo pode ser acompanhado por mudanças no funcionamento psicológico, mas isto não deve ser confundido com uma desintegração final ou perda da identidade pessoal.<br /><br />Referências<br /><br />- Bolzano, B. (1970). Athanasia oder Gruende fuer die Unsterblichkeit der Seele (reprint of book published in 1838). Frankfurt am Main: Minerva.<br />- Foster, J. (1991). The Immaterial Self: A Defence of the Cartesian Dualist Conception of the Mind. London: Routledge.<br />- Hewitt, P. (2003). The Coherent Universe. An Introduction to Geoffrey Read’s New Fundamental Theory of Matter, Life and Mind. Richmond: Linden House.<br />- Huxley, A. (1970). The Perennial Philosophy. New York: Harper Colophon.<br />- Morse, D. (2000). Searching for Eternity: A Scientist’s Spiritual Journey to Overcome Death Anxiety. Memphis: Eagle Wing Books.<br />- Novak, P. (2003). The Lost Secret of Death: Our Divided Souls and the Afterlife. Hampton Roads.<br />- Oesterreich, T.K. (1910). Die Phaenomenologie in ihren Grundproblemen. Leipzig.<br />- Rawat, K.S., & Rivas, T. (2005). The Life Beyond: Through the eyes of Children who Claim to Remember Previous Lives. The Journal of Religion and Psychical Research, Vol. 28, Number 3, 126-136.<br />- Rivas, T. (2003a). Geesten met of zonder lichaam: Pleidooi voor een personalistaisch dualisme. Delft: Koopman & Kraaijenbrink.<br />- Rivas, T. (2003b). Three Cases of the Reincarnation Type in the Netherlands. Journal of Scientific Exploration, 17, 3, 527-532.<br />- Rivas, T. (2005). Reïncarnatie, persoonlijke evolutie en bijzondere kinderen. Prana, 148, 47-53.<br />- Roberts, J. (1994). Seth Speaks: The Eternal Validity of the Soul. Amber-Allen Publishing.<br />- Stevenson, I. (1987). Children Who Remember Previous Lives: A Question of Reincarnation. Charlottesville: University Press of Virginia.<br />- Whitehead, A. N. (1982). An Enquiry Concerning the Principles of Natural Knowledge. New York: Kraus Reprints.<br /><br />Agradecimentos<br /><br />Eu gostaria de agradecer a Chris Canter e a Rudolf H. Smit pelos seus comentários construtivos.<br /><br />Correspondência:<br /><br />Titus Rivas<br />Athanasia Foundation<br />Darrenhof 9<br />6533 RT Nijmegen<br />The Netherlands<br />titusrivas@hotmail.comIPCEhttp://www.blogger.com/profile/06986959155375846758noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1232109326067292969.post-43103207709085881092009-02-26T05:01:00.001-08:002009-02-26T05:21:59.403-08:00Réplica de Estudos de Casos Sugestivos de ReencarnaçãoRéplica de Estudos de Casos Sugestivos de Reencarnação Feita por Investigadores Independentes (Antonia Mills, Erlendur Haraldsson, e H. H. Jorgen Keil, 200?)<br /><br />Por Antonia Mills, Erlendur Haraldsson, e H. H. Jorgen KeilABSTRATO(Traduzido por Márcia Guimarães Andrade)<br /><br />ABSTRATO: Os três autores assumiram a tarefa da réplica de estudos de Stevenson sobre crianças que afirmam lembrar-se de vidas anteriores; J.K. estudou 60 casos em Burma, Tailândia e Turquia; E.H. estudou 25 casos no Sri Lanka e A.M. estudou 38 casos na Índia. De uma amostra combinada de 123 casos, cada autor apresenta um caso. Os autores concluem que em alguns dos casos, as crianças não possuíam vias normais de conhecimento sobre a pessoa com a qual se identificavam, mas notam questões problemáticas, a serem solucionadas em futuros estudos. Uma pesquisa mais avançada poderá levar a uma melhor compreensão acerca das dinâmicas do desenvolvimento infantil.<br />Desde 1960, Ian Stevenson, Professor de Psiquiatria e Diretor da Divisão de Estudos de Personalidade do Departamento de Medicina Comportamental e Psiquiatria da Universidade de Virginia, tem escrito a respeito da evidência da sobrevivência de lembranças ditas de encarnações anteriores (Stevenson, 1960). Ele tem escrito tanto do ponto de vista teórico (Stevenson, 1977b) como empírico, apresentando relatos detalhados de casos em uma variedade de diferentes culturas. Na categorização de White (1992) de 12 abordagens ao estudo de casos psi espontâneos, os estudos de Stevenson são orientados particularmente em quatro categorias: casos individuais, coleções de casos, levantamentos de dados e comparações interculturais. Para começar, seus estudos incluem Índia, Sri Lanka, Tailândia, Burma, Líbano, Turquia, Brasil, Índios Americanos da Costa Noroeste, e os Igbo da Nigéria (Stevenson, 1966, 1966/1974, 1975a, 1975b, 1977a, 1980, 1983a, 1985). Ele e seus colegas compararam os aspectos da longa série de casos que ele tem estudado nessas culturas, bem como entre a população Norte-Americana (Cook, Pasricha, Samararatne, U Win Maung, & Stenvenson, 1983; Stevenson, 1983b, 1986, 1987). A análise mostra a similaridade dos casos entre as culturas. Por exemplo, tais crianças começam a relatar lembranças de uma vida anterior à idade média de três anos e deixam de falar sobre elas entre aproximadamente cinco e sete anos de idade. Stevenson também observa aspectos nos quais os casos diferem de cultura para cultura.<br />Stevenson tem procurado reproduzir os resultados de seus trabalhos de várias formas (Pasricha & Stevenson, 1979, 1987). Em 1987 ele convidou os autores, dois psicólogos (Erlendur Haraldsson e Jiirgen Keil) e uma antropologista (Antonia Mills), para fazerem estudos independentes de casos relatados de reencarnação.<br />A idéia era verificar se pesquisadores independentes iriam qualificar os casos como convincentes ou sugestivos como o fez Stevenson. Os autores haviam trabalhado em outros lugares em suas investigações de campo iniciais (Haraldsson, 1994; Keil, 1991; Mills, 1989, 1990a, 1990b). Neste artigo, para começar, resumimos os resultados de nossas investigações combinadas, e cada um de nós apresenta uma síntese de um caso, até o presente, não publicado. Concluímos com sugestões para incluir algumas das abordagens adicionais identificadas por White (1992).<br />Jornal da Sociedade Americana de Pesquisa<br />sobre Paranormalidade - Vol. 88, Julho de 1994.<br />VISÃO GERAL DAS INVESTIGAÇÕES COMBINADAS<br />Para começar, Jiirgen Keil (J.K.) estudou 60 casos em Burma, Tailândia e Turquia; Erlendur Haraldsson (E.H.), 25 casos no Sri Lanka; e Antonia Mills (A.M.), 38 casos no norte da Índia. Os autores obtiveram sua amostra a partir de casos que descobriram no campo de pesquisa e de casos identificados, mas ainda não estudados por Stevenson e seus colegas. Em 80% dos 123 casos, uma pessoa falecida foi identificada, a qual aparentemente correspondia a algumas ou todas as declarações da criança (o caso está “resolvido”); 20% dos casos permanecem sem solução (nenhuma pessoa falecida que correspondesse a algumas ou todas as afirmações da criança foi identificada). Na amostra obtida no Sri Lanka, de E.H. houve muito mais casos sem solução do que em outros países, uma descoberta que está de acordo com estudos anteriores (Cook, Pasricha, Samararatne, U Win Maung, & Stevenson, 1983; Stevenson, 1986). Dos 99 casos resolvidos, a pessoa que a criança afirmava ser era desconhecida para sua família em 51% dos casos, conhecida em 33% e aparentada em 16% destes. Da amostra combinada de 123 casos, somente um dos casos (de A.M.) pareceu estar no limite entre uma brincadeira conscientemente planejada e auto-sugestão (a criança teria se auto-iludido*) (Stevenson, Pasricha, & Samararatne, 1988). Os três casos apresentados a seguir representam casos com um relativamente alto grau de correpondência entre as afirmações da criança e as características da pessoa falecida.<br />Em cada um dos 123 casos, a criança expressara lembranças de ser alguém diferente do que ele(a) era. Em alguns dos casos, se relatava também que a criança possuía: (a) características comportamentais correspondentes à referida pessoa falecida, (b) marcas ou deficiências de nascimento correspondentes à ferimentos ou outras marcas da pessoa falecida, (c) fobias relacionadas às experiências da pessoa falecida, (d) –filias, (e) habilidades inatas, e/ou (f) conhecimento especial ausente em qualquer outra pessoa, que era apropriado ao falecido com quem a criança se identificava. Em 19 casos (estudados por E.H. no Sri Lanka), um registro escrito das declarações da criança era feito, antes que uma pessoa que possuísse importantes características de acordo com o relato da criança fôsse identificada. E.H. descreve abaixo um destes casos. Outros casos deste tipo deste tipo têm sido relatados em outros trabalhos por E.H. e Stevenson (Haraldsson, 1991; Stevenson, 1966/1974; 1975b; Stevenson & Samararatne, 1988). J.K. e A.M. também descrevem na sequência um caso com alguns detalhes. Estes três casos permitem ao leitor julgar se a correspondência entre as declarações da criança e os fatos sobre a personalidade anterior<br />(a pessoa identificada como objeto das declarações da criança) parece provável de ir além de coincidência e/ou fontes normais de informação.<br />O CASO DE ENGIN SUNGUR (ESTUDADO POR J.K.)<br />Engin Sungur nasceu em Dezembro de 1980, no Hospital Antakya, Hatay, Turquia, entre a população Alevi Moslem, que diferentemente de seus vizinhos Sunni Moslem, acreditam na possibilidade da reencarnação. O caso foi estudado por J.K., com a assistência de Ay§e Efe (A.E.) como intérprete, em 1990. Engin tinha então nove anos de idade. Ele ainda se lembrava de detalhes substanciais de sua anterior identificação com Naif Ci§ek, mas de acordo com suas declarações e com as de seus pais, suas “lembranças” haviam enfraquecido durante os três últimos anos.<br />Engin e seus pais viviam na vila de Tavla. Quando Engin tinha menos de dois anos de idade, seus pais o levaram para visitar um parente em outra vila. No caminho, de um certo ponto em uma montanha, ele apontou para outra vila, Hancagiz, e disse: “Eu posso ver minha vila, onde eu vivia.” Hancagiz está a uma distância de aproximadamente 2,5 milhas, ou 4km (de automóvel) de Tavla. Quando os pais de Engin lhe perguntaram “de quem você é filho?”, Engin respondeu: “Eu sou Naif Ci§ek”. Ele lhes contou várias coisas a respeito de Naif, como por exemplo, de que ele havia ido a Ankara antes de morrer. (Ver Quadro 1 com lista das declarações de Engin.) Ele insistiu para que seus pais o levassem a Hancagiz, mas estes, inicialmente, não concordaram. Eles nunca haviam ouvido falar ou encontrado Naif Ci§ek.<br />Segundo a filha de Naif, Giilhan, Engin a chamou de “minha filha”, e disse: “Eu sou seu pai,” quando a viu na vila de Tavla. Giilhan frequentava a escola secundária nesta cidade. Nesta ocasião Engin estava preocupado com ela e lhe pediu para que fosse até sua casa, mas ela não o fez. Até este ponto não houvera qualquer contato entre as duas famílias, e não tiveram nenhuma informação uma sobre a outra.<br />Depois disto, a mãe de Engin levou-o até Hancagiz. Ele tinha então, entre dois e quatro anos de idade. Quando Engin encontrou a viúva de Naif Ci§ek, ele a chamou de “minha esposa”. Ele chamou no mínimo sete outros membros da família de Naif pelo nome, mas porque os vários informantes discordavam sobre quem ele chamara pelo nome, estes reconhecimentos são contados como um único ítem no Quadro 1. Engin também apontou para uma propriedade que pertencera a Naif; esta não ficava, obviamente, ao lado de sua casa. Engin perguntou se um de “seus” (de Naif) filhos ainda se escondia no forno usado para cozinhar. Ele identificou várias roupas de Naif. Disse a sua mãe que ele (como Naif) fizera uma lâmpada a óleo a partir de um recipiente de lata. Ele também descreveu quando foi ferido quando seu (de Naif) caminhão o acertou quando seu filho estava dando a marcha à ré, embora alguns informantes achassem que estas afirmações foram feitas primeiro em um incidente posterior, descrito abaixo. Como mostra o Quadro 1, todas as declarações verificadas de Engin estavam corretas.<br />Naif Ci§ek havia sido um motorista de caminhão que morrera após prolongada doença.<br />Ele fôra a Ankara para consultar-se com um médico antes de sua morte, comprou alguns medicamentos, mas retornou convicto de que morreria em breve. Ele tinha 54 anos de idade quando morreu em Dezembro de 1979.<br />Quadro 1<br />SINOPSE DAS DECLARAÇÕES DE ENGIN SUNGUR<br />————————————————————————————————————–<br /><br />Declarações Correto?<br />1. Eu posso ver minha vila, onde eu vivia. Sim<br />2. Eu sou Naif… Sim<br />3. Ci§ek. Sim<br />4. Eu fui até Ankara… Sim<br />5. antes de morrer. Sim<br />6. Chamou Giilhan de “minha filha”. Sim<br />7. Eu sou seu pai. Sim<br />8. Meu filho se escondia no forno usado para cozinhar. Sim<br />9. Chamou a viúva de Naif de “minha esposa”. Sim<br />10. Chamou pelo menos sete outros familiares pelo nome. Sim<br />11. Esta propriedade é minha. Sim<br />12. Foi eu que fiz isto [lâmpada a óleo com recipiente de lata]. Sim<br />13. Falou sobre ser ferido por seu próprio caminhão… Sim<br />14. quando seu filho Fikret acidentalmente deu marcha à ré contra ele. Sim<br />15. Reconheceu o caminhão de Naif. Sim<br />16. Identificou-se como o pai do filho de Naif, Fikret. Sim<br />17. Você não está cuidando bem deste caminhão. Sim<br />18. Reconheceu motoristas de taxi (dolmus) que Naif conhecia. ?<br />19. Eu havia pedido um empréstimo de dinheiro à minha irmã Nazire … ?<br />20. mas ela não me atendeu. ?<br />21. Eu pedi um empréstimo de dinheiro àminha irmã Kürciye (ele a chamou por seu nome árabe) … ?<br />22. e Kürciye deu-me o dinheiro. ?<br />Número total de declarações: 22<br />Número de declarações corretas: 17<br />Número de declarações incorretas: 0<br />Número de declarações indeterminadas: 5<br />Após Engin ter retornado para sua casa em Tavla, um dos filhos de Naif, que não estivera presente quando da visita de Engin a Hancagiz, chegou sem anunciar-se e sem ser esperado em Tavla, no caminhão de Naif. Engin disse: “Quem é o motorista deste caminhão?” Depois de encontrar o filho de Naif, Engin disse: “Eu sou seu pai, porquê você não está cuidando bem deste caminhão?” Ele fez outras declarações incluídas no Quadro 1, cuja veracidade não foi determinada, e não foram consideradas.<br />A viúva de Naif ficou impressionada (assim como J.K. e A.E.) porque Engin falava e agia como um adulto. Ela notou que, enquanto falava, ele gesticulava com as mãos do mesmo modo que Naif o fazia. J.K. impressionou-se com a grande segurança com que ele falava. A.E. qualificou o domínio de linguagem de Engin como superior ao de muitos adultos. J.K. conseguiu entrevistar Ugur Oztiirk (U.O.), que foi professor de Engin durante seus primeiros três anos de escola. U.O. relatou que Engin era um bom aluno e que desde quando começou a estudar, aos seis anos de idade, ele se comportava como um adulto sério e dizia ser Naif Ci§ek. U.O. anotou algumas coisas que Engin disse e alguns meses depois checou-as com o que Engin estava dizendo então. Não havia discrepâncias.<br />O CASO DE MAHAVIR SINGH (ESTUDADO POR A.M.)<br />Mahavir Singh (pseudônimo) nasceu em 8 de Outubro de 1982 na vila de Nagalavicki, população 15.000 habitantes, próxima de Shamshabad, no distrito de Agra, em Uttar Pradesh, Índia. A.M. e Dr. Narender K. Chadha (N.K.C.) descobriram este caso no processo de investigação de outro na região. N.K.C. entrevistou primeiro Mahavir e seus pais em Agosto de 1987. A.M. então entrevistou Mahavir e seu pai em 1987, Mahavir, seus pais e sua avó em 1988, e seu pai novamente em 1990, com Parmeshwar Dayal como intérprete. N.K.C. também voltou a visitar a família em Fevereiro de 1988 para fazer perguntas adicionais, enviadas a ele por A.M.<br />Mahavir começou a falar em uma idade muito precoce (12 meses) e demonstrou um grande interesse por animais, particularmente por camelos. Ainda muito novo Mahavir levantava antes de seus pais e irmãos e ia dar água às vacas de seu pai. Ele insistia muito para que seu pai comprasse um camelo. Ninguém em Nagalavicki possuía um camelo, mas Mahavir ia ao encontro de vendedores de camelos, quando estes passavam por sua cidade. Ele segurava a corda que prendia o camelo e dizia que o animal era seu. Mahavir apresentou este comportamento desde quando era uma criança que começava a andar, até depois de identificar um grupo específico de vendedores de camelos como seus parentes.<br />Quando Mahavir tinha cerca de dois anos de idade, ele disse a sua mãe: “Meu filho [lalu, um termo usado para um filho, ou filho de um irmão] estava indo por este caminho.” Mahavir disse ainda que tinha algum dinheiro no banco, e que um comerciante que ficou com uma parte de seu dinheiro não o devolvera. Mais tarde ele disse que este comerciante se chamava Teja.<br />Na idade de três anos, Mahavir frequentemente tirava algumas porções do alimento de seu prato e dizia: “São para meus filhos”. Nas respostas a vários dias de questionamento feito por seu pai, Mahavir disse que ele possuía cinco filhos e uma esposa, e que seu irmão também tinha cinco filhos. (Ver Quadro 2 com lista das declarações de Mahavir.) Posteriormente, em resposta a outros questionamentos, ele disse que era de Baura Gaon e que havia morrido no Ganges, onde fôra a negócios. Disse que tinha duas filhas solteiras e que um filho e uma filha eram casados. Mahavir aborrecia seus pais chorando para ser levado até sua esposa. Eles tentaram fazê-lo parar de falar nisto, girando-o em sentido anti-horário em uma pedra de amolar e contratando um exorcista indígena, mas nada disto surtiu efeito. Um dia ele disse a seu pai: “meu irmão caiu de um camelo.” Seu pai foi ver a este, pensando que se tratava de seu outro filho, e descobriu que Pathi Ram, um vendedor de camelos, havia caído de um de seus animais. Fôra ao filho adulto deste vendedor, Radi Shyam, que Mahavir havia chamado “filho” [lalu], por várias vezes quando este passava por Nagalavicki com camelos.<br />Finalmente chegou aos ouvidos de Pathi Ram e sua família que Mahavir havia feito as afirmações citadas acima, e eles vieram, primeiro individualmente, e depois em grupo, para conhecer Mahavir. Antes destes encontros, de acordo com Pathi Ram e sua família, como também os pais de Mahavir, as duas famílias não tinham conhecimento da existência uma da outra, sendo de diferentes castas e vivendo em diferentes comunidades, a cerca de 2km de distância. Mahavir e sua família pertenciam a uma casta mais alta (Kshatriya) do que a de Pathi Ram e seus familiares, que eram Sudras. As entrevistas de A.M. com Pathi Ram, a viúva de seu irmão e seus filhos e sobrinhos revelaram que Pathi Ram era irmão de Khem Raj, um vendedor de camelos da vila de Bada Gaon, que havia morrido perto do Ganges, próximo de Allahabad, aonde ele fôra para vender camelos. Como mostra o Quadro 2, ele tinha tido cinco filhos, dos quais um filho e uma filha eram, na época de sua morte, casados. Khem Raj passava frequentemente pelas trilhas por Nagalavicki quando levava camelos para o mercado, antes de sua repentina doença e morte perto de Allahabad em Março de 1982. Khem Raj tinha cerca de 50 anos de idade na data de sua morte.<br />Quando Pathi Ram, seus parentes e Teja vieram visitar Mahavir, eles ficaram satisfeitos por ser ele Khem Raj renascido, o que confirmaram a partir de seu comportamento, igual ao deste, e de sua descrição sobre onde e com quem seu dinheiro havia ficado. Ele reconheceu Teja e insistiu que Teja lhe devia o dinheiro. Teja então pagou o que devia à família de Khem Raj, assim concordando que o dinheiro pertencia a este.<br />Depois disto, Mahavir pressionara continuamente seu pai para leva-lo para visitar “sua” (de Khem Raj) esposa, e quando levado, esta disse que ele identificara corretamente a área em que Khem Raj atuava em seus negócios. <br />Quadro 2<br />SINOPSE DAS DECLARAÇÕES DE MAHAVIR SINGH<br /><br />Declarações Correto?<br />1. Este camelo é meu. ?<br />2. Meu filho estava indo por este caminho. Sim<br />3. Um comerciante ficou com meu dinheiro. Sim<br />4. Teja ficou com meu dinheiro. Sim<br />5. Eu deixei dinheiro em minha casa. Sim<br />6. Eu morri no Ganges. Sim<br />7. Eu fui até lá a negócios. Sim<br />8. Eu era de Bada Gaon. Sim<br />9. Eu tinha cinco filhos. Sim<br />10. Eu tinha uma esposa. Sim<br />11. Eu tinha duas filhas. Sim<br />12. Um filho e uma filha eram casados. Sim<br />13. Meu irmão tinha cinco filhos. Sim<br />14. Meu irmão caiu de um camelo. Sim<br />15. Este é o meu itinerário. Sim<br />16. Minha mulher não fez laddhu para mim da outra vez, e agora ela fez. Sim<br />17. Eu havia enterrado um pouco do meu dinheiro. Sim<br /><br />Número total de declarações: 17<br />Número de declarações corretas: 15<br />Número de declarações incorretas: 0<br />Número de declarações indeterminadas: 2<br />Uma vez, quando de visita à viúva de Khem Raj, Mahavir foi servido de um lanche, que incluía um doce de nome laddu. Mais tarde, Mahavir disse: “Na outra vez ela não fez laddu para mim, e agora fez. A viúva de Khem Raj explicou que no dia da partida de Khem Raj para o mercado de camelos em Allahabad, o mesmo dia em que ele morreu, ele lhe havia pedido para fazer laddu para que ele levasse na viagem, mas ela não fez. Assim o laddu foi interpretado como uma resposta a um desejo não satisfeito.<br />Mahavir continuou a visitar com frequência a família de Khem Raj, embora sua grande insistência para fazê-lo tivesse diminuído logo após as primeiras poucas visitas. Ele disse que uma parte do seu dinheiro estava no banco de Allahabad, e outra parte no banco de Shamshabad, mas estas afirmações, se verdadeiras, foram aparentemente feitas depois de seu encontro com a família de Khem Raj, que pode ter-lhe contado estes fatos. Mahavir disse que havia enterrado algum dinheiro em sua (de Khem Raj) casa, mas este não foi encontrado. Ele continuou a pedir a seu pai que comprasse um camelo para ele.<br />O CASO DE THUSITHA SUBASHINI SILVA (ESTUDADO POR E.H.)<br />O caso de Thusitha Silva (pseudônimo) é particularmente interessante porque suas declarações foram registradas antes que qualquer pessoa que correspondesse a suas afirmações fosse encontrada.<br />Thusitha nasceu em 16 de Junho de 1982, na pequena cidade de Elpitiya, sudoeste do Sri Lanka. Em 1988 ela se mudou para Panadura, que fica a 18 milhas ao sul de Colombo. Tissa Jayawardane (T.J.), assistente de pesquisas de Stevenson, entrevistou a garota e sua mãe em Junho de 1990. Em Novembro do mesmo ano, E.H., independentemente, entrevistou Thusitha e sua família, tendo Godwin Samararatne como intérprete. O pai de Thusitha havia morrido alguns anos antes do início da investigação.<br />Segundo a mãe e a avó de Thusitha, à idade de dois anos e meio, ela começou a falar sobre uma vida em Akuressa. Ela disse que havia caído de uma ponte para pedestres estreita e inclinada (wel palama – ponte suspensa) em um rio e que se afogara. Disse que a ponte não era longe de sua casa, que ela tinha um marido, e que estava grávida na época. Thusitha também disse que o nome de seu pai era Jeedin Nanayakkara, que vivia em uma casa maior do que a choupana cheia de lodo em que sua presente família vivia, que sua mãe possuía uma máquina de costura, que tinha uma bicicleta amarela, e que trabalhava em um hospital. Na entrevista com T.J., Thusitha disse ainda que seu marido se atirara no rio para tentar salvá-la, e que quase se afogara também; que este era um carteiro, que eles possuíam um carro, que havia um grande portão em frente a sua casa, e que ela tinha um soutien. Suas declarações estão listadas no Quadro 3.<br />A mãe de Thusitha disse que ela tinha fobia de pontes e água. Ela disse também que há mais tempo sua filha havia mencionado mais nomes, mas que nem ela, nem sua família se lembrava deles quando entrevistados por T.J. ou E.H. Nesta ocasião Thusitha parecia ter se esquecido de algumas de suas lembranças anteriores.<br />A família de Thusitha afirmou não ter qualquer ligação com Akuressa, e que nenhum deles jamais estivera ali quando Thusitha estava falando mais sobre sua vida anterior.<br />Quadro 3<br />SINOPSE DAS DECLARAÇÕES DE THUSITHA SILVA<br />A. Declarações feitas em 26/11/90 para E.H. Correto?<br />1. Eu sou de Akuressa. Sim<br />2. O nome do meu pai era Jeedin [Nanayakkara]. Não<br />3. O nome do meu pai era [Jeedin] Nanayakkara. Sim<br />4. Eu tinha uma bicicleta. Sim<br />5. A bicicleta era amarela. Não<br />6. Eu ia para o trabalho de bicicleta. Não<br />7. Eu ia de bicicleta sozinha. Sim<br />8. Eu trabalhava em um hospital. Não<br />9. Eu usava um uniforme branco com chapéu e sapato brancos. Não<br />10. O hospital ficava a certa distancia de sua casa. Sim<br />11. A mãe usava túnica. ?<br />12. A mãe possuía uma máquina de costura. Sim<br />13. Eu tinha duas túnicas listradas. ?<br />14. O rio ou córrego ficava a alguma distancia dali. Sim<br />15. A ponte para pedestres (wel palama) quebrou. Sim<br />16. Eu caí no rio. Sim<br />17. Eu me afoguei. Sim<br />18. Estava grávida quando se afogou. Sim<br />19. Eu tinha um marido. Sim<br />20. A casa anterior era maior que a atual. Sim<br />21. As paredes eram coloridas. Sim<br />22. Tinha uma sobrinha, filha de sua irmã. Não<br />23. O pai anterior era chamado de appa (present/dada). ?<br /><br />B. Ítens relatados a T.J., e não a E.H. <br />1. Havia um grande portão na casa anterior. Sim<br />2. Seu marido se jogou no rio para salvá-la. Sim<br />3. Seu marido era um carteiro. Não<br />4. Eles possuíam um carro. Sim<br />5. Eu tinha um soutien. ?<br /><br />Número total de declarações: 28<br />Número de declarações corretas: 17<br />Número de declarações incorretas: 7<br />Número de declarações indeterminadas: 4<br />Akuressa está a cerca de 30 milhas (48km) de Elpitiya (cidade natal de Thusitha) e a 78 milhas (125km) de Panadura.<br />Um bom tempo depois de que Thusitha começou a falar sobre estas coisas, seu irmão viajou para Akuressa, mas ele não ficou sabendo nem encontrou ninguém que correspondesse às afirmações de sua irmã. Ao retornar à sua casa ele repreendeu-a por dizer mentiras. Depois ele lhe bateu por falar com T.J. No verão de 1990, T.J. visitou Akuressa (população: 20.000) e descobriu que uma jovem mulher, com o nome de casada Nanayakkara, havia-se afogado depois de cair no rio, de uma estreita e inclinada ponte, mas T.J. não conseguiu encontrar nenhum membro de sua família. Em Novembro de 1990, E.H. e G.S. visitaram Akuressa e encontraram os parentes de uma mulher de nome Chandra Nanayakkara (nascida em Abeygunasekara) que se afogara ao cair de uma ponte suspensa. Eles descobriram a casa de seus parentes (por parte do marido) a cerca de 100 jardas desta ponte. Eles entrevistaram duas das cunhadas de Chandra, um amigo íntimo da família, seu marido (Somasiri Nanayakkara) e seu irmão. Todas estas pessoas foram receptivas e responderam a todas as perguntas.<br />Segundo estas testemunhas, Chandra havia-se afogado em 1973, aos 27 anos, ao cair da ponte suspensa, que ela e seu marido estavam atravessando. Uma tábua em que Chandra pisou parece ter aberto espaço entre a outra, e ela caiu no grande rio. Seu marido se atirou no rio para resgatá-la, mas quase se afogou também. O corpo de Chandra foi encontrado três dias depois, a alguma distância da ponte. Na época, ela estava grávida de sete meses. Um documento na delegacia confirmou que Chandra havia morrido em Dezembro de 1973 “por sufocar-se depois de engolir muita água, quando caiu no Rio Nilwala da ponte suspensa”. Esta é a única ponte suspensa na região. Depois deste acidente, a ponte foi consertada, mas em 1990 estava novamente em mau estado. Muitas pessoas caíram no rio desde então, mas ninguém se afogou.<br />Em breves relatos, as investigações confirmaram que havia uma ponte suspensa em Akuressa (o que não é comum no Sri Lanka), e que uma mulher casada e grávida havia caído desta ponte e se afogado. O nome de seu sogro (e não de seu pai) era Edwin Nanayakkara (não Jeedin). É comum no Sri Lanka as mulheres casadas chamarem a seus sogros de “pai”. Ela estava acompanhada de seu marido quando o acidente ocorreu, e ele tentou salvá-la. A família de seu marido possuía um carro (fato incomum no Sri Lanka) e uma bicicleta, e sua casa era maior do que a casa atual de Thusitha, tendo um grande portão feito de bambu.<br />Algumas das declarações de Thusitha se mostraram incorretas: a bicicleta não era amarela, e sim preta; Chandra nunca fôra enfermeira (e sim uma prima e amiga íntima desta); o marido de Chandra era um motorista de ônibus e não um carteiro (embora seu irmão mais velho fosse um carteiro); e ela não tivera uma irmã que possuía uma filha, mas uma cunhada que tinha filhas. As outras declarações são muito comuns para terem um maior valor.<br />Nesta etapa, E.H. planejava trazer Thusitha até Akuressa para alguns testes de reconhecimento, mas seu irmão se recusou a qualquer colaboração e E.H. teve de abandonar a investigação do caso.<br />DISCUSSÃO<br />Em todos os três casos apresentados, a criança e sua família não sabiam da existência da pessoa falecida, que foi posteriormente identificada. No caso de Thusitha, todas as declarações foram registradas antes que E.H. ou T.J. tentassem verifica-las ou desmenti-las. Nos dois outros casos apresentados, declarações incorretas podem ter sido eliminadas do resumo, e/ou algumas podem incluir informações adquiridas somente depois do contato com a família do falecido.<br />Por exemplo, os pais de Engin discordaram quanto a se as declarações 16 e 17 (do Quadro 1) foram feitas antes ou depois de Engin ter ido a Hancagiz. Isto pode valer para a ausência de declarações incorretas nestes dois casos, mas estas também ocorrem entre casos resolvidos antes de terem sido investigados (Mills, 1989).<br />Nos três casos relatados acima, o indivíduo fez, repetidamente, numerosas, definidas, relativamente independentes e substancialmente verificáveis declarações que foram testemunhadas por mais de uma pessoa. Nos dois primeiros casos, nos quais a criança pôde visitar a casa da pessoa falecida identificada como a que correspondia à suas declarações, a criança espontaneamente demonstrou um apropriado afeto aos parentes desta pessoa, que eram indivíduos que a criança nunca havia encontrado antes. A preocupação de Engin com a conservação de um determinado caminhão e com uma determinada menina, e a forte atração de Mahavir por camelos são explicáveis por e coerentes com sua auto-identificação com um determinado adulto falecido, que vivera antes de eles terem nascido. No caso de Thusitha, a criança demonstrou outro aspecto recorrente em relatos de casos de reencarnação: uma fobia apropriada ao tipo de morte da personalidade anterior (Haraldsson, 1991; Stevenson, 1990). Outros casos estudados, mas não aqui relatados, incluem outras correspondências entre a criança e uma personalidade anterior, tais como marcas ou deficiências de nascença relacionadas a feridas ou marcas (Keil, 1991; Mills, 1989, 1990b).<br />Em alguns dos casos estudados pelos três autores, a correspondência das lembranças afirmadas pela criança e o comportamento relacionado aos fatos determinados sobre a pessoa que elas aparentemente afirmam ser não são prontamente explicadas pelo acaso. Entretanto, os autores notaram várias questões problemáticas. Uma é que nos casos que não contam com um registro escrito antes do caso ser “resolvido”, é difícil avaliar quanta alteração na avaliação do “testemunho original” terá ocorrido. Fatores como o quão recente são as declarações, a idade da criança e a disponibilidade e independência de testemunhas têm de ser considerados ao se avaliar tais casos. Outro problema é a dificuldade de avaliar a independência das declarações e o relativo significado ou peso dos grupos de informações aí contidas. O terceiro problema é a avaliação da probabilidade de uma correspondência entre as afirmações, comportamento, etc. de uma criança e as características de uma pessoa falecida. Qualquer cálculo de tal estimativa de probabilidade possui um elemento subjetivo substancial. J.K. observa que embora a probabilidade de que as declarações corretas sejam devidas a meios normais de comunicação possa ser maior que .05 para cada um dos seus casos, os aspectos cumulativos da amostra total de novos casos investigados indica que explicações normais são improváveis de abranger todos os dados (Keil, 1991). Outra questão é se tais crianças representam alguma psicopatologia grave.<br />E.H. (Haraldsson, 1993) e A.M. têm começado a fazer testes psicológicos em crianças que apresentam estas vivências, a fim de determinar se a sua impressão de que patologia não esteja envolvida possa ser fundamentada, e como os perfis psicológicos das crianças identificadas como tendo lembranças de vidas anteriores se comparam com perfis de uma correspondente amostra de crianças que não fazem tais afirmações.<br />Esta investigação contínua de casos permite a abordagem longitudinal defendida por White (1992), e acrescenta uma maior dimensão ao apresentar perfis psicológicos de crianças que dizem se lembrar ou ter-se lembrado de uma vida anterior e de crianças que não fazem tais afirmações. Além disto, A.M. e E.H. iniciaram estudos comparativos com crianças ocidentais que afirmam ter amigos imaginários, a fim de avaliar se os dois fenômenos são resultado do tratamento diferenciado, em termos culturais, da experiência da infância e dos conceitos emergentes.<br />As investigações de três pesquisadores independentes, sobre casos relatados de reencarnação em cinco culturas, nas quais estes casos são constatados, sugere que algumas crianças identificam-se com uma pessoa, sobre quem elas não possuem meios normais de se informar. Em tais casos, as crianças parecem exibir conhecimento e comportamento apropriados àquela pessoa. Apesar da crença cultural na possibilidade de reencarnação favorecer estes casos, e de serem necessárias mais pesquisas na construção social dos casos, a crença em si não parece explicar a totalidade das declarações das crianças e seu comportamento. Os investigadores descobriram que algumas famílias positivamente desencorajavam estas crianças quanto a tais declarações. Com base nos estudos longitudinais, Keil está avaliando que proporção de crianças identificadas no nascimento como uma determinada pessoa, fazem e não fazem afirmações indicando reconhecimento ou aceitação desta equação. Estudos mais avançados destes raros casos podem levar a uma melhor compreensão sobre se lembranças de uma vida anterior devam ser consideradas como parte das dinâmicas do desenvolvimento da criança.<br />REFERÊNCIAS<br />COOK, E.W.; PASRICHA, S.; SAMARARATNE, G.; U WIN MAUNG, & STEVENSON, I. (1983a). Review and analysis of “unsolved”cases of the reincarnation type: II. Comparison of features of solved and unsolved cases. Journal of the American Society for Psychical Research, 77, 115-135.<br />HARALDSSON, E. (1991). Children claiming past-life memories: Four cases in Sri Lanka. Journal of Scientific Exploration, 5, 233-261.<br />HARALDSSON, E. (1993). Children claiming previous-life memories: Their personality and abilities. Manuscript submitted for publication.<br />KEIL, H.H.J. (1991). New cases in Burma, Thailand, and Turkey: A limited field study replication of some aspects of Ian Stevenson’s research. Journal of Scientific Exploration, 5, 27-59.<br />MILLS, A. (1989). Three cases suggestive of reincarnation in northern India: A replication study. Journal of Scientific Exploration, 3, 133-184.<br />MILLS, A. (1990a). Moslem cases of the reincarnation type in northern India: A test of the hypothesis of imposed identification. Part I: Analysis of 26 cases. Journal of Scientific Exploration, 4, 171-188.<br />MILLS, A. (1990b). Moslem cases of the reincarnation type in northern India: A test of the hypothesis of imposed identification. Part II: Reports of three cases. Journal of Scientific Exploration, 4, 189-202.<br />PASRICHA, S., & STEVENSON, I. (1979). 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Journal of Asian and African Studies. 20, 13-30.<br />STEVENSON, I. (1986). Characteristics of cases of the reincarnation type among Igbo of<br />Nigeria. Journal of Asian and African Studies, 21, 204-216.<br />STEVENSON, I. (1987). Children Who Remember Previous Lives: A Question of Reincarnation. Charlottesville: University Press of Virginia.<br />STEVENSON, I. (1990). Phobias in children who claim to remember previous lives. Journal of Scientific Exploration, 4, 243-254.<br />STEVENSON, I. & SAMARARATNE, G. (1988). Three new cases of the reincarnation type in Sri Lanka with written records made before verifications. Journal of Scientific Exploration, 2, 217-238.<br />STEVENSON, I., PASRICHA, S., & SAMARARATNE, G. (1988). Deception and self-deception in cases of the reincarnation type: Seven illustrative cases in Asia. Journal of the American Society for Psychical Research, 82, 1-31.<br />WHITE, R. A. (1992). Review of approaches to the study of spontaneous psi experiences. Journal of Scientific Exploration, 6, 93-126.<br />Division of Personality Studies/Anthropology Department (Mills) ¹<br />University of Virginia<br />Charlottesville, Virginia 22908<br />Institut für Grenzgebiete der Psychologie (Haraldsson)<br />Eichhalde 12<br />D-79140 Freiburg<br />Germany<br />Department of Psychology (Keil)<br />University of Tasmania<br />Hobart<br />Tasmania<br />¹ Todas as correspondências devem ser endereçadas à Dra. Antonia Mills.IPCEhttp://www.blogger.com/profile/06986959155375846758noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1232109326067292969.post-37438083230656644142009-02-26T04:32:00.001-08:002009-02-26T05:23:18.747-08:00Reencarnação e Biologia - Resenha de StevensonPor Erlendur Haraldsson - Reencarnação e Biologia.<br /><br />Uma Contribuição para o Etiology de Marcas de nascença e Defeitos de Nascimento é um livro a muito esperado. Quando se abre os dois grandes volumes de 2268 páginas, fica evidente por que esperamos tão grande tempo. Leitores podem experimentar uma mistura de temor e desespero quando enfrentam com mais de 2200 páginas. Afortunadamente, Praeger também publicou um volume pequeno Onde Reencarnação e Biologia Cruzam, o qual Stevenson escreveu para satisfazer as necessidades de leitores que desejam entender o conteúdo essencial do trabalho maior sem se aborrecer em cima de detalhes. Este volume resume os achados, os argumentos, e as conclusões do trabalho maior. Ambos os trabalhos, a Reencarnação de dois-volume e Biologia. Uma Contribuição para o Etiology de Marcas de nascença e defeitos de Nascimento e Onde Reencarnação e Biologia Cruzam, contêm 26 capítulos e levam os mesmos títulos em ambos os trabalhos.<br />Emergiu gradualmente que casos da reencarnação (CORT) não só é caracterizado por recordações de alegadas prévia vida de crianças jovens, mas também por um padrão de outras características. Provavelmente mais inesperado é que às vezes são achados marcas de nascença e defeitos de nascimento que é relacionado ao modo de morte de uma pessoa falecida sobre de quem vida que a criança-sujeito pode fazer para algumas declarações corretas, e quem a criança pode reivindicar ter estado em uma vida prévia. Stevenson expressou a visão que estas marcas de nascença e defeitos de nascimento são o aspecto mais impressionante do multi-faceted CORT. Agora ele nos dá a evidência - mais de 200 casos - quase tudo investigados pessoalmente pelo próprio Stevenson.<br />Esta é uma monografia médica escrita com a eficácia, claridade, e consideração que são características de Stevenson. Há documentação extensa de cada caso e inclui numerosas fotografias, mesas, notas de rodapé e referências, e índices de casos e nomes. Para nos ajudar a entender o fundo cultural e histórico para alguns dos casos, Stevenson iguala presentes pequenas revisões da recente história de dois países (a Turquia e Birmânia) onde foram achados muitas marca de nascença e casos de defeitos de nascimento.<br />O primeiro capítulo dá uma avaliação dos achados básicos relativo a CORT. O segundo capítulo, ” Completas mudanças que correspondem a imagens mentais na pessoa afetada, ” descreve numerosos casos da literatura médica que mostra vários vínculos entre imagens mentais e completas funções, como stigmata, modificação hipnótica de uma variedade de funções, e algum raros efeitos que foram observados para acontecer quando as pessoas revivem recordações de muito intenso dano físico ou trauma. Este é o exame mais extenso de seu tipo conhecido ao revisor, e é uma avaliação histórica excelente.<br />Stevenson discute que há fatores comuns que estão por baixo da ocorrência de mudanças físicas que correspondem a imagens mentais. Principalmente, eles são violência e dano físico juntados com atenção concentrada e impressionabilidade (absorção) no assunto. Um fator adicional é o reatividade dos tecidos da pele que pode resultar na formação de cicatrizes ou dermographisms. Stevenson apresenta uma fórmula para a ocorrência destas ocorrências; a CA + DI + PF = CS. CA representa Atenção Se concentrada ou Absorção, DI para Duração da Imagem, PF para os Fatores Fisiológicos e CS para o resultante Mudança na Pele. Alguns destes efeitos fisiológicos também são anômalos na sensação que eles não correspondem a configurações conhecidas de nervos ou vasilhas de sangue da pele.<br />O próximo capítulo, ” mostra mudanças que correspondem às imagens mentais de outra pessoa, ” revisões a literatura em impressões telepáticas espontâneas e experiências nas quais um efeito físico localizado em uma pessoa corresponde a uma imagem mental em outro. Menos famoso é casos de impressões maternas que freqüentemente foram publicadas conduzindo diários médicos nos século 19º e início do 20º. Stevenson achou relatórios de 300 casos que revelam uma correspondência íntima entre uma impressão na mente de uma mulher grávida e o defeitos do bebê dela.<br />Os primeiros três capítulos servem como uma introdução ao assunto principal do trabalho: marcas de nascença e defeitos de nascimento, como eles podem relacionar a CORT. Porém, é uma indicação incompleta para descrever estes três capítulos como uma introdução, embora eles servem ambos como “notar-abridores ” para o material nos capítulos que seguem e como uma base teórica. Aparte de ser revisões excelentes, eles contêm muito material novo. Estes três capítulos só (um total 175 páginas) faria um livro altamente interessante e provocativo saltar para ser lido amplamente e citaria para vir por muito tempo. O Cartel de estudos de Stevenson tem largura notável e é verdadeiramente em âmbito internacional. Ele freqüentemente também se refere a fontes estrangeiras inclusive alemão, francês, e italiano, algo muito raramente achou entre americano (ou até mesmo britânico) os estudiosos. Tal eficácia do cartel de estudos por idiomas e culturas vai longe freqüentemente no passado e é raro.<br />Os próximos 12 capítulos são dedicados a marcas de nascença como eles são achados na investigação de CORT. Eles são categorizados de acordo com o grau de verificação de um possível vínculo entre uma marca de nascença incomum na pele de um sujeito e feridas correspondentes no corpo de uma pessoa falecida. Tal verificação varia amplamente de caso a caso e outros nada apresentam (embora o caso ainda pode ser de interesse), por apoio de recordações de informadores, para documentação médica.<br />Um leitor pensativo pode considerar se as marcas de nascença e defeitos de nascimento correspondem por casualidade. De acordo com Stevenson, a pele de um adulto normal -de tamanho incluiria 160 quadra cada 10 grid de centímetros. Localizando a pele marca em tal um grid, ele calcula o odds contra chance de uma única marca de nascença que corresponde em localização com uma única ferida como 1/160. Porém, a explicação de chance está até mesmo menos provável em casos em qual mais que a pessoa feriu e marca de nascença corresponde. Por exemplo, Stevenson tem 18 casos nos quais uma criança reivindica se lembrar de ser atirado por uma bala e tem duas marcas de nascença que são achadas para corresponder a feridas de bala de entrada (pequeno) e saída (maior). Aqui novamente um padrão de partidas de marcas de nascença um padrão de feridas. Na opinião de Stevenson estes casos constituem a evidência mais forte. Quando duas marcas de nascença correspondem assim a duas feridas o odds contra aumento de chance para 1/160 x 1/160, ou 1/25000.<br />Um caso extremo era Necip Ünlütaskiran de Turquia que teve sete marcas de nascença seis de que corresponderam a feridas descreveu em um documento médico. Aqui o odds contra coincidência de chance ficam verdadeiramente astronômicos. Além disso, a reivindicação de Necip que ele tinha apunhalado a esposa dele de uma vida prévia na perna, com uma cicatriz de resultante, foi verificado quando ela foi identificada.<br />Na Predição de capítulo ” de Marcas de nascença ” Stevenson descreve casos nos quais poderiam ser preditas marcas de nascença. Por exemplo, em um caso turco, uma marca de nascença tinha sido informada a ele. Quando ele aprendeu depois que a morte da personalidade prévia alegada tinha sido causada através de feridas de bala, ele predisse uma segunda marca de nascença, devolveu ao sujeito e achou uma segunda marca de nascença que correspondeu à ferida de saída. Tais casos raros e casos de marca de nascença experimentais denominados são extremamente importantes, particularmente porque eles oferecem um pouco para a possibilidade de mudança estes casos além da crítica aplicada à maioria dos casos espontâneos e introduzindo um elemento de controle experimental.<br />Na coleção de Stevenson há também casos que podem aparecer a muitos leitores para ter só leve ou nenhum evidential estimam, mas que ele acha revelando por uma razão ou outro. Por exemplo, há 21 casos de crianças que fizeram para nenhuma declaração tudo que sobre a personalidade prévia (como também um adicional 7 que fez único ou duas declarações) e que foram identificados somente por adultos em base das marcas de nascença deles/delas que se assemelharam a feridas fatais infligidas em alguém eles souberam ou vieram aprender aproximadamente. De acordo com convicções locais, tal identificação é apoiada freqüentemente alguém tendo tido ” anunciando sonhos ” antes da criança nasceu, uma característica improvável impressionar os leitores Ocidentais.<br />As marcas de nascença que figuram nos casos de Stevenson também são de interesse porque a maioria deles difere do tipo de marca de nascença que quase todo o mundo tem. Eles são freqüentemente áreas calvas de enrugou, tecido de scarlike, elevou sobre tecidos circunvizinhos ou deprimido relativo a eles; alguns são áreas de pigmentação diminuída. Alguns estão sangrando e estão escoando quando o bebê nasce. Esses que se assemelham a nevi e moles em aparecimento são freqüentemente maiores que nevi ordinário e também freqüentemente acontecem em localizações incomuns. O mesmo pode ser dito para defeitos de nascimento que figuram nos casos. Não só é nascimento trai raro em geral comparou a marcas de nascença, mas muitos desses informaram por Stevenson é tipos que são sumamente raros e em algumas instâncias quase sem igual.<br />Em alguns casos, são achadas marcas de nascença para emparelhar feridas que foram o resultado de operações cirúrgicas. Um real oddity é o caso de Jacinta Agbo de Nigéria que teve a marca de nascença mais extraordinária Stevenson alguma vez viu. ” Consistiu em uma área, aproximadamente 3 centímetros largo, de tecido de scarlike pálido que estendeu a cabeça inteira dela ao redor ( Onde Reencarnação e Biologia Cruzam, pág. 57).” Depois, uma pessoa foi identificada que em uma disputa tinha sido dado com a cabeça com um clube e tinha sido cosido até presente uma incisão extensa no escalpo. A marca de nascença de ” Jacinta era muito mais largo que a incisão teria sido, e isto é por que eu acredito que correspondeu a um bandagem colocado pelo cirurgião ao redor do hea pág. 58).”<br />O segundo volume de Reencarnação e Biologia se trata de defeitos de nascimento e outras anomalias como eles podem derivar de vidas prévias. O (visível) defeitos de nascimento são divididos nesses das extremidades, esses da cabeça e beija, esses que envolvem dois ou mais regiões, e esses que envolvem que condições ” de Stevenson trai ” nascimento experimental (as crianças nascido com sinais de marcas que emparelham esses em crianças que foram mutiladas deliberadamente ou caso contrário marcados depois de morte). Geralmente, os casos de defeito de nascimento também são associados com mortes violentas, inclusive assassinatos (algumas mutilações envolvendo e tortura) e acidentes. Stevenson também inclui quatro capítulos que descrevem casos em qual as doenças internas do assunto, anormalidades de pigmentação, e outros aspectos de aparecimento físico e função podem emparelhar esses da pessoa cujo vida que uma criança reivindica se lembrar.<br />Um capítulo especial discute 42 casos de gêmeos que Stevenson investigou, em qual ou ambas as crianças falam de recordações de vidas prévias. Particularmente interessante é o achado que em 62% dos 34 casos para os quais a informação estava disponível, as duas personalidades prévias tinham morrido ao mesmo tempo ou pelo menos na mesma ocasião. Também havia freqüentemente uma relação pessoal entre as personalidades prévias. Alguns dos gêmeos eram monozygotic e mostraram diferenças consideráveis em comportamento em linha com características das personalidades prévias.<br />Stevenson reuniu uma quantia volumosa de dados novos, tanto de forma que mim não pode pensar de nada comparável como a publicação de Phantasms do Viver (Gurney, al de et., 1896) que se tornou imediatamente um clássico e influenciou uma era inteira de pesquisa e debate.<br />A pessoa pode desejar saber como os críticos extremos virão ver este trabalho. Nós podemos conjeturar que eles provavelmente reagirão em muito o mesmo modo como eles fizeram ao Phantasms do Viver, isto é, despedindo o trabalho como uma coleção de casos espontâneos que são investigados depois que eles aconteçam e conseqüentemente são propenso a fraquezas famosas de testemunho. Provavelmente um problema mais sério para se dirigir é as diferenças culturais fortes entre os casos. A incidência informada de marcas de nascença ou defeitos de nascimento grandemente varia entre culturas, e estas diferenças podem ser uma expressão de convicções populares. Parece isso nas culturas das quais estes casos são convicções tiradas, populares encoraja associações entre marcas de nascença incomuns e pessoas que morreram de feridas ou tiveram cicatrizes incomuns ou malformations. Estas convicções poderiam afetar declarações feitas por um assunto quando as pessoas ao redor de him/her desenvolveram expectativas ou convicções que a criança era previamente uma pessoa particular. Estas fraquezas são discutidas por Stevenson. Convicções certamente expectativas de influência e modos de interpretar phenomena. Porém, também é justificável perguntar se as convicções locais surgiram de observações do tipo descritas por Stevenson?<br />Em alguns sonhos de culturas também é interpretado freqüentemente como um pressentimento da identidade da personalidade de um bebê para nascer. Esta convicção posa um problema e uma armadilha potencial para o investigador, especialmente se ele ou ela vêm aos anos de cena atrás de um caso foi estabelecido na família estendida ou o bairro do assunto.<br />Os registros volumosos e detalhados de Stevenson de casos que ele categoriza e analisa a duração de vários modos, deveria abrir uma era nova de debate aproximadamente como ou se podem ser unidos atributos físicos a nascimento a pessoas que morreram. Foi aceitado gradualmente que nossa influência de lata estatal psicológica nossa saúde. Stevenson apresenta evidência que um estado psicológico - especialmente próxima morte, e especialmente se a morte é uma violenta-pode influenciar o desenvolvimento de corpos futuros.<br />Na metodologia das ciências de vida é aceitado amplamente que alguns achados são como vulnerável para preconceitos subjetivos do investigador e como dependente em circunspeção de his/her como esses obtidos no caso de estudos. O trabalho de marca de nascença de Stevenson é ligado para ser desafiado, porque é trabalho sério de grande conseqüência. Argumentos não ajudarão muito. As batalhas significantes só serão lutadas no campo, pelo processo de replication.<br />A ênfase de Stevenson está em apresentar os dados dele em grande detalhe, mas ele também discute várias explicações e implicações dos dados, como esses para genéticas e para o problema de notar-corpo. Em Onde Biologia e Reencarnação Cruzam que ele conclui:<br />Ainda dizendo que eu penso que reencarnação é a melhor explicação para muitos casos, eu não reivindico que é a única explicação. Pesquisa adicional pode mostrar que está nem mesmo o melhor. Esta é uma questão sobre a qual minha opinião deveria contar para pequeno. Eu considero minha contribuição como isso de apresentar a evidência tão claramente quanto eu posso. Cada leitor deveria estudar a evidência cuidadosamente-preferentemente na monografia-e então alcança o dele ou a própria conclusão dela (pp. 112-113).<br />Reencarnação e Biologia e Onde Reencarnação e Biologia Cruzam junto é um trabalho de proporções verdadeiramente sem igual. Eu não li nada como interessante e fascinando por muitos anos. É único e é ligado para se tornar um clássico, definindo um domínio sem igual e difícil. É o trabalho de coroamento de um estudioso verdadeiramente excelente e investigador.<br />Erlendur Haraldsson Departamento de Psicologia Universidade de Islândia IS-103 Reykjavik, Islândia.IPCEhttp://www.blogger.com/profile/06986959155375846758noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1232109326067292969.post-76044750081707083272009-02-26T04:17:00.000-08:002009-02-26T04:19:56.454-08:00Espiritismo e Ciência - Bom SensoPor Eduardo Lima, 2006<br /><br />Sentimo-nos bastante felizes e ao mesmo tempo preocupados quando fomos convidados a escrever este artigo. Isto ocorreu porque discorrer sobre um tema deste significa, antes de tudo, fazer escolhas. Trata-se de um tema múltiplo, extenso, não sendo possível abordá-lo sem recortá-lo. Em suma, não creio que cumpriremos nossa tarefa de modo a satisfazer minimamente nossas pretensões ou de tantos outros que sentirão falta deste ou daquele assunto. Ora, desde o seu nascimento, a Doutrina Espírita esteve solidamente vinculada ao bom senso, à razão, à autocrítica reflexiva e móvel, ao estudo, à comparação, enfim a todos os elementos que compõe algo que pode ser chamado, de fato, e legitimamente, de um conhecimento cientifico; isto, não só naqueles tempos, meados do século XIX, como muitos demonstram brilhantemente; mas, até hoje, a moral cristã espírita anda de mãos dadas com o conhecimento acadêmico. E foi Kardec, que iniciou essa verdade inquestionável. Desta forma, optamos por introduzir rapidamente, e de forma muito simples e pálida, três temas que nos parecem mais apropriados ou urgentes. O cientificismo de Kardec, a crise das ciências atuais e, finalmente, o que tem sido feito atualmente no âmbito cientifico que está, de algum modo, relacionado ao espiritismo.<br />Já dissemos em nossa introdução, e utilizamos os termos: de fato, e legitimamente, que Kardec quando organizou o Corpo Doutrinário Espírita estava também fazendo ciência. Para os menos céticos, somente o currículo do mestre de Lion, já seria um atestado de que ele, jamais faria livros sem seguir o que seria o método cientifico da época, ou ainda uma rápida visão da história de seus escritos, seria mais do que suficiente para avaliar os altíssimos níveis de critérios metodológicos utilizados por ele em cada sentença, em cada linha. Assim, os que movem batalhas contra estes fatos, muitas vezes movidos até de reais sentimentos de igual amor pela ciência e não somente com paixões, diria menos nobres, precisam conhecê-lo melhor, atentar para esta realidade. Kardec, comparou, refletiu, testou, ponderou e finalmente, a despeito de seu grande ceticismo de juventude, e junto com sua imensa capacidade de fazer ciência e seu enorme bom senso, se convenceu que havia algo fora do comum por trás de todos aqueles fenômenos, uma “inteligência extra”, e isso levou cerca de três anos. Não foi uma decisão apressada ou passional, repetimos, foi uma conclusão lenta, criteriosa, pensada e repensada, talvez até dolorosa, em uma palavra, cientifica. Foi indubitavelmente deste modo que ocorreu.<br />Não poderia ter sido de outra forma. Nem que ele desejasse.<br />Kardec estava longe de ser um crédulo, como já supracitado. Ao contrário, antes, ele engrossava as fileiras dos descrentes.<br />A gênese do Espiritismo, como Doutrina, aconteceu pelas mãos de um homem que é racionalmente inatacável em sua metodologia. Resta-nos saber. A ciência que Kardec produziu serviria para hoje?<br />A resposta desta pergunta, é forçoso admitir, não é nada simples e está infelizmente longe de ser indubitável. Isso se dá porque, atualmente, vivemos em um mundo em que os teóricos do conhecimento não mais se entendem entre si. Não existe, hoje, portanto, um conceito de ciência universalmente aceito. Longe disso. Não existe acordo, por exemplo, se a obra de Marx, é ou não cientifica, e estamos falando de Karl Marx diga-se; não que eu o considere-o menor que Kardec, ambos foram gigantes.<br />Ainda na introdução, deste texto informal, utilizamos uma palavra: crise, para descrever o estado das ciências atualmente. Aqui, é claro, o termo não é de nossa lavra, e preferiríamos até que as ciências não estivessem assim, mas reflete bem como estão às diversas epistemologias e até que ponto nós chegamos, sobretudo, nas correntes mais pós-modernas, onde para muitos, o conhecimento só é possível em migalhas, sendo ainda relativo e fadado à morte rápida. Deixaremos para depois seguir estes meandros, que se parecem mais com pântanos, não por falta de desejo e palavras, mas para poupar o leitor menos avisado e tentar ficar nos limites de um jornal. De qualquer forma, nossa resposta para a pergunta é: sim. O que Kardec produziu, jamais poderá deixar de ser considerado uma obra cientifica, mesmo porque, atualmente, em meios aos pântanos já vislumbrados, temos uma opinião quase secreta. Desconfiamos que para muitos, atualmente, o único critério universamente aceito do que seja fazer ciência é o bom senso, e nessa área Kardec era extremante dotado e sua obra reflete em cada linha este fato.<br />Dentro das fronteiras espíritas, muita coisa está sendo produzida. Grandes pensadores e pesquisadores ampliam mais e mais os limites paradigmáticos da Doutrina continuando com o magnífico trabalho de Kardec. Aqui, entretanto, queremos enfatizar o que acontece “fora” deste espaço. Enquanto pousamos no papel estas linhas, inúmeras pesquisas, não diretamente relacionadas com o espiritismo, estão sendo feitas. E até mesmo, quando não totalmente teorizadas, muitas atividades práticas já circundam nosso cotidiano. Os exemplos da psicologia, das pesquisas psi, e da medicina, são suficientes para demonstrar nosso ponto. Desta forma, tais disciplinas sendo expandidas em ambos os lados uma em direção a outra, mesmo que de forma não intencional, provocarão um encontro que criará como já demonstrado pelos historiadores do conhecimento, novos campos científicos, fruto destas relações intraparadigmáticas. Isso, cremos, trará um maior bem estar social.<br />Finalmente, terminamos afirmando que, em nossa opinião, diante de todas as pesquisas feitas atualmente, dizer que, de forma conclusiva e cientifica, a maior parte da comunidade acadêmica envolvida em pesquisas próximas ou atividades interdisciplinares, aceita a existência de espíritos, seria ainda precipitado, mas por outro lado e felizmente, aqueles que dizem não existir grandes evidências deste fato não podem mais ser levados a sério. Estão desatualizados das pesquisas e sofrem o risco de serem tachados de pseudo-céticos. Pouca coisa desqualificaria mais.<br />Eduardo LimaIPCEhttp://www.blogger.com/profile/06986959155375846758noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1232109326067292969.post-33719436118189144512009-02-26T04:13:00.000-08:002009-02-26T04:16:06.137-08:00Dois Casos de Reencarnação com Registros Escritos Antes da VerificaçãoIan Stevenson,1973<br />(Traduzido por Vitor Moura)<br /><br />Em um caso normal do tipo reencarnação a criança importuna seus pais para levá-la à família com quem ela alega ter vivido uma vida anterior. Se a criança dá detalhes suficientes a seus pais sobre a família e a aldeia ou cidade que permitam sua identificação, eles normalmente levam-na lá ou para agradá-la ou para satisfazer a própria curiosidade. Depois que as duas famílias se encontraram e as alegações da criança foram justificadas o caso chama a atenção de pessoas fora das famílias em questão, freqüentemente através de reportagens de jornais. Quando os investigadores chegam para estudar o caso, as duas famílias podem ter misturado suas memórias e talvez inconscientemente atribuído ao indivíduo mais declarações corretas sobre a vida prévia do que ele realmente fez antes deles se encontrarem. Esta objeção não pode resistir quando um registro escrito das declarações da criança é feito antes de qualquer tentativa de verificação. Os casos deste tipo são extremamente raros por causa da tendência mencionada dos pais da criança de levá-la ao lugar que ela mencionou e sua comum falta de percepção da importância de registros escritos anteriormente. Não obstante, há cerca de uma dúzia de casos deste tipo raro registrados. Dois (os casos de Swarnlata Mishra e Imad Elawar) foram publicados em meu primeiro livro de relatórios dos casos, Vinte Casos Sugestivos de Reencarnação os seguintes dois casos se somam ao pequeno mas crescente número de casos neste grupo. Ambos destes valiosos casos ocorreram no Sri Lanka (Ceilão) em anos recentes. No primeiro caso o indivíduo, Indika Guneratne, era o filho de um cultivador de poucos pertences, vivendo numa aldeia, Gonapola, aproximadamente a trinta quilômetros de Colombo.<br />Ele nasceu em 26 de Julho,1962.Com cerca de três anos e meio de idade Indika começou a falar sobre uma vida anterior que ele tinha vivido em Matara, um povoado grande ao sul do Sri Lanka (no litoral) e aproximadamente a duzentos quilômetros de Colombo. Indika disse que na vida prévia ele lembrou-se de que tinha sido bem sucedido, teve uma casa grande, possuía bens, e teve elefantes. Ele ainda afirmou ou implicou que tinha tido um carro e que sua casa tinha eletricidade e telefone. Sua família não tinha nenhum destes prazeres. Ao todo Indika declarou aproximadamente trinta detalhes concernentes à vida e circunstâncias da pessoa que ele alegou ter sido. Ele não fez, no entanto, menção a quaisquer nomes das pessoas ou outros locais além da cidade, Matara, onde disse que tinha vivido e o nome de uma pessoa, Premadasa, que, do modo com que Indika falou sobre ele, parecia um servente. Esta falta de nomes próprios nas declarações do indivíduo e a grande distância entre Gonapola e Matara impediram seu pai de tentar verificar em Matara o que Indika dizia. O pai de Indika soube de pessoas que conheciam algo sobre Matara acerca de um homem morto que parecia corresponder às declarações de Indika, mas ele não tinha verificado as declarações em detalhe nem levou Indika a Matara. Eu primeiramente soube sobre o caso no início de 1968 e comecei sua investigação em março desse ano. Eu fiz um registro escrito de todas as declarações de Indika sobre a vida prévia assim como sobre alguns comportamentos incomuns os quais ele mostrou e que batiam com sua alegação de ter sido um homem bem sucedido nessa vida. Eu então consegui levar Indika e seu pai a Matara onde inquirimos sobre homens bem sucedidos cujas vidas poderiam corresponder com as declarações de Indika.<br />Desde que Indika tinha mencionado possuir elefantes e desde que só algumas pessoas bem sucedidas possuem elefantes no Ceilão, a procura foi confinada a proprietários privados de elefantes em Matara. Todas a não ser duas de trinta declarações de Indika se aplicavam a um comerciante bem sucedido de madeira de Matara chamado K. G. J. Weera-singhe. Tinha possuído elefantes e teve uma casa grande com eletricidade e um telefone. Ele teve um servente, Premadasa. A descrição de seu caráter obtida de dois de seus sobrinhos e de sua filha adotiva bateram bem com o comportamento incomum de Indika que parecia relacionado com as suas memórias da vida anterior. Apesar da concordância das declarações e comportamento de Indika com o que se soube sobre K.G. J. Weerasinghe, as vidas e circunstâncias de outros proprietários de elefantes em Matara foram examinadas num esforço para ver se quaisquer de suas vidas correspondiam com as declarações de Indika do mesmo modo ou melhor que a vida de K.G.J.Weerasinghe. Descobriu-se que quatorze das declarações de Indika também se aplicavam corretamente à vida e às circunstâncias de outro homem bem sucedido de Matara (que tinha possuído elefantes), mas o restante não. Este homem também não teve nenhum servo chamado Premadasa.<br />As declarações de Indika também não corresponderam com as circunstâncias dos vários outros proprietários de elefante conhecidos na área de Matara. Concluiu-se que se referia à vida de K.G. J.Weerasinghe e a ninguém mais. A família de Indika tinha atravessado Matara em várias ocasiões, mas eles não tinham nenhum amigo ou parente aí e em nenhuma ocasião tinham parado aí. (Matara está no caminho de Colombo a Kataragama, um lugar bem conhecido de peregrinação.) Extensos inquéritos não conseguiram revelar qualquer evidência de que as duas famílias tinham tido qualquer conhecimento uma com a outra antes do desenvolvimento do caso. O indivíduo do segundo caso, Sujith Lakmal , nasceu em Mt. Lavinia, um subúrbio de Colombo, no dia 7 de agosto de 1969. Quando estava com cerca de dois anos e meio de idade começou a falar sobre uma vida prévia que ele disse que tinha vivido em Gorakana, um povoado a aproximadamente doze quilômetros ao sul de Mt. Lavinia. Sujith narrou vários detalhes da vida prévia que ele alegou lembrar-se incluindo um número considerável de nomes próprios, p.ex. ele alegou ter tido um pai, chamado Jamis e ter conhecido um monge, Amita. Ele incluiu em suas declarações alguns detalhes bastante específicos tais como que Jamis tinha tido um olho direito ruim. Ele também descreveu como, na vida prévia, ele foi atropelado e morto por um caminhão quando estava bêbado. O tio-avô por parte de mãe de Sujith, que era um monge num templo próximo, ouviu sobre suas declarações e as mencionou a um monge mais jovem do templo.<br />Este monge, o Ven.WatarapoUa Nandaratana, então encontrou Sujith, sua mãe, e sua avó materna e fez um registro escrito datado do que Sujith dizia. O Ven. Nandaratana de WatarapoUa então foi a Gorakana e, com alguma dificuldade, eventualmente localizou uma família correspondente às declarações de Sujith. Um membro desta família, Sammy Fernando, foi morto em 29 de janeiro de1969, quando foi atingido por um caminhão enquanto ele (estando bêbado) pisou para fora de uma loja sobre a rodovia. Seu pai, Jamis, tinha tido um olho direito doente. Quase todas as outras declarações feitas por Sujith estavam corretas para a vida e circunstâncias de Sammy Fernando. Em março de 1973 investiguei o caso com entrevistas dos membros de ambas as famílias relacionadas e também com o Ven. WatarapoUa Nandaratana concernente a suas entrevistas e os registros que ele tinha feito enquanto as conduzia. As pesquisas não mostraram nenhuma evidência de que as duas famílias em questão tinham tido qualquer envolvimento antes do desenvolvimento do caso. Apenas os casos deste tipo podem ser considerados com alto valor evidencial, e esforços especiais estão estando feitos agora aumentar seu número. É esperado que se um número maior deles puder ser achado, uma comparação útil pode ser feita entre suas características e as dos casos mais numerosos em que as duas famílias se encontraram antes da investigação começar. Se então ocorrer que os casos com registros escritos feitos antes de verificação têm em essência as mesmas características daqueles em que as duas famílias relacionadas se encontram antes de uma investigação, esta observação fortalecerá a confiança na autenticidade desses casos em que os investigadores vêm ao caso só depois que as famílias se encontraram. Por outro lado, caso se descubra que o caso do último tipo freqüentemente contém características não encontradas naqueles com registros escritos feitos antes da verificação isto sugerirá alguma deformidade ou enfeite destes casos resultante talvez de uma mistura de memórias do que o indivíduo realmente disse antes da verificação e dos detalhes da vida da personalidade prévia identificada.<br />Artigo publicado na Research in Parapsychology de 1973.<br />(Universidade de Virgínia)IPCEhttp://www.blogger.com/profile/06986959155375846758noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-1232109326067292969.post-47006913643664515212009-02-26T04:10:00.000-08:002009-02-26T04:11:29.643-08:00O Caso “Perfeito” de ReencarnaçaoIan Stevenson,1972 (Universidade de Virgínia)<br />(Traduzido por Vitor Moura)<br /><br />A maioria dos parapsicólogos hoje acredita que a percepção extra-sensorial na parte de uma pessoa viva, mesmo a de um tipo altamente complexo, seja suficiente para explicar a evidência que algum de nossos predecessores, embora não todos eles, usaram para apoiar a crença na sobrevivência depois da morte. Porém estes julgamentos normalmente são feitos considerando apenas as características informacionais pelas quais pensa-se que uma pessoa morta forneceu evidência de sua sobrevivência. Existem, no entanto, outros tipos de dados cognitivos que podem indicar a sobrevivência e que tão prontamente não pode ser explicado pela hipótese de percepção extra-sensorial da parte de uma pessoa viva. Refiro-me a correspondências entre os aspectos comportamentais de uma pessoa morta, especialmente habilidades, e os de uma pessoa viva; e a aspectos do corpo físico da pessoa morta, tais como uma ferida, e a marcas ou deformidades de nascimento correspondentes na pessoa viva. Muitos casos de reencarnação têm características de uma destas espécies ou ambas. Tais casos todos têm fraquezas devido à sua dependência em testemunho humano, mas penso que em princípio eles podem fornecer evidência importante de sobrevivência. Para ilustrar descreverei o que eu considero o “caso perfeito” do tipo reencarnação. (descreverei o caso no passado, mas deve ser lembrado que eu não achei ainda o “caso perfeito.”)<br />O indivíduo era um rapaz nascido numa aldeia da França que teve várias marcas de nascimentos distintas. Quando começou a falar indicou que em sua vida prévia ele tinha sido atingido e morto com balas que os atingiram nos locais destas marcas de nascimentos. Como desenvolveu sua capacidade de falar ele deu mais detalhes. Nomeou os assassinos, e disse que um deles o acusou de fraudar nas cartas logo antes de atirar. Deu o próprio nome, e os nomes de seus pais, seus irmãos, e o de uma menina amiga. Ele também declarou onde tinha vivido e onde tinha sido baleado, assim como muitos outros pormenores da sua vida anterior.<br />Durante este período o rapaz mostrou várias características comportamentais que fizeram-no diferente entre as outras crianças da família. Resistiu a aprender o francês e preferiu conversar com uma linguagem incompreensível a seus pais. Levou o alimento à sua boca com as suas mãos em vez de usar os talheres; rejeitou as refeições da sua família e pediu arroz e caris quentes; exigiu um pedaço de pano que ele usou como um sarongue do Ceilão em vez da calça curta que seus pais lhe ofereceram. Mostrou agilidade em subir os troncos de árvores altas e disse que costumava pegar cocos. Quando ele não pôde subir nas árvores ele quis jogar cartas. Ele também pedia uma bebida que ele chamou “arack” e disse que era sua bebida favorita.<br />Seus pais fizeram um registro escrito das declarações da criança e de seu comportamento incomum. Eles não tiveram nenhuma conexão com o Ceilão e não sabiam nada sobre a pessoa que seu filho tinha descrito nem a linguagem estranha que ele falava.<br />Quando a criança tinha entre três e quatro anos de idade ela tinha mencionado detalhes suficientes da vida prévia de modo que seu pai chamou num investigador experiente. Este investigador fez notas adicionais próprias sobre as declarações e o comportamento da criança e identificou a língua que ele falava como Sinhalese. Ele então viajou à aldeia do Ceilão que o rapaz tinha nomeado e aí descobriu que um recolhedor de coco com o nome que o rapaz tinha dito existiu, foi assassinado por tiro vários anos antes do nascimento do rapaz na França. O corpo do homem assassinado foi examinado por um médico que tinha registrado os locais dos ferimentos no seu corpo. Estes correspondiam exatamente com os locais e com a aparência das marcas de nascimento no corpo do rapaz. Descobriu-se que as declarações do rapaz estavam corretas concernente aos fatos da vida e morte do homem morto no Ceilão. Além do mais, este homem teve exatamente os hábitos mostrados pelo rapaz francês, incluindo um afeto para arack e um entusiasmo para jogar cartas.<br />Este caso assim pareceria mostrar a reprodução numa pessoa viva de três características distintas de uma pessoa morta: memórias dos acontecimentos da vida da pessoa morta; características comportamentais, incluindo habilidades, tais como falar uma linguagem não normalmente aprendida pelo indivíduo e a capacidade de escalar troncos de árvore facilmente; e correspondências entre os ferimentos no corpo físico da pessoa morta e as marcas de nascimento. Não poderia ser dito então que em uma considerável extensão o indivíduo tinha reproduzido características importantes do homem morto que ele alegou ter sido? E que nesse caso, não seria a interpretação que este homem morto, de fato, renasceu, parecer mais provável que qualquer outra interpretação do caso? Alguém pensa que todas essas características poderiam ser plenamente explicadas por percepção extra-sensorial da parte do indivíduo vivo? Concluindo, desejo realçar outra vez que eu não tenho tal “caso perfeito” e que tenho mais esperança que expectativa que eu ache um.Eu posso dizer, no entanto, que achei casos reais que têm características semelhantes a este embora não iguais em todos os aspectos.<br />Artigo publicado na Research in Parapsychology, 1972.IPCEhttp://www.blogger.com/profile/06986959155375846758noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1232109326067292969.post-48930878254498756812009-02-25T15:29:00.000-08:002009-02-25T15:33:35.942-08:00Dois Casos do Tipo Reencarnação Com Registros Escritos Feitos Antes da Verificação<span class="Apple-style-span" style=" font-style: italic; font-weight: bold;font-family:'Times New Roman';"><div><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:large;">por Ian Stevenson, 2004</span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style=" font-style: normal; font-weight: normal;font-size:18px;"><br /></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-style: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:large;">Em um caso normal do tipo reencarnação a criança importuna seus pais para levá-la à família com quem ela alega ter vivido uma vida anterior. Se a criança dá detalhes suficientes a seus pais sobre a família e a aldeia ou cidade que permitam sua identificação, eles normalmente levam-na lá ou para agradá-la ou para satisfazer a própria curiosidade. Depois que as duas famílias se encontraram e as alegações da criança foram justificadas o caso chama a atenção de pessoas fora das famílias em questão, freqüentemente através de reportagens de jornais. Quando os investigadores chegam para estudar o caso, as duas famílias podem ter misturado suas memórias e talvez inconscientemente atribuído ao indivíduo mais declarações corretas sobre a vida prévia do que ele realmente fez antes deles se encontrarem. Esta objeção não pode resistir quando um registro escrito das declarações da criança é feito antes de qualquer tentativa de verificação. Os casos deste tipo são extremamente raros por causa da tendência mencionada dos pais da criança de levá-la ao lugar que ela mencionou e sua comum falta de percepção da importância de registros escritos anteriormente. Não obstante, há cerca de uma dúzia de casos deste tipo raro registrados. Dois (os casos de Swarnlata Mishra e Imad Elawar) foram publicados em meu primeiro livro de relatórios dos casos, Vinte Casos Sugestivos de Reencarnação Os seguintes dois casos se somam ao pequeno mas crescente número de casos neste grupo. Ambos destes valiosos casos ocorreram no Sri Lanka (Ceilão) em anos recentes.</span></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-style: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:large;"><br /></span></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-style: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:large;">No primeiro caso o indivíduo, Indika Guneratne, era o filho de um cultivador de poucos pertences, vivendo numa aldeia, Gonapola, aproximadamente a trinta quilômetros de Colombo. Ele nasceu em 26 de Julho,1962.Com cerca de três anos e meio de idade Indika começou a falar sobre uma vida anterior que ele tinha vivido em Matara, um povoado grande ao sul do Sri Lanka (no litoral) e aproximadamente a duzentos quilômetros de Colombo. Indika disse que na vida prévia ele lembrou-se de que tinha sido bem sucedido, teve uma casa grande, possuía bens, e teve elefantes. Ele ainda afirmou ou implicou que tinha tido um carro e que sua casa tinha eletricidade e telefone. Sua família não tinha nenhum destes prazeres. Ao todo Indika declarou aproximadamente trinta detalhes concernentes à vida e circunstâncias da pessoa que ele alegou ter sido. Ele não fez, no entanto, menção a quaisquer nomes das pessoas ou outros locais além da cidade, Matara, onde disse que tinha vivido e o nome de uma pessoa, Premadasa, que, do modo com que Indika falou sobre ele, parecia um servente. Esta falta de nomes próprios nas declarações do indivíduo e a grande distância entre Gonapola e Matara impediram seu pai de tentar verificar em Matara o que Indika dizia. O pai de Indika soube de pessoas que conheciam algo sobre Matara acerca de um homem morto que parecia corresponder às declarações de Indika, mas ele não tinha verificado as declarações em detalhe nem levou Indika a Matara. Eu primeiramente soube sobre o caso no início de 1968 e comecei sua investigação em março desse ano. Eu fiz um registro escrito de todas as declarações de Indika sobre a vida prévia assim como sobre alguns comportamentos incomuns os quais ele mostrou e que batiam com sua alegação de ter sido um homem bem sucedido nessa vida. Eu então consegui levar Indika e seu pai a Matara onde inquirimos sobre homens bem sucedidos cujas vidas poderiam corresponder com as declarações de Indika.</span></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-style: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:large;"><br /></span></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-style: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:large;">Desde que Indika tinha mencionado possuir elefantes e desde que só algumas pessoas bem sucedidas possuem elefantes no Ceilão, a procura foi confinada a proprietários privados de elefantes em Matara. Todas a não ser duas de trinta declarações de Indika se aplicavam a um comerciante bem sucedido de madeira de Matara chamado K. G. J. Weera-singhe. Tinha possuído elefantes e teve uma casa grande com eletricidade e um telefone. Ele teve um servente, Premadasa. A descrição de seu caráter obtida de dois de seus sobrinhos e de sua filha adotiva bateram bem com o comportamento incomum de Indika que parecia relacionado com as suas memórias da vida anterior. Apesar da concordância das declarações e comportamento de Indika com o que se soube sobre K.G. J. Weerasinghe, as vidas e circunstâncias de outros proprietários de elefantes em Matara foram examinadas num esforço para ver se quaisquer de suas vidas correspondiam com as declarações de Indika do mesmo modo ou melhor que a vida de K.G.J.Weerasinghe. Descobriu-se que quatorze das declarações de Indika também se aplicavam corretamente à vida e às circunstâncias de outro homem bem sucedido de Matara (que tinha possuído elefantes), mas o restante não. Este homem também não teve nenhum servo chamado Premadasa. As declarações de Indika também não corresponderam com as circunstâncias dos vários outros proprietários de elefante conhecidos na área de Matara. Concluiu-se que se referia à vida de K.G. J.Weerasinghe e a ninguém mais. A família de Indika tinha atravessado Matara em várias ocasiões, mas eles não tinham nenhum amigo ou parente aí e em nenhuma ocasião tinham parado aí. (Matara está no caminho de Colombo a Kataragama, um lugar bem conhecido de peregrinação.) Extensos inquéritos não conseguiram revelar qualquer evidência de que as duas famílias tinham tido qualquer conhecimento uma com a outra antes do desenvolvimento do caso.</span></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-style: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:large;"><br /></span></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-style: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:large;">O indivíduo do segundo caso, Sujith Lakmal , nasceu em Mt. Lavinia, um subúrbio de Colombo, no dia 7 de agosto de 1969. Quando estava com cerca de dois anos e meio de idade começou a falar sobre uma vida prévia que ele disse que tinha vivido em Gorakana, um povoado a aproximadamente doze quilômetros ao sul de Mt. Lavinia. Sujith narrou vários detalhes da vida prévia que ele alegou lembrar-se incluindo um número considerável de nomes próprios, p.ex. ele alegou ter tido um pai, chamado Jamis e ter conhecido um monge, Amita. Ele incluiu em suas declarações alguns detalhes bastante específicos tais como que Jamis tinha tido um olho direito ruim. Ele também descreveu como, na vida prévia, ele foi atropelado e morto por um caminhão quando estava bêbado. O tio-avô por parte de mãe de Sujith, que era um monge num templo próximo, ouviu sobre suas declarações e as mencionou a um monge mais jovem do templo. Este monge, o Ven.WatarapoUa Nandaratana, então encontrou Sujith, sua mãe, e sua avó materna e fez um registro escrito datado do que Sujith dizia. O Ven. Nandaratana de WatarapoUa então foi a Gorakana e, com alguma dificuldade, eventualmente localizou uma família correspondente às declarações de Sujith. Um membro desta família, Sammy Fernando, foi morto em 29 de janeiro de1969, quando foi atingido por um caminhão enquanto ele (estando bêbado) pisou para fora de uma loja sobre a rodovia. Seu pai, Jamis, tinha tido um olho direito doente. Quase todas as outras declarações feitas por Sujith estavam corretas para a vida e circunstâncias de Sammy Fernando.</span></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-style: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:large;"><br /></span></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-style: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:large;">Em março de 1973 investiguei o caso com entrevistas dos membros de ambas as famílias relacionadas e também com o Ven. WatarapoUa Nandaratana concernente a suas entrevistas e os registros que ele tinha feito enquanto as conduzia. As pesquisas não mostraram nenhuma evidência de que as duas famílias em questão tinham tido qualquer envolvimento antes do desenvolvimento do caso. Apenas os casos deste tipo podem ser considerados com alto valor evidencial, e esforços especiais estão estando feitos agora para aumentar seu número. É esperado que se um número maior deles puder ser achado, uma comparação útil pode ser feita entre suas características e as dos casos mais numerosos em que as duas famílias se encontraram antes da investigação começar. Se então ocorrer que os casos com registros escritos feitos antes de verificação têm em essência as mesmas características daqueles em que as duas famílias relacionadas se encontram antes de uma investigação, esta observação fortalecerá a confiança na autenticidade desses casos em que os investigadores vêm ao caso só depois que as famílias se encontraram. Por outro lado, caso se descubra que o caso do último tipo freqüentemente contém características não encontradas naqueles com registros escritos feitos antes da verificação isto sugerirá alguma deformidade ou enfeite destes casos resultante talvez de uma mistura de memórias do que o indivíduo realmente disse antes da verificação e dos detalhes da vida da personalidade prévia identificada.</span></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-style: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:large;"><br /></span></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-style: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:large;">Artigo publicado na Research in Parapsychology de 1973.</span></span></span></div></span>IPCEhttp://www.blogger.com/profile/06986959155375846758noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1232109326067292969.post-1214189904710366212009-02-25T15:17:00.000-08:002009-02-25T15:20:24.854-08:00Ian Stevenson - Auto-Biografia<p style="TEXT-ALIGN: center" align="left"><b><span style="FONT-SIZE: 11pt; COLOR: navy; FONT-FAMILY: Arial">Tradução: Bianca P. Vasques e<br />André Luis N. Soares</span></b></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="FONT-SIZE: 14pt; FONT-FAMILY: Arial"></span> <b><i><span style="FONT-SIZE: 14pt; FONT-FAMILY: Arial">Ian Stevenson</span></i></b></p> <p><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: Arial">Department of Psychiatric Medicine<br />University of Virginia Health System<br />Charlottesville, VA, USA</span><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: black; FONT-FAMILY: Arial"> </span></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 14pt; FONT-FAMILY: Arial"></span><span style="FONT-FAMILY: Arial">Para começar com uma definição, a palavra paranormal significa comunicação sem os reconhecidos processos sensórios; pode também se referir a movimentos sem os processos físicos reconhecidos. Por séculos, fenômenos agora descritos como paranormais acontecem e foram observados. A maioria dos historiadores sobre o assunto concorda, porém, investigações sistemáticas sobre tais ocorrências não começaram antes de 1882, quando a Society for Psychical Research (SPR) foi fundada em Londres. Seus fundadores abertamente declararam suas intenções para investigar fenômenos incomuns.</span></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="FONT-FAMILY: Arial">Eu comecei um pouco tarde neste campo, porque minha atividade aí não tinha começado antes que eu tivesse estabelecido-me na psiquiatria convencional. Eu tinha experiência naquela especialidade e em medicina psicossomática. Minha investigação e experiência habilitaram-me para avançar em postos acadêmicos; em 1957 eu era professor designado e Presidente do Departamento de Psiquiatria da Universidade de Virgínia.</span></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="FONT-FAMILY: Arial">Como eu alcancei aquele posto, requeria uma curta digressão. Desde meu nascimento eu sofria de crises de bronquite, repetidamente, e passava muito tempo na cama. As doenças me seguiam, mas eu lia bastante, e minha dedicada mãe continuava restabelecendo minha saúde. Raramente minha memória é retentiva, e em fases de boa saúde eu ficava à frente de meus colegas escolasticamente. Os professores gostam de alunos superiores, e eu me tornei favorito dentre alguns, na Universidade de McGill. Depois de me recuperar de várias crises de pneumonia, um dos professores aconselhou-me a deixar o frio do Canadá e ir para o calor do Arizona. No Arizona houve uma melhora da minha saúde. Depois disso, eu retomei um melhor caminho ao treinamento e colocação acadêmica.</span></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="FONT-FAMILY: Arial">Mas adiante eu adquiri um pouco de reputação como um dissidente. Este epíteto parece apropriado para alguém que questionou a suposição, até então dogmaticamente pela maioria de psiquiatras, da personalidade humana que é mais plástica na infância do que mais tarde (Stevenson, 1957). A publicação do meu desafio para esta doutrina aborreceu muitos de meus colegas em psiquiatria e até enfureceu alguns. Para mim, a recepção de meu artigo neste assunto provido Journal of Scientific Exploration, Vol. 20, No. 1, pp. Foi uma experiência útil para responder a rejeição de meus estudos sobre fenômenos<span> </span>paranormais.</span></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="FONT-FAMILY: Arial">Sobre o tempo de meu compromisso com a Universidade de Virgínia, eu retornei a um interesse mais cedo. Na infância tive contato com relatórios de fenômenos paranormais através de leituras na extensiva biblioteca de minha mãe, sobre as religiões orientais e teosofia, o último do qual era um derivado de budismo e hinduísmo. Meu treinamento em medicina me trouxe alguns entendimentos de métodos científicos, e eu comecei a perguntar a mim mesmo sobre a evidência para os fenômenos incomuns divulgados nos livros que eu li. Não pareceu conclusivo, mas também não pareceu insignificante. Então eu li mais sobre a pesquisa psíquica, especialmente os trabalhos dos fundadores do SPR, como Frederic Myers e Edmund Gurney, por quem eu desenvolvi uma admiração permanente. Eu também fiquei familiarizado com os líderes do American Society for Psychical Research [ASPR], a qual era a irmã mais jovem da SPR. Neste grupo C. J. Ducasse e Laura, especialmente ganharam minha gratidão por me mostrarem que o ceticismo sobre algumas evidências de fenômenos paranormais, não excluíam a aceitação de outras evidências. </span></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="FONT-FAMILY: Arial">Eu precisei da direção deles. Minhas primeiras publicações no campo eram resenhas de livro, e uma dessas primeiras quase expôs minha inexperiência publicamente. Eu escrevi uma resenha de um livro intitulado <i>T<span style="COLOR: rgb(35,31,32)">he Third Eye: the autobiography of a tibetan lama</span></i>. O autor dele reivindicou ter sido um lama tibetano dotado de imensos poderes paranormais. Eu estava levando-o a sério até que, em um momento, eu percebi que o autor deste livro era um inglês que nunca tinha estado no Tibet, muito menos vindo de lá. Eu modifiquei minha resenha (Stevenson, 1958).</span></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="FONT-FAMILY: Arial">A escrita sobre um assunto fornece um meio excelente de aprendizagem sobre isto. Conseqüentemente, eu aprendi muito escrevendo e, então publiquei na </span><span style="COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP640E">Harper's Magazine</span><span style="FONT-FAMILY: Arial">, um artigo de resenha sobre parapsicologia intitulado ''Os Fatos Desconfortáveis sobre Percepção extra-sensorial'' (Stevenson, 1959). Este ganhou a aprovação de Dr. J. B. Rhine, que era naquela época diretor de um laboratório de pesquisa na Duke University. (Rhine renomeou o campo, ou pelo menos parte significativa dele, para ''parapsicologia". Disso, ele e sua esposa, Dr. Louisa Rhine, eram soberanos indisputados.) </span></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="FONT-FAMILY: Arial">Em 1959 eu visitei os Rhines e seus associados. Depois do convencional café matutino com conversação geral sobre parapsicologia, Louisa Rhine levou-me em um cômodo lateral para uma conversa em particular. Lá ela explicou-me sua convicção em que nada significativo poderia ser produzido a partir de relatórios sobre casos individuais. Na visão dela, todos eles eram desprezíveis como prova científica. Em meu artigo na </span><span style="COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP640E">Harper's Magazine</span><span style="FONT-FAMILY: Arial"> eu mencionei relatórios de caso individual e escrevi aquilo por pelo menos alguns deles merecerem a atenção de investigadores. Louisa Rhine generosamente esperava me salvar de empenhos fúteis. Seu aviso veio muito tarde. Alguns dos relatórios que eu li, dos mais recentes pesquisadores psíquicos, dos quais eram então chamados ''casos espontâneos'', profundamente me impressionaram. Apesar de suas críticas ásperas sobre eles, Louisa Rhine, não obstante, estudou casos espontâneos dela mesma, mas ela fez isto quase exclusivamente só no lado perceptivo [receptores das experiências] de um caso. Os mais recentes investigadores, porém, averiguaram ambos: os remetentes (ou agentes) e os perceptivos (receptores) das experiências. Eles notaram características semelhantes em muitos dos casos divulgados. Entre estes [agentes e receptores] havia uma alta incidência de súbita e freqüente morte violenta (ou outra crise séria) no agente e um familiar ou outro vínculo sentimental entre os dois participantes em um caso. </span></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="FONT-FAMILY: Arial">Eu decidi investigar casos que chamaram a minha atenção e comecei a publicar relatórios deles. Neste momento - nos anos 50 - tive um interesse em reencarnação, e eu rapidamente aprendi que poucos casos sugestivos de reencarnação tinham sido investigados. Uma das poucas exceções era um relatório de quatro casos publicados por um investigador indiano em um jornal francês (Sunderlal, 1924). (Mais tarde eu observei que o autor tinha primeiro oferecido seu relatório para um jornal Americano que o rejeitou) Eu pensei talvez até mesmo não investigar casos que revelariam pouco interesse. Eu, conseqüentemente, examinei os detalhes publicados de 44 relatórios de reivindicações de lembranças de vida passada. Eu tomei ciência destes em jornais, revistas, e livros. A maioria destes relatórios forneceu poucos detalhes, e quase nenhum ofereceu alguma evidência verificada (ou até verificável). Eu separei os 44 casos excluindo aqueles em que o sujeito [quem reivindica] e a presumida pessoa falecida eram relacionadas ou familiarizadas e aqueles em que o assunto fez seis ou menos menções de reivindicação de vida passada. Dos restantes 28 casos, a idade do primeiro relato sobre a vida passada era conhecido em 25. Em 22 destes, as memórias reivindicadas tinham sido primeiramente articuladas quando o sujeito ainda era uma criança com menos de 10 anos de idade. Isto parecia ser o argumento de maior peso. Conseqüentemente, eu publiquei (no Journal of the American Society for Psychical Research) um artigo de duas partes com esses casos e recomendações que mais destas crianças deveriam ser procuradas e suas reivindicações averiguadas (Stevenson, 1960a,b).</span></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="FONT-FAMILY: Arial">Nunca me ocorreu então que eu seria a pessoa que iniciaria as investigações que eu defendi. Eu estava muito ocupado: administrando um departamento, atencioso com pacientes, e tomar parte em outra pesquisa. Meu papel tinha, porém, vindo para a atenção de duas pessoas cujo interesse e sustentação estimulou. Eles influenciaram minha vida profundamente.</span></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="FONT-FAMILY: Arial">As primeiras destas pessoas, Eileen Garrett, era tanto uma médium espiritualista como também uma notável empresária bem sucedida. Ela persuadiu um doador rico a estabelecer a Fundação de Parapsicologia, do qual Eileen era a Presidente. Eu primeiro a encontrei, mais ou menos, em 1957 e, no momento, mencionei meu interesse em reencarnação. No início de 1961 ela me telefonou e disse que recebeu um relatório de uma criança na Índia que alegou lembrar de uma vida passada. A criança pareceu ser como aqueles que eu mencionei em meu artigo. Garrett me perguntou se eu estaria interessado em ir para a Índia investigar as alegações das crianças. A Fundação de Parapsicologia pagaria a minhas despesas. Eu aceitei sua sugestão, com o acordo em que eu só poderia ir para a Índia durante minhas férias, em agosto. Quando agosto chegou, eu fui à Índia e passei quatro semanas lá e, aproximadamente, uma semana em Ceylon (agora o Sri Lanka). Antes de partir para a Ásia, eu tive algumas informações fragmentárias, mais ou menos três ou quatro outros casos na Índia e mais ou menos dois no Sri Lanka. Esta informação não me preparou, porém, para a surpresa encontrei uma abundância de casos em ambos os países. Quando eu deixei Ásia, eu soube não menos de 25 casos na Índia e 7 no Sri Lanka. Em menos de cinco semanas eu não pude investigar adequadamente todos estes casos e então selecionei apenas alguns para estudar cuidadosamente. Eu notei os locais e alguns detalhes sobre os outros casos.</span></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="FONT-FAMILY: Arial">Uma segunda surpresa para mim, durante esta primeira viagem para a Índia, veio quando eu percebi que os casos se constituíam muito mais do que uma reivindicação de criança lembrar de vida passada. As crianças também mostravam um comportamento incomum em suas famílias e isto, naqueles casos em que as reivindicações eram constatadas, combinou o comportamento das pessoas falecidas às das crianças reivindicadas. Minha primeira jornada na Ásia então mostrou à necessidade para mais outras. </span></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="FONT-FAMILY: Arial">Isto me trouxe um segundo importante leitor de meu artigo em 1960 no <i>Journal of the American Society for Psychical Research</i>. Este era Chester F. Carlson, o inventor de xerografia. Ele tinha experiência como cientista, e antes de seu segundo casamento ele acreditou, como a maioria dos cientistas faziam (e ainda fazem), que a mente é só um produto do cérebro e suas propriedades inteiramente físicas. Sua segunda esposa, Dorris, tinha alguma capacidade para percepção extra-sensorial. Ela impressionou seu marido com sua habilidade e também o influenciou-o para sustentar pesquisas em fenômenos paranormais. Cedo, em 1961, ele ofereceu fundos para minha pesquisa depois que eu já tinha me comprometido a ir para a Índia em agosto. Eu disse a ele que eu não podia aceitar capitais adicionais naquele tempo. (Antes de partir para a Índia, não obstante, eu aceitei dele algumas centenas de dólares para um gravador.)</span></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="FONT-FAMILY: Arial">Quando meu primeiro trabalho na Índia necessitou de jornadas adicionais lá, me ocorreu que eu poderia fazer aquelas jornadas, reduzindo o tempo, aí então, eu estaria dando a prática clínico. Chester Carlson fez isto possível com presentes anuais para a Universidade de Virgínia. Em 1964 ele fez uma doação particularmente grande, isso se tornou o ''depósito,'' por assim dizer, para uma cadeira dotada do qual eu era o primeiro titular. Era, incidentemente, um dos primeiros das tais cadeiras na Universidade de Virgínia. Os capitais da dotada cadeira me deram mais tempo para pesquisas, mas as despesas de jornadas para investigar casos ainda precisava de doações anuais, que Chester Carlson também forneceu.</span></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="FONT-FAMILY: Arial">Como um doador de fundos para a pesquisa, Chester Carlson era incomum, talvez único. Ele insistiu anonimamente doar quantia, mas outros doadores fizeram isto. A maioria de doadores, entretanto, mais tarde ficaram isolados com detalhes da pesquisa que investiam. Chester Carlson, em contrapartida, seguiu os detalhes da pesquisa - pelo menos do que eu estava fazendo—com grande interesse. Disse que ele gostaria de observar algumas de minhas entrevistas, e ele me acompanhou em uma de minhas viagens de campo para o Alasca, onde eu estava estudando casos entre as pessoas de Tlingit. Ele às vezes fazia perguntas, mas nunca eram obstrutivas. Ele raramente fez sugestões, mas o que ele disse sempre merecia atenção. Minha amizade com ele se encontra entre o mais agradável e também, como eu devo falar, entre as mais importantes de minhas memórias.</span></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="FONT-FAMILY: Arial">O relatório de meus primeiros estudos na Ásia estava sob pressão quando inesperadamente um homem que me ajudou com alguns casos foi acusado de fraudulento. Embora a alegação aplicada a experimentos com os quais eu não fazia parte, a divulgação da suspeita sobre o trabalho que o homem acusado fez para mim, levou ao editor a parar de imprimir meu relatório. Eu tinha outros intérpretes além do homem acusado de fraude, e, crendo que o homem não tinha fraudado quando trabalhou comigo. Eu propus retornar a Índia e estudar os casos novamente. Isto requereu grande despesa adicional, e eu pedi conselho a Chester Carlson. Ele me encorajou para retornar a Índia. Eu fiz isto e, com novos intérpretes, mostraram à autenticidade dos casos. A impressão de meu relatório foi então recomeçada, e foi propriamente publicada como Vinte Casos Sugestivos de Reencarnação (Stevenson 1966/1974a).</span></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="FONT-FAMILY: Arial">Durante os oito anos de investimentos de Chester Carlson's a minha pesquisa (1961–68), Eu ainda não estava exclusivamente comprometido com o estudo de fenômenos paranormais. Minha bibliografia mostra que meus interesses em psiquiatria e medicina psicossomática não diminuíram. Eu tive e ainda tenho um grande interesse na pergunta de como a pessoa desenvolve um tipo de enfermidade em vez de outro tipo. Os documentos que tocam neste assunto podiam ser publicados em jornais convencionais enquanto estudos de fenômenos paranormais não podiam. Em 1960 eu publiquei um livro de entrevista (Stevenson, 1960/1971). alguns anos mais tarde eu publiquei outro livro, realmente um</span></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="FONT-FAMILY: Arial">livro de ensino, em exames psiquiátricos (Stevenson, 1969).</span></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="FONT-FAMILY: Arial">Neste período eu alarguei meus estudos de fenômenos paranormais além das crianças que reivindicaram lembrar de vidas passadas. Por exemplo, eu investiguei e publiquei documentos sobre aparições, precognição, mediunidade, e ''fotografia psíquica.'' Em 1970 eu publiquei meu primeiro livro de fenômenos paranormais, um dos quais eu chamei de ''impressões telepáticas'' (Stevenson, 1970). (isto possibilitou a Dra. Louisa Rhine, que revisou o livro, uma oportunidade para desvalorizar mais publicamente o estudo de casos espontâneos). Minha realização mais importante deste período, entretanto, foi a mencionada publicação em 1966 de meu livro Vinte Casos Sugestivos de Reencarnação (Stevenson, 1966/1974a). Este apresentou relatórios de casos com abundantes detalhes sobre os informantes para cada caso e o que eles disseram sobre as reivindicações dos assuntos para sobrevivência de vidas passadas.</span></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="FONT-FAMILY: Arial">Em 1968 Chester Carlson morreu. Eu era apenas uma de muitas pessoas que lamentaram sua morte como uma perda pessoal. Sua amizade e aquela de sua esposa, Dorris, enriqueceu minha vida além da medida. Para mim, porém, sua morte também significou o fim de seus subsídios anuais para minha pesquisa. Eu lembro que pensei que teria que voltar a outra parte de minha carreira, a convencional, sobre pesquisa em psiquiatria e medicina psicossomática. Então, para a surpresa de muitas pessoas, inclusive a minha, nós aprendemos que Chester Carlson's doara paraa Universidade de Virgínia um milhão de dólares para minha pesquisa sobre fenômenos paranormais. Não surpreendentemente, isto provocou uma controvérsia entre a os administradores da Universidade. Eu soube depois que alguns adversários de minha pesquisa disseram que eu puderia tomar os milhões de dólares para mim desde que deixasse a Universidade. (Ninguém disse isto diretamente para mim.) O Presidente da Universidade (Edgar Shannon) um pouco tempo antes citou publicamente uma declaração de Thomas Jefferson, escrita em 1820 quando estava no processo de fundação da Universidade. ''Esta instituição,'' Jefferson escreveu, ''será baseada na liberdade ilimitável da mente humana. Para aqui nós não temos medo de seguir a verdade onde quer que possa nos levar, nem tolerar por qualquer tempo algum erro como a razão é deixada livre para combatê-lo'' (Lipscomb & Bergh, 1903: 303). Até os oponentes mais obstinados de minha pesquisa não fizeram ousaram agir contra o preceito de Jefferson. Meus partidários então prevaleceram, e assim minhas pesquisas com o Paranormal. A universidade aceitou o legado de Chester Carlson. Por isto, eu devo muito ao Presidente Edgar Shannon e também para Thomas Hunter, então Chanceler de Assuntos Médicos.</span></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="FONT-FAMILY: Arial"><span></span>Até antes da morte de Chester Carlson, eu decidi dedicar todo o meu tempo com pesquisas em fenômenos paranormais, particularmente aqueles que sugeriam a sobrevivência após a morte. Em 1967 eu renunciei como Presidente do Departamento de Psiquiatria depois de negociar o estabelecimento de uma pequena Divisão pequena do Departamento. Eu não desejava a palavra parapsicologia no título da nova Divisão, Porque Eu pensava que implicaria e até mesmo facilitaria uma separação de psiquiatria e medicina. Isto, porém, era exatamente o que meu sucessor como Presidente parecia desejar—uma distância isolante entre nossa pesquisa e respeitabilidade. (Mais tarde, sob uma administração mais amigável, eu prontamente obtive autorização para mudar o nome da divisão para um que eu anteriormente desejei: Divisão de Estudos de Personalidade.)</span></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="FONT-FAMILY: Arial">Durante os anos 1960 e pela maioria de dos anos de 1970, eu trabalhei só na Universidade da Virgínia. Quando eu estava na Ásia, eu tive alguns excelentes intérpretes me ajudando , mas todos eles tinham ocupações regulares para qual retornaram assim que Eu parti. Nós precisávamos dar continuidade. O legado de Chester Carlson e alguns investimentos de outros doadores fez-se possível eu me empenhar na Research Assistant e para financiar outros investigadores.</span></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="FONT-FAMILY: Arial">O primeiro deles foi Gaither Pratt. Ele foi por muitos anos assistente de J. B. Rhine, mas quando Rhine se aposentou da Universidade de Duke e estabeleceu uma fundação privada (para a qual ele levou os capitais presos por seu laboratório), Pratt não tinha nenhum lugar na fundação. Neste momento (1964) Chester Carlson ofereceu financiar Pratt se nós achássemos um lugar para ele na Universidade de Virgínia. Eu dei boas-vindas a esta proposta, mas tive que usar toda minha habilidade diplomática para persuadir o Decano da Escola Médica para concordar comigo. Com alguma relutância ele acatou, com a observação, que ''isto é algo que nós podemos manter em privacidade.''</span></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="FONT-FAMILY: Arial">Durante os cinco anos seguintes à morte de Chester Carlson, Dorris Carlson deu à Divisão doações anuais. Isso nos habilitou a continuar sustentando Gaither Pratt e dois outros parapsicólogos capacitados, Rex Stanford e John Palmer. As publicações destes três pesquisadores, mais tarde, forneceu um capítulo importante na história da parapsicologia. Quando, em 1973, Dorris Carlson retirou seu suporte, eu fui obrigado a encorajar meus colegas a achar outras posições.</span></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="FONT-FAMILY: Arial">Mais tarde, nosso capital foi restabelecido, e de uma forma ou de outra eu podia ter recursos e ter colegas novamente [nas pesquisas]. Bruce Greyson, Satwant Pasricha, Emily Kelly, e Antonia Mills vieram até a mim de um modo ou de outro deixaram de ser assistentes para se tornarem investigadores independentes. Mais recentemente Jim Tucker juntou-se ao nosso grupo e já se mostrou um investigador prolífico e um autor altamente competente. Eu devia também mencionar aqui Erlendur Haraldsson da Universidade da Islândia e Jrgen Keil da Universidade do Tasmânia. Eles mantiveram suas posições acadêmicas, mas receberam financiamento de nossa Divisão que habilitou ambos a trabalhar independentemente e colaborar comigo em alguns projetos de junção. Walker Cowen, o fundador e Diretor da Universidade de Virgínia Press (que leva seu nome atual), tornou-se meu editor de 1970 até sua morte em 1987. Ele habilitou-me a fazer cópias de um número significativo de relatórios de casos que, se não fosse isso, ainda permaneceriam datilografados em minhas prateleiras. Ele reconheceu que meus livros "são para o futuro". Infelizmente, ele morreu antes do futuro que ele esperava chegar, mas seu sucessor teve uma opinião diferente do que aquele futuro deveria ser. Eu tive que procurar um novo editor, mas fui novamente afortunado e conduzido<span> </span>primeiramente para a Praeger Scientific Publishers e então para Robbie Franklin de McFarland e Company.</span></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="FONT-FAMILY: Arial">Alguns de meus livros mais tarde foram revisados em jornais científicos, mas a maioria não. No caminho, eu aprendi muito sobre a importância de editores que revisam os livros. Por exemplo, em 2000 eu enviei uma relatório revisado sobre as crianças que reivindicavam lembrar de vidas passadas para David Horrobin, o editor de Medical Hypotheses. Ele fundou este jornal para promover publicações de idéias incomuns e tópicos não convencionais. Existiam revisores, e ele enviou meu relatório para vários deles. Então ele me escreveu dizendo que não poderia achar ninguém que levasse meus relatórios a sério, mas ele iria publicá-lo de qualquer maneira, e foi o que ele fez.</span></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="FONT-FAMILY: Arial">Eu acredito que eu seja mais conhecido por meus estudos de crianças que reivindicam lembrar de vidas passadas. Eu não posso objetar isto, mas eu espero que outros investigadores continuem algumas das outras abordagens que evidenciam a vida após a morte que eu explorei. Aqui eu me refiro a casos de xenoglossia (idiomas não aprendidos) dos quais publiquei dois livros (Stevenson, 1974b, 1984) e o teste <i>segredo de cofre</i> (Stevenson, 1968). Felizmente, meus sucessores não estão presos às minhas idéias. Os estudos de Emily Kelly sobre mediunidade mostram sua independência.</span></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="FONT-FAMILY: Arial">Em 1980 eu encontrei ainda outra pessoa que influenciou muito minha vida. Um colega na Universidade de Virgínia me apresentou a Peter Sturrock, que me explicou sua idéia sobre a Society for Scientific Exploration. Ele me convidou para juntar-se ao Comitê de Fundação, e eu fiz muito entusiasticamente. As reuniões desta Sociedade e seu Journal of Scientific Exploration provêem um fórum onde a pesquisa sobre fenômenos paranormais podem ser apresentados para outros cientistas sem obstrução ou derrisão. A Sociedade também dá boas-vindas a apresentações de pesquisas em muitos outros fenômenos negligenciados pela maioria dos cientistas. Os fundadores da Sociedade acreditaram, e eu acho que eles e seus sucessores também, na existência de muitos desafios da Sociedade e outras Sociedades científicas para liberalizar suas políticas de investigações não convencionais. Isto ainda não aconteceu.</span></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="FONT-FAMILY: Arial">Ainda devemos persistir. Eu penso que nós fazíamos muito submissamente. Eu mesmo estou cansado de ler lamentações sobre Galileo, Wegener, Jenner, e numerosos outros cientistas de quem seus contemporâneos, a princípio, rejeitaram suas idéias inovadoras. Nós não podemos esperar todas as novas idéias de céticos para nos render como um todo, para desmoronar simultaneamente como as paredes de Jericó. Cada um de nós deve lutar por nossas novas idéias. Nós somos abençoados porque podemos pelo menos expor as nossas idéias para outros cientistas através de nossas oportunidades na Society for Scientific Exploration.</span></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="FONT-FAMILY: Arial">A Society for Scientific Exploration ofereceu-me as primeiras oportunidades para relatar adequadamente duas de minhas investigações mais significativas. Eu me refiro, primeiro, as marcas e defeitos de nascença que ocorrem freqüentemente em crianças que lembram de vidas passadas, e; segundo, para qual eu acredito que são importantes evidências de um incomum comportamento derivado de vidas passadas. Os informantes chamaram minha atenção para estas duas características de casos logo em minha primeira jornada para a Ásia em 1961, e eu acho agora isto lamentável pois não publiquei com detalhes completos sobre marcas e defeitos de nascença até 1997 (Stevenson, 1997a,b).</span></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="FONT-FAMILY: Arial">Alguns leitores de minhas publicações podem considerar minha monografia sobre Reencarnação e Biologia como <i>Meisterwerk</i>. No que diz respeito ao mero tamanho (2 volumes, 2268 páginas) ninguém discordaria. Eu espero, porém, que o trabalho seja mais que uma compilação. Inclui relatórios e detalhes adicionais sobre casos que eu não tinha previamente publicado. O capítulo dos gêmeos (um ou ambos que reivindicam lembrar de uma vida passada) pode ser um dos mais importantes de todas as minhas publicações.</span></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="FONT-FAMILY: Arial">Quanto às lembranças comportamentais de vidas passadas, eu fixei exaustivamente a atenção para sua importância como um terceiro componente ao desenvolvimento da personalidade humana, os outros dois são os genes e o ambiente após a concepção. (Stevenson, 1977, 2000). Um jornal recentemente publicou (com Jrgen Keil) que eu relacionei esta importante característica com os exemplos dos casos de crianças de Myanmar que lembraram de vidas passadas como se tivessem sido soldados Japoneses mortos durante a Segunda Guerra Mundial (Stevenson & Keil, 2005).</span></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="FONT-FAMILY: Arial">Nós freqüentemente não podemos identificar importantes aspectos de eventos como <i>tal quando eles acontecem</i>. Meu segundo casamento mostra um bom exemplo disto. Em 1985 me casei com Margaret Pertzoff, que era então uma professora de história em Randolph-Macon Woman's College. Ela era e declarava ser uma cética sobre fenômenos paranormais. <span> </span>Ela não escondeu sua posição sobre o assunto, mas nunca permitiu que isto interferisse na felicidade de nosso casamento. Seu silêncio benevolente às vezes me trazia um valioso cometimento, necessário frente a um entusiasmo sem garantias de minha parte.</span></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="FONT-FAMILY: Arial">Em 1997–98 eu me comprometi com um projeto que me pareceu precipitado, mas também tive a possibilidade de fazer minha pesquisa mais conhecida para o público em geral. Eu concordei com um pedido de um escritor para me acompanhar em viagens de campo na Ásia. Ele iria observar-me de perto da maneira como eu conduzia minhas entrevistas para os casos. Ele pagava suas próprias despesas e depois ficava livre para escrever sobre suas experiências sem ser censurado por mim. Ele se saiu bem. O escritor era Tom Shroder, que é agora um editor sênior da Washington Post. Tom era um viajante sociável, mas ele suportou bem as dificuldades freqüentes das jornadas no Líbano e na Índia. O livro que ele escreveu é intitulado Old Souls: The Scientific Evidence for Past Lives (Shroder, 1999). Pareceu-me justo e, mais importante, favorável às crianças que reivindicam lembrar de vidas passadas. O livro realmente fez que os casos destas crianças ficassem bem mais conhecidos.</span></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="FONT-FAMILY: Arial">Minhas jornadas físicas estão agora terminadas, pelo menos para esta vida. Todavia, eu não considero o tempo que eu me dediquei para psiquiatria e medicina psicossomática como perdido. Pelo contrário, eu penso que me deu uma útil preparação para qualquer estudo posterior que eu tenha realizado sobre fenômenos paranormais.</span></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="FONT-FAMILY: Arial">Todos nós morremos de alguma aflição. O que determina a natureza daquela aflição? Eu acredito que a procura pela resposta pode nos levar a pensar que a natureza de nossas enfermidades pode derivar pelo menos em parte de vidas passadas. Os casos de crianças que reivindicam lembrar de vidas passadas e que relacionaram marcas e defeitos de nascença sugerem isto; algumas destas crianças relacionam doenças internas. Minha própria condição física, defeitos de meus tubos bronquiais (desde de minha infância) do qual eu tenho separadamente escrito (Stevenson, 1952a,b), deu-me um interesse pessoal nesta importante questão. Não pensem que eu sei a resposta. Eu ainda a estou buscando.</span></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><b><span style="FONT-FAMILY: Arial">Reconhecimentos:</span></b></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="FONT-FAMILY: Arial">Eu desejo primeiro agradecer ao Professor Henry Bauer por sugerir que eu escrevesse para este ensaio. Eu devo agradecer também aos comentários úteis esboçados nos ensaios de Emily W. Kelly, Jim Tucker, e Patricia Estes.</span></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="FONT-FAMILY: Arial"></span> </p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><b><span style="FONT-FAMILY: Arial">Referências:</span></b></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="FONT-SIZE: 10pt; FONT-FAMILY: Arial"></span> </p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP641C">Lipscomb, A. A., & Bergh, A. E. eds. (1903). </span><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP640E">The Writings of Thomas Jefferson. Vol. 15. </span><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP641C">Issued under the auspices of The Thomas Jefferson Memorial Association of the United States. Washington, DC.</span></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP641C">Shroder, T. (1999). </span><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP640E">Old Souls: The Scientific Evidence for Past Lives. </span><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP641C">Simon & Schuster.</span></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP641C">Stevenson, I. (1952a). Illness from the inside. </span><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP640E">Harper's Magazine, 204, </span><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP641C">61–67.</span></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP641C">Stevenson, I. (1952b). Observations on Illness from the Inside (Bronchiectasis). In Pinner, M., &</span></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP641C">Miller, B. (Eds.), </span><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP640E">When Doctors are Patients </span><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP641C">(Chapter 21). W. W. Norton & Co.</span></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP641C">Stevenson, I. (1957). Is the human personality more plastic in infancy and childhood? </span><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP640E">American Journal of Psychiatry, 114, </span><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP641C">152–161.</span></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP641C">Stevenson, I. (1958). Book Review of </span><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP640E">The Third Eye: The Autobiography of a Tibetan Lama</span><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP641C"> . </span><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP640E">Journal of the American Society for Psychical Research, 52, </span><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP641C">122–123.</span></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP641C">Stevenson, I. (1959). The uncomfortable facts about extrasensory perception. </span><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP640E">Harper's Magazine, 219, </span><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP641C">19–25.</span></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP641C">Stevenson, I. (1960a). The evidence for survival from claimed memories of former incarnations. part I. review of the data. </span><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP640E">Journal of the American Society for Psychical Research, 54, </span><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP641C">51–71.</span></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP641C">Stevenson, I. (1960b). The evidence for survival from claimed memories of former incarnations. part II. analysis of the data and suggestions for further investigations. </span><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP640E">Journal of the American</span></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP640E">Society for Psychical Research, 54, </span><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP641C">95–117.</span></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP641C">Stevenson, I. (1968). The combination lock test for survival. </span><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP640E">Journal of the American Society for</span></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP640E">Psychical Research, 62, </span><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP641C">246–254.</span></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP641C">Stevenson, I. (1969). </span><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP640E">The Psychiatric Examination. </span><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP641C">Little, Brown & Co.</span></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP641C">Stevenson, I. (1970). </span><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP640E">Telepathic Impressions. </span><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP641C">University Press of Virginia. (Also published in 1970 in </span><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP640E">Proceedings of the American Society for Psychical Research</span><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP641C">, Vol. 29.)</span></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP641C">Stevenson, I. (1971). </span><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP640E">The Diagnostic Interview. </span><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP641C">2nd rev. ed. Harper & Row. (First published in 1960 under the title </span><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP640E">Medical History-Taking. </span><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP641C">New York: Paul B. Hoeber, Inc.)</span></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP641C">Stevenson, I. (1973). A communicator of the ''drop in'' type in france: The case of Robert Marie.</span></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP640E">Journal of the American Society for Psychical Research, 67, </span><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP641C">47–76.</span></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP641C">Stevenson, I. (1974a). </span><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP640E">Twenty Cases Suggestive of Reincarnation. </span><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP641C">2nd rev. ed. University Press of</span></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP641C">Virginia. (First published in 1966 in </span><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP640E">Proceedings of the American Society for Psychical Research</span><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP641C"> ,</span></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP641C">Vol. 26.)</span></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP641C">Stevenson, I. (1974b). </span><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP640E">Xenoglossy: A Review and Report of a Case. </span><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP641C">University Press of Virginia. (Also published in 1974 in </span><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP640E">Proceedings of the American Society for Psychical Research</span><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP641C">, Vol. 31.)</span></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP641C">Stevenson, I. (1977.) The explanatory value of the idea of reincarnation. </span><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP640E">Journal of Nervous and Mental Disease, 164, </span><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP641C">305–326.</span></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP641C">Stevenson, I. (1984.) </span><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP640E">Unlearned Language: New Studies in Xenoglossy. </span><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP641C">University Press of Virginia.</span></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP641C">Stevenson, I. (1997a). </span><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP640E">Reincarnation and Biology: A Contribution to the Etiology of Birthmarks and Birth Defects. </span><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP641C">(2 vols.) Praeger Scientific Publishers.</span></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP641C">Stevenson, I. (1997b). </span><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP640E">Where Reincarnation and Biology Intersect. </span><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP641C">Praeger Scientific Publishers.</span></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP641C">Stevenson, I. (2000). The phenomenon of claimed memories of previous lives: Possible interpretations and importance. </span><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP640E">Medical Hypotheses, 54, </span><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP641C">652–659.</span></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP641C">Stevenson, I., & Keil, J. (2005). Children of Myanmar who behave like Japanese soldiers: A possible third element in personality. </span><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP640E">Journal of Scientific Exploration, 19, </span><span lang="EN-US" style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP641C">171–183.</span></p> <p style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP641C">Sunderlal, R. B. S. (1924). Cas apparents de re´miniscences de vies ante´rieures. </span><span style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP640E">Revue me´tapsychique</span><span style="FONT-SIZE: 10pt; COLOR: rgb(35,31,32); FONT-FAMILY: AdvP641C"> ,302–307.</span><span style="FONT-FAMILY: Arial"></span></p>IPCEhttp://www.blogger.com/profile/06986959155375846758noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1232109326067292969.post-65863228912648217432009-02-25T15:16:00.000-08:002009-02-25T15:17:43.494-08:00Ian Stevenson: “Children Who Remember Previous Lives, A Question of Reincarnation”<div><strong><span style="font-size:100%;"><span style="font-family:Times New Roman;">por Richard Rockley, 2006<br /><br /></span></span></strong> <div><span style="font-size:100%;">Ian Stevenson gastou 40 anos estudando a evidência para a reencarnação, principalmente por investigar as alegações de crianças que parecem lembrar-se de aspectos de suas vidas prévias. Sua pesquisa consiste num corpo enorme de trabalho, e é considerado por muitos ser evidência científica de reencarnação. Stevenson escreveu este livro, detalhando 14 casos, com o objetivo de apresentar um registro da sua pesquisa, e então parece razoável supor que a evidência apresentada seja ao menos representante do total. De fato, se esperaria que o livro consistiria nos casos mais convincentes. Conseqüentemente eu acredito que seja válido examinar no que consiste a evidência apresentada neste livro, e extrair conclusões dele sobre o restante da pesquisa do Stevenson.<span style="font-family:Times New Roman;"><br /></span></span> </div> <div><span style="font-size:100%;">Assim no que consiste o livro?<span style="font-family:Times New Roman;"><br /></span></span> </div> <div><span style="font-size:100%;">Primeiro, sou impressionado pela integridade e honestidade de Stevenson, mas menos então com seu rigor intelectual. Os 14 casos que ele cita não registram nada mais que anedotas: Todo o “comportamento de vidas passadas” foi testemunhado antes do autor ter encontrado quaisquer dos indivíduos e então a veracidade das histórias é difícil de determinar. Além do mais, nos capítulos posteriores Stevenson faz várias declarações e tira conclusões que em minha visão colocam dúvida na sua credibilidade e neutralidade.<span style="font-family:Times New Roman;"><br /></span></span> </div> <div><span style="font-size:100%;">Estou ciente que Stevenson publicou muito mais trabalho que isto, mas acredito os casos e comentários neste livro são representantes do seu trabalho.<span style="font-family:Times New Roman;"><br /></span></span> </div> <div><span style="font-size:100%;">Os 14 casos<span style="font-family:Times New Roman;"><br /></span></span> </div> <div><span style="font-size:100%;">Antes de eu ter pego o livro, eu perguntei-me como Stevenson asseguraria que as histórias eram genuínas. Eu tinha a idéia que ele teria pesquisado um número de crianças aleatoriamente, visto se quaisquer uma delas lembrava-se de uma vida prévia, e então as acompanhado. Parecia-se o tipo de coisa a se tentar, e pensei que devia ser algo como isso. Então como comecei a ler os casos eu fiz notas sobre quando o autor tomou conhecimento do caso pela primeira vez. Eu logo abandonei nessa idéia porque, como descobri, o autor não envolveu-se em nenhum destes casos até algum tempo depois considerável que as crianças foram informadas como lembrando-se de suas vidas prévias. Assim eram todos apenas anedotas, embora bem documentadas e referenciadas. Era menos do que eu tinha esperado.<span style="font-family:Times New Roman;"><br /></span></span> </div> <div><span style="font-size:100%;">De qualquer jeito, dos 14 casos:<span style="font-family:Times New Roman;"><br /></span></span> </div> <div><span style="font-size:100%;">a. Três eram não resolvidos (i.e., a identidade da “vida prévia” era desconhecida)<span style="font-family:Times New Roman;"><br /></span></span> </div> <div><span style="font-size:100%;">b. Nove foram resolvidos, mas a pessoa da vida prévia teve (ou podia ter tido), algum contato com a família da criança<span style="font-family:Times New Roman;"><br /></span></span> </div> <div><span style="font-size:100%;">c. Dois foram resolvidos, e as famílias aparentemente não tiveram nenhum contato.<span style="font-family:Times New Roman;"><br /></span></span> </div> <div><span style="font-size:100%;">Para mim, os casos “não resolvidos” não valem nada. A criança poderia estar fantasiando, poderia estar repetindo o que ela ouviu na TV ou rádio, ou poderia haver outras explicações que não envolvem reencarnação. Os nove casos resolvidos com contato são interessantes. A identidade da vida prévia foi confirmada, e freqüentemente a criança foi reportada como sabendo informações sobre a pessoa morta, a sua família, o modo de morte etc. No entanto, há claramente outro meio em que a criança podia ter conseguido esta informação. Estes casos são mais interessantes, em minha visão, em demonstrar o desejo forte que o autor tem em provar uma conexão reencarnatória. Discutirei sobre quatro desses nove casos, e também sobre os dois casos resolvidos sem nenhum contato (que devem ser os mais fortes em favor da hipótese de reencarnação).<span style="font-family:Times New Roman;"><br /></span></span> </div> <div><span style="font-size:100%;">Primeiramente, aqui estão quatro dos casos com uma conexão de família. Forneci descrições muito breves - o livro naturalmente tem muito mais.<span style="font-family:Times New Roman;"><br /></span></span> </div> <div><span style="font-size:100%;">Corliss Chotkin Jr<span style="font-family:Times New Roman;"><br /></span></span> </div> <div><span style="font-size:100%;">Numa comunidade que acredita em reencarnação, um homem idoso conta a sua sobrinha que ele renascerá como seu filho. E aí, presto, ela tem um filho que ela alega ser seu tio renascido, completo com as marcas de nascimentos nos mesmos lugares que as cicatrizes do seu tio. No entanto, pelo tempo que Stevenson “primeiro examinou estas marcas de nascimentos, ambas tinham mudado de lugar.”<span style="font-family:Times New Roman;"><br /></span></span> </div> <div><span style="font-size:100%;">Isto é ilusão da parte da mãe. Também, uma indicação aparente da ingenuidade no autor, aceitando que as marcas de nascimento tinham se “movido”.<span style="font-family:Times New Roman;"><br /></span></span> </div> <div><span style="font-size:100%;"><span style="font-family:Times New Roman;">Gillian e Jennifer Pollock<br /></span></span> </div> <div><span style="font-size:100%;">Duas meninas gêmeas (de seis e onze) foram mortas tragicamente. O pai era um crente forte em reencarnação, e estava seguro que elas renasceriam através de sua esposa como gêmeos. Os gêmeos nascem, e entre as idades de 2 e 4 começam a fabricar declarações sobre seus irmãos mortos.<span style="font-family:Times New Roman;"><br /></span></span> </div> <div><span style="font-size:100%;">Como o pai acreditava que os gêmeos eram reencarnações de suas irmãs mortas, é possível que falasse sobre isso na frente das meninas quando bebês. É também possível que os amigos e a família falassem sobre a morte trágica das duas meninas prévias. Apenas surpreende que as meninas sejam informadas ter conversado sobre suas “vidas prévias”. Os pais também podiam estar interpretando demais as declarações dos gêmeos, ou podiam estar mentindo. Nós nunca saberemos.<span style="font-family:Times New Roman;"><br /></span></span> </div> <div><span style="font-size:100%;">Michael Wright<span style="font-family:Times New Roman;"><br /></span></span> </div> <div><span style="font-size:100%;">Uma jovem menina tem um namorado de infância que morre numa batida de carro. Ela teria casado-se come le mas por causa disto, casou-se com outra pessoa. Ela então tem uma criança que ela pensa ser a reencarnação de seu namorado. (Sonhou com ele um ano depois da sua morte, o que Stevenson chama como um “sonho anunciador”.) A mãe da criança e a avó fortemente acreditam em reencarnação, e elas são as únicas que testemunharam a criança “lembrar-se” da sua vida prévia.<span style="font-family:Times New Roman;"><br /></span></span> </div> <div><span style="font-size:100%;">Isto conta-nos mais sobre o desejo da mulher para com o rapaz morto, e seu relacionamento com seu marido real, do que sobre reencarnação. O que é mais importante, também diz-nos muito sobre a credulidade de Stevenson. Uma colega sua, a Dra Emily Kelly, aparentemente concorda comigo aqui. A crédito de Stevenson ele cita a opinião dele:<span style="font-family:Times New Roman;"><br /></span></span> </div> <div><span style="font-size:100%;">“Pensa-o bastante plausível que algum motivo mais benigno, tal como nostalgia ou um desejo por um amor do passado, pode ter levado (a mãe) a encorajar sua identificação do filho com (o namorado) e ter extraído mais das suas declarações que se podia” Sem brincadeira! A frase “pode ter”, indica isto não é prova de reencarnação.<span style="font-family:Times New Roman;"><br /></span></span> </div> <div><span style="font-size:100%;">Hanumant Saxena<span style="font-family:Times New Roman;"><br /></span></span> </div> <div><span style="font-size:100%;">Uma mulher indiana sonhou que um homem recentemente morto da sua aldeia apareceu a ela e disse, “venho a você”. A mulher deu à luz uma criança que teve uma marca de nascimento coerente com onde este homem tinha sido tiro morto. Muitos dos aldeãos começaram a dizer que a criança era o homem baleado renascido “antes mesmo (da criança) ter começado a falar sobre a vida (do homem morto)”. Presumivelmente os pais da criança falaram dele demais, embora isso não seja registrado no livro.<span style="font-family:Times New Roman;"><br /></span></span> </div> <div><span style="font-size:100%;">Ilusão outra vez: A criança provavelmente ouviu as pessoas conversando sobre sua “vida prévia”, (outra vez). Stevenson conclui dizendo:<span style="font-family:Times New Roman;"><br /></span></span> </div> <div><span style="font-size:100%;">“Um cético diria que seus pais… impuseram esta identificação nela. Ache esta soma combinada de interpretações pesada e não satisfatória, mas eu não posso negar que têm uma certa plausibilidade.” Outra vez, se essa explicação é “plausível”, isto não é prova de reencarnação.<span style="font-family:Times New Roman;"><br /></span></span> </div> <div><span style="font-size:100%;">Casos resolvidos sem nenhum contato<span style="font-family:Times New Roman;"><br /></span></span> </div> <div><span style="font-size:100%;">Então vamos aos dois casos resolvidos onde as duas famílias não tiveram nenhum contato. O primeiro, na Índia, Gopal Gupta de dois anos de idade começa a lembrar-se de detalhes da sua vida prévia numa aldeia próxima. Os detalhes incluem a criança comportando-se como se fosse de uma casta mais alta que a da sua família atual. Ele também (mais tarde), sabe de detalhes de como um sócio de negócios tinha sido baleado até a morte, de outra família e de detalhes do negócio que mais tarde foram confirmados pela outra família.<span style="font-family:Times New Roman;"><br /></span></span> </div> <div><span style="font-size:100%;">No segundo caso, um rapaz libanês, Suleyman Andary, começou a sonhar com uma vida prévia. Alguns exemplos aparentemente notáveis de comportamento começaram quando a criança tinha 11 anos, onde agia como um adulto, e lembrou de certos aspectos da sua vida prévia. Era capaz de dar nomes da maioria dos seus filhose outros aspectos de sua vida. No entanto, quando foi à aldeia real ele pareceu “tímido e inibido” e não reconheceu seus “filhos” nem as fotografias das pessoas em “sua família”.<span style="font-family:Times New Roman;"><br /></span></span> </div> <div><span style="font-size:100%;">Os problemas com estes dois casos<span style="font-family:Times New Roman;"><br /></span></span> </div> <div><span style="font-size:100%;">Tomados a valor nominal, estes casos inicialmente aparecem compelir. Tenho alguns problemas com eles entretanto, a saber:<span style="font-family:Times New Roman;"><br /></span></span> </div> <div><span style="font-size:100%;">ª São anedotas. No primeiro, Stevenson não participou até que a criança tivesse 13 e no segundo a criança tivesse 14 (11 e anos depois da primeira “lembrança” no primeiro caso, desconhecido no segundo mas provavelmente sete ou oito anos depois). Praticamente tudo já havia sido observado (por outros), pelo tempo que Stevenson chega em cena e então aí há muito alcance para invenção, interpretação errônea, exagero e realce das histórias. Nós somente não sabemos o que realmente aconteceu e nunca vamos saber.<span style="font-family:Times New Roman;"><br /></span></span><br /></div> <div><span style="font-size:100%;">b. Ambos ocorrem em comunidades que acreditam em reencarnação, e onde o pensamento crítico (devemos dizer), não é colocado em primeiro lugar. O alcance para auto-ilusãoo é alto.<span style="font-family:Times New Roman;"><br /></span></span> </div> <div><span style="font-size:100%;">c. Suleyman Andary só começou com suas fortes memórias de vidas prévias quando tinha 11 anos de idade. Em todos os outros casos (e acredito que na maioria dos casos estudados de Stevenson ) a criança lembra-se de coisas de ao redor de dois anos velho mas os esquece por volta dos 11. Isto não desmente reencarnação, mas é estranho que dos únicos dois casos fortes no livro contradizem a tendência. Torna possível que haja outra solução, em minha visão.<span style="font-family:Times New Roman;"><br /></span></span> </div> <div><span style="font-size:100%;">d. A comunidade libanesa drusa de Suleyman Andary acredita que quando você morre renasce no mesmo instante- seu espírito não paira no limbo nem mesmo um dia. No entanto, sua pessoa prévia morreu 12 anos antes dele “renascer”. Como explicaram isto? A criança disse que ela reencarnou numa vida intermediária nos14 anos perdidos, embora ele convenientemente anão possa contar-nos nada sobre esta vida. Então é espeado que acreditemos que ele não pode lembrar-se de uma vida prévia, mas pode lembrar-se de antes da vida prévia. Não muito convincente. Uma solução mais prosaica é que ele de algum modo soube sobre a vida do rapaz que morreu 12 anos antes dele nascer, e teve que inventar a reencarnação intermediária para fazer isto se encaixar.<span style="font-family:Times New Roman;"><br /></span></span> </div> <div><span style="font-size:100%;">e. Gopal Gupta teve uma vida intermediária também - em Londres, na Inglaterra. Mesmo Stevenson conclui que isto é “ao menos em parte uma fantasia”, mas ainda aceita os detalhes da vida prévia muito melhor lembrados antes desta “fantasia”. Por que?<span style="font-family:Times New Roman;"><br /></span></span> </div> <div><span style="font-size:100%;">f. Em 13 dos 14 casos a vida prévia vivia na mesma comunidade que a da vida atual. Um indiano lembra-se da vida prévia como um indiano, etc. Embora isto não desminta reencarnação, eu acho estranho que o mundo espiritual só permita às almas retornarem à mesma área geográfica asperamente (embora às vezes numa casta mais baixa). Na minha visão isto mostra que alguma outra força mais provável está atuando. Eu ficaria mais impressionado se uma criança (digamos) numa remota aldeia indiana lembra-se de detalhes de sua vida anterior como (digamos) um rapaz surfista na Califórnia, com tudo que isso implicaria. E por que tanto na mesma família? Parece um pouco demais conveniente.<span style="font-family:Times New Roman;"><br /></span></span> </div> <div><span style="font-size:100%;">A exceção foi a menina burmesa que lembra-se da vida como um soldado japonês. Este foi um caso não resolvido entretanto, e não muito convincente de nenhum jeito em minha visão.<span style="font-family:Times New Roman;"><br /></span></span> </div> <div><span style="font-size:100%;">Conclusão<span style="font-family:Times New Roman;"><br /></span></span> </div> <div><span style="font-size:100%;">Claramente estes casos não podem ser desmentidos. Mas aplicando a Navalha de Occam eu acredito que haja soluções mais prosaicas que a reencarnação, especialmente quando considera-se o aparente sistema de crença de Stevenson.<span style="font-family:Times New Roman;"><br /></span></span> </div> <div><span style="font-size:100%;"><span style="font-family:Times New Roman;"><strong>Comentário</strong>: Esta trata-se de uma crítica a um livro do Stevenson que contém diversas omissões (resumos) especialmente por se destinar ao público em geral (leigos). Conseqüentemente, os casos perdem bastante de sua força, o que facilitou o ataque do crítico. Material mais completo e de melhor qualidade encontra-se no livro <em>Twenty Cases Suggestive of Reincarnation</em> (1966-1974) e em alguns dos melhores artigos dele mais recentes, como o <em>Three New Cases of the Reincarnation Type in Sri Lanka With Written Records Made Before Verifications</em> (1988). A respeito do livro <em>Twenty Cases</em>, Lester S. King, o Redator de Revisão de Livro da <em>JAMA: The Journal of the American Medical Association</em>, escreveu que “a respeito da reencarnação [Stevenson] tem esmerada e impassivelmente colecionado uma série detalhada de casos da Índia, casos em que a evidência é difícil de explicar em qualquer outra base.” Ele também adicionou, “Ele registrou uma quantidade grande de dados que não pode ser ignorada.” Uma crítica mais recente (2005) e extremamente positiva de um dos livros de Stevenson, “Casos Europeus do Tipo Reencarnação”, saiu no <em>American Journal of Psychiatry</em>,<em> </em>uma revista pertencente ao <em>mainstream</em> científico teve em 2005 um Impact Factor de 8.286. A crítica original (em inglês) encontra-se disponível online de forma gratuita em </span></span><a href="http://ajp.psychiatryonline.org/cgi/content/full/162/4/823"><span style="font-family:Times New Roman;font-size:100%;">http://ajp.psychiatryonline.org/cgi/content/full/162/4/823</span></a><span style="font-family:Times New Roman;font-size:100%;"> e em português também online em </span><a href="http://br.geocities.com/existem_espiritos/revisao_casos_europeus"><span style="font-family:Times New Roman;font-size:100%;">http://br.geocities.com/existem_espiritos/revisao_casos_europeus.</span></a><span style="font-size:100%;"><span style="font-family:Times New Roman;"><br /></span></span> </div> <div><span style="font-family:Times New Roman;font-size:100%;">(Tradução e Nota de Vitor Moura Visoni)</span></div></div>IPCEhttp://www.blogger.com/profile/06986959155375846758noreply@blogger.com0